Mostrando postagens com marcador ESTADOS UNIDOS. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ESTADOS UNIDOS. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

MUNDO

EUA têm 11 mil soldados no 

 Afeganistão, cifra acima do 

previsto

 

https://s2.glbimg.com/y8U-SFPtKMyMEyoPoPjunOZHW40=/0x0:1700x1065/1000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/T/w/IAlPSGTSiyV8Sw4mr6jQ/afghan-taliban-trump-fran.jpg
Soldados dos EUA e Afeganistão são vistos perto da vila de Asad Khil, ao leste de Cabul, em foto de 17 de abril (Foto: AP Photo/Rahmat Gul)

O Pentágono aumentou consideravelmente nesta quarta-feira (30) a estimativa do número de militares americanos que estão atualmente no Afeganistão, antes da decisão do presidente Donald Trump de enviar milhares de soldados em sua nova estratégia para o país em guerra.
O diretor-geral do Pentágono, o tenente-general Kenneth McKenzie, afirmou que uma revisão mostrou que há aproximadamente 11.000 militares americanos no Afeganistão, em comparação à cifra de 8.400 soldados usada desde o ano passado.
A nova contagem, que inclui unidades temporárias, secretas e forças regulares, foi feita para estabelecer as bases para o aumento das tropas - possivelmente em cerca de 4.000 - como parte da nova estratégia de Trump para apoiar os militares afegãos na luta contra o Talibã.
Mas McKenzie não informou quantos novos soldados serão enviados.
O secretário de Defesa, Jim Mattis, "ainda não tomou essa decisão", disse, acrescentando que as ordens de mobilização ainda não foram emitidas.
McKenzie disse que quando o ex-presidente Barack Obama fixou em julho de 2016 um teto de 8.400 soldados no Afeganistão, os comandantes militares tiveram dificuldades para dispersar unidades completas, o que provocou "consequências imprevistas". Além disso, unidades temporárias e clandestinas não foram contabilizadas.
A nova estimativa foi revelada quase duas semanas após Trump e seu alto comando militar decidirem aumentar a presença de soldados americanos no Afeganistão para pressionar o Talibã e outros grupos extremistas. 

AFP

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

MUNDO

Líder norte-coreano prepara seu exército para o ataque, 'se necessário'


Ele teria sido informado de que os EUA fariam um teste com mísseis em Guam

Líder norte-coreano prepara seu exército para o ataque, 'se necessário'©  Mandatory credit Kyodo/via REUTERS 

Olíder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou que seu exército ficasse a postos a partir da madrugada desta terça (hora local).
Segundo informações da agência estatal da Coreia do Norte, Kim teria recebido a informação de seus militares de que os Estados Unidos fariam um teste de mísseis no território de Guam, que pertence ao país norte-americano e foi ameaçado por Kim na última semana.

NOTÍCIAS AO MINUTO

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

MUNDO



Coreia do Norte confirma plano para atacar Guam com mísseis





O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un (Foto: Carlo Allegri/Reuters; KCNA/via Reuters)


 A Coreia do Norte confirmou nesta quinta-feira (10) que planeja disparar quatro mísseis contra a ilha americana de Guam, no Pacífico, alegando que apenas a força faz sentido para o presidente americano, Donald Trump.

