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segunda-feira, 20 de maio de 2019

Candidato escolhido por Cristina Kirchner diz que não é fantoche

MUNDO
Marqueteiro do presidente Maurício Macri escreveu um artigo sobre a nomeação de Alberto Fernández como cabeça de chapa

  Cristina afirma que será candidata a vice na chapa liderada pelo ex-chefe de Gabinete de Nestor Kirchner, Alberto Fernández — Foto: Daniel Garcia/AFP
O pré-candidato à presidência da Argentina Alberto Fernández rebateu críticas neste domingo (19), ao afirmar que não é um "fantoche" da ex-presidente Cristina Kirchner, que o acompanha como vice na chapa.

"Muitos diziam que eu exercia uma grande influência sobre ela, mas agora acham que sou um fantoche. Não sou nem uma coisa nem outra", afirmou Fernández em declarações à imprensa quando voltava para casa, no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires, após um passeio com o cachorro.
Fernández foi chefe de gabinete dos governos de Néstor e Cristina Kirchner, entre 2003 e 2008.
A saída do cargo veio após divergências com Cristina, época da qual disse não ter arrependendimentos. Na opinião do agora candidato presidencial, é "essencial" ter a ex-presidente na chapa.
"Se Cristina não tivesse me acompanhado, não sei o que falaria, mas, para mim, é essencial porque Cristina é a referência central da política argentina. Ter Cristina comigo é maravilhoso porque é como ter o Messi, enquanto eu sou o camisa 9 que faz os gols", analisou.
Perguntado sobre a decisão da ex-governante de concorrer como vice-presidente, Alberto Fernández atribuiu a escolha à "generosidade" de Cristina com a Argentina.
"Cristina acredita que eu sirvo mais para este momento do que ela, sente que a Argentina de hoje não é igual à que ela governou", explicou

Para marqueteiro de Macri, movimentação foi um equívoco

Jaime Durán Barba, consultor de marketing do presidente Maurício Macri, tem uma coluna no jornal "Perfil" e escreveu sobre a escolha de Fernández como cabeça de chapa.
No artigo, ele diz que Cristina Kirchner é uma candidata competitiva, e que a nomeação de Fernández não foi uma boa escolha.
Com ele na liderança, o teto da chapa fica rígido, e o piso enfraquece –ou seja, sua capacidade máxima de obter votos diminui, e a quantidade inicial de eleitores cai–, na avaliação do marqueteiro.
Para Durán Barba, a intenção da escolha é unificar o campo político de oposição a Macri, o peronismo. Cristina teria dificuldades em atrair apoio de peronistas que não são kirchneristas, e a escolha de Fernández serviria para atrair outros pré-candidatos para uma eleição prévia dentro desse grupo.

FONTE: G1

domingo, 6 de agosto de 2017

TECNOLOGIA

Transgênicos: uma tecnologia em constante disputa 
Em primeiro plano, homem de costas. Atrás, uma vasta plantação.
HOMEM EM LAVOURA DE SOJA EM BARREIRAS, NA BAHIA. BRASIL É O SEGUNDO MAIOR PRODUTOR DE TRANSGÊNICO NO MUNDO 



O termo “transgênico” é disputado. Costuma ficar no meio de uma briga que opõe, principalmente, ambientalistas e agronegócio. De um lado, os transgênicos são vistos como um vilão, e, de outro, de forma bem literal, como a salvação da lavoura. O fato é que, desde que a tecnologia de modificação genética de espécies tornou-se comum, nos anos 1970, os transgênicos entraram no cotidiano das pessoas, seja pela comida, seja pela medicina.

 Nesse contexto, o Brasil tornou-se um dos mais importantes produtores de transgênicos no mundo todo. Em 2016, o país liderou o crescimento do cultivo de espécies geneticamente modificadas, aumentando em 11% sua área plantada com transgênicos. A discussão sobre a eficácia e a segurança desses produtos continua e é objeto de estudos científicos e debates no Congresso Nacional. 

O QUE são transgênicos 

Há uma confusão comum entre transgênicos e OGM (organismos geneticamente modificados). Os dois termos são usados, com frequência, como intercambiáveis, mas não significam a mesma coisa.

