sexta-feira, 14 de julho de 2017

POLÍTICA


Prefeitura suspende emissão de chequinho no Hospital das Clínicas, em Goiânia

Quem precisa de autorização para consultas e exames tem que procurar outras unidades. Não há previsão de quando serviço será retomado.


A Prefeitura de Goiânia suspendeu a emissão dos chequinhos, a autorização para consultas e exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital das Clínicas. O guichê foi fechado por tempo indeterminado. Com isso, quem precisa da liberação para atendimento médico precisa procurar outras unidades.Segundo o hospital, desde maio os servidores da prefeitura estão sendo retirados e o horário de atendimento reduzido. A chefe de regulação da unidade, Divina Barbosa diz que tenta negociar com a Secretaria Municipal de Saúde o retorno do atendimento. Em média, cerca de 200 exames são liberados por dia no guichê e os pacientes estão prejudicados com a mudança.
“Tem inúmeras pessoas idosas, pacientes que não dão conta de se locomover, então esse chequinho veio para cá para facilitar essa demanda do nosso usuário”, disse.
A aposentada Marli de Jesus conta que pode perder o material coletado para biópsia se não conseguir o atendimento a tempo. “O material dura apenas sete dias, por isso preciso com urgência do chequinho e não estou conseguindo tirar”, contou.
A Secretaria de Saúde informou que os funcionários que atendiam no Hospital das Clínicas foram encaminhados para outros locais que tinham carência de servidores e não há previsão de retorno do serviço na unidade. O órgão explica ainda que os agendamentos podem ser feitos no Cais da Vila Nova, que fica próximo ao Hospital das Clínicas ou em qualquer Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) da cidade.
Prefeitura suspende emissão de chequinho no Hospital das Clínicas (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Prefeitura suspende emissão de chequinho no Hospital das Clínicas (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) Fonte: G1





FUNDO DO MAR



ONU oferece bolsas para pesquisadores em assuntos oceânicos e direito do mar


Bolsas são fornecidas em parceria com a Fundação Nippon do Japão. O prazo de inscrição é 15 de setembro de 2017.

Foto tirada em Raja Ampat, na Indonésia. Crédito: Beth Watson/EUA/Prêmio de Fotografia do Dia Mundial dos Oceanos 2016
Foto tirada em Raja Ampat, na Indonésia. Crédito: Beth Watson/EUA/Prêmio de Fotografia do Dia Mundial dos Oceanos 2016

O Programa de Bolsas da Fundação Nippon do Japão, em parceria com as Nações Unidas, abriu processo de seleção para interessados em assuntos oceânicos e direito do mar.
O objetivo principal do Programa é fornecer educação e formação avançada no domínio dos assuntos oceânicos e direito do mar, bem como em disciplinas relacionadas, a funcionários de governos e outros profissionais dos Estados em desenvolvimento. O prazo de inscrição é 15 de setembro de 2017.
Nos últimos 13 anos, 130 pessoas de 75 países já participaram do Programa. Os estudos serão conduzidos em dois momentos: o primeiro, que dura 3 meses, será na Divisão das Nações Unidas para Assuntos do Oceano e Direito do Mar (DOALOS), na sede da ONU em Nova York. O segundo, com duração de 6 meses, será realizado em uma instituição parceira que acolherá o(a) candidato(a).
Os(as) candidatos(as) à bolsa deste ano já começam em 2018. Os candidatos deverão enviar as propostas diretamente no site contendo todas as instruções e demais informações: www.un.org/depts/los/nippon.
Neste site há o endereço para eventuais dúvidas e informações completas sobre possíveis questões. A ONU no Brasil não poderá tirar dúvidas sobre o tema, visto que o programa é promovido por outro escritório.

