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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Açaí: tarifaço dos EUA chega aos ribeirinhos no Pará

 BRASIL

Com 75% das exportações destinadas aos EUA, fruto símbolo da bioeconomia amazônica vê risco de retração e impactos na subsistência de populações ribeirinhas

Foto: Pedro Paulo / Jornal Central Brasil DF

 O tarifaço imposto pelos Estados Unidos desde o último dia 6 acendeu um alerta na cadeia do açaí. O mercado americano é o principal importador do fruto símbolo da Amazônia, e os impactos começam a ser sentidos em uma das histórias de sucesso da bioeconomia nacional. O açaí ficou fora da lista de 700 itens isentos da sobretaxação. A exclusão preocupa especialmente o Pará, responsável por 95,3% do fruto produzido no país e que tem nos consumidores americanos seu maior cliente. As medidas vêm em um momento de forte expansão internacional. No primeiro semestre de 2025, as vendas para os Estados Unidos cresceram 59,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O país fica com três quartos de todo o açaí mandado ao exterior. 

Os dados são da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa). Um levantamento da Fundação Amazônia de Amparo à Estudos e Pesquisa do Pará mostra que, em 2023, o Pará exportou 61 mil toneladas de açaí e derivados, gerando US$ 45 milhões em receita externa. A cadeia movimenta R$ 7 bilhões ao ano e envolve 180 fábricas de beneficiamento, segundo estimativas do Sindfrutas Pará. As primeiras estimativas apontam uma retração de pelo menos 8% nos volumes exportados, de acordo com o Centro Internacional de Negócios e do Observatório da Indústria da Fiepa.

“A queda impacta a renda de milhares de famílias, a sustentabilidade da cadeia produtiva e a imagem internacional do açaí paraense, que é um produto de forte valor socioambiental”, diz o presidente da Fiepa, Alex Carvalho. Diversificação O temor é que o aumento dos preços ponha a perder um espaço conquistado ao longo de duas décadas. Embora não exista um equivalente made in USA, a fruta concorre com smoothies e outras preparações que levam frutas silvestres. A dependência de um único destino exportador sempre foi entendida como um risco. 

Mas abrir novos mercados leva tempo, afirma Carvalho. “Barreiras sanitárias, certificações e custos logísticos tornam essa transição mais onerosa. É improvável que no curto prazo outros países consigam absorver integralmente o volume hoje destinado aos EUA.” O grupo EcoFoods, que tem quatro fábricas de beneficiamento de açaí no Pará, passou por um longo processo até estabelecer um relacionamento com os japoneses. “Foi um ano de relacionamento para começar a vender para o Japão, mandando amostra, análise, atestados sanitários. Vieram aqui para ver se era tudo verdade”, diz José Bonifácio Sena, diretor de comércio exterior do EcoFoods.

Em novembro, aproveitando a realização da COP30 em Belém, a empresa vai receber visitantes chineses com o objetivo de aumentar os embarques para o país. O crescimento não depende só de bons preços, segundo Sena. A rastreabilidade do produto, as práticas sustentáveis e a aproximação com as comunidades produtoras têm sido cada vez mais exigidas.

Mas os valores são parte fundamental da conta, especialmente na ponta mais frágil da cadeia. O tarifaço pode pressionar os preços pagos a extrativistas e pequenos produtores, reduzindo a renda de comunidades ribeirinhas e fragilizando conquistas recentes da bioeconomia paraense.

A indústria de processamento do açaí mantém cerca de 5 mil empregos diretos e outros 15 mil indiretos, em atividades que vão desde a coleta ribeirinha até a logística internacional. Para comunidades amazônicas, trata-se de uma das principais fontes de subsistência. Hoje, o produtor vende as latas de açaí a barqueiros que fazem o transporte para as unidades de processamento. Hoje, o valor de cada uma – que corresponde a 14 quilos do fruto – fica entre R$ 90 e R$ 150.

