BRASIL
Ex-presidente prestou depoimento à PF nesta quinta-feira (5), no âmbito do processo que investiga o filho dele, Eduardo Bolsonaro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (5) não ter relação com a deputada federal Carla Zambelli, que teve o nome incluído na lista da Interpol após fugir do país. A fala dele ocorreu após depoimento à Polícia Federal, nesta tarde.
"Eu vi pela imprensa que estou no inquérito também [sobre Zambelli]. Mas esse assunto não foi tratado. Não tenho nada a ver com a Carla Zambelli, não botei dinheiro no Pix dela, tá certo? Realmente acompanhei pela imprensa o caso dela", afirmou o ex-presidente.
"Hoje eu fui ouvido apenas pela questão dos recursos que eu coloquei na conta do meu filho, que está nos Estados Unidos", detalhou o ex-presidente.
A deputada federal Zambelli chegou à Itália nesta quinta-feira (5), horas antes de ter o nome incluído na difusão vermelha da Interpol, segundo fontes confirmaram ao blog da jornalista Natuza Nery, do g1 (entenda mais abaixo).
Bolsonaro prestou depoimento nesta quinta, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A oitiva foi no âmbito do inquérito que investiga se o filho dele Eduardo atuou para intimidar a justiça brasileira.
Eduardo Bolsonaro é suspeito de tentar influenciar o governo norte-americano, especialmente aliados do presidente Donald Trump, a impor sanções contra ministros do Supremo.
O que está sendo investigado?
Eduardo Bolsonaro é suspeito de tentar influenciar o governo norte-americano, especialmente aliados do presidente Donald Trump, a impor sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para a PGR, essa conduta pode configurar crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito.
As ações, segundo o órgão, também teriam como objetivo interferir nos processos que envolvem Jair Bolsonaro.
Zambelli fugiu do país
Vale lembrar que além da condenação de 10 anos por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Carla Zambelli também passou a ser investigada em um inquérito que investiga os crimes de:
* coação no curso do processo;
*possível obstrução à investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
O desembarque de Zambelli no país europeu ocorreu antes de seu nome ser incluído na difusão vermelha da Interpol, o que aconteceu na manhã desta quinta-feira (5) pelo horário de Brasília.
A medida acontece após Zambelli deixar o país, dias após ser condenada a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão falso contra o próprio Moraes no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Por Reynaldo Turollo Jr, Vladimir Neto, g1 e TV Globo — Brasília