Fonte: ONUBR

POLÍTICA





Vereadores pedem que Prefeitura de Goiânia reative o Compur


Segundo a vereadora Sabrina Garcêz, o conselho responsável pelas diretrizes de políticas urbanas está paralisado desde o início da gestão Iris Rezende
Requerimento é de autoria da vereadora Sabrina Garcêz (PMB) | Foto: Divulgação / assessoria Câmara Municipal de Goiânia
Por iniciativa da vereadora Sabrina Garcêz (PMB), 23 vereadores da Câmara Municipal de Goiânia assinaram na manhã desta quinta-feira (13/7) um requerimento para que o prefeito Iris Rezende (PMDB) reative o Conselho Municipal de Política de Urbana (Compur). 
Segundo a vereadora, o colegiado responsável por auxiliar a administração municipal na formulação, acompanhamento e atualização das diretrizes e dos instrumentos de implementação de política urbana municipal está desativado desde o início de 2017.
“Muitas determinações de políticas urbanas que a prefeitura está passando estão sendo aprovados de maneira irregular, pois pela Lei Orgânica do Município, elas precisam ser aprovadas pelo Compur primeiro”, explicou a Garcêz.
Além disso, ela lembrou que, em ano de discussão da revisão do Plano Diretor de Goiânia, é fundamental que o conselho esteja em pleno funcionamento. “O Compur é composto por várias entidades da sociedade civil e representantes de órgãos da prefeitura e, por isso, ele desempenha justamente a função de fazer essa interlocução. Acredito que o Plano Diretor deve ser debatido com todos e não apenas com um segmento e por isso a importância da reativação do conselho”, disse a vereadora.
Na última terça-feira (11/7), a Comissão de Habitação, Urbanismo e Ordenamento Urbano da Câmara realizou uma audiência pública sobre o Plano Diretor. O evento contou com a presença de diversas entidades, mas a prefeitura não mandou nenhum representante para o debate.

Fonte: Jornal Opção 

RELATÓRIO



Recomendações econômicas da ONU mostram-se exatas e aplicáveis ao desenvolvimento, diz relatório


Análises econômicas feitas pelas Nações Unidas nos últimos 70 anos mostraram-se precisas e úteis para ajudar países a enfrentar a atual situação econômica mundial e implementar os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), concluiu novo relatório da Organização.
Publicado pela primeira vez em janeiro de 1948, após a Segunda Guerra Mundial, a Pesquisa Econômica e Social Mundial (World Economic and Social Survey) é o mais antigo relatório econômico e social anual do tipo e promove uma ampla compreensão do conceito de desenvolvimento.
Porto de Tema, em Gana. Foto: Banco Mundial/Jonathan Ernst
Porto de Tema, em Gana. Foto: Banco Mundial/Jonathan Ernst
Análises econômicas feitas pelas Nações Unidas nos últimos 70 anos mostraram-se precisas e úteis para ajudar países a enfrentar a atual situação econômica mundial e implementar os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), concluiu novo relatório da Organização.
Publicado pela primeira vez em janeiro de 1948, após a Segunda Guerra Mundial, a Pesquisa Econômica e Social Mundial (World Economic and Social Survey) é o mais antigo relatório econômico e social anual do tipo e promove uma ampla compreensão do conceito de desenvolvimento.
“A pesquisa deste ano analisa 70 anos dessa publicação e traz lições para a busca pelo desenvolvimento sustentável no futuro”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, no prefácio do relatório.
Os países buscaram diferentes caminhos de desenvolvimento durante esse período, que testemunhou o crescimento mais rápido da produção global e do comércio do que em qualquer outro da história da humanidade. As nações atingiram uma variedade de resultados, do cenário desolador ao milagre econômico.
A análise, lançada pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, conclui que os conselhos de impulso ao livre comércio e ao desenvolvimento feitos pela pesquisa nos últimos 70 anos mostraram-se precisos e previdentes, e devem continuar a apoiar os países em sua busca pela implementação dos ODS.
“Apesar de mudanças significativas no desenvolvimento global ao longo dos anos, muitos paralelos podem ser traçados entre os atuais desafios enfrentados pela comunidade internacional e aqueles que o mundo confrontou no passado”, disse Guterres, completando que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é um “imperativo moral e econômico – e uma oportunidade extraordinária”.
A análise concluiu que já no início da década de 1950, a pesquisa já era uma das pioneiras em defender o desenvolvimento não apenas para a expansão da produção, mas como um processo de mudanças estruturais e institucionais de larga escala para a promoção de altos padrões de vida, pleno emprego e progresso social.
A pesquisa defendeu a importância da coordenação internacional, ao afirmar que a ação de um governo pode interferir no equilíbrio de outros países na ausência de uma coordenação efetiva.
Na década de 1960, a pesquisa contribuiu para compor a base analítica para a criação da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), proporcionando um fórum para os países em desenvolvimento avançarem com sua inserção no comércio global e no apoio à industrialização.
Durante a década de 1980, a pesquisa adiantou-se ao suscitar preocupações antes da crise da dívida nos países em desenvolvimento, alertando para os altos déficits fiscais e comerciais desses países e suas implicações para o crescimento e progresso social a longo prazo. Na época, as principais instituições financeiras internacionais estavam concentradas em colocar as economias em equilíbrio com pouca consideração nas consequências sociais.
A pesquisa também criticou a abordagem “one-size-fits-all” adotada pelos programas de ajuste fiscal durante a crise da dívida, que reduziram significativamente o espaço para as políticas nacionais e contribuíram para a perda de “uma década de desenvolvimento” na América Latina e na África.
Esta crítica apoiou países no desenho de estratégias específicas de desenvolvimento durante os anos 1990. A pesquisa prudentemente alertou contra fatores que levariam à crise financeira no fim dos anos 2000.
A pesquisa deste ano também argumenta que o progresso no desenvolvimento requer um crescimento econômico global robusto, uma expansão sólida do comércio e um acesso constante aos recursos financeiros para o desenvolvimento.
Argumenta ainda que, para o cumprimento dos ODS, é necessária uma coordenação internacional maior e mais profunda em áreas políticas fundamentais, como fiscais, monetárias e comerciais, mas tais desafios não são insuperáveis.

