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sabem?

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As medidas têm
potencial para reforçar o caixa público em, pelo menos, R$ 35,5
bilhões Marcos Santos | USP
Imagens | Fotos Públicas
Para fechar o Orçamento de 2018, a equipe econômica trabalha com
um pacote de aumento de impostos que deve atingir principalmente os
contribuintes com renda mais alta. Se adotadas em conjunto, as
medidas têm potencial para reforçar o caixa em, pelo menos, R$ 35,5
bilhões.
Entre as propostas em estudo está a criação de uma alíquota de
30% ou 35% de Imposto de Renda para quem ganha mais de R$ 20 mil
mensais, o que poderia garantir até R$ 4 bilhões a mais para os
cofres públicos. Já a tributação de lucros e dividendos poderia
render ao menos R$ 15 bilhões em 2018.
Com o fim da isenção do Imposto de Renda sobre as LCA (Letra de
Crédito do Agronegócio) e LCI (Letra de Crédito Imobiliário),
conforme informou o Estadão/Broadcast na semana passada, serão
injetados outros R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões na arrecadação. Uma
revisão da tributação dos fundos de investimento imobiliário, que
hoje são isentos da cobrança do Imposto de Renda sobre o ganho de
capital, também está em análise. Além disso, investidores
estrangeiros, que têm isenção para investir no mercado financeiro,
podem perder essa vantagem.
O Ministério da Fazenda prepara um cardápio de propostas para
apresentar ao presidente Michel Temer, que vai analisar a viabilidade
política de encaminhá-las ao Congresso. Não significa que todas
serão adotadas.
No caso da tributação sobre distribuição de dividendos, há
resistências, dentro e fora do governo, especialmente de grupos
empresariais. Mas a medida tem o apoio da Receita. Para entrar em
vigor, é necessário aprovar um projeto de lei ordinária.
Algumas das propostas já foram levadas ao presidente durante a
discussão que norteou a decisão do bloqueio adicional de R$ 5,9
bilhões no Orçamento deste ano junto com a alta de PIS/Cofins que
incidem sobre combustíveis, mas ficaram para ser inseridas na
discussão do Orçamento de 2018.
O consenso na equipe econômica é de que, sem novos aumentos de
tributos, as contas não fecham no ano que vem. Depois da elevação
de PIS/Cofins, os técnicos avaliam propostas que elevam a tributação
para o chamado "andar de cima" como forma de obter apoio
popular. As medidas precisam ser aprovadas este ano pelo Congresso
para entrar em vigor em 2018 porque o governo não tem mais espaço
para elevar tributos por meio de decreto, ou seja, sem a necessidade
de aprovação pelos parlamentares.
Integrantes da área econômica também querem apresentar nova
proposta para tributação de heranças e doações. Uma proposta
desse tipo foi apresentada pela ex-presidente Dilma Rousseff, mas não
vingou. Também está em discussão o congelamento ou correção
menor da tabela para 2018 (hoje, escapa do Imposto de Renda quem
ganha salário de até R$ 1.903). Embora difícil de ser aprovada
politicamente, essa medida poderia diminuir em R$ 2,5 bilhões a
perda de arrecadação no ano que vem.
As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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