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terça-feira, 31 de outubro de 2023

Iêmen ataca Israel e afirma que entrou na guerra contra o país

 MUNDO 

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, considerou 'natural' que outros grupos apoiados por Teerã ataquem Israel


Foto : Reprodução Diário do Pernambuco 

O porta-voz militar do grupo Houthi, Yahya Saree, anunciou que entraram na guerra contra Israel em apoio ao Hamas.

Os militantes Houthis, do Iêmen, a sudeste de Israel, afirmam ter lançado um grande número de mísseis balísticos e drones contra o território israelita. Saree disse hoje (31) que foram efetuados tres ataques e ainda prometeu que as operações especiais continuaram até que a agressão de Israel pare.

O governo de Israel revelou que interceptou os mísseis, no espaço aéreo do Mar Vermelho.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian,  considerou ‘natural’ que outros grupos apoiados por Teerã, como as milícias Houthis, ataquem Israel. "É natural que os grupos e movimentos de resistência não se calem perante todos estes crimes. Não vão esperar pelos conselhos de ninguém, por isso temos de aproveitar as últimas oportunidades políticas para parar a guerra", disse Abdollahian.

Na semana passada, dois projéteis caíram nas cidades egípcias de Taba e Nuweiba, tendo Israel responsabilizado os Houthis por esses incidentes.
 
Os houthis, da minoria zaidi do islamismo xiita, controlam a capital Sanaa e outras partes do país. O Iêmen é uma sociedade profundamente conservadora e os houthis, que contam com o apoio do Irã, impõem sua versão fundamentalista da religião. O Iêmen vive um conflito que teve início em 2014, e segundo as Nações Unidas, tem uma das piores crises humanitárias do mundo. 
Fonte: Diário de Pernambuco 

domingo, 8 de outubro de 2023

O que o Hamas pretende com o ataque terrorista a Israel?

 MUNDO

Com assassinatos e sequestros massivos de civis israelenses, grupo palestino impôs protagonismo e levou conflito a outro patamar.

Crédito da imagem: BBC

Hamas usou a ocupação e o controle de suas fronteiras, além da defesa da mesquita de Al-Aqsa, como pretextos para justificar a carnificina produzida em seu maior ataque terrorista a Israel. São razões que angariam o apoio da opinião pública na Faixa de Gaza, o território a que os palestinos costumam se referir como uma "prisão ao ar livre".

Por outro lado, elas se desviam das motivações cruciais da operação “Dilúvio de Al-Aqsa” perpetrada pela facção, que desde 2007 controla o enclave. Com assassinatos e sequestros de civis israelenses, transmitidos em tempo real por centenas de terroristas que romperam barreiras e se infiltraram em território israelense, o Hamas se impôs como o protagonista da narrativa palestina. Levou o conflito a outro patamar, relegando de vez a Autoridade Palestina ao ostracismo e tirando proveito da crise doméstica em Israel.

Minuciosamente coordenado e planejado, o ataque surpresa deixou de joelhos o governo israelense e seus serviços de inteligência, ao terem de enfrentar simultaneamente diferentes frentes de combate.

Parece ter também atingido objetivos mais prementes do grupo palestino, como paralisar, por exemplo, os esforços para a normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita, que vinha sendo articulada sob a batuta dos EUA.

“A principal motivação do Hamas e do Irã foi o desejo de perturbar esse acordo, que ameaçava isolá-los. A ideia era envergonhar os líderes árabes que que fizeram a paz com Israel, ou que poderiam vir a fazê-lo”, considerou Martin Indyk, ex-embaixador dos EUA em Israel e enviado especial do ex-presidente Obama nas negociações com os palestinos, em entrevista à revista "Foreign Affairs".

Há três anos, também sob a mediação dos EUA, Israel assinou os Acordos de Abraão com Emirados Árabes Unidos e Bahrein e, logo depois, normalizou relações também com Marrocos e Sudão


Com o ataque de sábado, o Hamas tenta assegurar relevância no Oriente Médio, mas, embora conte com a ajuda do Irã, seu poder de alcance é limitado para sustentar uma guerra prolongada com Israel.

Desta vez, contudo, o grupo palestino conta com um trunfo poderoso: pelo menos 100 reféns, entre civis e soldados, que foram levados para Gaza e servirão de escudo humano ou moeda de troca para atenuar a resposta de Israel no território e esvaziar as prisões do país com a libertação de prisioneiros palestinos.

Vale relembrar o precedente de 2011, quando 1.027 prisioneiros palestinos foram libertados em troca de um único soldado, Gilad Shalit, capturado cinco anos antes pelo Hamas. Agora, a pressão da opinião pública israelense sobre o mesmo premiê Netanyahu assumiu uma proporção nunca vista antes, diante das imagens de crianças e idosos sendo transportados violentamente para Gaza.

O início da guerra se revelou desastroso para Israel, e seus prognósticos são difíceis, no entender do colunista Yossi Verter, do jornal “Haaretz”: “Qualquer movimento é ruim para o governo. Se optar por manter o confronto em nível baixo, buscando encerrá-lo rapidamente, projetará fraqueza, possivelmente encorajando novos ataques. Se tentar destruir Gaza, incluindo uma invasão terrestre, resultará em grande perda de vidas.”

Por enquanto, o Hamas conseguiu desfazer a sensação de segurança interna, cara aos israelenses e explorada por Netanyahu. Ainda assim, parece pouco provável que o Hamas consiga mudar o equilíbrio de poder num confronto de grande escala com Israel.


FONTE: G1/ Sandra Cohen