Fonte:  ONUBR

CALOR



Agência da ONU registra recordes de calor em diferentes partes do mundo nos meses de maio e junho


Temperaturas extremamente altas para os meses de maio e junho bateram recordes de calor na Europa, Oriente Médio, norte da África e Estados Unidos. A informação foi divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que alertou também que as temperaturas médias dos oceanos e superfícies para os cinco primeiros meses de 2017 atingiram o segundo nível mais alto já registrado.

Recordes de calor foram registrados em diferentes partes do mundo. Foto: Banco Mundial/Curt Carnemark

Recordes de calor foram registrados em diferentes partes do mundo. Foto: Banco Mundial/Curt Carnemark
Temperaturas extremamente altas para os meses de maio e junho bateram recordes de calor na Europa, Oriente Médio, norte da África e Estados Unidos. A informação foi divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que alertou também que as temperaturas médias dos oceanos e superfícies para os cinco primeiros meses de 2017 atingiram o segundo nível mais alto já registrado.
A agência da ONU lembrou que, em Portugal, temperaturas na faixa dos 40 graus contribuíram para agravar a devastação provocada por incêndios florestais na região de Pedrógão Grande, a 150 quilômetros de Lisboa. Episódio deixou dezenas de mortos e feridos. Na vizinha Espanha, a primavera foi a mais quente em 50 anos. Na França, a OMM prevê que as tardes continuarão tendo temperaturas 10º C acima da média para essa época do ano.
Do outro lado do Atlântico, o sudoeste desértico dos Estados Unidos e o interior no estado da Califórnia chegaram a registrar 49º C. Informações da mídia ao final do junho sugeriram que o tráfego aéreo teria sido suspenso em torno do Aeroporto Internacional de Phoenix, no Arizona, porque estava muito quente para voar. O cancelamento de voos ocorreu num dos dias mais quentes dos últimos 30 anos nesse estado.

Fonte:ONUBR

MUNDO


Relatores da ONU pedem que Israel reconsidere acusações contra ativista palestino


