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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Caminhão com placas de Brasília é apreendido em MS lotado de maconha

TRÁFICO  
Entorpecente estava escondido em fundo falso da carroceria do veículo.

Fundo falso da carroceria do caminhão lotada de tabletes de maconha — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Um caminhão com placas de Brasília (DF) foi apreendido lotado de maconha na madrugada desta quinta-feira (10), em Caarapó, a 264 quilômetros de Campo Grande. O motorista não foi localizado.
A apreensão é resultado de investigação de policiais civis de Eldorado, que procuravam pelo veículo desde a tarde de quarta-feira (9). A suspeita é de que o condutor do caminhão seja do município.
No momento da apreensão, a porta do caminhão estava aberta e a chave na ignição. "Provavelmente alguém iria buscar", disse o delegado de Eldorado, Pablo Ricardo Campos dos Reis.
Conforme o delegado, o veículo foi levado para Eldorado, lá a carroceria foi aberta, sendo encontrados em fundo falso diversos tabletes de maconha.
Até a publicação desta reportagem a droga estava sendo pesada.

G1 MS, Nadyenka Castro

terça-feira, 15 de maio de 2018

PF faz Operação Efeito Dominó contra lavagem de dinheiro do tráfico

BRASIL
Resultado de imagem para OPERAÇÃO EFEITO DOMINÓ
REPRODUÇÃO
A Polícia Federal deflagrou (15) a Operação Efeito Dominó, um desdobramento da Operação Spectrum, iniciada em julho de 2017, que desarticulou uma estrutura estabelecida para o tráfico internacional de drogas.
Cerca de 90 policiais cumprem 26 ordens judiciais, sendo 18 de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva e três de prisão temporária nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal.
Durante as investigações da Operação Spectrum, a PF desarticulou uma estrutura criminal criada visando o tráfico internacional de drogas. Esse esquema era comandado por Luiz Carlos da Rocha, mais conhecido como Cabeça Branco. Ele era tido como um dos maiores traficantes da América do Sul, tendo conexões em dezenas de outros países.

Doleiros

Por meio de nota, a PF informou hoje que as investigações demonstram “robustos indícios acerca do modus operandi [modo de operação] da organização criminosa, consistente na convergência de interesses das atividades ilícitas dos “clientes dos doleiros” investigados, pois de um lado havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas e de outro, traficantes internacionais como Luiz Carlos da Rocha possuíam disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para efetuar as transações internacionais com fornecedores de cocaína”.
Dois doleiros tinham atuação “concreta e direta” com o grupo criminoso. Ambos eram conhecidos desde a Operação Farol da Colina (caso Banestado) e na Lava Jato. De acordo com os investigadores, eles foram alvos de investigações pela mesma prática criminosa.
“Quanto ao operador financeiro (doleiro) já investigado da Operação Lava Jato, chama atenção o fato de ter retornando às suas atividades ilegais mesmo tendo firmado acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República e posteriormente homologado pelo Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal serão comunicados sobre a prisão do réu colaborador para avaliação quanto à “quebra” do acordo firmado”, diz a nota da PF.
Com a operação de hoje, a PF pretende reunir informações complementares da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes.
Agência Brasil

segunda-feira, 12 de março de 2018

Mulher é presa por tráfico de drogas na área central de Brasília

DF

De acordo com a Polícia Militar, a suspeita portava várias porções de crack e foi flagrada vendendo a droga para duas pessoas, que também foram encaminhadas à delegacia

Com a mulher foram encontradas porções de crack, além de R$ 150(foto: PMDF/Divulgação)

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) prendeu uma mulher, na madrugada deste domingo (11/3), após flagrá-la vendendo drogas na área central de Brasília. De acordo com a corporação, se trata de uma traficante conhecida na área, chamada de Galega. 

Uma equipe da PMDF identificou a ação no momento da negociação entre a suspeita e dois homens, na via S2, Asa Sul. Durante a abordagem foram encontrados com a mulher R$ 150 em dinheiro e várias porções de crack. Os dois indivíduos que compravam a droga também foram detidos. 

Segundo a corporação, apesar da atuação da traficante ser de conhecimento dos militares, a mulher nunca tinha sido flagrada por tráfico, pois atuava de modo a driblá-los. "Ela andava apenas com pequenas porções e escondia o restante da droga. Quando abordada pela Polícia Militar, a quantidade que levava consigo não configurava tráfico, apenas porte e uso de drogas", detalhou o Major Michello Bueno, chefe da comunicação da PMDF. 
Os três envolvidos foram encaminhados a 5ª DP (Área Central). A mulher foi autuada por tráfico de entorpecentes e os compradores por uso de de drogas. 

