quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Baixa remuneração do arroz provoca pedido de apoio por preço justo e compra de estoques

 AGRONEGÓCIO

FOTO: SOLUÇÕES INDUSTRIAIS 


Crise na rizicultura catarinense decorre da importação do produto, que derrubou remuneração da safra. Sessão também teve elogios a ações do governo estadual a produtores de maçã


Deputado Rodrigo Minotto FOTO: Jeferson Baldo/Agência AL

Custo de produção próximo ao valor de mercado
A baixa remuneração a produtores de arroz na safra em curso levou o deputado Rodrigo Minotto (PDT) a fazer apelos, na tribuna, ao Ministério da Agricultura e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para que garantam ações com a compra da produção para formação de estoques reguladores.

Ele destaca que os preços de mercado estão “colados” aos custos de produção, ameaçando a cadeia produtiva da rizicultura, e disse que tem recebido representantes de cooperativas e federações ligadas aos produtores, que alertam para os riscos de colapso na atividade.

Minotto disse que a saca de 50 quilos iniciou a colheita com remuneração de R$ 65 e já está valendo apenas R$ 58. Em sua opinião, o preço justo deveria estar entre R$ 80 e R$ 85. Ele atribui a crise à concorrência de arroz importado, inclusive de países fora do Mercosul, e lembra que a tradicional atividade, em especial na região sul catarinense, pode ser seriamente desestimulada. “O agricultor não busca privilégios, mas justiça. Quer a segurança para quem planta o alimento que chega à mesa do povo brasileiro”, argumenta o deputado.

A solução, aponta, é ampliar as reservas de estoques reguladores da Conab, que já paga R$ 73 pela saca de arroz. Mas a dificuldade está na garantia de cotas de compra da produção catarinense.

O tema mereceu elogios do deputado José Milton Scheffer(PP), para quem a atual crise pode “levar à falência um número grande de produtores”. Ele lembrou que em safras passadas, o arroz valia bem mais, a saca chegou a ser comercializada a R$ 120. “Isso está tirando o sono do produtor, mas não é só o produtor que vai perder, mas toda a cadeia do arroz”, ele reforçou.

Crédito subsidiado a produtor e equipamentos anti-granizo
Anúncios de ações de governo em favor de fruticultores envolvidos com a produção de maçãs, feitos em São Joaquim no final de semana, foram o destaque de pronunciamento do deputado Lucas Neves (Podemos), durante a sessão desta quarta-feira (24).

O parlamentar considera como importantes conquistas em favor dos produtores rurais o anúncio do programa Recupera Maçã, e o investimento num programa piloto de equipamentos de prevenção contra a formação de granizo, a ser implantado no município.

Lucas Neves lembra que São Joaquim se destaca na produção de maçã, e Santa Catarina responde por metade da colheita nacional. Nesse contexto, o anúncio feito pelo secretário de Estado da Agricultura, Carlos Chiodini, do programa que prevê crédito subsidiado para ações como a colocação de lonas para coberturas nos pomares tem grande importância. O deputado também valorizou o investimento de R$ 4,1 milhões para a instalação de equipamentos que conseguem dispersar nuvens de formação de granizo, os canhões que projetam iodeto de prata, e representam garantia de maior segurança na atividade.

“Estamos falando de apoio a empresas a céu aberto, com a produção exposta a pragas e ao tempo”, disse o deputado, reforçando que ele liderou a Frente Parlamentar criada na Assembleia Legislativa em defesa dos produtores, e agora se colhe uma ação conjunta com a iniciativa governamental. “O produtor vai poder comprar plantas, providenciar coberturas para proteger os pomares”, destacou Lucas Neves, lembrando que o governo promete liberar até R$ 100 mil por propriedade, com financiamento parcelado e juros subsidiados, e ainda oferecer desconto de 30% na dívida a quem pagar com pontualidade as prestações.

Prevenção ampliada ao câncer de mama
O deputado Neodi Saretta (PT) foi à tribuna valorizar a ampliação da faixa etária para exames de mamografia anunciados pelo Ministério da Saúde, que agora contemplam, na faixa preventiva, a atenção a mulheres na faixa dos 40 aos 50 anos, e estende os exames a cada dos anos para idosas entre 69 e 74 anos.

Segundo ele, “o diagnóstico precoce é garantia de tratamento eficaz e fortalece a rede de proteção e atenção à mulher”. Saretta lembrou que Santa Catarina tem a maior incidência nacional de registros de câncer de mama, com quase 75 casos a cada 100 mil mulheres, e uma previsão de 4 mil novos casos a cada ano. O rastreamento ativo por meio do exame, assim, pode “salvar vidas”, e segundo ele é motivo para valorizar a iniciativa que fortalece o Sistema Único de Saúde (SUS).

Parajasc e pista de atletismo em Lages
O deputado Marcius Machado (PL) elogiou a realização do Parajasc em Lages, e pediu apoio ao projeto em desenvolvimento, de iniciativa de seu mandato, para a implantação de uma pista de atletismo homologada para competições internacionais, no estádio Vidal Ramos Júnior, naquele município.

Segundo o parlamentar, o projeto deve ser ampliado de seis para oito raias, com certificação da Federação Brasileira de Atletismo. Quanto ao Parajasc, Marcius destacou o envolvimento de representantes de 74 municípios, e disse que o evento movimentou a rede hoteleira e restaurantes, provando o potencial que os eventos e os equipamentos esportivos representam.

Crime ambiental
Marcius Machado também denunciou a derrubada de três araucárias por funcionários da Celesc, na propriedade rural sede da Vinícola Gaudio, em Urupema, sem o consentimento da proprietária. Ele considera que “houve um crime ambiental”, e encaminhou pedido de informação à Celesc, cobrando se houve autorização para o corte das árvores, e adiantou que denunciará o caso ao Ministério Público.

60 anos da CDL de Joinville
Os 60 anos da Câmara de Diretores Lojistas (CDL) de Joinville foram motivo de elogios do deputado Adilson Girardi (MDB). Ele valorizou a “trajetória sólida e essencial para a cidade” da instituição.

O parlamentar citou a importância da participação da CDL para campanhas desenvolvidas, como a normatização do estacionamento rotativo, ocupação de calçadas, melhorias da segurança pública e para a realização de feiras itinerantes, bem como nas campanhas pela duplicação da BR-280 e pela reabertura do Canal do Linguado.

Segundo Girardi, a CDL mantém “olhar para o interesse coletivo e pelo desenvolvimento sustentável”, e sua trajetória deve “seguir inspirando gerações”.

Críticas ao relator do projeto de anistia
Já o deputado Sargento Lima (PL) lamentou a indicação do deputado federal Paulinho da Força (Podemos) para ser o relator do projeto da anistia aos acusados pela tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro de 2023.

Lima abordou o histórico de casos em que o parlamentar foi acusado e inocentado, ou teve processos considerados nulos, por acusações de improbidade administrativa, corrupção, desvio de recursos públicos e por lavagem de dinheiro, para afirmar que sua escolha como relator do processo de anistia, pelo presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta (Republicanos), representa um “tapa na cara, um soco no estômago” dos que acreditam no avanço de um perdão amplo aos envolvidos. Para Lima, “o legislativo está agachado diante do STF”.

Pedro Schmitt
Agência AL

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