Expressando preocupação com a retomada de acusações, algumas muito antigas, contra o ativista de direitos humanos palestino Issa Amro, dois relatores independentes das Nações Unidas pediram que Israel siga estritamente as leis internacionais.
“Segundo as informações que nos foram disponibilizadas, muitas das acusações contra (Issa) Amro parecem ser direcionadas ao seu direito garantido por lei de protestar pacificamente contra a ocupação quinquagenária israelense”, disseram Michael Lynk e Michel Forst.
Mulheres palestinas caminham próximo ao muro construído por Israel na região, perto de Ramallah, na Cisjordânia. Foto: IRIN/Shabtai Gold
Mulheres palestinas caminham próximo ao muro construído por Israel na região, perto de Ramalá, na Cisjordânia. Foto: IRIN/Shabtai Gold
Expressando preocupação com a retomada de acusações, algumas muito antigas, contra o ativista de direitos humanos palestino Issa Amro, dois relatores independentes das Nações Unidas pediram que Israel siga estritamente as leis internacionais.
“Segundo as informações que nos foram disponibilizadas, muitas das acusações contra (Issa) Amro parecem ser direcionadas ao seu direito garantido por lei de protestar pacificamente contra a ocupação quinquagenária israelense”, disseram Michael Lynk e Michel Forst.
“Se a corte militar israelense condenar Issa Amro por qualquer uma das acusações feitas contra ele, as condenações estarão manchadas por dúvida razoável acerca da capacidade do sistema de garantir a justiça”, acrescentaram.
De acordo com os especialistas, o sistema da corte militar israelense – à qual todos os palestinos da Cisjordânia estão submetidos – tem uma taxa de condenação de 99%, o que levanta sérios questionamentos quanto à adequação do sistema a muitos dos padrões internacionais de devido processo consistentes com as normas de direitos humanos internacionais e o direito humanitário.
Segundo os especialistas, os defensores de direitos humanos palestinos têm sofrido diversas formas de assédio, intimidação, tratamento discriminado e agressões físicas de militares israelenses e grupos ocupantes. Os dois relatores declararam, ainda, que o trabalho pacífico dos defensores dos direitos humanos não deve ser interrompido e atacado pelas autoridades, mesmo sob uma ocupação militar.
“Os direitos à liberdade de expressão e reunião devem ser respeitados e protegidos”, salientaram.
De acordo com a nota de imprensa, Amro e a entidade Jovens contra os Assentamentos (Youth Against Settlements) têm feito campanhas contra a dissolução, imposta por militares israelenses, do próspero bairro palestino que cercava a rua Shuhada, em Hebron. As campanhas também criticavam os assentamentos israelenses ilegais dentro e ao redor da cidade.
Suas atividades incluíam a gestão de um centro comunitário, organização de protestos e marchas e a oposição às restrições impostas pelos militares à vida cotidiana dos palestinos, acrescentou o comunicado.
Relatores Especiais e especialistas são apontados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, sediado em Genebra, para examinar e reportar um tema específico de direitos humanos ou a situação de um país. As posições são honorárias e os especialistas não são funcionários da ONU, tampouco são pagos por seu trabalho.

Fonte: ONUBR


HOMICÍDIOS



Cidades latino-americanas lideram taxas de homicídios no mundo



Desigualdade social, urbanização não planejada, políticas antidrogas falhas, impunidade, disponibilidade de armas e cultura machista. Esses são alguns dos fatores que contribuem para que cidades latino-americanas liderem ranking mundial de homicídios, segundo especialistas.
A América Latina e o Caribe concentram apenas 8% da população global, mas respondem por mais de 33% dos homicídios do mundo, de acordo com o Observatório de Homicídios, do Instituto Igarapé. Quatorze dos 20 países com as maiores taxas de assassinato globalmente estão localizados na região. Leia a reportagem completa.
Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva
Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva

Desigualdade social, urbanização não planejada, políticas antidrogas falhas, impunidade, disponibilidade de armas e cultura machista. Esses são alguns dos fatores que contribuem para que cidades latino-americanas liderem ranking mundial de homicídios, segundo especialistas.
Em 2015, ocorreram estimados 468 mil homicídios no mundo, sendo que a região das Américas concentrou as maiores taxas globalmente, de 32,9 para cada 100 mil habitantes, apontou relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Honduras tem o maior índice da região, com 85,7 assassinatos para cada 100 mil habitantes, seguida por El Salvador (63,2), Venezuela (51,7), Colômbia (48,8) e Belize (37,2). O Brasil aparece em nono lugar, 30,5 homicídios para cada 100 mil habitantes. Como comparação, Canadá e Estados Unidos têm índices muito inferiores, de 1,8 e 5,3, respectivamente.
A América Latina e o Caribe concentram apenas 8% da população global, mas respondem por mais de 33% dos homicídios do mundo, de acordo com o Observatório de Homicídios, do Instituto Igarapé. Quatorze dos 20 países com as maiores taxas de homicídio do mundo estão localizados na região.
“O homicídio na América Latina não é monocausal. Não ocorre em função de um só fator de risco”, disse ao Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio) o especialista em segurança e desenvolvimento e um dos fundadores do Instituto Igarapé, Robert Muggah.
“No entanto, alguns fatores se destacam (…). A América Latina tem altas taxas de desigualdade. As cidades são extremamente desiguais, e há forte associação entre desigualdade e violência”, completou.
Em maio, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) mostrou que o ritmo de declínio da desigualdade nos países latino-americanos desacelerou entre 2012 e 2015, enquanto os níveis atuais permanecem muito altos para alcançar o desenvolvimento sustentável.
O coeficiente de Gini para os rendimentos pessoais em 2015 mostrou um valor médio de 0,469 para 17 países da região (0 representa ausência de desigualdade e 1 desigualdade máxima), um nível considerado elevado quando comparado a outras regiões do mundo.
Para o sociólogo Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), questões estruturais como pobreza e desigualdade contribuem para a violência, mas há exceções.
No caso da América Latina, existem países de baixa renda como a Bolívia, por exemplo, que registram altas desigualdades e baixas taxas de homicídio (13,6 a cada 100 mil habitantes, segundo o relatório da OMS).
É nesse ponto que outros fatores passam a fazer diferença. Muggah, do Igarapé, cita o processo de urbanização rápido e desordenado de grandes cidades latino-americanas. “Há altos índices de ‘periferização’, informalidades, favelas. Isso cria uma desorganização social que reproduz violência. Quando há crescimento estável, há menos taxas de violência”, declarou.
Outros fatores comuns a países da região é a violência perpetuada pelo Estado. Segundo Muggah, por conta de longos períodos de ditadura militar, as forças policiais são treinadas para reprimir fortemente, enquanto ao mesmo tempo há altos índices de impunidade.
“Quando os crimes ocorrem, raramente são resolvidos. (…) O custo do crime é muito baixo. Quando há esses níveis de impunidade, o que acontece é que socialmente se criam normas que legitimam a violência.”
Ignacio Cano, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foto: Juan Manuel Herrera/OAS
Ignacio Cano, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foto: Juan Manuel Herrera/OAS

Aumento dos homicídios no Brasil

De acordo com o Mapa da Violência 2016, o Brasil teve 42,2 mil homicídios por arma de fogo em 2014, uma alta de quase 600% frente a 1980. Mesmo considerando o avanço populacional no período, que segundo o relatório foi de 65%, trata-se de um aumento alarmante.
A evolução não foi uniforme ao longo dos anos. A partir do pico de 36,1 mil mortes registrado em 2003, esse número caiu para cerca de 34 mil entre 2004 e 2007, baixa atribuída ao Estatuto e à Campanha do Desarmamento, iniciados em 2004.
A partir de 2008, no entanto, os números voltaram a subir para 36 mil mortes anuais, crescimento que se acelerou principalmente depois de 2012. Segundo o Mapa da Violência, as políticas de desarmamento sofreram interrupções ao longo dos últimos anos e não foram complementadas com outras estratégias e reformas necessárias para reverter esse cenário.
O Mapa da Violência mostrou ainda que o perfil das vítimas é majoritariamente jovem. Do total de pessoas assassinadas por arma de fogo em 2014, mais de 25 mil tinham entre 15 e 29 anos, um aumento de quase 700% frente aos anos 1980.
O relatório também apontou fortes desigualdades raciais no país. Sem distinção por faixa etária, de 2003 a 2014, os homicídios por arma de fogo tiveram queda de 27,1% entre a população branca, enquanto aumentaram 9,9% entre a população negra no mesmo período.
Estimativas citadas pelo Mapa da Violência dão conta de que do total de assassinatos, apenas entre 5% e 8% são devidamente apurados.

Acesso a armas

O fácil acesso a armas é indicado pelos especialistas como uma das causas para as altas taxas de homicídio no país e em outros países da América Latina. Apesar de não haver dados oficiais, estimativas do Mapa da Violência dão conta de um total de 15,2 milhões de armas em poder da população brasileira, sendo 6,8 milhões registradas e 8,5 milhões não registradas. Do total não registrado, 3,8 milhões estariam nas mãos de criminosos.
Ignácio Cano, da UERJ, lembra que a maior parte dos homicídios é cometida com armas curtas, e afirma ser um mito a teoria de que tais armas cheguem ao país pelo tráfico internacional. Segundo ele, a maior parte das armas em circulação é fabricada no Brasil.
“Não é a disponibilidade de armas apenas. É a incapacidade de ter regulações básicas. Temos muitas armas ilegais. Em outras partes do mundo, há tantas armas, e não ocorre isso”, disse Muggah, do Igarapé, sobre os países latino-americanos.
Para ele, as políticas antidrogas proibicionistas e repressivas adotadas pelos Estados da região têm impulsionado a violência. “Quando há políticas que sancionam o uso de violência para combater cartéis, você tem confrontação violenta”, declarou. “O que precisamos fazer não é ir atrás das drogas, mas dos grupos criminosos. Indo atrás das drogas, o que fazemos é aumentar o lucro dos produtores”.