Fonte: Capital Reset

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Pratos típicos do Pará voltam à mesa da COP30 após veto e ação do Ministério do Turismo

BRASIL

Foto: Reprodução Blog Tem Que Ir 

Após a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) proibir que fossem vendidos ou servidos na COP 30, em Belém, pratos típicos como tacacá, maniçoba, açaí e tucupi, alegando risco de contaminação, o Ministério do Turismo agiu rápido e conseguiu reverter a decisão.

Uma errata no edital de seleção de operadores de restaurantes e quiosques foi publicada, autorizando a presença da culinária paraense no evento.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, liderou a articulação com chefs e representantes da gastronomia local para garantir que a identidade cultural do Pará não fosse excluída da conferência.

O Pará, afinal, tem prestígio internacional: Belém é reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia e, neste ano, entrou na lista da Lonely Planet como uma das dez melhores cidades do mundo para comer, sendo a única brasileira a conquistar a posição.


A OEI justificou que o novo texto do edital busca valorizar a produção local e sustentável. A prioridade na escolha de fornecedores será dada a cooperativas, associações, comunidades tradicionais, agricultores familiares e grupos solidários.

A regra também prevê que pelo menos 30% dos insumos venham da agricultura familiar, com incentivo para ultrapassar esse percentual.

Mesmo com a liberação dos pratos, a definição do cardápio final será responsabilidade da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), respeitando critérios de vigilância sanitária e diversidade alimentar.

Isso significa que ajustes poderão ser feitos, mas apenas dentro dos espaços da conferência, sem afetar a gastronomia oferecida na cidade.

Uma audiência pública marcada para 19 de agosto vai ouvir os candidatos a operar os serviços de alimentação da COP 30.

Segundo a OEI e a Secretaria Extraordinária para a COP, a meta é construir diretrizes inclusivas e dar protagonismo à cultura e à riqueza culinária do Pará, reforçando o papel da Amazônia como vitrine de biodiversidade e sustentabilidade.


Fonte: Real Time 1


terça-feira, 5 de agosto de 2025

COP30: Áustria oficializa ausência e empresas preparam manifesto contra tarifas abusivas

MUNDO

Países que não comparecerem podem comprometer legitimidade de acordos por regra da ONU que exige participação mínima de 132 nações signatárias

Parque da Cidade será a sede da COP30
Imagem: Igor Mota/Agência Pará


A crise de hospedagem da COP30, em Belém, pode ter ganhado um novo capítulo durante a São Paulo Climate Week, movimento global que até dia 8 de agosto promove eventos pela capital paulista sobre o futuro das mudanças climáticas.

Na segunda-feira, 4, a tríade gestora da conferência climática - André Corrêa do Lago, Ana Toni e Dan Ioschpe - percorreu alguns dos principais eventos da programação paulistana em uma operação que parece coordenada para conter os danos causados pelo setor hoteleiro na capital paraense e garantir presença qualificada na cúpula do clima de novembro próximo.

Atualmente, os valores cobrados por quartos simples na capital paraense chegam a ser superiores aos praticados em hotéis de luxo em outras capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo.

A situação tem gerado pressão internacional para que o Brasil encontre soluções para a alta dos preços e a escassez de acomodações em Belém.

Decisões que teriam dupla motivação: os custos proibitivos de hospedagem na capital paraense - que chegam a US$ 700 por pessoa por noite - e a dúvida sobre se será uma oportunidade de realmente encontrar os interlocutores adequados para negociações; tanto pelas delegações governamentais que podem ser drasticamente reduzidas, quanto pelas próprias empresas que planejam enviar representantes com menor autonomia decisória.


exame.

domingo, 10 de janeiro de 2021

Butatan desenvolve soro contra Coronavirus

CORONAVÍRUS 

 Instituto discute com Anvisa início dos testes clínicos da formulação que poderia ser usada para bloquear a infecção