Isso porque, além de transgênico, um OGM pode ser cisgênico. Ou seja: todo transgênico é um OGM, mas nem todo OGM é um transgênico. 

Um OGM é, portanto, uma categoria ampla. Segundo a lei brasileira, é definido como um ser vivo que teve seu material genético modificado artificialmente. A especificidade do transgênico é que ele é um ser vivo que teve introduzido em seu genoma um material de outro ser vivo diferente, de outra espécie, não compatível sexualmente. É o caso, por exemplo, de bactérias que recebem genes humanos para produzir insulina, depois usada como medicamento por diabéticos.


Um cisgênico, por sua vez, é um ser vivo que tem seu material genético alterado com a introdução de genes de espécies que podem ser cruzadas naturalmente. É o caso de batatas que recebem de outras espécies de batatas selvagens um gene resistente a um tipo de fungo. 

Na década de 1970, o melhoramento genético deu um grande salto, com a criação da tecnologia do DNA recombinante Os transgênicos são muito usados na medicina, com drogas criadas pela indústria farmacêutica. Mas é principalmente o uso da tecnologia na agricultura, com a alteração do código genético de sementes de alimentos como milho e soja, para que sejam mais resistentes a pragas e herbicidas, o que torna os transgênicos mais presentes no cotidiano das pessoas e gera mais discussão no mundo todo. 

Os transgênicos mais comuns são os do tipo Bt, referência à bactéria Bacillus thuringiensis, e aqueles que são tolerantes a herbicidas. 

O milho Bt, por exemplo, tem um gene da Bacillus thuringiensis responsável pela produção de proteínas tóxicas a insetos. Já a soja RR, por exemplo, tem em seu genoma trecho do DNA de uma bactéria que a faz resistente ao glifosato — assim, é possível aplicar o pesticida, matar as ervas daninhas e preservar a soja intacta. 

QUANDO os transgênicos surgiram 

A ideia de melhoramento genético das espécies, notadamente das espécies alimentícias, é bem antiga. Ela está relacionada com o próprio nascimento da agricultura, há pelo menos 10 mil anos. A domesticação das plantas e a prática de seleção e hibridação, que foram gerando variedades cada vez mais produtivas e resistentes de alimentos como o trigo, arroz ou cevada, aconteceram antes mesmo que a ciência definisse o que são e do que são feitos os genes.

Ao longo do tempo, as técnicas de cruzamento de espécies foram sendo aprimoradas, em função de necessidades produtivas, especialmente a partir do século 19 e no começo do século 20. Na década de 1970, então, o melhoramento genético deu um grande salto, com a criação da tecnologia do DNA recombinante. A partir dela, foi possível, enfim, produzir os primeiros transgênicos, isto é: inserir trechos de DNA de uma espécie no genoma de outra espécie sexualmente não compatível. Começou a era da biotecnologia. 

Cronologia
Em 1972, o cientista americano Paul Berg manipulou e combinou o material genético de vírus e bactérias 

Em 1973, os pesquisadores Stanley Cohen e Hebert Boyer, também americanos, desenvolveram ainda mais as técnicas apresentadas por Berg e conseguiram inserir genes resistentes a antibióticos em uma bactéria, ou mesmo inserir genes de um tipo de rã em bactérias 

Em 1978, Boyer, que fundou a empresa Genetech, conseguiu fazer com que uma bactéria, a partir da introdução de DNA humano em seu genoma, produzisse insulina, hormônio fundamental na regulação do nosso metabolismo

Já entre 1982 e 1983, foram criados os primeiros vegetais transgênicos: plantas de tabaco resistentes a herbicidas, nos Estados Unidos e na França 

Os primeiros testes em campo desses vegetais ocorreu em 1986 

Em 1992, a China foi o primeiro país a permitir o comércio de plantas transgênicas —uma espécie de tabaco resistente a vírus 
E, por fim, 1994, os Estados Unidos autorizaram a entrada no mercado do primeiro alimento transgênico: um tipo de tomate chamado FlavrSavr, que demorava mais tempo para estragar 

No Brasil, os transgênicos chegaram ao mercado em 1998, quando o cultivo da soja Roundup Ready, criada pela Monsanto para resistir ao herbicida Roundup, que ela mesmo produz, foi autorizado pelo governo.

Nexo Jornal