Cultura machista

Outro fator que contribui para o recrudescimento da violência nos países latino-americanos é a cultura machista, de acordo com Muggah. Segundo o Mapa da Violência de 2015, o Brasil tem uma taxa de 4,8 assassinatos para cada 100 mil mulheres, ocupando a quinta posição em um ranking de 83 nações.
Nos países da América Latina e do Caribe, ao menos 12 mulheres são vítimas de feminicídio todos os dias, segundo a CEPAL, que citou uma série de riscos — como violência, pobreza e trabalho precário — aos quais as mulheres da região estão mais suscetíveis do que os homens.
“A cultura machista sanciona a violência baseada em gênero. Passa a ser aceitável homens baterem em mulher. Isso está mudando, mas ainda temos essas altas taxas de violência contra as mulheres na região”, disse Muggah.
Robert Muggah, do Instituto Igarapé. Foto: Divulgação
Robert Muggah, do Instituto Igarapé. Foto: Divulgação

Campanha Instinto de Vida

Diante de uma realidade regional estarrecedora, mais de 30 organizações da sociedade civil latino-americana lançaram este ano a Campanha Instinto de Vida, cujo objetivo é impulsionar medidas para reduzir pela metade a violência letal na região em 10 anos.
A campanha — que no Brasil tem como membros Instituto Igarapé, Instituto Sou da Paz, Nossas e Observatório de Favelas, e como associados Anistia Internacional Brasil, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Visão Mundial e Instituto Fidedigna — também tem o objetivo de promover compromissos claros dos governos locais com o tema.
“É uma campanha que junta duas estratégias: mobilização, ou seja, mobilizar cidadãos para provocarem pressão; e incidência política, aproximar-se de autoridades para fornecer apoio técnico necessário para adoção de políticas públicas baseadas em evidências”, explicou Dandara Tinoco, especialista em comunicação do Instituto Igarapé e coordenadora da iniciativa, lançada no Brasil em maio.
Um relatório preliminar com propostas de políticas públicas para a redução dos homicídios nos países latino-americanos já foi publicado pela campanha.
Entre as sugestões, estão medidas de mediação de conflitos, prevenção à reincidência, programas de intervenção urbana, regulação de armas e munições e estratégias de redução do impacto do mercado de drogas.
Outras propostas incluem fortalecer a capacidade do sistema de justiça para esclarecer os homicídios e da polícia, de forma a melhorar sua relação com as comunidades. O relatório também lembra a importância das políticas sociais inovadoras que promovam o crescimento e a inclusão dos mais pobres e o desenvolvimento equitativo.
Segundo Dandara, as organizações promovem reuniões periódicas para entender quais são as semelhanças e as diferenças do cenário de violência nos países latino-americanos.
“Entendemos que os que decidem vão customizar as propostas em suas políticas de acordo com cada país. (…) É fundamental que tenhamos organizações que atuem em cada um desses países, para que possam fazer essas adaptações”, completou.
“O próximo passo é conversar com esses diferentes representantes para mostrar o quão importante é adotar essas políticas públicas”, disse ela. “Temos a perspectiva de que autoridades assinem os compromissos públicos, assim como valores da campanha”, concluiu.


Fonte: ONU



EDUCAÇÃO

Prêmios Gestão Escolar e 

Professores do Brasil estão com 

inscrições abertas 


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Iniciativas reconhecem bons exemplos na direção e em projetos pedagógicos desenvolvidos em salas de aulas de todo o País. Interessados têm até 14 e 25 de agosto, respectivamente, para enviar trabalhos Foto: Divulgação



