segunda-feira, 17 de julho de 2017

São Paulo

Dez anos após acidente da TAM, veja principais mudanças no Aeroporto de Congonhas

Terminal tinha o maior tráfego de passageiros do mercado doméstico. Nos últimos 10 anos, houve alterações nas pistas, na torre de controle e uso de novas tecnologias.

acidente com avião da TAM que deixou 199 mortos em 2007 fez a comunidade ligada à aviação civil no país ter maior preocupação com o Aeroporto de Congonhas, encravado na Zona Sul de São Paulo e palco da tragédia. Naquele 17 de julho, um Airbus A-320 da companhia aérea atravessou a pista de pouso de Congonhas sem frear e colidiu com um prédio da TAM, localizado do outro lado da Avenida Washington Luis.
Nos últimos 10 anos, a Infraero, empresa pública federal que administra os aeroportos do país, a Aeronáutica, que controla o espaço aéreo, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), responsável por fiscalizar e padronizar as normas da aviação civil, fizeram uma série de remodelações na infraestrutrura aeroportuária do terminal.
Os órgãos ressaltam que as mudanças não ocorreram por causa do acidente e que foram tomadas para a melhoria do tráfego aéreo no terminal, que fecha diariamente das 23h às 6h.
Na época do acidente, apesar de o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, já ser o maior do país, Congonhas liderava o ranking de aeroportos brasileiros no quesito tráfego de passageiros do mercado doméstico, segundo dados da Anac e da Infraero. Guarulhos superava devido ao maior fluxo de passageiros e de voos internacionais.
Em 2008, um ano após a tragédia, o G1 divulgou que o Aeroporto de Congonhas perdeu mais de 2 milhões de passageiros (20,78% do total anterior), quando se comparava o primeiro trimestre daquele ano em relação com o mesmo período de 2007, antes da tragédia.
O movimento de aeronaves caiu 13,69% no ano posterior ao do acidente, em especial devido às restrições impostas pela Anac, que restringiu o número de aeronaves de aviação comercial no aeroporto de 40 para 30 por hora.
Aviões da GOL e da TAM (LATMA) são vistos em um dia chuvoso na pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)    

Veja algumas readequações feitas em Congonhas nos últimos 10 anos:

  • Tamanho de uso das pistas para pousos e decolagensA pista principal, que em 2007 tinha 1.940 metros, passou a ser usada com 1.790 metros para decolagem e 1.660 metros para pouso. Já a pista auxiliar, de 1.345 metros, passou a ser usada integralmente apenas para decolagem, passando a ter apenas 1.195 metros operacionais nas circunstâncias de pousos, para proporcionar melhores condições de segurança e espaço de manobra aos pilotos.
  • Reforma das pistasNa pista auxiliar, foram feitos tratamentos de juntas, frenagem, recapeamento, grooving (ranhuras) e sinalização horizontal, concluídas poucos dias após o acidente (21 de julho de 2007). Já a reforma completa da pista principal foi finalizada em setembro do mesmo ano, quando foi instalado um novo sistema de balizamento, com sinalização luminosa, removida a pintura das faixas na pista e implantado o grooving.
  • Nova torre de controle de tráfego aéreoEntregue em 2013, segundo a Infraero, a nova torre tem 44 metros de altura e 126 metros quadrados de área de trabalho. Com 44 metros de altura e 126 m² de área de trabalho, ela é duas vezes mais alta e três vezes mais espaçosa que a antiga, que deixou de operar e agora é usada como área administrativa da Aeronáutica.
  • Medições e controle de textura e atrito de pistaA Infraero passou a medir, semanalmente, o coeficiente de atrito da pista e, quinzenalmente, ensaios de macrotextura, através do método da mancha de areia, que verifica a profundidade média da superfície do pavimento. Quando são apontadas diferenças nos indicadores, é programado o desemborrachamento do asfalto, que passa por medição após esse processo. Os resultados são comunicados à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e às companhias aéreas. 
  • Novo sistema de controle de tráfego áeroO Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão da Aeronáutica que administra a supervisão dos voos no país e que é responsável pela torre de controle de Congonhas, implantou no aeroporto, em 2011, um novo sistema de gerenciamento de voos, chamado de "Sagitario", em substituição ao antigo X-400. Segundo o brigadeiro da Aeronáutica Luis Ricardo de Souza Nascimento, subchefe de operações do Decea, "o software foi atualizado baseado em padrões internacionais e que permitiram aos controladores atuarem com mais voos ao mesmo tempo", além de novos padrões redundantes de segurança. Uma das facilidades do software, diz o brigadeiro, é que ele automaticamente transfere o voo para a outra área de controle. Por exemplo: um voo parte de Congonhas com destino a Brasília. Pelo antigo sistema, o controlador de São Paulo tinha que telefonar para o controle de tráfego aéreo de Brasília para "passar" a responsabilidade pelo controle da aeronave. "Hoje isso é feito automaticamente pelo sistema, o software faz isso como se fosse um WhatsApp, uma mensagem rápida, facilitando o trabalho do controlador e permitindo também um maior número de aeronaves voando por controlador", explica o militar.
  • Chuva e escolha do pilotoSempre que há chuva intensa em São Paulo ou quando pilotos e companhias aéreas pedem, a lâmina d'água da pista é medida, para verificar se o terminal tem condições de continuar em operação durante a precipitação. A medição ocorre em pontos pré-definidos da pista e os dados são repassados à torre de controle, que repassa os mesmos aos pilotos que pretendem pousar em Congonhas, para que ele decida se irá ou não pousar no aeroporto.
  • Deslocamento para a pista principalAnos depois, alguns ajustes foram feitos e hoje as companhias aéreas têm 33 slots (espaços para pouso ou decolagem) por hora. A aviação regular teve movimentos reduzidos ou deslocados da pista principal para a auxiliar. Durante muitos anos, o setor aéreo pleiteou mais espaço em Congonhas. O argumento das empresas aéreas era de que não foi a capacidade do aeroporto que provocou o acidente da TAM. Para elas, a restrição foi uma decisão tomada no calor das emoções e sem embasamento técnico. Congonhas sempre foi o aeroporto mais disputado pelas empresas aéreas. Os executivos que embarcam ou desembarcam em São Paulo preferem Congonhas à Guarulhos e pagam tarifas maiores para voar. A ponte aérea Rio-São Paulo é a rota mais rentável do país. 
  • AmpliaçãoDepois de 2014, o debate pela ampliação de Congonhas esfriou, apurou o G1. A crise econômica afetou severamente as companhias aéreas, que devolveram aviões por falta de demanda por transporte aéreo no país. Hoje a prioridade da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), entidade que representa o setor, é negociar com governo medidas relacionadas à reduções de custos em vez de mudanças que visam à expansão do setor, como o aumento da capacidade de Congonhas.
G1