"Um diálogo sensato é impossível com um sujeito assim, desprovido de razão, e com ele só funciona a força absoluta", indicou a agência estatal KCNA, citando o general norte-coreano Kim Rak-gyom.
A ameaça ocorre após os Estados Unidos advertirem os norte-coreanos, na quarta (9), de que o país está arriscando a sua "destruição" se continuar com o programa armamentista. Trump destacou o poder nuclear americano diante da crescente inquietação internacional, um dia depois de prometer "fogo e fúria" a Pyongyang "como o mundo nunca viu".
"Espero que nunca tenhamos que usar esse poder", acrescentou Trump, após a sua advertência sem precedentes ao governo de Kim Jong-un, que ameaça atacar o território americano com mísseis nucleares.Longe de apaziguar a situação, o secretário americano de Defesa, Jim Mattis, pediu que a Coreia do norte "detenha" o desenvolvimento de armas nucleares e pare de fomentar ações que levem "ao fim de seu regime e à destruição de seu povo".
Em sintonia com os tuítes de Trump, o chefe do Pentágono minimizou o poderio militar de Pyongyang, afirmando que "perderia qualquer corrida armamentista ou conflito que começasse" com os EUA.
A repercussão dos tuítes de Trump e de sua incendiária declaração de terça-feira (8) de seu clube de golfe em Nova Jersey, onde está de férias, afetaram a queda do dólar, as principais bolsas mundiais e despertaram inquietações.
Nesta quinta, o Japão afirmou que "jamais poderá tolerar as provocações" de Pyongyang. "Apelamos firmemente à Coreia do Norte para que leve a sério as reiteradas advertências da comunidade internacional, acate as resoluções da ONU e se abstenha de realizar novas provocações", disse o porta-voz do governo japonês Yoshihide Suga.
O funcionário japonês destacou que "é muito importante manter o poder de dissuasão americano diante da gravidade da situação de segurança na região".
Na véspera, a China exortou que se evitem "as palavras e os atos suscetíveis" de agravar a situação, enquanto Berlim pediu "moderação" às partes. A França, no entanto, elogiou a "determinação" de Trump ante Pyongyang.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, se mostrou "preocupado", e pediu por meio de seu porta-voz que reduzam as tensões e apelem para a diplomacia.
A pedido de Washington, a Organização das Nações Unidas endureceu há alguns dias as sanções contra Pyongyang por seu programa nuclear, que poderia custar ao governo norte-coreano um bilhão de dólares anuais.
 (Foto: Editoria de Arte/G1)(Foto: Editoria de Arte/G1) (Foto: Editoria de Arte/G1)

"Não há para onde correr"

Os Estados Unidos descartam uma "ameaça iminente" para Guam, um estratégico enclave militar, onde conta com 6.000 soldados, e outros objetivos, confiando que a pressão diplomática irá prevalecer.
"Acho que os americanos devem dormir bem, sem nenhuma preocupação sobre esta particular retórica dos últimos dias", disse o chefe da Diplomacia americana, Rex Tillerson, após justificar a "mensagem forte" do presidente Trump "em uma linguagem que Kim Jong-un pode compreender".
Sobre o fato de os comentário de Trump surpreenderem o seu círculo mais próximo, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que o Conselho de Segurança Nacional e outros funcionários sabiam que "o presidente iria responder [...] com uma mensagem forte em termos inequívocos".
A remota e paradisíaca ilha de Guam, de apenas 550 km2 e onde vivem 162.000 pessoas, em sua maioria dedicados ao turismo, permanecia calma nesta quarta-feira diante da ameaça norte-coreana. O governador, Eddie Calvo, minimizou os atos de Pyongyang, mas assinalou que o território está "preparado para qualquer eventualidade".
Vista aérea de Guam (Foto: Marinha dos EUA via Reuters)Vista aérea de Guam (Foto: Marinha dos EUA via Reuters)Vista aérea de Guam (Foto: Marinha dos EUA via Reuters)
"Não é que haja algo que possamos fazer realmente, esta é uma ilha pequena, não há para onde correr", disse o morador James Cruz, da capital Hagåtña.

