sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Morreu o general Giap, gênio militar e heroi do Vietnã


General Vo Nguyen Giap em foto de 19 de dezembro de 1996

O general Vo Nguyen Giap, herói militar da independência e artífice da derrota dos franceses e dos americanos, morreu nesta sexta-feira aos 102 anos de idade, informaram fontes governamentais e militares.
"Confirmo que o general Giap morreu às 18H08" (08H08), afirmou um dirigente governamental à AFP. Uma fonte militar confirmou a morte.

Rússia lamenta anulação do encontro Obama-Putin em Bali


O presidente russo, Vladimir Putin (E), passa pelo presidente americano Barack Obama durante a reunião do G20 em São Petersburgo em 6 de setembro

A Rússia lamentou nesta sexta-feira que o encontro previsto para segunda-feira em Bali entre o presidente Vladimir Putin e seu colega americano não vá acontecer, depois que Barack Obama cancelou a viagem pela Ásia em consequência da atual crise orçamentária em seu país.
"Lamentamos que o encontro não aconteça", declarou Dmitri Peskov, porta-voz do presidente russo.
"Há uma grande necessidade de diálogo no mais alto nível em nossas relações bilaterais", completou.
Na quinta-feira, o conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Uchakov, havia informado que Moscou e Washington trabalhavam para organizar um encontro entre Putin e Obama à margem da reunião da Apec em Bali.
Mas a Casa Branca anunciou que Obama decidiu cancelar a viagem pela Ásia em função da paralisia do Estado federal.
O secretário de Estado John Kerry comandará a delegação americana na Indonésia e Brunei, onde acontecerão respectivamente a reunião do Fórum de Cooperação da Ásia-Pacífico" (Apec) e a reunião da Asean (Associação de Nações do Sudeste da Ásia).

Intransigência é o ponto fraco e forte do Tea Party


Placa de "Pare" e Casa Branca ao fundo, em 1 de outubro de 2013

Incendiários, extremistas, suicidas e anarquistas: os legisladores do Tea Party são acusados todos os dias de sabotar o sistema político americano, mas sua intransigência é a chave de seu sucesso, em uma geografia eleitoral cada vez mais polarizada.
A retórica se inflamou nos corredores do Congresso americano desde que ocorreu na última terça-feira o primeiro fechamento parcial da administração federal em 17 anos. Para o chefe dos democratas no Senado, Harry Reid, aliado do presidente Barack Obama, "estamos numa relação com anarquistas: eles odeiam o Estado".
Quantos são eles, no seio do grupo republicano da Câmara de Representantes? Entre 30 e 40, num total de 232, considerados membros da ala dura do Tea Party: radicais entre os radicais, anti-Estado, anti-impostos e ultraconservadores em temas sociais, religiosos e sobre as armas.
Muitos deles são novatos na política, eleitos nas legislativas de novembro de 2010, ano da adoção da reforma do sistema de saúde prometida por Obama, percebida como a primeira pedra de um socialismo europeu nos Estados Unidos.
Tim Huelskamp, de 44 anos, é o exemplo perfeito desta nova tendência. Este agricultor de profissão, com um doutorado em ciência política, representa a primeira grande circunscrição do Kansas, no coração conservador do país. Foi eleito em 2010 com 73% dos votos. Em 2012, o partido democrata não conseguiu encontrar um candidato para enfrentá-lo e foi reeleito com 100% dos votos.
Há meses, milita para vincular o financiamento do Estado federal ao fracasso da lei de reforma da saúde, uma linha dura adotada pelo partido republicano sob sua pressão e a de seus camaradas, até provocar a paralisia do orçamento.
Mas apesar de uma opinião pública que julga muito duramente os republicanos pelo bloqueio, os legisladores como Huelskamp estão protegidos de uma eventual sanção eleitoral.
"Os congressistas buscam principalmente a reeleição", explicou Sarah Binder, pesquisadora de ciência política na Universidade George Washington. "É muito possível que a imagem republicana sofra um golpe, mas não é algo que será sentido em estados como Idaho ou Kansas", solidamente ligados aos republicanos.
Tomada de reféns
Mais que o desenvolvimento eleitoral, o fator principal da emergência de candidatos muito radicalizados é, segundo Binder, a polarização crescente da geografia eleitoral: os republicanos nas zonas rurais, os democratas sobre as costas e nas cidades. Cada vez mais, a eleição crucial é a primária, transformada em um concurso de pureza ideológica.
A isto se soma a influência de organizações nacionais ultraconservadoras, como o "Club for Growth", que classifica os legisladores em uma escala de conservadorismo (Hueslkamp tem 100%), e investem milhões em campanhas publicitárias contra os republicanos moderados.
Para Susan MacManus, professora na Universidade da Flórida do Sul, a constante pressão do ciclo midiático e das redes politizadas (Fox News à direita, MSNBC à esquerda) exacerba ainda mais a polarização.
"As pessoas como os senadores Ted Cruz e Rand Paul exploram esta moda da combatividade que vemos entre as celebridades da televisão e nos reality shows, onde a gentileza não produz verdadeiramente pontos a favor", comentou MacManus.
Em 1995 e 1996, a maioria republicana e o presidente democrata Bill Clinton também se enfrentaram pelo orçamento e chegaram ao bloqueio, mas, segundo o historiador, Steven Gillon, da Universidade de Oklahoma, o chefe republicano de então, Newt Gingrich, contava com certa influência sobre seus membros. Uma estatura política que hoje falta a John Boehner, presidente da Câmara, para conduzir seu grupo.
Mas alguns republicanos não contêm mais sua impaciência diante de seus colegas rebeldes.
"Considero que sou um verdadeiro conservador, mas vejo que o que acontece aqui com os republicanos com as tendências como as de Ted Cruz é uma loucura", disse Peter King, legislador por Nova York. "Deixamos que sequestrassem nosso partido", lamentou.

Ato de Bravura

Agente ferido será condecorado


Policial altamente qualificado e respeitado entre os colegas de corporação, