Apenas
em 2017, gripe já causou a
morte de 22 pessoas no Distrito
Federal
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Dados do Ministério da Saúde correspondem a óbitos pela síndrome respiratória aguda grave e se referem até 15 de julho Imagem: Reprodução
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Todo inverno a regra é a mesma: a temperatura abaixa e a circulação de
vírus aumenta. A capital federal, segundo dados do Ministério da Saúde,
registou, neste ano, 22 mortes por síndrome respiratória aguda grave
(SRAG) — uma complicação da gripe — e 334 infecções. No Brasil, são
14.180 contaminações e 1.726 óbitos. Os dados foram divulgados no fim da
tarde de ontem, mas correspondem até 15 de julho. A friagem vem
acompanhada do alerta de prevenção. A procura por atendimento nas
emergências da rede pública aumentaram cerca de 40%.
Uma das preocupações da Secretaria de Saúde é a baixa adesão de
grupos vulneráveis que não se vacinaram contra a doença. O DF atingiu a
meta e imunizou 90,4% do público-alvo, de 687.155 pessoas. Ao todo,
92.602 que não faziam parte de nenhum grupo alvo tomaram a vacina. No
balanço final da campanha, foram vacinadas 621.171 pessoas dos grupos
prioritários. Entretanto, quatro parcelas prioritárias não chegaram ao
índice. Mais de 65 mil crianças entre 6 meses e 4 anos deixaram de tomar
as doses. Isso significa que 35,6% dessa população não está protegida.
Essa faixa etária é a mais acometida com o mal.
O
que deixa a situação mais confortável, porém, não descarta cuidados. É
que o vírus H1N1 não contaminou nenhum paciente na cidade. Aqui, os
micro-organismos que mais atacam são o Vírus Sincicial Respiratório
(VSR), o H3N2, o Metapneumovírus, o Adenovírus e o Influenza B. O VSR
infectou uma gestante de 31 anos, que chegou a ser hospitalizada, mas,
com tratamento, acabou curada.
Os números
disponibilizados pelo Executivo local estão menos atualizados e diferem
dos registrados pelo Ministério da Saúde. As informações mais recentes
da Secretaria de Saúde correspondem até 25 de junho. A Vigilância
Epidemiológica notificou 363 casos de SRAG e três mortes. Os pacientes
viviam em Riacho Fundo, no Itapoã e em Samambaia. Sudoeste, Ceilândia e
Taguatinga concentram as infecções.
Cuidados
O
clima frio favorece a proliferação dos vírus e, com as temperaturas
baixas, as pessoas ficam aglomeradas ou confinadas em ambientes
fechados. Espirros e tosses favorecem a transmissão. “Nesta época, é
preciso manter boa alimentação, hidratação adequada, uso de agasalhos e
regras de higiene, como lavagem das mãos e evitar tocar boca e nariz”,
explica Ricardo de Melo Martins, especialista em doenças pulmonares e
infecções respiratórias da Universidade de Brasília (UnB). O médico
destaca que é preciso estar atento a sinais como febre, mal-estar,
fadiga e dores pelo corpo. “Logo no início dos sintomas, é preciso
buscar ajuda médica”, completa.
Ninguém da
Secretaria de Saúde quis comentar os dados. No Boletim Epidemiológico de
Gripe, a pasta ressalta que o tratamento para a doença está disponível e
que há unidades de vigilância sentinela nos hospitais. As autoridades
sanitárias destacam, ainda, que a situação é normal e que monitora a
situação. “Todos os casos internados em unidade terapia intensiva (UTI)
devem ser notificados e coletadas amostras clínicas para identificação
viral”, destaca o texto.
O
boletim emitido pelo Ministério da Saúde destaca que as secretarias de
Saúde devem disponibilizar aos hospitais públicos e privados o Protocolo
de Tratamento de Influenza, sobretudo para os pacientes com fatores de
risco, como outras doenças e divulgar à população as medidas
preventivas. “(Os gestores devem) notificar e tratar todos os casos e
óbitos suspeitos que atendam a definição de caso de SRAG,
independentemente de coleta ou resultado laboratorial”, ressalta o
documento.
Fonte: CB