Tecnologia

Descubra 8 formas de diminuir o stress no seu trabalho


stress gerado no ambiente de trabalho é um assunto antigo e que sempre rende novas discussões. Independentemente de você trabalhar na área tecnológica ou não, está sujeito à ansiedade, noites mal dormidas e outros efeitos do desgaste profissional como qualquer funcionário de uma empresa — que provavelmente é intensificado pela relação constante que temos com os smartphones. Seja sincero: quantas vezes você aproveitou sua pausa no serviço para mandar e ler mensagens e dar aquela olhadinha rápida no feed?
Veja algumas dicas que selecionamos para reduzir o stress no trabalho com tecnologia. Respire fundo e vamos lá!
1. Permita o trabalho em casa e horários flexíveis
Não é necessário se estender muito no assunto para concluir como é mais agradável e bem menos estressante trabalhar em casa. Fazer home office também permite que você organize seu tempo como for melhor para as suas necessidades, e realize suas tarefas também quando estiver mais concentrado e disposto. Além disso, como não há gastos com transporte, consequentemente não há tempo desperdiçado no trânsito.
Na empresa Geeks Chicago, por exemplo, a regra é: trabalhe onde você quiser, contanto que consiga terminar suas tarefas. E há algo melhor do que trabalhar no conforto do seu lar? O escritório é seu, então é você que define a organização e as regras do ambiente. Porém, é preciso que o funcionário seja disciplinado e que tenha consciência de suas responsabilidades, para que possa se dedicar plenamente ao que precisa ser feito.
2. Aprenda a priorizar o que deve ser priorizado
Saber a melhor forma de controlar seu tempo é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Para Karen Williams, diretora de produtos da Halogen Software, é importante que o profissional se dê tempo para aprender as diferenças entre o trabalho de grande impacto e que não demanda tanto esforço.
"Foque nas tarefas que realmente importam e deixe o resto andar conforme for necessário", diz ela. De acordo com Karen, também é interessante se dedicar a apenas uma coisa de cada vez, pois, quando você utiliza sua energia e seu tempo em vários compromissos, pode acabar fazendo-os sem o cuidado necessário.
3. Dividir para organizar
Quando a equipe recebe um projeto grande, uma boa ideia é dividi-lo em pequenas partes para que todos possam focar em cada uma por vez. Isso faz com que os funcionários se sintam mais realizados por estarem contribuindo para algo maior e, ao mesmo tempo, evita que eles se sintam impotentes por acharem que o trabalho não dá resultado nenhum. Além disso, é muito mais fácil e organizado trabalhar por partes, não é?
4. Escreva o que está te estressando