POR:Bruna Lima - Especial para o Correio

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE


terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Polícia do DF faz operação contra tráfico de drogas na Esplanada

DF

Investigação aponta que traficantes vendiam principalmente cocaína para servidores públicos e pessoas de alta renda que trabalham na Esplanada


Os edifícios da Esplanada dos Ministérios foram projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer

Os edifícios da Esplanada dos Ministérios foram projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer (Evaristo SA/AFP/VEJA)

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou nesta terça-feira (6), por intermédio da 5ª DP, a Operação Delivery, ação que ocorre após um ano de investigação que apura o tráfico de drogas na região Central de Brasília. Foram cumpridos diversos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em várias regiões do Distrito Federal.

Em nota, a Polícia Civil informou que os traficantes vendiam drogas, principalmente cocaína, para servidores públicos e pessoas de alta renda que trabalham na Esplanada dos Ministérios. A entrega de drogas era realizada, inclusive, em órgãos públicos Federais e do Distrito Federal.

Nesta primeira fase da operação, além do cumprimento de mandados, foram apreendidas porções de droga e dinheiro.
FONTE: VEJA.COM

quarta-feira, 26 de julho de 2017

BRASIL

Brasil tem 225 casos de tráfico 

de pessoas sendo investigados, 

aponta MPF

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Tráfico internacional de pessoas para fim de exploração sexual: Carina (nome fictício), foi traficada para Europa e Caribe - Edilson Dantas / O Globo - 06/04/2017
 
- Entre ações na Justiça, inquéritos policiais e investigações do Ministério Público Federal (MPF), há no Brasil 225 casos de tráfico de pessoas na mira das autoridades. Além disso, já houve 15 condenações judiciais. Em geral, segundo relatório produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2016, as principais vítimas desse tipo de crime são levadas para atividades como a exploração sexual e o trabalho forçado. Os números foram levantados pela Câmara Criminal do MPF. São 78 ações penais na primeira instância da Justiça Federal e outras 29 na segunda instância, nos Tribunais Regionais Federais (TRFs). Além disso, há 97 inquéritos policiais e 21 procedimentos investigatórios conduzidos pelo próprio MPF. Das 15 condenações, oito foram na primeira instância e sete na segunda.
São 78 ações penais na primeira instância da Justiça Federal e outras 29 na segunda instância - Edilson Dantas / O Globo - 06/04/2017

O relatório da ONU, citado pelo MPF, aponta ainda outros destinos para as vítimas de tráfico de pessoas, como casamentos forçados, produção de pornografia, remoção de órgãos, adoção ilegal, exploração da mendicância e até mesmo a formação de “milícias infantis” para atuar em conflitos armados. Ao todo, segundo a ONU, foram 5.800 vítimas na América do Sul entre 2012 e 2014, sendo que mais da metade para exploração sexual e cerca de um terço para trabalho forçado.
Em 30 de julho é celebrado o Dia Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Assim, órgãos públicos como o MPF e o Ministério da Justiça estão fazendo uma semana de mobilização em relação ao tema. Segundo o MPF, uma lei sancionada em outubro de 2016, conhecida como Marco Legal do Tráfico de Pessoas, significou um avanço no combate a esse tipo de crime no Brasil. Até então, o Código Penal Brasileiro era explícito apenas em criminalizar o tráfico de pessoa para fins de exploração sexual.
A nova lei define que é crime "agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; IV - adoção ilegal; ou V - exploração sexual". A pena prevista é de quatro a oito anos de prisão, mais multa, podendo ser aumentada pela metade dependendo do caso.
Números divulgados em abril pelo Ministério dos Direitos Humanos mostram que que chegaram até à ouvidoria do órgão no ano passado 133.061 denúncias de violações de direitos humanos, das quais 106 foram casos de tráfico de pessoas. Nessa amostra, a maioria das vítimas é de mulheres, em especial crianças e adolescentes.


