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terça-feira, 23 de setembro de 2025

Papa Leão XIV diz que reconhecer palestina ajuda, ‘mas diálogo está interrompido’

 MUNDO

Diversos países reconheceram o Estado da Palestina nos últimos dias, incluindo o Reino Unido e França; pontífice disse que Europa unida poderia fazer muito

Imagem Brasil Paralelo 




O papa Leão XIV comentou sobre a situação em Gaza e das recentes ofensivas militares russas nesta terça-feira (23). Em relação às declarações sobre a soberania palestina, o pontífice reiterou a posição da Santa Sé, que há anos reconhece a solução dos dois Estados.

No entanto, Leão XIV disse que o diálogo, considerado uma questão principal, foi interrompido. Nos últimos dias, diversos países reconheceram o Estado da Palestina, incluindo o Reino Unido e a França. Para o pontífice, os Estados Unidos serão os últimos a reconhecer a soberania palestina.

Já em relação à crise na Europa, Leão XIV disse que “buscar uma escalada da violência é perigoso”. O papa insistiu na necessidade de abandonar as armas e os avanços militares. “A Europa realmente unida poderia fazer muito”, declarou.
Países reconhecem o Estado da Palestina

Austrália, Canadá, Reino Unido, Portugal e França reconheceram oficialmente o Estado da Palestina nos últimos dias. Os países se somam a quase 75% dos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
Nos últimos meses, diversos países tradicionalmente aliados de Israel deram o passo simbólico de reconhecer a soberania palestina. Reino Unido e Canadá foram os primeiros países do G7 a reconhecer o Estado palestino.

ITATIAIA

Portugal reconheceu o Estado da Palestina na ONU

MUNDO



O Presidente da República discursou na Conferência de Alto-Nível para a Implementação da Solução de Dois Estados, que decorreu na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, sublinhando o reconhecimento de Portugal do Estado da Palestina.

Discurso de Sua Excelência o Presidente da República:

"Vossa Excelência o Presidente de França, Emmanuel Macron
Vossa Alteza o Príncipe Herdeiro do Reino da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman
Vossa Excelência a Presidente da Assembleia Geral, Annalena Baerbock
Vossa Excelência o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres
Vossa Excelência o Presidente do Estado da Palestina, Mahmoud Abbas
Excelências,
Senhoras e Senhores,

Portugal reconheceu formalmente o Estado da Palestina como um Estado soberano com plenos direitos.

Esta decisão reflete a nossa convicção de que a solução de dois Estados é o único caminho viável para uma paz justa e duradoura no Médio Oriente.

Ao reafirmá-lo aqui, Portugal procura contribuir para um esforço internacional mais vasto em prol da paz, da justiça e da estabilidade.

Se não agirmos, esta crise deixará cicatrizes durante gerações, alimentando o extremismo e a instabilidade. O acesso humanitário deve ser garantido sem demora.

Todos os reféns devem ser libertados. O terrorismo, como o ocorrido a sete de outubro, nunca poderá ser justificado. E os civis, independentemente da nacionalidade, religião ou etnia, devem ser protegidos, em todos os momentos. Portanto, um cessar-fogo deve ser alcançado imediatamente.

O empenho de Portugal na paz no Médio Oriente tem sido constante e claro. Sempre defendemos a solução de dois Estados, em conformidade com as resoluções das Nações Unidas e as fronteiras de 1967. Apoiámos o estatuto de observador da Palestina em 2012, votámos o alargamento dos seus direitos nesta Assembleia em 2024 e endossamos a Declaração de Nova Iorque no início deste ano.

Saudamos os compromissos sem precedentes assumidos pela Autoridade Palestiniana no contexto da Declaração de Nova Iorque.

Reconhecemos que ambos os países continuam a enfrentar ameaças à segurança, que devem ser enfrentadas através do diálogo, da cooperação e da procura de uma paz justa e duradoura.

O reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal não é um gesto isolado, mas a continuação de uma política de longa data e um contributo decisivo para a salvaguarda da solução de dois Estados.

Excelências,

Portugal está pronto para trabalhar ativamente neste esforço coletivo. A nossa mensagem é clara: o reconhecimento do Estado da Palestina é o reconhecimento da própria paz.

Agora, hoje. Amanhã teria sido tarde demais."



A Autoridade Palestiniana aplaudiu a decisão portuguesa de reconhecimento do Estado da Palestina. Por outro lado, o embaixador de Israel em Portugal considera que o governo português está a premiar o terrorismo.


FONTE: Sítio Oficial de Informação da Presidência da República Portuguesa

ONU: Lula critica sanções dos EUA e conduta de Israel

MUNDO 

Em discurso na Assembleia Geral da ONU, presidente denuncia "ataques à soberania" do Brasil e sanções dos EUA, além de classificar ações de Israel em Gaza como "genocídio".

FOTO: UOL NOTÍCIAS


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou seu discurso de abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira (23/09), para criticar duramente o que chamou de "ataques à soberania" brasileira, numa fala direcionada ao governo dos Estados Unidos. O discurso ainda incluiu críticas a Israel.

"Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela", disse Lula, sob aplausos dos presentes na reunião na sede da ONU, em Nova York.

Pouco antes, Lula denunciou o que chamou de "política do poder", que vem tomando o lugar do multilateralismo.

"Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder. Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra. Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia", disse.


Enquanto os discursos anteriores de Lula na ONU, em 2023 e 2024, focaram na mudança de rumo da diplomacia brasileira, que voltou a favorecer multilateralismo após os quatro anos de isolacionismo do governo Jair Bolsonaro, a fala do presidente em 2025 teve como destaque recados aos EUA e Israel.

A fala de Lula neste ano ocorre em um momento particularmente tenso para a diplomacia brasileira. A viagem de Lula a Nova York é a primeira aos EUA desde que a Casa Branca sob Donald Trump impôs um tarifaço punitivo a exportações brasileiras e sanções a membros do governo e do Supremo Tribunal Federal (STF), em retaliação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro na esteira de uma tentativa de golpe.

Lula abordou diretamente as sanções e as tentativas de interferência no Judiciário brasileiro, mas sem mencionar nominalmente os EUA ou Bolsonaro, embora o recado tenha sido claro.


"Não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia. A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade", disse Lula.

"Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. (...) Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas. Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis", disse Lula.

Lula discursou após a presidente da Assembleia Geral, a ex-ministra do Exterior alemã Annalena Baerbock, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.


Historicamente, cabe ao Brasil abrir os discursos na sessão plenária da Assembleia Geral. Na sequência, o próximo a discursar foi o ocupante da Presidência dos EUA, no caso, Donald Trump. Em seu discurso, o americano criticou brevemente o Brasil, mas também fez um aceno a Lula, afirmando que eles concordaram em se encontrar na semana que vem. Lula ainda abordou o conflito no Oriente Médio, incluindo a guerra entre o Hamas e Israel em Gaza. Assim como já havia feito em 2023, ele criticou a conduta israelense na região, chamando as ações de "genocídio" e alertando que a população palestina "corre o risco de desaparecer".

"Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza", disse Lula.


FONTE: DW