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Para Filev, CEO da Wrike, uma empresa que desenvolve softwares de gerenciamento, escrever no papel sobre alguma situação desagradável ajuda a fazer você parar de ficar remoendo uma preocupação e identificar a fonte real do seu stress. E só há vantagens, já que ele aponta que se preocupar sobre alguma situação traz o efeito de reduzir a memória e o processamento do cérebro. Então, já sabe: se você estiver muito preocupado com algo, escreva. Você vai visualizar melhor o que está acontecendo e saber mais facilmente como resolver a situação.
5. Desconecte-se
Ok, não precisamos lembrar como é necessário fazer uma pausa no expediente aqui e ali. Além de haver estudos comprovando como a luz de monitores e celulares é prejudicial para a visão, a pausa é importante para que você tire seus pensamentos das obrigações por alguns momentos. Porém, não adianta nada se você sair do escritório e aproveitar o tempo livre para mandar mensagens para os amigos e ver as notificações do grupo da família, não é?
Steven Aldrich, o chefe de produção da empresa GoDaddy, diz que ele faz as reuniões caminhando sempre que é possível: "Levantar e se mexer — principalmente ao ar livre — pode intensificar a produção de endorfina, o que reduz os hormônios de stress e te ajuda a limpar a cabeça".
6. Faça uma pausa nos emails e nas reuniões
Em 2013, um estudo da Universidade de Loughborough descobriu que 83% dos funcionários do governo ficavam mais estressados ao enviar e receber emails, o que causava aumento da pressão arterial e elevação dos batimentos cardíacos e níveis de cortisol. Além disso, estudos mostram que interromper o trabalho por causa de emails e reuniões pode custar um atraso de 6 horas para um funcionário. Assim, o melhor que a empresa pode fazer é adotar um sistema de comunicação próprio para que seus funcionários sejam comunicados e informados das tarefas.
7. Mantenha-se saudável!
Uma vez que estamos sempre com pressa e com prazos apertados, é normal acabar escolhendo comidas que não são saudáveis ou gastar dinheiro com aquele lanchinho gostoso e, aparentemente, inocente. Kelly Bedrich, cofundadora e presidente da empresa ElectricityPlans.com, aponta que um local de trabalho estressante pode levar a um ciclo vicioso de falta de sono, o que resulta também em falta de exercícios e nutrição adequada.
Dar uma pausa para caminhar um pouco, beber água e se alimentar com comidas saudáveis já faz uma diferença enorme no stress, pode acreditar. Tomar um pouco mais de cuidado com a alimentação já pode ajudar — e muito! — na sua saúde e qualidade de vida.
8. Adote mudanças adaptativas
Rebecca Zucker, parceira e coach executiva na Next Step Partners, acredita que para gerenciar o stress é necessário ir adotando mudanças adaptativas. Mas o que é isso? Trata-se de quando o funcionário ainda se preocupa com "compromissos competitivos", como não ser ofuscado por ninguém ou sempre receber o crédito — e isso pode acontecer consciente ou inconscientemente. Então, uma boa dica é perceber o que exatamente você está cobrando de si mesmo e tentar não forçar tanto.

Tec Mundo 

WhatsApp testa reprodução de vídeos do YouTube dentro do app




aplicativo russo Telegram ainda não é tão popular quanto o WhatsApp, mas ele conquistou muita gente por apresentar recursos mais interessantes do que o rival, como suporte a GIFs animados e reprodução de vídeos do YouTube dentro do próprio app. Depois de adicionar suporte aos GIFs, o WhatsApp agora testa justamente a possibilidade de reproduzir vídeos da plataforma da Google dentro do chat de conversa.
A novidade apareceu na versão Beta do aplicativo do WhatsApp para iOS. E o mais interessante aqui é que tanto é possível reproduzir o vídeo em um player flutuantes sobre a conversa ou então pressionar assistir ao conteúdo em tela cheia, mas tudo sem precisar carregar o aplicativo ou a página do YouTube em si.
Este novo recurso está escondido na versão 2.17.40 do app que pertence ao Facebook e foi descoberto pelo pessoal do WABetaInfo, página especializada em vasculhar as versões de testes do WhatsApp em busca de novidades que normalmente chegam às versões estáveis no futuro.
Como o recurso está disponível na versão Beta para iOS, é possível supor que ele esteja em uma fase bem antecipada de testes. Isso porque o universo de usuários na plataforma da Apple é menor do que no Android, o que facilita a realização dos testes com uso real. Além disso, a reprodução interna de vídeos do YouTube só funciona a partir do iPhone 6 — provavelmente por causa do tamanho da tela.

A novidade deve chegar às versões estáveis de todos os sistemas em breve, mas isso ainda não tem previsão de data para acontecer.

Tec Mundo 

BRASIL

Incentivos bilionários e política 
industrial minaram integração do Brasil ao mundo

BNDES
OMC insinua que os créditos do BNDES foram concedidos a taxas muito abaixo dos juros cobrados no mercado Foto: 