Segundo as estatísticas do ministério, 45% são mulheres e 21% homens, enquanto o restante não tem o sexo informado. Também não há informação sobre a cor da maioria das vítimas: 15% são pretos e pardos, e 12% são brancos. Por faixa etária, 37% têm de 8 a 17 anos e 34% de 0 a 7 anos, ou seja, as crianças e adolescentes são os mais vulneráveis ao crime, na avaliação do Ministério dos Direitos Humanos.
Em relação às 106 denúncias, a pasta também divulgou em abril dados sobre os suspeitos de terem cometido o crime. Novamente, falta informação em boa parte dos casos. Em 50% deles, não há dados sobre quem são os suspeitos. Em 20% dos casos, são pessoas desconhecidas das vítimas; em 17% são as mães; em 4% os pais; em 3% os avós; em 2% familiares de 2º grau; em 1% irmão ou irmã; e em 4% pessoas com outros tipos de vínculo com as vítimas.
Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, foram recebidas 698 denúncias ao longo dos últimos anos: 26 em 2011; 105 em 2012; 218 em 2013; 122 em 2014; 121 em 2015; além das 106 em 2016. A maioria das denúncias que chegam até a pasta é encaminhada a outros órgãos, como o Ministério Público, o Conselho Tutelar, a Polícia Federal, e delegacias de polícia.

Fonte: O Globo



 
 
 
 
 

terça-feira, 18 de julho de 2017

SEGURANÇA DF

Operação de segurança da PMDF 

 prende sete pessoas no fim de 

semana

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Foto: Kléber Lima


Regiões como Águas Claras, Taguatinga e Areal receberam, durante todo o fim de semana, policiamento ostensivo especial como parte da operação Saturação. O 17º Batalhão de Polícia Militar de Águas Claras foi o responsável pelas ações com o apoio de unidades de Taguatinga e de Samambaia. Os moradores, que se sentem inseguros, comemoraram o ocorrido.


Ao todo, foram 150 militares envolvidos e mais de 50 viaturas. Para o subcomandante do 17º BPM, capitão Wagner, a operação busca trazer mais segurança para a população e deve continuar em outros momentos, já que se mostrou eficiente.
O balanço da operação é de apreensão de duas armas de fogo calibre 38, recuperação de um veículo roubado e sete presos em flagrante, entre eles, três por furto a comércio, um por violência contra a mulher e um por estelionato. Um menor também foi apreendido, além de mais de 300 pessoas abordadas em atitude suspeita.


Insegurança
O JBr. acompanhou o trabalho da PMDF durante abordagens no Areal, na tarde de ontem, quando foi apreendida porção de maconha. Um morador da Quadra 6, que não quis se identificar, diz que a criminalidade é intensa e que, para ter segurança, precisou colocar grades em todas as janelas da casa.
O medo é de ocorrer o mesmo que em uma casa na rua de baixo da dele. A dona da casa viajou e a residência foi furtada. Levaram até os móveis. O homem, que mora no Areal há mais de 30 anos, acredita que essas operações ajudam a trazer mais tranquilidade ao local que, segundo ele, é dominado pelo tráfico.


Jornal de Brasília

sexta-feira, 14 de julho de 2017

HOMICÍDIOS



Cidades latino-americanas lideram taxas de homicídios no mundo



Desigualdade social, urbanização não planejada, políticas antidrogas falhas, impunidade, disponibilidade de armas e cultura machista. Esses são alguns dos fatores que contribuem para que cidades latino-americanas liderem ranking mundial de homicídios, segundo especialistas.
A América Latina e o Caribe concentram apenas 8% da população global, mas respondem por mais de 33% dos homicídios do mundo, de acordo com o Observatório de Homicídios, do Instituto Igarapé. Quatorze dos 20 países com as maiores taxas de assassinato globalmente estão localizados na região. Leia a reportagem completa.
Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva
Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva

Desigualdade social, urbanização não planejada, políticas antidrogas falhas, impunidade, disponibilidade de armas e cultura machista. Esses são alguns dos fatores que contribuem para que cidades latino-americanas liderem ranking mundial de homicídios, segundo especialistas.
Em 2015, ocorreram estimados 468 mil homicídios no mundo, sendo que a região das Américas concentrou as maiores taxas globalmente, de 32,9 para cada 100 mil habitantes, apontou relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Honduras tem o maior índice da região, com 85,7 assassinatos para cada 100 mil habitantes, seguida por El Salvador (63,2), Venezuela (51,7), Colômbia (48,8) e Belize (37,2). O Brasil aparece em nono lugar, 30,5 homicídios para cada 100 mil habitantes. Como comparação, Canadá e Estados Unidos têm índices muito inferiores, de 1,8 e 5,3, respectivamente.
A América Latina e o Caribe concentram apenas 8% da população global, mas respondem por mais de 33% dos homicídios do mundo, de acordo com o Observatório de Homicídios, do Instituto Igarapé. Quatorze dos 20 países com as maiores taxas de homicídio do mundo estão localizados na região.
“O homicídio na América Latina não é monocausal. Não ocorre em função de um só fator de risco”, disse ao Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio) o especialista em segurança e desenvolvimento e um dos fundadores do Instituto Igarapé, Robert Muggah.
“No entanto, alguns fatores se destacam (…). A América Latina tem altas taxas de desigualdade. As cidades são extremamente desiguais, e há forte associação entre desigualdade e violência”, completou.
Em maio, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) mostrou que o ritmo de declínio da desigualdade nos países latino-americanos desacelerou entre 2012 e 2015, enquanto os níveis atuais permanecem muito altos para alcançar o desenvolvimento sustentável.
O coeficiente de Gini para os rendimentos pessoais em 2015 mostrou um valor médio de 0,469 para 17 países da região (0 representa ausência de desigualdade e 1 desigualdade máxima), um nível considerado elevado quando comparado a outras regiões do mundo.
Para o sociólogo Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), questões estruturais como pobreza e desigualdade contribuem para a violência, mas há exceções.
No caso da América Latina, existem países de baixa renda como a Bolívia, por exemplo, que registram altas desigualdades e baixas taxas de homicídio (13,6 a cada 100 mil habitantes, segundo o relatório da OMS).
É nesse ponto que outros fatores passam a fazer diferença. Muggah, do Igarapé, cita o processo de urbanização rápido e desordenado de grandes cidades latino-americanas. “Há altos índices de ‘periferização’, informalidades, favelas. Isso cria uma desorganização social que reproduz violência. Quando há crescimento estável, há menos taxas de violência”, declarou.
Outros fatores comuns a países da região é a violência perpetuada pelo Estado. Segundo Muggah, por conta de longos períodos de ditadura militar, as forças policiais são treinadas para reprimir fortemente, enquanto ao mesmo tempo há altos índices de impunidade.
“Quando os crimes ocorrem, raramente são resolvidos. (…) O custo do crime é muito baixo. Quando há esses níveis de impunidade, o que acontece é que socialmente se criam normas que legitimam a violência.”
Ignacio Cano, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foto: Juan Manuel Herrera/OAS
Ignacio Cano, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foto: Juan Manuel Herrera/OAS

Aumento dos homicídios no Brasil

De acordo com o Mapa da Violência 2016, o Brasil teve 42,2 mil homicídios por arma de fogo em 2014, uma alta de quase 600% frente a 1980. Mesmo considerando o avanço populacional no período, que segundo o relatório foi de 65%, trata-se de um aumento alarmante.
A evolução não foi uniforme ao longo dos anos. A partir do pico de 36,1 mil mortes registrado em 2003, esse número caiu para cerca de 34 mil entre 2004 e 2007, baixa atribuída ao Estatuto e à Campanha do Desarmamento, iniciados em 2004.
A partir de 2008, no entanto, os números voltaram a subir para 36 mil mortes anuais, crescimento que se acelerou principalmente depois de 2012. Segundo o Mapa da Violência, as políticas de desarmamento sofreram interrupções ao longo dos últimos anos e não foram complementadas com outras estratégias e reformas necessárias para reverter esse cenário.
O Mapa da Violência mostrou ainda que o perfil das vítimas é majoritariamente jovem. Do total de pessoas assassinadas por arma de fogo em 2014, mais de 25 mil tinham entre 15 e 29 anos, um aumento de quase 700% frente aos anos 1980.
O relatório também apontou fortes desigualdades raciais no país. Sem distinção por faixa etária, de 2003 a 2014, os homicídios por arma de fogo tiveram queda de 27,1% entre a população branca, enquanto aumentaram 9,9% entre a população negra no mesmo período.
Estimativas citadas pelo Mapa da Violência dão conta de que do total de assassinatos, apenas entre 5% e 8% são devidamente apurados.