Rápido avanço

A retórica de Trump tem apresentado uma escalada em relação a Pyongyang, após dois testes bem-sucedidos de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) por parte do governo de Kim Jong-un.
O primeiro teste, descrito pelo líder norte-coreano como um presente aos "bastardos americanos", mostrou que o dispositivo poderia alcançar o Alasca. O segundo sugeriu que poderia chegar até Nova York.
Na terça-feira, o jornal "The Washington Post" relatou que a Coreia do Norte teria a capacidade de colocar pequenas ogivas nucleares nestes mísseis, segundo um relatório da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, em inglês).
O jornal americano também assinalou que outra avaliação da Inteligência considerou que a Coreia do Norte tem agora até 60 armas nucleares, mais do que se pensava.
Alguns especialistas asseguram que Pyongyang ainda deve superar obstáculos técnicos, em especial para conseguir fazer uma miniatura de uma ogiva nuclear para introduzi-la com sucesso em um míssil.
Mas apesar das discrepâncias, todas estão de acordo que a Coreia do Norte avança rapidamente em sua corrida de armas nucleares desde a chegada de Kim Jong-un ao poder, em dezembro de 2011.


AFP

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

MUNDO



Canadá instala tendas para refugiados haitianos vindos dos EUA na fronteira

Membros das Forças Armadas do Canadá montam tendas para solicitantes de asilo na fronteira entre o Canadá e os EUA em Lacolle, Quebec, na quarta (9) (Foto: Graham Hughes/The Canadian Press via AP)

O Exército de Canadá começou a instalar tendas nesta quarta-feira (9) perto de sua fronteira para dar apoio à onda de refugiados haitianos que estão chegando ao país com medo de serem expulsos dos Estados Unidos.

As tendas na cidade de Saint-Bernard-de-Lacolle, a 60 quilômetros ao sul de Montreal, têm energia elétrica e sistema de calefação. Elas vão acomodar temporariamente até 500 refugiados, disse o Exército em um comunicado.

A medida foi adotada após uma reunião do chanceler haitiano, Antonio Rodrigue, e a ministra para os haitianos morando no exterior, Stephanie Auguste, com a responsável de Imigração do Quebec, Kathleen Weil, para discutir o fenômeno e as necessidades dos solicitantes de refúgio do país chegando ao Canadá.
Muitos desses refugiados já moram há anos nos Estados Unidos, mas temem ser expulsos após o presidente Donald Trump anunciar que não vai estender o visto temporário que tinha sido concedido a 60 mil haitianos, afetados por um devastador terremoto na ilha em 2010. Esse status especial vai expirar no fim deste ano.

Desde julho, mais de 2.500 haitianos saíram dos Estados Unidos e buscaram refúgio no Canadá, cruzando à pé a fronteira com a província francófona do Quebec.
O estádio olímpico de Montreal está sendo usado para alojar alguns dos recém-chegados e um hospital fechado será reaberto para acomodar mais refugiados.

G1

quinta-feira, 27 de julho de 2017

MUNDO


Cientistas chineses criam o maior universo virtual do mundo


https://abrilexame.files.wordpress.com/2017/07/thinkstockphotos-623431736-e1501178212235.jpg?quality=70&strip=info&w=680&h=453&crop=1
Virtual: o universo virtual é cinco vezes maior que o até agora considerado maior (liuzishan/Thinkstock)
 Auxiliados pelo supercomputador mais veloz do planeta, o Sunway TaihuLight, cientistas chineses conseguiram criar o maior universo virtual nunca antes alcançado, informou nesta quinta-feira o jornal “South China Morning Post”.
Este universo foi criado por meio de uma hora de cálculos do computador em sua máxima potência, usando 10 milhões de processadores multinúcleo, e criando com isso 10 trilhões de partículas digitais que, segundo os cientistas, reproduzem o nosso universo nos seus períodos mais jovens.
“Conseguimos chegar ao momento em que tinham transcorrido 10 milhões de anos desde o Big Bang, uma etapa muito jovem do universo (que atualmente tem 1,3 bilhão de anos) em que a maioria das galáxias ainda não tinham nascido”, destacou o professor Gao Liang, do Observatório Astronômico Nacional.
Este universo virtual é cinco vezes maior que o até agora considerado maior, gerado no mês passado por astrofísicos na Universidade de Zurique (Suíça).
A recriação pode ajudar a investigar questões como a natureza e extensão da matéria escura, um dos grandes enigmas científicos do momento.
Além disso, também pode servir como “mapa” para o maior radiotelescópio do mundo, o FAST, que também está na China e foi inaugurado no ano passado na província central de Guizhou.
O supercomputador Sunway TaihuLight, com base na cidade chinesa de Wuxi, é considerado o mais rápido do mundo desde o ano passado, segundo a lista Top500.
Com uma velocidade de 93 petaflops, é três vezes mais potente que o Tianhe 2, o segundo mais rápido do mundo, também na China.
As recriações de universos virtuais para estudos físicos começaram na década de 1970 e então eram criados com apenas milhares de partículas digitais. Apenas em anos recentes se superou o patamar do trilhão de partículas por meio de supercomputadores de países como Estados Unidos, Japão e China.
A expectativa é que os chineses consigam em breve maiores avanços neste campo, dado que o país desenvolve uma nova geração de supercomputadores até 10 vezes mais rápidos que o Sunway TaihuLight, que poderiam começar a funcionar no final desta década.