A política comercial adotada nos últimos anos, com desembolsos bilionários e isenções tributárias, prejudicou a integração do País no mercado internacional e criou distorções na competitividade da indústria nacional. 
A constatação é da Organização Mundial do Comércio (OMC) que, nesta segunda-feira, inicia o principal exame da política comercial do País, num amplo raio-x de todos os setores da economia.  
A avaliação conclui que o mercado nacional ainda é "relativamente fechado", que os produtos industrializados não conseguem competir no exterior, que a proteção às empresas locais minou a economia e que hoje o País tem um papel "marginal" no comércio de manufaturados. 
Nos próximos três dias, governos de todo o mundo questionarão o Brasil sobre suas práticas comerciais. Mas, num informe duro, a própria OMC constata que a política adotada no período examinado, entre 2012 e 2016, prejudicou a inserção do País nos mercados internacionais. 
O governo de Michel Temer adotará durante a sabatina um discurso de que herdou esse sistema da administração de Dilma Rousseff e que vem fazendo as reformas proposta. Mas a entidade máxima do comércio deixa claro que as escolhas no Brasil já afetaram a capacidade do País em competir e que perdeu espaço no mercado.
Também chama a atenção da OMC a dimensão da ajuda e "pacotes de bondades" concedidos nos últimos anos. Entre a renúncia fiscal e pagamento de incentivos a diferentes setores, a OMC registrou bilhões de reais de recursos públicos destinados a essa estratégia. 
Somando toda a renúncia fiscal de diversos programas e impostos, o governo federal teria sacrificado R$ 220 bilhões em receita em 2013. Para 2017, a projeção é de que essa renúncia chegue a mais de R$ 280 bilhões. 
Só no marco do Plano Brasil Maior, o estado abriu mão de R$ 44,2 bilhões em 2012, R$ 46 bilhões em 2013 e R$ 46,2 bilhões em 2014.
A renúncia fiscal com a redução do IPI chegou a mais de R$ 110 bilhões no mercado nacional. O montante de Cofins "sacrificado" pelo governo federal em cinco anos com pacotes de bondades chegaria perto de R$ 300 bilhões. 
No BNDES, os créditos triplicaram em dez anos e chegaram a R$ 602 bilhões entre 2013 e 2016. De acordo com a OMC, um dos principais trabalhos do banco foi o de oferecer taxas de juros bem abaixo do mercado, usando o Tesouro para cobrir a diferença. Apenas entre 2013 e 2015, o BNDES gastou mais de R$ 194 bilhões nesses esquemas, o que despertou a desconfiança de diversos governos de que isso possa ser um subsídio proibido. Mesmo em seu informe, a OMC insinua que os créditos do BNDES foram concedidos a taxas muito abaixo dos juros cobrados no mercado.
"O objetivo de longa data do Brasil consiste em proteger certos produtos nacionais frente à concorrência do exterior e atrair investimentos", apontou a OMC. Para isso, o governo tem usado medidas de proteção, combinando tarifas, incentivos tributários com "prováveis efeitos de distorção". As medidas ainda incluem exigências de que empresas utilizem peças nacionais, a concessão de taxa de juros controlada e créditos subsidiados.  Algumas já foram até mesmo condenadas nos tribunais da OMC, depois que foram denunciadas por europeus e japoneses. 
Mas, de acordo com a entidade, o maior perdedor é mesmo o Brasil. Tais medidas "afetam a economia e suas perspectivas". "Como resultado, o Brasil segue sendo uma economia relativamente fechada, como demonstra sua escassa penetração em relação ao comércio internacional", diz. 
Na avaliação da entidade, ao optar por uma estratégia de proteção da indústria nacional, o Brasil abriu mão de uma "integração no mercado internacional que fomente a competitividade" e das "cadeias internacionais de valor".  
"A intervenção do governo por meio de concessão de ajudas internas e na fronteira segue distorcendo a concorrência e, portanto, o destino de recursos em diversos setores", avalia a OMC. "Algumas atividades seguem estando marcadas pela concentração do mercado, a posição dominante do estado ou outras deficiências estruturais que limitam a competitividade", disse. 
Proteção. A estratégia de proteção à indústria nacional consistiu em dois elementos. O primeiro foi a elevação de taxas nas fronteiras contra importados. Oficialmente, o imposto de importações ficou praticamente inalterado, passando de 11,7% para 11,6%. Mas uma escalada tarifária foi registrada em produtos acabado, o que levou a OMC a alertar que a prática "desincentiva a melhoria da competitividade internacional". Produtos têxteis e carros podem chegar a ter tarifas de 35%. 
Mas foram as medidas antidumping quer serviram para frear importações. Ao final de 2016, 161 delas estavam em vigor, duas vezes mais que em 2012. O que também chamou a atenção é de que, em 44 casos, as barreiras já se prolongavam por mais de cinco anos. 
As barreiras, porém, são completadas por um amplo sistema de incentivos fiscais para indústrias nacionais, além de um regime tributário excessivamente complexo, em especial para os importadores.
De acordo com a entidade, porém, o custo fiscal da política industrial do Brasil indica que o setor nacional, no lugar de melhorar sua competitividade internacional, passou a depender cada vez mais de incentivos. 
A OMC admite que algumas das vantagens fiscais ainda foram criadas para compensar o complexo sistema tributário do Brasil. Mas a generosidade de algumas dessas linhas de créditos chamou a atenção. No caso do BNDES, 63% dos desembolsos realizados estavam sujeitos a juros iguais ou inferiores a 5%, muito abaixo das taxas da inflação anual". 
"Também segue-se dando ajuda interna na forma de incentivos tributários e, em especial, empréstimos com taxas de juros administradas ou em condições favoráveis, subsídios de aluguel ou preferências na contratação pública", destaca a OMC.  