Profissionais de escolas públicas de todo o País podem se inscrever para os prêmios Gestão Escolar 2017 e Professores do Brasil. Ambos integram a iniciativa Educadores do Brasil, que reconhece e premia boas práticas de gestão e projetos desenvolvidos por docentes.
A oportunidade proporciona visibilidade às experiências pedagógicas. O objetivo é fazer com que os trabalhos exitosos se tornem exemplos para demais profissionais da rede pública e sejam replicados.
As inscrições para o Gestão Escolar terminam em 14 de agosto, e as do Professores do Brasil, em 25 de agosto.
O subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional, da Secretaria de Educação, Fábio Pereira de Sousa, destaca que os resultados efetivos dos projetos premiados ficam bem claros com os indicadores das escolas.
"Em muitos casos, o gestor ou professor apenas precisa sentar à frente do computador e ‘colocar no papel’ o que ele já desenvolve na escola"Fábio Pereira de Sousa, subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional, da Secretaria de Educação
Se você observa a redução da taxa de evasão e a melhoria no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica [Ideb], isso quer dizer que há um retrato de uma boa gestão”, explica o subsecretário.
Sousa avalia ser necessário fomentar no ambiente escolar a elaboração de projetos diferenciados com bom rendimento. “Em muitos casos, o gestor ou professor apenas precisa sentar à frente do computador e ‘colocar no papel’ o que ele já desenvolve na escola”, completa.

Setor Leste vai do 17º ao 1º lugar no Enem

A coordenadora da Regional de Ensino do Plano Piloto/Cruzeiro, Ana Lúcia Moura, inscreveu no Gestão Escolar de 2012 o projeto pedagógico da escola onde era diretora na época, o Centro de Ensino Médio Setor Leste do Plano Piloto.
“Assumimos em 2008 e nos deparamos com um ambiente cheio de problemas. Com uma proposta de transparência e de gestão de responsabilidade de toda a comunidade escolar, revertemos o cenário”, conta Ana Lúcia.
Em menos de dois anos, a unidade passou de 17º lugar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do Distrito Federal para o 1º, à frente das escolas militares.
A posição de destaque no concurso rendeu uma premiação de R$ 6 mil, revertida na instalação e manutenção da parte elétrica da unidade.
Os gestores interessados em concorrer ao prêmio devem se inscrever pelo portal do concurso.
Para participar, o profissional precisa preencher uma autoavaliação e elaborar um plano de ação, construído com a participação da comunidade escolar. Os melhores projetos por unidade da Federação seguem para a fase regional e são premiados.
Essa é a 16ª edição do prêmio, que, desde 2011, ocorre a cada dois anos. As categorias serão Escola Destaque Local, Destaque Estadual/Distrital, Destaque Regional e Referência Brasil, e todos os vencedores ganharão diplomas.
Para as categorias Destaque Estadual/Distrital e Destaque Regional, serão oferecidas, respectivamente, uma viagem de intercâmbio nacional e uma a um país da América Latina. A escola selecionada como Referência Brasil terá direito ainda a um prêmio de R$ 30 mil.

Princesas Negras venceu edição de 2014 do Professores do Brasil

O prêmio Professores do Brasil chega à 10ª edição. Para disputá-lo, qualquer professor de escola pública da educação básica pode inscrever um relato de prática pedagógica. Selecionado, segue para uma premiação estadual, regional e nacional.
O Professores do Brasil está dividido em seis categorias, de creche a ensino médio
As inscrições devem ser feitas pelo site. A divulgação oficial do resultado está prevista para 7 de dezembro.
Professora do Jardim de Infância 603, do Recanto das Emas, Mariana Soares Ferreira foi a vencedora da Região Centro-Oeste do Professores do Brasil 2014 com o trabalho Princesas Negras. A proposta pedagógica leva para a sala de aula contos e histórias com protagonistas afrodescendentes.
Com o êxito do Princesas Negras, a escola adotou um projeto étnico-racial, que trabalha a matriz africana em sentido mais amplo.
O Professores do Brasil está dividido em seis categorias, de creche a ensino médio.
Prêmio Gestão Escolar 2017
Inscrição até 14 de agosto
Pelo portal do concurso
Mais informações no regulamento
Professores do Brasil
Inscrição até 25 de agosto
Pelo site
Mais informações no regulamento


Fonte: Agência Brasília
 

FOME




Centro de Excelência contra Fome apoia Burundi em programa de alimentação escolar







O Centro de Excelência contra a Fome, fruto de uma parceria entre o governo brasileiro e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas, realizou missão no Burundi para fornecer assistência técnica ao país no desenvolvimento de uma política nacional de alimentação escolar vinculada à agricultura local.