EFE

quarta-feira, 26 de julho de 2017

ECONOMIA


Bovespa recua em dia de 

decisão sobre juros nos 

EUA e Brasil

Resultado de imagem para Bovespa recua em dia de decisão sobre juros nos EUA e Brasil

Na véspera, o índice terminou o pregão com avanço de 0,87%, aos 65.667 pontos.Foto: Reprodução




O principal índice da bolsa brasileira opera em baixa nesta quarta-feira (26), em dia de decisão sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, mais tarde, e em meio ao noticiário corporativo agitado. O movimento é de realização de lucros (vender ações para lucrar) após dois dias seguidos de alta.
Às 16h42, o Ibovespa caía 0,92%, aos 65.063 pontos. Veja a cotação.
Perto do mesmo horário, as ações da JBS estavam entre as maiores altas dentro do Ibovespa e subiam mais de 7% após a empresa fechar acordos com credores bancários na véspera. A empresa informou que conseguiu preservar suas linhas de créditos que representam 93% do valor devido pela companhia e por sua divisão de couros.
As ações da Renner caíam mais de 3%, após a empresa divulgar seus resultados financeiros do segundo trimestre. A maior varejista de moda do Brasil teve alta de 10,7% no lucro líquido do segundo trimestre, mostrando um avanço na área de produtos financeiros, mas queda na margem de varejo.

Véspera

O índice fechou em alta nesta terça-feira (25), amparado nos ganhos de commodities que impulsionavam as ações da Vale e da Petrobras. O Ibovespa terminou o pregão em avanço de 0,87%, aos 65.667 pontos. 

Fonte: G1




terça-feira, 25 de julho de 2017

MUNDO

Brasileiros dizem que foram 

mantidos como 'escravos' por 

igreja dos EUA

Investigação da AP revela que a igreja Word of Faith Fellowship, na Carolina do Norte, usou congregações no Brasil como fornecedoras de jovens que eram forçados a trabalhar por baixa ou nenhuma remuneração

https://s2.glbimg.com/qbabzUvgEfxDQ52FLImtaAP7NFA=/0x149:2000x1601/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/o/N/FvTSBFRDyjpdvOixdqjg/andre-oliveira.jpg
Imagem de arquivo mostra Andre Oliveira em Spindale, nos EUA, onde disse que foi obrigado a trabalhar 15 horas por dia sem salário (Foto: AP Photo/Mitch Weiss)    


