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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O que acontecerá se os EUA ultrapassarem a Arábia Saudita como maior produtor de petróleo do mundo

MUNDO
Exploração de petróleoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionGoverno Trump tem favorecido a exportação de petróleo
Os Estados Unidos estão se aproximando da liderança na corrida pelo domínio do mercado mundial de petróleo.
De acordo com as últimas previsões da Agência Internacional de Energia, a produção americana atingirá neste ano a marca recorde de 10 milhões de barris de petróleo bruto por dia.
Assim, calcula-se que o país desbancará a Arábia Saudita neste ano da posição de liderança que ostenta, com 13,5% da produção mundial.
Seu impulso, promovido pelo apoio do governo de Donald Trump às exportações, é um problema para a Rússia, a terceira colocada nessa disputa.
O avanço dos EUA terá efeitos no mercado do petróleo, bem como reflexos geopolíticos e econômicos em diferentes países.
A BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, listou cinco possíveis consequências caso os Estados Unidos realmente se tornem o maior produtor de petróleo do mundo:

1. O fim da guerra dos preços da Arábia Saudita e Opep

Para a grande petromonarquia do Golfo Pérsico, ver-se superada pelo aliado - mas também concorrente - implica na constatação dos danos colaterais da sua política tradicional de controle de preços.
Ator principal na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o país tradicionalmente a usou para controlar os preços no mercado, aumentando ou reduzindo o fornecimento conforme sua conveniência.
Nos últimos anos, porém, o surgimento de técnicas como o fraturamento hidráulico de rocha (fracking) o aumento exponencial da produção americana reduziram a eficácia dessa estratégia.
Antonio de la Cruz, presidente do Centro de Análises de Tendências Interamericanas de Washington, disse à BBC que "a decisão dos Estados Unidos de aumentar a produção nas regiões de fracking na verdade foi tomada pela Opep quando esta apostou em manter os preços, em vez de produzir mais".
O reino saudita tentou em 2014 sufocar os produtores do fracking nos EUA, inundando o mercado de Brent (petróleo encontrado no Mar do Norte).
Árabes e americanosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionArábia Saudita tentou acabar com o setor de fracking americano
A ideia era que os preços caíssem até que as empresas instaladas nos Estados Unidos não fossem lucrativas o suficiente para continuar explorando os campos de petróleo e gás de xisto (aquele obtido através do fracking).
Mas o setor do fracking resistiu: conseguiu reduzir seus custos e economizar suas margens de lucro. Embora o barril de Brent tenha caído até o raro valor de US$ 30, dois anos depois a Arábia Saudita cedeu e convenceu seus parceiros da Opep, pouco a pouco, a voltar subir o preço do óleo.
Agora, a situação e inverteu, e é a enorme produção dos EUA que determina preços e estabiliza o mercado.
Nesse contexto, a nova elite governante no país persa adotou uma nova estratégia que consiste em iniciativas sem precedentes, como a privatização parcial da Saudi Aramco, a empresa estatal de energia.
Isso faz parte das mudanças promovidas pelo príncipe Mohamed Bin Salman, homem forte do governo determinado a reformar a economia do país.
Mas embora os Estados Unidos superem a Arábia Saudita no volume de produção, alguns analistas enfatizam que essa batalha não é medida apenas pelo número de barris diários.
Samantha Gross, especialista em segurança energética da Brookings Institution em Washington, diz que, mesmo que produza menos do que seu concorrente, a Arábia Saudita manterá sua posição de liderança no mercado energético global.
Homens trabalhando em área de exploração de petróleoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMudança pode afetar diretamente mercados da América do Sul e Europa
"O petróleo saudita é produzido por uma única entidade, a Saudi Aramco, de propriedade e administrada pelo Estado, e por isso não é governada unicamente por critérios de benefício econômico. A indústria de energia dos Estados Unidos nunca atuará de forma coordenada, seguindo as diretrizes do Estado", diz Gross.
Diferenças como essa levam a especialista a concluir que o predomínio saudita, embora questionado, ainda é válido.

2. Venezuela ainda mais castigada

Os efeitos do potencial novo panorama também seriam sentidos na América Latina.
O grande gigante regional do petróleo, a Venezuela, verá sua já maltratada economia ainda mais castigada.
Petrolífera venezuelanaDireito de imagemAFP
Image captionFalta de investimentos prejudicou o setor petrolífero venezuelano
O analista De la Cruz acredita que a ineficiência e as deficiências estruturais do setor petrolífero venezuelano o tornarão totalmente incapaz de competir com os produtores americanos.
Enquanto a produção dos EUA sobe desde a presidência de Richard Nixon (1969-1974), a venezuelana perdeu 600 mil barris diários.
Nas circunstâncias atuais, desencadeada por uma hiperinflação imparável, "a Venezuela não tem capacidade para produzir ou importar. As possibilidades de ser atualmente um ator no mundo do petróleo foram cortadas", diz De la Cruz.
O petróleo venezuelano também é muito pesado, então é preciso importar naftas (matéria-prima do petróleo) mais leves de outros países, entre eles os Estados Unidos, para obter uma mistura comercializável. Mas a falta de liquidez do país afetou seriamente sua capacidade de adquirir essas matérias-primas do exterior.
Homem trabalha em petrolíferaDireito de imagemAFP
Image captionEspecialistas concordam que a Venezuela precisa importar petróleo leve para obter uma mistura mais comercializável
"O petróleo fornece à Venezuela 96% da moeda estrangeira de que ela precisa desesperadamente, então o governo de Nicolás Maduro dará prioridade às exportações para obtê-las. Por isso, o mercado doméstico é que será mais e mais esgotado", diz De la Cruz.
O que isso significa para o venezuelano comum? "Mais filas em postos de gasolina", ele responde.
Os problemas do setor petrolífero venezuelano também terão efeitos no quadro regional.
"O socialismo do século 21 usou a ferramenta da geopolítica do petróleo, com o fornecimento de petróleo subsidiado para os países do Petrocaribe e os da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América)", diz o especialista.
De acordo com sua visão, muitos desses países podem estar tentados a ouvir propostas potenciais de fornecedores alternativos.

3. Possíveis ameaças ao meio ambiente

Grupos ambientalistas alertaram que a política de fracking seguida pelo governo Donald Trump representa uma ameaça para o meio ambiente.
O fim das restrições à exportação e a autorização para construir áreas de exploração em áreas protegidas, como o Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Alasca, provocaram preocupação entre os ambientalistas.
Eles também temem que o novo panorama prolongue a vida dos combustíveis fósseis, como o petróleo, e desencoraje o investimento em energias mais limpas.
Mulher protesta contra petrolífera
Image captionGrupos de ambientalistas temem que os danos ao meio ambiente ocorram com decisão dos EUA
Lisa Viscidi, especialista em energia e meio ambiente no centro de análise The Dialogue, de Washington, argumenta que "pode ​​haver algum impacto se a produção aumentar, mas isso depende mais dos preços globais do que de outros fatores".
A analista afirma que, por se tratar de um mercado global, "um único país não faz a diferença".
A experiência vivida pelos EUA em 2014 indica que em contextos de grande oferta e preços baixos a demanda aumenta, mas isso não implica necessariamente em um aumento das emissões de poluentes.
"Tudo depende das políticas que os países e as empresas seguem, se são eficientes", diz Viscidi.

4. Mais independência para os EUA no Oriente Médio

Agora que têm seu abastecimento de petróleo garantido, os Estados Unidos podem se libertar de sua dependência tradicional de abastecimento dos focos exportadores do Oriente Médio.
Cenários como a Crise do Petróleo de 1973 ou a Guerra do Golfo de 1990, quando a turbulência na região levou ao aumento do preço do petróleo, são impensáveis ​​hoje.
Homem queima bandeira americanaDireito de imagemAFP
Image captionAnúncio de Donald Trump sobre a embaixada em Jerusalém provocou protestos em países islâmicos
"Embora os EUA continuem importando 7 milhões de barris por dia, não têm mais medo de um embargo de petróleo", explica De la Cruz.
"Tornam-se menos vulneráveis à chantagem, como a da Opep."
Assim, o país "ganha independência para gerenciar sua própria política na região", sem temer que isso possa afetar criticamente sua economia, como ocorria no passado. "Ele já não é mais dependente dos países árabes", diz o especialista.
Para ele, isso ajuda a explicar por que Donald Trump se atreve a tomar decisões sem precedentes, como anunciar a transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém - mesmo sob protestos de todo o mundo islâmico.

5. Mais força para os países europeus contra a Rússia

O passo à frente do gigante americano também afeta a Europa, uma das áreas tradicionalmente mais dependentes da energia produzida pela Rússia.
Tanques de guerraDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionGuerra do Golfo fez o preço do petróleo disparar
No passado, Moscou usou a fonte de energia como uma ferramenta de pressão. Em várias ocasiões, interrompeu o fornecimento de gás para a Ucrânia e outros países do Leste Europeu a poucas semanas do início do inverno.
De la Cruz explica que a Europa "estará agora em melhor posição de negociação com fornecedores russos, como a empresa de gás Gazprom, uma vez que poderá exercer a vantagem de outro potencial fornecedor".
Em todo caso, a Rússia ainda possui uma vantagem decisiva nesta área. Pode fazer esses recursos chegarem por meio de gasodutos e tubulações, enquanto os barris dos EUA só podem chegar pelo mar, a um custo maior.
Vladimir Putin e Angela MerkelDireito de imagemAFP
Image captionAgora a Europa poderá ter uma alternativa na negociação com a Rússia
É uma desvantagem competitiva que ainda pesa e fará com que "a Rússia mantenha sua influência".
Mas De la Cruz não descarta que em alguns anos essa situação também seja revertida.
"O gás natural líquido pode ser o combustível do futuro e substituir o petróleo. Desenvolver isso é um dos projetos fortes nos quais a gestão Trump poderia apostar nos próximos cinco anos."

FONTE: BBC MUNDO

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

MEIO AMBIENTE

ONGs perdem ação contra exploração de petróleo no Ártico

Organizações ambientalistas são contra concessão de licenças pela Noruega para atividade petrolífera no mar de Barents. Governo do país nórdico é acusado de violar Acordo de Paris e direito a um meio ambiente saudável.
Plataforma Golias no mar de Barents
Acredita-se que a região do Ártico possua um grande potencial para exploração de petróleo
Um tribunal em Oslo aprovou nesta quinta-feira (04/01) a concessão de licenças para exploração de petróleo no Ártico pela Noruega, rejeitando uma ação movida por organizações ambientais. As ONGs acusaram o governo norueguês de violar o direito a um meio ambiente saudável ao permitir essa atividade.  

As organizações, entre elas o Greenpeace e a norueguesa Natur og Ungdom (Natureza e Juventude, em tradução livre), argumentaram que as licenças concedidas em 2016 para a exploração petrolífera no mar de Barents violam o Acordo de Paris e a constituição norueguesa, que garante o direito a um meio ambiente limpo. Entre as empresas que se beneficiaram com essas autorizações estão a norueguesa Statoil, a americana Chevron e a russa Lukoil.
O tribunal, porém, deu ganho de causa ao governo e entendeu que os planos de exploração respeitam as leis locais. Segundo a decisão, a Noruega não pode ser responsabilizada pelas emissões geradas por petróleo e gás que exporta para outros países. "O Estado, representado pelo Ministério do Petróleo e Energia, está absolvido”, finalizou a sentença.
O tribunal ordenou também que os ambientalistas paguem os custos do processo, avaliados em mais de 71 mil dólares. Ainda cabe recurso. As ONGs ainda não se decidiram se vão apelar da decisão.
"Estamos decepcionados com a decisão, que criou um vácuo legal ao afirmar que as emissões de petróleo norueguês no exterior não são cobertas por esse artigo da Constituição", avaliou o diretor do Greenpeace na Noruega, Truls Gulowsen.
A sentença foi aclamada, porém, pela indústria petrolífera do país. "Já havíamos dito que essa é uma questão política, e política deve ser feita no parlamento e não no tribunal", afirmou Tommy Hansen, porta-voz da Associação para o Petróleo e Gás da Noruega.
A Noruega é o maior produtor de petróleo e gás natural da Europa Ocidental e pretende continuar explorando esse combustível fóssil nas próximas décadas, apesar de apoiar o Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global em 2 graus Celsius. 
A produção de petróleo norueguesa no Ártico é relativamente pequena, mas acredita-se que a região possua um grande potencial para futuras explorações.
CN/lusa/afp/rtr
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segunda-feira, 31 de julho de 2017

ECONOMIA

Produção de petróleo no Brasil em junho cresce 0,8% em relação a maio, diz ANP

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Produção de petróleo aumentou no mês passado (Foto: Ana Chaffin/Prefeitura de Macaé)

 

A produção de petróleo no Brasil em junho cresceu 0,8% ante maio e subiu 4,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 2,675 milhões de barris por dia (bpd), segundo dados publicados nesta segunda-feira (31) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

Ainda segundo a ANP, pela primeira vez a produção de petróleo no pré-sal ultrapassou a do pós-sal. A produção do pré-sal em junho totalizou 1.352.957 barris de petróleo por dia, enquanto a do pós-sal totalizou 1.321.813 bbl/d.
Já a produção de gás natural em junho foi de 111 milhões de metros cúbicos por dia, alta de 6,1% se comparada ao mês anterior e avanço de 7,4% ante o mesmo mês de 2016.

 Reuters