Outra política adotada pelo Brasil foi a de exigir um determinado conteúdo nacional na fabricação de certos bens para garantir incentivos fiscais. O esquema, porém, "protegeria os produtores nacionais da concorrência estrangeira". 
Um dos setores beneficiado foi o da indústria de carros. Para gerar uma maior produção nacional e incentivar o desenvolvimento tecnológico, foi criado o Inovar-Auto. Hoje, o setor enfrenta "graves dificuldades". 
Segundo a análise da OMC, o Inovar-Auto conseguiu atrair investimentos diretos por empresas que queriam driblar as tarifas de importação. De fato, empresas como BMW, Hyundai, Kia Motors e Chery investiram no Brasil, enquanto Jaguar Land Rover e a JAC Motors tem planos de montar fábricas.
Mas, de acordo com o documento, o esquema estabelecido pelo governo de incentivo fiscal a quem produzisse no País não integrou o mercado brasileiro ao mundial. "A maioria dos produtores estrangeiros não integrou suas fábricas que mantém no Brasil às cadeias internacionais de valor", apontou a entidade, apontando para uma redução drástica ainda na importação de veículos. 
Além disso, a produtividade das fábricas caiu abaixo da média da região que, por sua vez, estão "plenamente integradas à cadeia mundial".  No México, por exemplo, cada fábrica produz 53 unidades por ano por trabalhador. No Brasil, são apenas 27.  
Diante da recessão doméstica, a venda de veículos no mercado local caiu de 3,8 milhões de unidades em 2012 para apenas 2 milhões em 2016. Mas a falta de uma maior concorrência também prejudica o consumidor. "Os altos impostos, a falta de concorrência e a proteção nas fronteiras seguem mantendo o preço dos carros relativamente elevado", constatou. 
Outro setor que contou com incentivos foi o da tecnologia da informação. Mas, entre 2013 e 2016, o setor mais dinâmico da economia mundial registrou uma queda em seu peso no PIB brasileiro, passando de 2,95% para 2,6%. No mesmo período, o emprego também caiu de 134 mil trabalhadores para 90 mil. 
Desindustrialização. Apesar de barreiras e de incentivos às indústrias nacionais, a OMC constata que o setor manufatureiro brasileiro encolheu nos últimos quatro anos. "Apesar de alguns setores estarem prosperando, outros afrontam dificuldades em parte devido a não estar suficientemente integrados à economia mundial", alertou a OMC. Entre 2012 e 2016, o valor agregado da indústria no Brasil passou de 12,6% para 11,7%, empregando também um número menor de trabalhadores. 
Nem mesmo as Zonas Francas estariam dando o resultado esperado. Em 2013, elas empregariam em média 121 mil pessoas. Em 2016, esse número caiu para 85 mil. 
De acordo com a OMC, o crescente deficit comercial no setor industrial levou o governo a adotar estratégias como Plano Brasil Maior, com taxas de juros favoráveis, créditos e privilégios em licitações, além de incentivos fiscais e barreiras aduaneiras. Ainda assim, a OMC aponta que "dificuldades estruturais continuam afetando a competitividade internacional da indústria brasileira e algumas reformas poderiam impulsar o setor". 
Além de um baixo nível de integração, o setor industrial precisa enfrentar altos custos de produção, burocracia, infraestrutura deficiente, falta de concorrência e um sistema tributário complexo. "Um conjunto de dificuldades que da lugar ao chamado Custo Brasil e que coloca um freio à produção nacional, que não se beneficiou o suficiente das tenências mundiais", destacou. 
Fechado. O resultado das escolhas comerciais do Brasil levou a OMC a concluir que a economia brasileira continua orientada ao mercado interno. "A proporção de empresas brasileiras que se dedicam às exportações é consideravelmente reduzida, o que indica uma escassa integração às cadeias internacionais de valor", alertou a entidade.
De acordo com a OMC, recai sobre um pequeno numero de empresas uma proporção enorme das exportações brasileiras. "Ao proteger o mercado nacional, o Brasil reduz os incentivos para aumentar a eficiência e qualidade ou diferenciação dos produtos, ao mesmo tempo que impede que produtores nacionais recorram aos fornecedores de insumos que ofereçam preço mais baixo", afirmou. "Como consequência, as manufaturas brasileiras seguem sendo pouco competitivas e sua participação no mercado muito continua pequena, o que deixa o Brasil em um plano marginal no comércio internacional de bens industriais", alertou. 
Para a OMC, o Brasil ainda tem uma "rede relativamente modesta de acordos comerciais e sofre de deficiências estruturais, como infraestrutura física insuficientes, acesso limitado ao capital e níveis de qualificação de mão-de-obra geralmente baixos". De acordo com a avaliação da entidade, o nível de instrução e a qualidade da escola primária estão abaixo da média de outros países.
Nos últimos anos, diante da recessão, O Brasil ainda registrou uma contração importante no volume de seu comércio, com uma queda anual de 12,3% entre 2014 e 2016. O resultado foi que, em 2016, o valor das exportações estava a 76% do valor de 2012. O valor das importações também terminou o período avaliado em 61% do que foi em 2012.