Centro de Excelência contra a Fome, fruto de uma parceria entre o governo brasileiro e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas, realizou este mês uma missão no Burundi para fornecer assistência técnica ao país no desenvolvimento de uma política nacional de alimentação escolar vinculada à agricultura local. A missão ocorreu em conjunto com o escritório local do PMA.

O apoio foi solicitado ao Centro pelo Ministério da Educação do Burundi. Uma equipe de especialistas realizou uma missão de avaliação de 4 a 12 de julho, reunindo-se com atores-chave e coletando impressões que devem ser incluídas no futuro documento do programa.


Alimentação escolar foi definida como um super-recurso por estudo do Centro de Excelência contra a Fome. Foto: PMA



Alimentação escolar foi definida como um super-recurso por estudo do Centro de Excelência contra a Fome. Foto: PMA




O Centro de Excelência vai apoiar o governo no processo de formulação do programa de alimentação escolar. Durante a missão, que durou duas semanas, a equipe teve reuniões produtivas com equipes técnicas dos ministérios da Educação, Saúde, Proteção Social e Agricultura, além dos gestores e equipe do escritório de país do PMA, ONGs locais e outras agências internacionais no país.
O Centro de Excelência também participou de uma visita de campo à província rural de Bujumbura para ter uma visão abrangente dos departamentos descentralizados do governo e suas instituições. As informações coletadas durante a visita de campo serão fundamentais para o processo de desenho da política de alimentação escolar e, mais tarde, para a implementação do programa.
Uma reunião de alto nível foi realizada com os ministros da Educação, Janvière Ndirahisha, e da Agricultura, Déo-Guide Rurema. Ambos renovaram seu compromisso com o desenvolvimento conjunto, a adoção e a implementação da futura política nacional de alimentação escolar.
A ministra da Educação reafirmou seu compromisso com a erradicação da evasão escolar no país e reconheceu a contribuição de um programa nacional de alimentação escolar para alcançar esse objetivo.
O ministro da Agricultura reiterou a necessidade de um programa sustentável, para que os agricultores familiares considerem a alimentação escolar como um mercado de longo prazo para seus produtos e uma fonte estável de renda.

CULTURA



ONU lança biblioteca digital com 900 mil documentos à disposição do público


Plataforma será o ponto de acesso global à informação das Nações Unidas, incluindo material histórico e registros contemporâneos. Biblioteca foi desenvolvida por meio de tecnologia de código aberto pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN).


Uma das salas da Biblioteca Dag Hammarskjöld, na sede da ONU em Nova Iorque. Foto: ONU

Uma das salas da Biblioteca Dag Hammarskjöld, na sede da ONU em Nova Iorque. Foto: ONU


A ONU lançou no mês de maio um repositório que conta atualmente com cerca de 900 mil registros. Segundo a organização, a plataforma será o ponto de acesso global à informação das Nações Unidas, incluindo material histórico e registros contemporâneos.
A iniciativa é uma parceria entre a Biblioteca Dag Hammarskjöld das Nações Unidas e a Biblioteca do Escritório das Nações Unidas em Genebra. A plataforma fornece acesso a materiais produzidos pela organização em formato digital e sem custo algum, e faz parte de um esforço de promover a transparência, o livre acesso à informação e a preservação do acervo documental da ONU.
A biblioteca foi desenvolvida por meio de tecnologia de código aberto pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) e engloba métricas de administração e de código aberto.
O sistema incorpora conteúdo apresentado em diversos bancos de dados autônomos, como o Sistema de Informação Bibliográfica da ONU (UNBISNET) e o Sistema de Documentos Oficiais das Nações Unidas. No total, são quase 900 mil registros, número que aumenta diariamente.
Entre os documentos disponíveis estão documentos oficiais da ONU e publicações de acesso público, discursos e dados de votações nos diferentes órgãos da organização, mapas, resoluções, atas de reuniões e uma diversa coleção de documentos institucionais.
A plataforma está disponível nos seis idiomas oficiais da organização, além de alguns outros não oficiais, em certos casos.
Para utilizar a Biblioteca Digital da ONU, os usuários devem acessar a página e fazer a busca utilizando os diferentes filtros, como tipo de documento ou órgão, agência ou organismo do Sistema ONU. O conteúdo também está disponível para download.
Acesse o repositório em https://digitallibrary.un.org.