Os números da criminalidade reforçam uma imagem negativa do Brasil no cenário internacional quando o assunto é violência. Imagem Reprodução
O país aparece entre os 10 mais violentos do mundo, ocupando a 7ª posição, de acordo com o Índice de Conflito da Armed Conflict Location & Event Data (Acled), divulgado nesta quinta-feira (11).
A Acled é uma organização independente e sem fins lucrativos que monitora conflitos e protestos em todo o mundo, com apoio financeiro do Fundo de Análise de Riscos Complexos da Organização das Nações Unidas (ONU).
O ranking avalia a intensidade dos conflitos com base em letalidade, risco para civis, dispersão geográfica e número de grupos armados ativos.
TEMPO DA PESQUISA
O levantamento analisou dados coletados entre 1º de dezembro de 2024 e 28 de novembro de 2025 e classificou os conflitos como extremos, de alta intensidade ou turbulentos.
O Brasil figura na categoria de conflito extremo, à frente de países que vivem guerras formais, como a Ucrânia, que enfrenta a Rússia desde 2022.
Segundo a Acled, o Brasil registrou 9.903 eventos de violência política nos últimos 12 meses — termo que inclui ações armadas com motivação política, social, territorial ou ideológica, além de violência contra civis e repressão excessiva a protestos.
Apesar do resultado, o país caiu uma posição em relação ao ranking do ano anterior. A instituição aponta a violência de gangues e facções como um dos principais fatores do cenário brasileiro.
RANKING DA VIOLÊNCIA
O ranking dos dez países mais violentos é liderado pela Palestina, seguida por Mianmar, Síria, México, Nigéria, Equador, Brasil, Haiti, Sudão e Paquistão. No caso do Equador, o país subiu 36 posições em apenas um ano, com mais de 50 grupos armados atuando, incluindo quase 40 gangues, responsáveis por milhares de ataques a civis.
No cenário global, a Acled registrou 204.605 eventos violentos no período analisado, número semelhante ao levantamento anterior. Esses episódios resultaram, segundo estimativa conservadora da organização, em mais de 240 mil mortes em todo o mundo.