Fonte: Estadão Conteúdo

Tecnologia

Rumor: novo flagship da linha Nokia, Nokia 8 será lançado em breve


Não é de hoje que ouvimos falar do Nokia 8 – afinal, a rede já recebeu notícias como o suposto preço e até mesmo
A informação em questão foi fornecida pelo site WinFuture, e apesar de mencionar que ele deve chegar às lojas em breve não foi citada nenhuma data específica. Outra informação importante vinda do site é que o smartphone tem o número de modelo TA-1004, que há algum tempo foi associado ao Nokia 9, mas pelo visto pertence o Nokia 8.
Há outros relatos correndo a rede com a informação de que o Nokia 8 deve chegar às lojas trazendo um processador Snapdragon 835, 4 GB de memória RAM, 64 GB de espaço para armazenamento e tela de 5,3 polegadas com 1440 x 2560 pixels de resolução.
Por fim, o smartphone pode contar com quatro cores distintas (Blue, Steel, Gold Blue e Gold Copper), além de custar menos de US$ 600 (sem taxas ou impostos, isso seria o equivalente a aproximadamente R$ 1.900). Se essa realmente for a proposta do Nokia 8, você pretende adquirir o aparelho? Deixe a sua opinião no espaço destinado aos comentários.
Tec Mundo

BRASIL

A nova fronteira de desenvolvimento rentável e 
sustentável do Brasil

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Os vetos ao uso dos recursos na Amazônia costumam ter interesses confessáveis – a proteção da biodiversidade – e não confessáveis. E isso prejudica todo o país. Foto: reprodução


Augusto César Barreto Rocha é doutor em Engenharia de Transportes, empresário, professor do Doutorado em Biotecnologia da UFAM Todos os brasileiros entendem que a Amazônia faz parte de um patrimônio importante e com potencial econômico, devendo ser preservado para as gerações futuras. A unanimidade começa a reduzir quando se fala em aproveitamento econômico, trazendo oportunidades do futuro para o presente, pois há uma sensação ampla de que não é possível usar os recursos da natureza sem a destruição da floresta, o que é uma ignorância compreensível para o grande público, mas não aceitável no meio de especialistas em desenvolvimento.[ x ]Os vetos ao uso dos recursos na Amazônia costumam ter interesses confessáveis – a proteção da biodiversidade – e não confessáveis. Isso precisa ficar claro para todos, porque há aqui um interesse nacional e que, em princípio, deve ser um interesse de toda a sociedade. 

Não será unânime, pois temos que contar com ambientalistas sectários que gostam de condicionadores de ar e computadores.A criação da economia da Zona Franca de Manaus estava também vinculada a um interesse geopolítico, assegurando a presença brasileira na região, com atividade econômica não-predatória. Precisamos agora dar o próximo passo com o uso dos recursos da biodiversidade da região, sob o manto da sustentabilidade, com respeito às sociedades envolvidas e também com retorno econômico. 
Dissociar qualquer destes elementos vai contra o interesse maior do país.Somos um país pouco competitivo, inserido em uma crise sem precedentes, o que torna oportuno este momento para a criação de uma nova frente de desenvolvimento, contrapondo o pessimismo dominante e os modelos mentais atuais para a geração de riqueza. Há uma grande oportunidade de criar uma nova fronteira para o desenvolvimento do Brasil, seguindo os padrões da sustentabilidade e de compliance corporativo, tão importante neste momento histórico.
O conceito estratégico que propomos é a criação de cinco áreas de desenvolvimento e que cada uma destas áreas deve ser desdobrada em mais cinco áreas, perfazendo 25 subáreas voltadas para o desenvolvimento de produtos da região, que sejam vendáveis no mercado local e global. Só o lucro poderá levar a sustentação econômica de um projeto de tal envergadura, atraindo investidores e capital de risco, movimentando o dínamo da geração de riqueza.Alguns números para inspirar: o Amazonas, maior estado do país, possui 155 milhões de hectares. A indústria vinícola francesa possui 861 mil hectares, o que representaria cerca de 0,55% da área do estado do Amazonas. Há no acervo do INPA inúmeros produtos da natureza amazônica que possuem impacto econômico compatível. Para chegar a estes produtos é necessário investimento em pesquisa básica e pesquisa aplicada, ao longo de alguns anos, fomentando toda a sua cadeia produtiva.

A Castanha é reconhecida como a maior fonte natural de selênio. Pesquisas da Embrapa, USP, e de diversas instituições estrangeiras, associam o consumo diário de uma castanha ao combate de doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, câncer, obesidade e Mal de Alzheimer. Sequer conseguimos equacionar, satisfatoriamente o método de teste adotado pelo regulamento europeu que diz respeito ao controle da aflatoxina, um fungo cancerígeno. Nos anos 1960 éramos praticamente os únicos exportadores e nos últimos anos, tanto a Bolívia, quanto o Peru passaram a exportar muito mais que o Brasil. Nosso maior inimigo é interno, por isso precisamos resolver entre nós como usar de maneira responsável os recursos naturais da região. Será que faremos com a castanha e o açaí o mesmo que fizemos com a borracha?Já começamos a desperdiçar novas oportunidades: hoje o maior produtor mundial do tambaqui é a China. Propomos construir uma nova história em cinco arranjos produtivos. Fica o convite para os investidores de capital de risco: venham para a Amazônia – a nova fronteira de desenvolvimento – rentável e sustentável do Brasil.

Fonte: InfoMoney




Se a GPU é mais rápida, por que ainda usamos CPUs nos PCs?



