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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Trump critica opressão religiosa no mundo e "repressão" em Cuba e Venezuela

MUNDO
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FOTO:globalresearch
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a denunciar nesta quinta-feira os "regimes repressivos" de Cuba, Venezuela, Irã e Coreia do Norte, e afirmou que o governo americano está do lado de todos aqueles que sofrem "perseguição" devido à fé em qualquer país do mundo."Sabemos que milhões de pessoas no Irã, Cuba, Venezuela, Coreia do Norte e outros países sofrem sob regimes repressivos e brutais. Os EUA estão do lado de todas as pessoas que sofrem opressão e perseguição religiosa", disse Trump em discurso durante o Café da manhã Nacional de Oração, ato anual que mistura política e religião.Embora Trump tenha o costume de citar Cuba e Venezuela entre os principais violadores dos direitos humanos do mundo, esses dois países não figuram na lista de sancionados pelos Estados Unidos por supostas afrontas à liberdade religiosa, relação que conta com a presença de Irã e Coreia do Norte.O mais recente relatório sobre liberdade religiosa do Departamento de Estado, divulgado em agosto do ano passado, indicava que "o ambiente de liberdade religiosa melhorou" em Cuba nos últimos anos e, no caso da Venezuela, só mostrava preocupação com supostos comentários "antissemitas" nos veículos de imprensa oficiais.Em discurso, Trump voltou a prestar homenagem ao desertor norte-coreano, Ji Seong-ho, o qual convidou na semana passada para presenciar a alocução sobre o Estado da União no Congresso, e disse que em sua fuga da Coreia do Norte "rezou pela paz e a liberdade" e tornou-se "um símbolo de esperança para milhões de pessoas".Trump também lembrou a repressão cometida pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) contra minorias religiosas no Iraque e na Síria, e comemorou que a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos tenha "libertado quase 100% do território" antes controlado por "esses assassinos" nesses países.O Café da manhã Nacional da Oração contou com a presença do presidente da Guatemala, Jimmy Morales, que teve uma rápida reunião com Trump antes.

FONTE: EFE 

Rubens Barrichello recebe alta de hospital após 10 dias internado nos EUA

ESPORTES: F1
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Reprodução/Instagram

O piloto brasileiro Rubens Barrichello recebeu alta nesta quarta-feira do hospital onde estava internado em Orlando, nos Estados Unidos. O recordista de corridas na Fórmula 1 passou cerca de 10 dias no local após sentir fortes dores de cabeça por um problema em uma veia na cabeça.
Rubinho Barrichello comunicou a alta em um vídeo publicado no Instagram. “Fala galera, só pra falar que eu estou indo pra casa. Que felicidade ir pra casa”, disse ele, que publicou a mensagem em português e em inglês. Aos 45 anos, ele se prepara para disputar a oitava temporada da Stock Car, categoria de que já foi campeão uma vez.

A notícia da internação foi dada pelo próprio Rubens Barrichello na mesma rede social. “Eu tive um problema em uma ‘veiazinha’, mas eu estou ótimo, já estou praticamente liberado”, publicou na última semana. O piloto passa a maior parte do tempo nos Estados Unidos, onde acompanha o início no automobilismo dos dois filhos, Eduardo e Fernando.

FONTE:Estadão Conteúdo

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O que acontecerá se os EUA ultrapassarem a Arábia Saudita como maior produtor de petróleo do mundo

MUNDO
Exploração de petróleoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionGoverno Trump tem favorecido a exportação de petróleo
Os Estados Unidos estão se aproximando da liderança na corrida pelo domínio do mercado mundial de petróleo.
De acordo com as últimas previsões da Agência Internacional de Energia, a produção americana atingirá neste ano a marca recorde de 10 milhões de barris de petróleo bruto por dia.
Assim, calcula-se que o país desbancará a Arábia Saudita neste ano da posição de liderança que ostenta, com 13,5% da produção mundial.
Seu impulso, promovido pelo apoio do governo de Donald Trump às exportações, é um problema para a Rússia, a terceira colocada nessa disputa.
O avanço dos EUA terá efeitos no mercado do petróleo, bem como reflexos geopolíticos e econômicos em diferentes países.
A BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, listou cinco possíveis consequências caso os Estados Unidos realmente se tornem o maior produtor de petróleo do mundo:

1. O fim da guerra dos preços da Arábia Saudita e Opep

Para a grande petromonarquia do Golfo Pérsico, ver-se superada pelo aliado - mas também concorrente - implica na constatação dos danos colaterais da sua política tradicional de controle de preços.
Ator principal na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o país tradicionalmente a usou para controlar os preços no mercado, aumentando ou reduzindo o fornecimento conforme sua conveniência.
Nos últimos anos, porém, o surgimento de técnicas como o fraturamento hidráulico de rocha (fracking) o aumento exponencial da produção americana reduziram a eficácia dessa estratégia.
Antonio de la Cruz, presidente do Centro de Análises de Tendências Interamericanas de Washington, disse à BBC que "a decisão dos Estados Unidos de aumentar a produção nas regiões de fracking na verdade foi tomada pela Opep quando esta apostou em manter os preços, em vez de produzir mais".
O reino saudita tentou em 2014 sufocar os produtores do fracking nos EUA, inundando o mercado de Brent (petróleo encontrado no Mar do Norte).
Árabes e americanosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionArábia Saudita tentou acabar com o setor de fracking americano
A ideia era que os preços caíssem até que as empresas instaladas nos Estados Unidos não fossem lucrativas o suficiente para continuar explorando os campos de petróleo e gás de xisto (aquele obtido através do fracking).
Mas o setor do fracking resistiu: conseguiu reduzir seus custos e economizar suas margens de lucro. Embora o barril de Brent tenha caído até o raro valor de US$ 30, dois anos depois a Arábia Saudita cedeu e convenceu seus parceiros da Opep, pouco a pouco, a voltar subir o preço do óleo.
Agora, a situação e inverteu, e é a enorme produção dos EUA que determina preços e estabiliza o mercado.
Nesse contexto, a nova elite governante no país persa adotou uma nova estratégia que consiste em iniciativas sem precedentes, como a privatização parcial da Saudi Aramco, a empresa estatal de energia.
Isso faz parte das mudanças promovidas pelo príncipe Mohamed Bin Salman, homem forte do governo determinado a reformar a economia do país.
Mas embora os Estados Unidos superem a Arábia Saudita no volume de produção, alguns analistas enfatizam que essa batalha não é medida apenas pelo número de barris diários.
Samantha Gross, especialista em segurança energética da Brookings Institution em Washington, diz que, mesmo que produza menos do que seu concorrente, a Arábia Saudita manterá sua posição de liderança no mercado energético global.
Homens trabalhando em área de exploração de petróleoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMudança pode afetar diretamente mercados da América do Sul e Europa
"O petróleo saudita é produzido por uma única entidade, a Saudi Aramco, de propriedade e administrada pelo Estado, e por isso não é governada unicamente por critérios de benefício econômico. A indústria de energia dos Estados Unidos nunca atuará de forma coordenada, seguindo as diretrizes do Estado", diz Gross.
Diferenças como essa levam a especialista a concluir que o predomínio saudita, embora questionado, ainda é válido.

2. Venezuela ainda mais castigada

Os efeitos do potencial novo panorama também seriam sentidos na América Latina.
O grande gigante regional do petróleo, a Venezuela, verá sua já maltratada economia ainda mais castigada.
Petrolífera venezuelanaDireito de imagemAFP
Image captionFalta de investimentos prejudicou o setor petrolífero venezuelano
O analista De la Cruz acredita que a ineficiência e as deficiências estruturais do setor petrolífero venezuelano o tornarão totalmente incapaz de competir com os produtores americanos.
Enquanto a produção dos EUA sobe desde a presidência de Richard Nixon (1969-1974), a venezuelana perdeu 600 mil barris diários.
Nas circunstâncias atuais, desencadeada por uma hiperinflação imparável, "a Venezuela não tem capacidade para produzir ou importar. As possibilidades de ser atualmente um ator no mundo do petróleo foram cortadas", diz De la Cruz.
O petróleo venezuelano também é muito pesado, então é preciso importar naftas (matéria-prima do petróleo) mais leves de outros países, entre eles os Estados Unidos, para obter uma mistura comercializável. Mas a falta de liquidez do país afetou seriamente sua capacidade de adquirir essas matérias-primas do exterior.
Homem trabalha em petrolíferaDireito de imagemAFP
Image captionEspecialistas concordam que a Venezuela precisa importar petróleo leve para obter uma mistura mais comercializável
"O petróleo fornece à Venezuela 96% da moeda estrangeira de que ela precisa desesperadamente, então o governo de Nicolás Maduro dará prioridade às exportações para obtê-las. Por isso, o mercado doméstico é que será mais e mais esgotado", diz De la Cruz.
O que isso significa para o venezuelano comum? "Mais filas em postos de gasolina", ele responde.
Os problemas do setor petrolífero venezuelano também terão efeitos no quadro regional.
"O socialismo do século 21 usou a ferramenta da geopolítica do petróleo, com o fornecimento de petróleo subsidiado para os países do Petrocaribe e os da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América)", diz o especialista.
De acordo com sua visão, muitos desses países podem estar tentados a ouvir propostas potenciais de fornecedores alternativos.

3. Possíveis ameaças ao meio ambiente

Grupos ambientalistas alertaram que a política de fracking seguida pelo governo Donald Trump representa uma ameaça para o meio ambiente.
O fim das restrições à exportação e a autorização para construir áreas de exploração em áreas protegidas, como o Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Alasca, provocaram preocupação entre os ambientalistas.
Eles também temem que o novo panorama prolongue a vida dos combustíveis fósseis, como o petróleo, e desencoraje o investimento em energias mais limpas.
Mulher protesta contra petrolífera
Image captionGrupos de ambientalistas temem que os danos ao meio ambiente ocorram com decisão dos EUA
Lisa Viscidi, especialista em energia e meio ambiente no centro de análise The Dialogue, de Washington, argumenta que "pode ​​haver algum impacto se a produção aumentar, mas isso depende mais dos preços globais do que de outros fatores".
A analista afirma que, por se tratar de um mercado global, "um único país não faz a diferença".
A experiência vivida pelos EUA em 2014 indica que em contextos de grande oferta e preços baixos a demanda aumenta, mas isso não implica necessariamente em um aumento das emissões de poluentes.
"Tudo depende das políticas que os países e as empresas seguem, se são eficientes", diz Viscidi.

4. Mais independência para os EUA no Oriente Médio

Agora que têm seu abastecimento de petróleo garantido, os Estados Unidos podem se libertar de sua dependência tradicional de abastecimento dos focos exportadores do Oriente Médio.
Cenários como a Crise do Petróleo de 1973 ou a Guerra do Golfo de 1990, quando a turbulência na região levou ao aumento do preço do petróleo, são impensáveis ​​hoje.
Homem queima bandeira americanaDireito de imagemAFP
Image captionAnúncio de Donald Trump sobre a embaixada em Jerusalém provocou protestos em países islâmicos
"Embora os EUA continuem importando 7 milhões de barris por dia, não têm mais medo de um embargo de petróleo", explica De la Cruz.
"Tornam-se menos vulneráveis à chantagem, como a da Opep."
Assim, o país "ganha independência para gerenciar sua própria política na região", sem temer que isso possa afetar criticamente sua economia, como ocorria no passado. "Ele já não é mais dependente dos países árabes", diz o especialista.
Para ele, isso ajuda a explicar por que Donald Trump se atreve a tomar decisões sem precedentes, como anunciar a transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém - mesmo sob protestos de todo o mundo islâmico.

5. Mais força para os países europeus contra a Rússia

O passo à frente do gigante americano também afeta a Europa, uma das áreas tradicionalmente mais dependentes da energia produzida pela Rússia.
Tanques de guerraDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionGuerra do Golfo fez o preço do petróleo disparar
No passado, Moscou usou a fonte de energia como uma ferramenta de pressão. Em várias ocasiões, interrompeu o fornecimento de gás para a Ucrânia e outros países do Leste Europeu a poucas semanas do início do inverno.
De la Cruz explica que a Europa "estará agora em melhor posição de negociação com fornecedores russos, como a empresa de gás Gazprom, uma vez que poderá exercer a vantagem de outro potencial fornecedor".
Em todo caso, a Rússia ainda possui uma vantagem decisiva nesta área. Pode fazer esses recursos chegarem por meio de gasodutos e tubulações, enquanto os barris dos EUA só podem chegar pelo mar, a um custo maior.
Vladimir Putin e Angela MerkelDireito de imagemAFP
Image captionAgora a Europa poderá ter uma alternativa na negociação com a Rússia
É uma desvantagem competitiva que ainda pesa e fará com que "a Rússia mantenha sua influência".
Mas De la Cruz não descarta que em alguns anos essa situação também seja revertida.
"O gás natural líquido pode ser o combustível do futuro e substituir o petróleo. Desenvolver isso é um dos projetos fortes nos quais a gestão Trump poderia apostar nos próximos cinco anos."

FONTE: BBC MUNDO

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Criticado por Trump, vice-diretor do FBI renuncia ao cargo

MUNDO
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FOTO: REPRODUÇÃO Portal BM News

O vice-diretor do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, Andrew McCabe, renunciou nesta segunda-feira ao cargo e deixará oficialmente a agência em março.
A saída de McCabe, confirmada à Agência Efe por uma fonte com conhecimento do caso e ainda não confirmada oficialmente, ocorre depois de várias críticas do presidente do país, Donald Trump.
McCabe foi braço direito do ex-diretor do FBI James Comey, demitido por Trump no ano passado. Os dois lideraram a investigação aberta contra a democrata Hillary Clinton pelo uso de um servidor privado de e-mail quando era secretária de Estado.
O vice-diretor do FBI, de 47 anos, tinha intenção de se aposentar em março, mas decidiu usar "férias acumuladas" durante os próximos dois meses. Ele continuará recebendo no período, mas já não mais exercerá o cargo, explicou a fonte ouvida pela Efe.
Dessa forma, McCabe deixará o FBI em março, quando cumprirá todos os requisitos necessários para poder se aposentar.
Nos últimos meses, o vice-diretor esteve no centro das tensões entre a Casa Branca e o FBI, questionado várias vezes por Trump.
O jornal "The Washington Post" revelou no início deste mês que Trump chamou McCabe no Salão Oval da Casa Branca e perguntou em quem o vice-diretor tinha votado nas eleições presidenciais de 2016.
Esse encontro, segundo o jornal, ocorreu depois de Trump anunciar a demissão de Comey, que liderava a investigação sobre as possíveis ligações da Rússia com membros da campanha do presidente.
Trump foi ao Twitter em várias oportunidades atacar McCabe por causa das doações recebidas pela esposa do FBI diretor do FBI, Jill McCabe, que foi candidata democrata ao Senado da Virgínia em 2015.
Jill recebeu cerca de US$ 675 mil de duas entidades ligadas ao governador da Virgínia, o democrata Terry McAuliffe, descrito como o "melhor amigo" do ex-presidente Bill Clinton e, portanto, uma pessoa próxima a Hillary Clinton, a adversária de Trump nas eleições.
Enquanto Jill era candidata ao Senado da Virgínia, McCabe participava da investigação que o FBI abriu contra Hillary.
Ao ser questionado sobre a renúncia de McCabe hoje, Trump não fez nenhum comentário.

FONTE: EFE

Pentágono suspeita do uso de gás sarin na Síria e não descarta represálias

SÍRIA CONFLITO
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FOTO:Forças Terrestres
O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, afirmou nesta sexta-feira que o regime sírio de Bashar Al Assad utilizou repetidamente gás cloro em seus ataques contra a oposição e apontou que, além disso, está em andamento uma investigação sobre o provável uso de gás sarin, o que poderia levar o Pentágono a tomar medidas.
"Estamos mais preocupados ainda pelo possível uso de gás sarin. Não tenho evidências, mas digo que outros grupos que se encontram sobre o terreno - como organizações não-governamentais e combatentes - disseram que foi usado gás sarin e estamos buscando evidências", comentou Mattis.
As declarações de Mattis, feitas a um grupo de jornalistas no Pentágono, foram dadas um dia depois que o Departamento de Estado anunciou que está investigando um possível novo ataque com armas químicas contra a população de Goutha Oriental, o principal reduto opositor da periferia de Damasco.
Se forem confirmadas essas acusações, surgidas por causa de uma investigação jornalística, se trataria do terceiro ataque deste tipo sobre esta localidade em apenas 30 dias.
A porta-voz do Departamento de Estado, Heahter Nauert, não duvidou na quinta-feira em responsabilizar o Governo do presidente russo Vladimir Putin por estes ataques, que violam os acordos da Convenção de Genebra, por prestar apoio ao regime de Assad.
Neste sentido, Mattis disse hoje que o regime sírio poderia estar sendo "aconselhado" e confirmou que os Estados Unidos estão investigando as acusações.
Além disso, Mattis não descartou que, se continuarem os ataques químicos, o Pentágono pode optar por realizar represálias.
Em abril de 2017, os Estados Unidos fizeram uma ação militar contra o regime de Assad, em resposta a um ataque químico similar, e suas Forças Armadas bombardearam a base aérea de Shayrat.

FONTE: EFE



quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Casal brasileiro é preso em investigação de esquema milionário de lavagem de dinheiro de coiotes nos EUA

MUNDO
Eduardo Pereira e Marcia Tiago foram detidos pela polícia em Miami | Fotos: Courtesy of Miami-Dade Corrections and Rehabilitation Department
© BBC Eduardo Pereira e Marcia Tiago foram detidos pela polícia em Miami | Fotos: Courtesy of Miami-Dade Corrections and Rehabilitation Department
Um casal de brasileiros estaria no coração de um "sofisticado esquema de lavagem de dinheiro" que movimentou pelo menos US$ 8,37 milhões (ou R$ 27 milhões) nos últimos três anos com o contrabando de pessoas - especialmente brasileiros - para os Estados Unidos, segundo documentos oficiais da polícia americana obtidos pela BBC Brasil.
Presos na semana passada em Miami, Eduardo Pereira, de 49 anos, e sua mulher, Marcia Tiago, de 48, seriam os responsáveis por lavar e introduzir no sistema bancário americano os lucros recebidos irregularmente por uma rede de coiotes, como são conhecidos os agentes ilegais que fazem o transporte internacional de migrantes em condições perigosas.
Diferente do tráfico de pessoas, que pode envolver exploração sexual, escravidão ou venda de órgãos, o contrabando de pessoas acontece quando organizações cobram para burlar leis de imigração e levar pessoas para outros países, com consentimento dos viajantes.

Em um mandado de prisão de 32 páginas, a Força-tarefa de Lavagem de Dinheiro do Condado de Broward, na Flórida, aponta que os brasileiros seriam donos ou titulares principais das contas bancárias de quatro empresas de fachada, todas criadas para fazer circular os lucros da rede de coiotes - que cobravam entre US$ 15 mil e US$ 20 mil (ou R$ 48 mil a R$ 64 mil) para brasileiros que quisessem migrar para os EUA pelo sul da Flórida.
"Normalmente, a pessoa contrabandeada era levada de avião do Brasil para o Caribe, onde não há obrigatoriedade de visto de viagem, e depois era levada de barco para o sul da Florida", afirmam os detetives no documento.
"De lá, a organização levava as pessoas contrabandeadas de carro para Nova Jersey e Pensilvânia, normalmente seu destino final."
Na maior parte dos casos, o pagamento - ou parte significante dele - era realizado já em solo americano, "geralmente em dinheiro, por amigos ou familiares, após a chegada em segurança", aponta o documento.
Pereira e Tiago estão presos em Miami. Por ordem da juíza Mindy Glazer, que ordenou a prisão, o casal poderá ficar detido em prisão domiciliar se pagar fiança de US$ 300 mil (quase R$ 1 milhão) cada um. Eles também precisarão provar que o dinheiro usado para esse pagamento veio de uma fonte legal.