Acesso a armas

O fácil acesso a armas é indicado pelos especialistas como uma das causas para as altas taxas de homicídio no país e em outros países da América Latina. Apesar de não haver dados oficiais, estimativas do Mapa da Violência dão conta de um total de 15,2 milhões de armas em poder da população brasileira, sendo 6,8 milhões registradas e 8,5 milhões não registradas. Do total não registrado, 3,8 milhões estariam nas mãos de criminosos.
Ignácio Cano, da UERJ, lembra que a maior parte dos homicídios é cometida com armas curtas, e afirma ser um mito a teoria de que tais armas cheguem ao país pelo tráfico internacional. Segundo ele, a maior parte das armas em circulação é fabricada no Brasil.
“Não é a disponibilidade de armas apenas. É a incapacidade de ter regulações básicas. Temos muitas armas ilegais. Em outras partes do mundo, há tantas armas, e não ocorre isso”, disse Muggah, do Igarapé, sobre os países latino-americanos.
Para ele, as políticas antidrogas proibicionistas e repressivas adotadas pelos Estados da região têm impulsionado a violência. “Quando há políticas que sancionam o uso de violência para combater cartéis, você tem confrontação violenta”, declarou. “O que precisamos fazer não é ir atrás das drogas, mas dos grupos criminosos. Indo atrás das drogas, o que fazemos é aumentar o lucro dos produtores”.

Cultura machista

Outro fator que contribui para o recrudescimento da violência nos países latino-americanos é a cultura machista, de acordo com Muggah. Segundo o Mapa da Violência de 2015, o Brasil tem uma taxa de 4,8 assassinatos para cada 100 mil mulheres, ocupando a quinta posição em um ranking de 83 nações.
Nos países da América Latina e do Caribe, ao menos 12 mulheres são vítimas de feminicídio todos os dias, segundo a CEPAL, que citou uma série de riscos — como violência, pobreza e trabalho precário — aos quais as mulheres da região estão mais suscetíveis do que os homens.
“A cultura machista sanciona a violência baseada em gênero. Passa a ser aceitável homens baterem em mulher. Isso está mudando, mas ainda temos essas altas taxas de violência contra as mulheres na região”, disse Muggah.
Robert Muggah, do Instituto Igarapé. Foto: Divulgação
Robert Muggah, do Instituto Igarapé. Foto: Divulgação

Campanha Instinto de Vida

Diante de uma realidade regional estarrecedora, mais de 30 organizações da sociedade civil latino-americana lançaram este ano a Campanha Instinto de Vida, cujo objetivo é impulsionar medidas para reduzir pela metade a violência letal na região em 10 anos.
A campanha — que no Brasil tem como membros Instituto Igarapé, Instituto Sou da Paz, Nossas e Observatório de Favelas, e como associados Anistia Internacional Brasil, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Visão Mundial e Instituto Fidedigna — também tem o objetivo de promover compromissos claros dos governos locais com o tema.
“É uma campanha que junta duas estratégias: mobilização, ou seja, mobilizar cidadãos para provocarem pressão; e incidência política, aproximar-se de autoridades para fornecer apoio técnico necessário para adoção de políticas públicas baseadas em evidências”, explicou Dandara Tinoco, especialista em comunicação do Instituto Igarapé e coordenadora da iniciativa, lançada no Brasil em maio.
Um relatório preliminar com propostas de políticas públicas para a redução dos homicídios nos países latino-americanos já foi publicado pela campanha.
Entre as sugestões, estão medidas de mediação de conflitos, prevenção à reincidência, programas de intervenção urbana, regulação de armas e munições e estratégias de redução do impacto do mercado de drogas.
Outras propostas incluem fortalecer a capacidade do sistema de justiça para esclarecer os homicídios e da polícia, de forma a melhorar sua relação com as comunidades. O relatório também lembra a importância das políticas sociais inovadoras que promovam o crescimento e a inclusão dos mais pobres e o desenvolvimento equitativo.
Segundo Dandara, as organizações promovem reuniões periódicas para entender quais são as semelhanças e as diferenças do cenário de violência nos países latino-americanos.
“Entendemos que os que decidem vão customizar as propostas em suas políticas de acordo com cada país. (…) É fundamental que tenhamos organizações que atuem em cada um desses países, para que possam fazer essas adaptações”, completou.
“O próximo passo é conversar com esses diferentes representantes para mostrar o quão importante é adotar essas políticas públicas”, disse ela. “Temos a perspectiva de que autoridades assinem os compromissos públicos, assim como valores da campanha”, concluiu.


Fonte: ONU