Os processadores gráficos presentes nas placas de vídeo são incrivelmente poderosos. Nos mais recentes lançamentos, as fabricantes enalteceram justamente essa questão do “poder computacional”, algo que também é usado como parâmetro de comparação entre consoles.
A evolução desses componentes foi tão significante que vários aplicativos passaram a usar a GPU para acelerar tarefas específicas. Às vezes, uma atividade que demorava horas para ser finalizada na CPU, agora é realizada em poucos minutos na GPU.
Todavia, se repararmos, gigantes como Intel e AMD continuam investindo pesado em novas arquiteturas para processadores, o que pode deixar muitas dúvidas sobre o rumo das coisas neste avanço tecnológico. Afinal, se a GPU é tão superior, por que ainda usamos CPUs? Aliás, como é possível um chip gráfico desempenhar melhor do que um processador?
O assunto é bastante complexo, ainda mais se pensarmos justamente nas propostas de cada peça, uma vez que um chip gráfico parece muito mais apropriado para tarefas de vídeo, não é mesmo? Afinal, por que não é possível trocar os tradicionais processadores da Intel e AMD por chips gráficos da NVIDIA e AMD? Vamos esclarecer um pouco dessa história!

Propósitos completamente distintos

A resposta mais óbvia para estas perguntas pode parecer um tanto “curta e grossa”, mas é a mais sucinta possível: um chip de vídeo não pode substituir um processador porque ele não é um processador. Essas duas peças são completamente distintas em formatos, arquiteturas, linguagens, funcionamento e características.
A CPU é a unidade central de processamento do computador e, como o nome diz, ela é o centro de tudo. O processador é instalado na placa-mãe e se conecta a todos os outros componentes da máquina, sendo inclusive o responsável por controlar a atividade de várias dessas peças, incluindo a placa de vídeo.
O processador é o cérebro de tudo e concentra várias tarefas. Ele cuida de atividades simples, como o carregamento dos aplicativos (delegando ações para memória RAM, HD, chip de rede e placa de vídeo), até as situações mais complexas — como a execução de filtros complexos no seu editor de imagens favorito.
A GPU é a unidade de processamento gráfico, sendo responsável, essencialmente, pela parte de vídeo em quaisquer aplicações. Seja a interface do sistema operacional, os vídeos aos quais você assiste no YouTube, as imagens na sua galeria de fotos ou as texturas e polígonos de um jogo, todas essas tarefas são realizadas diretamente no processador de vídeo.
Essas são características gerais dos componentes, mas, numa perspectiva intrínseca, podemos dizer que a CPU é focada em tarefas que demandam mais cálculos e operações complexas que necessitam de poucos núcleos e clocks mais altos. A GPU é mais voltada para cálculos simples em múltiplos núcleos, sendo que ela trabalha com clocks mais baixos. Fora isso, as duas têm arquiteturas muito diferentes, o que requisita linguagens completamente distintas.

Computadores totalmente diferentes

Esta distinção entre os componentes já evidencia como é complexo “trocar a CPU pela GPU”. Um processador de vídeo não tem em sua natureza a responsabilidade de repassar ações para outras peças ou de efetuar tarefas básicas. Trata-se de um componente focado em vídeo, que tem recursos dedicados, incluindo memória própria, para os propósitos gráficos.
No caso de uma suposta máquina em que fosse possível trocar a CPU pela GPU, toda a arquitetura deveria ser reprogramada, pois as atuais máquinas não são preparadas para centralizar o processamento na placa de vídeo. Um chip gráfico não tem os requisitos básicos para controlar a BIOS e “puxar” toda a responsabilidade no controle das peças para si.
É importante notar que apesar de a GPU não ser uma solução prática para substituir a CPU nos computadores pessoais, ela pode ser uma alternativa viável em servidores, data centers, máquinas focadas em deep learning e na computação em nuvem.
Todavia, para tais aplicações, em vez de usar uma GeForce ou uma Radeon tradicional, as empresas apostam em chips mais sofisticados, como o NVIDIA Tesla ou o AMD Radeon Instinct, e tecnologias avançadas de inteligência artificial, tal qual a NVIDIA Volta. Talvez, no futuro, as GPUs tomem a vez das CPUs nos computadores, mas, por ora, esta não é uma solução prática.


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Líder do Estado Islâmico está vivo e escondido na Síria, afirma autoridade curda

'Ele não é uma figura fácil. Ele tem anos de experiência em se esconder e em escapar de serviços de segurança', afirmou Lahur Talabany, que diz acreditar que Abu Bakr al-Baghdadi segue escondido em Raqqa.

 Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, durante sermão em uma mesquita de Mosul, no Iraque. A imagem foi retirada de um vídeo divulgado em julho de 2014 (Foto: Al-Furqan Media / Anadolu Agency / AFP /Arquivo )