Quando Andre Oliveira respondeu a um chamado para deixar sua congregação vinculada à Word of Faith Fellowship (Associação Palavra da Fé) no Brasil e mudar para a igreja mãe na Carolina do Norte (EUA), teve seu passaporte e dinheiro confiscados pelos líderes da igreja – para proteção, disseram.
Então com 18 anos e preso em um país estrangeiro, ele disse que foi forçado a trabalhar 15 horas por dia, geralmente sem remuneração, primeiro limpando casas para a igreja evangélica secretamente e depois trabalhando nas propriedades dos ministros sêniores. Ele conta que qualquer desvio nas regras os colocava sob a ira dos líderes da igreja, com punições variando de espancamentos a humilhações no púlpito.
"Eles nos traficaram para cá. Eles sabiam o que estavam fazendo. Eles precisavam de mão de obra, e nós éramos mão de obra barata – bom, mão de obra gratuita”, diz Oliveira.
Uma investigação da Associated Press revela que a Word of Faith Fellowship usou seus dois ramos da igreja na maior nação da América Latina como sifão de um fluxo contínuo de jovens trabalhadores, que tinham vistos de turistas ou estudantes, para a sua propriedade de 35 acres na zona rural de Spindale.
Segundo as leis dos EUA, os visitantes com visto de turista são proibidos de realizar um trabalho pelo qual as pessoas normalmente seriam remuneradas. As pessoas com visto de estudantes têm permissão para alguns trabalhos, em circunstâncias que não correspondem às que aconteciam na Word of Faith Fellowship, conforme a AP descobriu.
Em pelo menos uma ocasião, os membros antigos alertaram as autoridades. Em 2014, três ex-congregantes disseram a uma procuradora assistente dos EUA que os brasileiros estavam sendo forçados a trabalhar sem remuneração, de acordo com um registro obtido pela AP.
"E eles espancaram os brasileiros?", perguntou Jill Rose, agora procuradora dos EUA em Charlote. 


"Não há dúvidas", respondeu um dos congregantes antigos. Os ministros "na maioria das vezes traziam eles para cá para trabalho gratuito", disse outro.
Embora Rose pudesse ser ouvida prometendo investigação, os membros antigos disseram que ela nunca respondeu quando eles repetidamente tentavam contato nos meses que antecediam à reunião.
Rose se recusou a falar do assunto com a AP, citando uma investigação em andamento.
Oliveira, que abandonou a igreja no ano passado, é um dos 16 membros antigos brasileiros que contaram à AP que foram forçados a trabalhar, frequentemente sem remuneração, e foram agredidos física ou verbalmente. A AP também analisou uma série de relatórios policiais e queixas formais apresentadas no Brasil sobre as condições adversas da igreja.

'Éramos descartáveis'

"Eles nos mantinham como escravos", disse Oliveira, pausando às vezes para secar as lágrimas. "Nós éramos descartáveis. Não significávamos nada para eles. Nada. Como podem fazer aquilo com pessoas – declarar seu amor a elas e depois bater nelas em nome de Deus?"
Os brasileiros frequentemente falavam pouco inglês quando chegavam e muitos tiveram seus passaportes apreendidos.
Membros antigos contaram que muitos homens trabalharam no setor de construção; muitas mulheres trabalharam como babás e na escola K-12 da igreja. Uma ex-congregante do Brasil disse à AP que ela tinha apenas 12 anos quando teve que trabalhar pela primeira vez.
Embora os agentes da imigração nos dois países disseram ser impossível calcular o volume do fluxo de humanos, pelo menos várias centenas de jovens brasileiros migraram para a Carolina do Norte nas últimas duas décadas, com base nas entrevistas com os membros antigos.

Anos de abuso

As revelações de trabalho forçado são as mais recentes de uma investigação em andamento da AP que expõe anos de abuso na Word of Faith Fellowship. Com base em entrevistas exclusivas com 43 membros antigos, documentos e registros secretos, a AP divulgou em fevereiro que os congregantes eram regularmente golpeados, surrados e sufocados para que fossem "purificados" dos pecados ao derrotarem os demônios. 

https://s2.glbimg.com/P-f2b8RC9gL5m1ZSDCMjQHDz_xE=/0x206:2112x1429/1000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/v/b/p1DLilRGG047Bpsnah9w/jane-whaley.jpg
Imagem de arquivo mostra Jane Whaley, fundadora da Word of Faith Fellowship no Brasil, com várias crianças na igreja de Spindale, na Carolina do Norte (Foto: AP Foto/Silvia Izquierdo)