Rota Caribe

A Justiça estadual da Flórida, responsável pelo julgamento dos brasileiros, afirmou à BBC Brasil que os dois serão participarão de novas audiências judiciais em 22 de fevereiro.
Procurado pela reportagem, o consulado brasileiro em Miami afirmou que está "acompanhando a prisão dos brasileiros, a exemplo do que fazemos nas situações de detenção de nacionais".
  • Questionado sobre a situação dos acusados, o consulado disse que "nenhum dos nacionais fez contato com o Consulado-Geral até o momento para solicitar assistência" e que, "por questões de privacidade, existem limites nas informações que podemos transmitir para a imprensa".
Os advogados de Eduardo Pereira e Marcia Tiago não foram localizados até a publicação desta reportagem.
O trabalho da força-farefa da Flórida é parte de uma iniciativa maior, conduzida pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, chamada Operação: Rota Caribe.
Raphael Baggio: Delegado Raphael Baggio, da PF, foi à Câmara falar sobre as investigações | Foto: Lúcio Bernardo Junior/Ag. Câmara
© BBC Delegado Raphael Baggio, da PF, foi à Câmara falar sobre as investigações | Foto: Lúcio Bernardo Junior/Ag. Câmara
Segundo o governo americano, a organização criminosa da qual os brasileiros fariam parte está associada a 61 flagrantes de imigrantes ilegais em embarcações provenientes de países como as Bahamas com destino à Flórida desde 2007.
Ainda de acordo com o escritório de investigações do departamento, a organização teria sido responsável pela vinda de 5 mil estrangeiros para os EUA por ano, sempre em condições precárias de segurança.
À reportagem, por telefone, um porta-voz do Departamento de Segurança Interna informou que a Rota Caribe é "uma investigação em andamento" e afirmou que o governo não comentará o caso até que todas as linhas de apuração sejam concluídas.
Em novembro de 2016, ainda segundo o documento do governo dos EUA, uma embarcação associada ao esquema, e contratada por um brasileiro ligado ao casal preso em Miami, se perdeu no mar do Caribe com 19 pessoas - incluindo brasileiros, cubanos, dominicanos e americanos.
O mesmo homem teria comprado outros dois barcos nos Estados Unidos, com apoio dos dois brasileiros presos.

'Piratas do Caribe'

Barco abordado pela Guarda Costeira dos EUA: Travessia partindo das Bahamas vem se tornando uma alternativa à tradicional rota pelo México | Foto: Guarda Costeira dos EUA© BBC Travessia partindo das Bahamas vem se tornando uma alternativa à tradicional rota pelo México | Foto: Guarda Costeira dos EUA

Braço brasileiro da Operação: Rota Caribe, a operação Piratas do Caribe, da Polícia Federal, apura a presença de coiotes em solo brasileiro desde janeiro do ano passado. Pelo menos quatro pessoas foram presas por envolvimento no esquema, em Minas Gerais e em Rondônia.
Segundo a PF, 12 brasileiros viajavam na embarcação desaparecida após sair das Bahamas rumo aos EUA. Eles viviam nos Estados de Minas Gerais, Pará, Paraná, Rondônia e São Paulo.
Em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, em dezembro, o delegado-chefe da operação, Raphael Baggio, disse que as investigações continuam e que a principal suspeita é que a embarcação desaparecida tenha naufragado no caminho para o mar da Flórida.
"Tudo indica que houve um naufrágio. Não estou afirmando com certeza", disse Baggio durante a audiência.
Uma comissão externa formada por cinco deputados acompanha as investigações sobre o caso em Brasília. A BBC Brasil não conseguiu contato com o delegado da Polícia Federal brasileira para comentar as prisões ligadas ao esquema nos Estados Unidos.
Segundo a reportagem apurou, novos mandados de busca da operação Piratas do Caribe estão previstos para as próximas semanas em Estados da região Amazônica. O objetivo é prender e desvendar a rede de contatos de coiotes associados à organização internacional em solo brasileiro.

Lavagem de dinheiro

O esquema de contrabando humano, segundo a polícia americana, "gerava uma grande quantidade de dinheiro vivo, que em seguida era lavada" pelas empresas controladas pelo casal de brasileiros.
Segundo o documento da força tarefa dos EUA, a dupla presa em Miami mantinha cúmplices em empresas nas áreas de construção civil e limpeza para o processo de lavagem de dinheiro do contrabando de pessoas
Barcos atracados em marina de Miami: Imigrantes muitas vezes eram transportados de barco entre o Caribe e a Flórida
© Getty Images Imigrantes muitas vezes eram transportados de barco entre o Caribe e a Flórida
As investigações dos detetives apontam que Pereira e Tiago passavam dinheiro vivo para empresários pagarem funcionários contratados ilegalmente. Assim, os patrões conseguiam manter a existência dos funcionários em segredo.
"Eles se beneficiavam usando o dinheiro do contrabando de pessoas para pagar os funcionários ilegais sem precisarem usar seus próprios fundos, evitando grandes saques" que poderiam chamar atenção de autoridades, aponta o mandado de prisão.
Em troca, esses empresários contratavam pequenos serviços das empresas de fachada do casal brasileiro, "devolvendo" o dinheiro ilegal de forma limpa.
"Era um esquema de benefício mútuo", afirmam os investigadores. "Todas as partes conseguiram evitar a identificação de irregularidades."


FONTE: BBC BRASIL