Uma importante autoridade curda de combate ao terrorismo disse nesta segunda-feira ter 99 por cento de certeza que o líder máximo do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, está vivo e localizado ao sul da cidade síria de Raqqa, apesar de relatos de que ele teria sido morto.
"Baghdadi está definitivamente vivo. Ele não está morto. Nós temos informações de que ele está vivo. Nós acreditamos 99 por cento que ele está vivo", disse Lahur Talabany à Reuters durante entrevista.
"Não se esqueça que suas origens datam dos dias da Al Qaeda no Iraque. Ele estava se escondendo dos serviços de segurança. Ele sabe o que está fazendo", acrescentou.
O reservado líder do Estado Islâmico tem sido frequentemente relatado como morto ou ferido desde que declarou um califado e se intitulou líder de todos os muçulmanos em um discurso de uma mesquita em Mosul em 2014.
Ele agora é um fugitivo, mas ainda um inimigo forte, disse Talabany, que tem estado à frente dos esforços para rastrear Baghdadi como parte da coalizão internacional contra o Estado Islâmico.
"Ele não é uma figura fácil. Ele tem anos de experiência em se esconder e em escapar de serviços de segurança", disse Talabany.
Na última semana, a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos, que acompanha a guerra na Síria, afirmou que Baghdadi está morto. Os Estados Unidos, no entanto, afirmaram diversas vezes que não podem confirmar a morte do terrorista.
Em 16 de junho, o Ministério Defesa da Rússia tinha afirmado que um ataque aéreo russo de 28 de maio pode ter matado Baghdadi em Raqqa, cidade no centro-norte da Síria que é o principal reduto do grupo terrorista no país.
G1

Carros

Dona da Volvo, chinesa Geely deve voltar ao Brasil em 2018 apostando em SUVs

Marca que mais cresceu no mundo no 1º semestre, Geely chegou a vender 2 modelos no Brasil entre 2014 e 2016, mas interrompeu operação com a crise no mercado.
Geely mostrou novos SUVs na Argentina, onde abriu uma subsidiária no final de 2016 (Foto: Peter Fussy/G1)
m 2018, as importadoras de veículos devem respirar livres com o provável fim das restrições impostas pelo programa Inovar-Auto, e isso pode abrir caminho para a volta de marcas. Uma delas é a chinesa Geely, que encerrou as vendas no Brasil em 2016, depois de 2 anos e apenas 1 mil unidades emplacadas.
"Temos que agir com segurança agora. Todos falam que o imposto maior (IPI) será retirado, mas vamos esperar pra ver no papel", afirmou Michael Gao, diretor comercial da Geely na América Latina.
A marca chinesa é a que mais cresce no mundo atualmente, com avanço de 84% nos emplacamentos no 1º semestre do ano, segundo dados da consultoria focus2move.
No ano passado, as vendas subiram quase 50%, impulsionada por novos modelos e pelo prestígio de ser a atual dona da Lotus e da sueca Volvo, com quem deve compartilhar tecnologias cada vez mais.
"Agora temos também novos SUVs, que são os mais desejados, e podemos entrar melhor no mercado brasileiro", disse Gao.
Geely Emgrand GS (Foto: Peter Fussy/G1)

Nada de 'baratinhos'

Caso a nova política industrial para o setor confirme a expectativa, a Geely deve voltar rapidamente ao mercado, apostando em novos SUVs, em vez do compacto GC2 e do sedã EC7 vendidos em sua primeira passagem pelo Brasil.
Com desenho assinado por Peter Horbury, ex-chefe de design da Volvo, o Emgrand GS é um crossover que apareceu no mercado argentino com motor 1.8, de 140 cv, e câmbio manual ou automático, ambos de 6 velocidades. Na China, há opção de 1.3 turbo.
A versão mais completa tem 6 airbags, controle de estabilidade, sensor de estacionamento, câmera de ré e teto solar. Na Argentina, onde carros importados são vendidos em dólar, o preço começa em US$ 24.380 (cerca de R$ 78 mil).
Já o Emgrand X7 Sport tem mais características de SUV e vem com motor 2.0, de 141 cv, ou 2.4, de 162 cv, com tração nas 4 rodas na versão topo de linha, que inclui sistema de entretenimento com conectividade para smartphones. O preço na Argentina parte de US$ 31.250 (R$ 100 mil).

Questão comercial

A Geely iniciou a operação no Brasil em 2014 por meio do Grupo Gandini, que também representa a Kia no país. A interrupção em 2016 criou um desconforto com os chineses, mas de acordo com Luiz Gandini o contrato de representação no Brasil ainda é válido.
No entanto, o diretor da Geely na América Latina não confirmou quem comandará o retorno. Não está descartada uma operação oficial da marca no Brasil, assim como foi feito na Argentina, onde as vendas começaram no final de 2016.
Os veículos podem vir do Uruguai, onde a Geely tem uma parceria para montar veículos no esquema CKD (em que o carro chega completo, mas desmontado), ou então diretamente da China.
"A planta no Uruguai está pronta para atender o mercado brasileiro quando a situação melhorar", afirmou Gao.
O representante brasileiro espera retomar as conversas com a Geely em breve. "Posso voltar a conversar a partir de agora, com essa nova realidade (para 2018). O que posso dizer é que os SUVs são bem comercializáveis no Brasil, ", afirmou Gandini.
Segundo Gandini, que também é presidente da associação de importadoras (Abeifa), as marcas que retornarem deve focar em produtos com maior valor agregado, não mais nos modelos de entrada.
"Ficou muito difícil de competir neste segmento sem ter fábrica no Brasil. Nos SUVs acima de R$ 100 mil já consegue brigar melhor, mas não vai ser fácil fazer volume porque os carros nacionais também melhoraram bem", completou Gandini.
    G1