A igreja raramente sofreu sanções desde a fundação, em 1979, pela líder da seita, Jane Whaley, uma antiga professora de matemática, e seu marido, Sam. Outra reportagem anterior da AP descreve como os líderes da igreja ordenaram que os congregantes mentissem às autoridades que investigavam relatos de abuso.
A AP fez tentativas repetidas para obter comentários desta história dos líderes da igreja nos dois países, mas eles não responderam.
Sob a liderança de Jane Whaley, Word of Faith Fellowship cresceu de um punhado de seguidores para cerca de 750 congregantes na Carolina do Norte e um total de quase 2 mil membros nas suas igrejas no Brasil e em Gana e suas afiliações na Suécia, Escócia e outros países.
Os membros de todo o mundo visitam a propriedade de Spindale, mas o Brasil é a maior fonte de trabalho estrangeiro, e Whaley e seus principais delegados visitam os postos avançados brasileiros várias vezes ao ano, segundo descobriu a AP.

'Violação'

Thiago Silva fala à agência AP em entrevista em sua casa em Marlborough, nos EUA (Foto: AP Photo/Rodrique Ngowi)
Thiago Silva fala à agência AP em entrevista em sua casa em Marlborough, nos EUA (Foto: AP Photo/Rodrique Ngowi)
 
O membro antigo Thiago Silva disse que estava entusiasmado quando embarcou em um avião na cidade brasileira de Belo Horizonte para voar para o seminário de jovens da Word of Faith na Carolina do Norte em 2001. Ele tinha 18 anos e esperava usar seu visto de turista para conhecer novas pessoas e visitar os EUA.
Ele disse que aprendeu rápido que "não haveria felicidade".
"Os brasileiros vêm para cá para trabalhar. Estou dizendo, é isso", disse Silva. Ele chamou o tratamento de "uma violação aos direitos humanos".
Silva, agora com 34 anos, declarou estar entre um grupo de brasileiros que trabalha ao lado de americanos – os locais eram pagos, os brasileiros não eram, ele conta.
Silva e outros também disseram que Whaley tinha total controle da vida dos congregantes nos dois continentes, ordenando o básico da vida diária, como onde eles morariam e quando poderiam comer – e até mesmo forçando alguns a se casarem com americanos para que pudessem permanecer no país.
A falta de liberdade era generalizada, eles disseram: Silva, por exemplo, disse que ele poderia telefonar para seus pais dos EUA apenas se alguém que falasse português monitorasse a ligação.
"Não há livre arbítrio", ele disse. "Existe o arbítrio da Jane".

Peregrinação

Durante duas décadas, a Word of Faith Fellowship absorveu duas igrejas no Brasil, Ministério Verbo Vivo, na cidade São Joaquim de Bicas, e Ministério Evangélico Comunidade Rhema, em Franco da Rocha.
Igreja do grupo Word of Faith Fellowship em São Joaquim de Bicas, no Brasil (Foto: AP Foto/Silvia Izquierdo)
Igreja do grupo Word of Faith Fellowship em São Joaquim de Bicas, no Brasil (Foto: AP Foto/Silvia Izquierdo)
   
 
Durante suas visitas frequentes, Whaley contava aos membros brasileiros do seu rebanho que eles poderiam melhorar suas vidas e suas relações com Deus com uma peregrinação à igreja mãe, disseram vários dos entrevistados. A marca de adoração dos brasileiros era inferior, como ela frequentemente diria.
Além de estarem comprometidos com um nível mais alto da igreja, alguns dizem que eles também eram atraídos pela chance de frequentar a faculdade, aprender inglês e conhecer um pouco dos EUA. Outros dizem que sentiram que simplesmente não tinham escolha.
Durante todo o tempo, as regras rígidas instauradas em Spindale foram impostas no Brasil, o que levou a queixas à polícia revisadas pela AP e uma audiência legislativa em 2009. Mas a Word of Faith nunca enfrentou qualquer censura oficial – muitas das alegações perduram pela palavra de ex-membros contra a igreja – e o fluxo de humanos continuava a fluir, mesmo que os pais brasileiros dissessem que estavam sendo completamente isolados dos seus filhos na Carolina do Norte.

Gritos e empurrões

https://s2.glbimg.com/V5nuXZGdZC4-bSzXFj786dE_M50=/0x0:3400x1979/1000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/9/A/40DZEGSCKfPm4ejBqJxg/ana-albuquerque.jpg
Ana Albuquerque, de 25 anos, viajou 11 vezes à igreja Word of Faith Fellowship, na Carolina do Norte (Foto: AP Foto/Silvia Izquierdo)
 Ana Albuquerque viajou do Brasil para Spindale 11 vezes durante mais de uma década, começando aos 5 anos com seus pais. Durante este tempo, ela disse que testemunhou tantos gritos e empurrões para "expulsar demônios" que começou a achar o comportamento normal.  

Nas suas últimas três viagens, ela ingressou em um grupo de duas dezenas com outros adolescentes brasileiros que permaneciam até seis meses com vistos de turistas. "Eles chegavam e diziam: 'Você vai conhecer os Estados Unidos da América. Você vai para todos os shoppings'", ela conta. "Mas quando você chega lá, tudo é controlado."
Albuquerque, agora com 25 anos, disse que trabalhou em período integral sem remuneração – como auxiliar de professor na escola durante o dia e babá de crianças de congregantes à noite.
O julgamento aconteceu durante sua última viagem, quando tinha 16 anos. Albuquerque contou que Whaley e outro ministro a espancavam repetidamente com um pedaço de madeira enquanto gritavam que ela estava "suja" e possuída pelo demônio.
"Ore para isso sair de você!", Albuquerque se lembrou de ser exortada durante uma sessão que durou 40 minutos.
Durante as últimas duas semanas em Spindale, Albuquerque disse que aguentou dias de isolamento forçado, leitura da Bíblia, ameaças de ser internada em hospital psiquiátrico e que foi proibida por Whaley de ligar para os pais. Finalmente, permitiram que ela voltasse ao Brasil, onde deixou a igreja.

Vistos de turista e estudante

A investigação da AP documentou abusos repetidos dos vistos de turista e estudante obtidos por membros brasileiros da igreja.
Os brasileiros muitas vezes chegavam primeiro na Carolina do Norte com vistos de turista por seis meses para exercerem funções na igreja, às vezes 20 ou 30 por vez. Alguns brasileiros sairiam após poucas semanas, outros permaneceriam pelo prazo inteiro.
Talvez para burlar as regras contra o emprego, os líderes da igreja às vezes encaminhavam para projetos de trabalho forçado como "trabalho voluntário", de acordo com os brasileiros entrevistados nos dois países. 

Esse trabalho incluía derrubar paredes e instalar drywall em apartamentos de propriedade e alugados por um ministro sênior da igreja e membros da família, eles dizem. 

Ross Eisenbrey, do Instituto de Política Econômica, de Washington, D.C., acha que o tanque se concentra nos problemas trabalhistas, disse que as propriedades alugadas são "empreendimentos com fins lucrativos para os quais os imigrantes não poderiam ser voluntários" segundo a Lei de Normas de Trabalho Justo.
Alguns dos entrevistados disseram que eram atraídos para os EUA em parte por promessas de conseguir fazer faculdade, mas não conseguiam estudar ou ir às aulas devido aos horários da punição com trabalho. 
Os congregantes antigos dizem que mais brasileiros vieram com vistos de turista, e várias centenas de adolescentes permaneceram por longos períodos.  

Fonte: AP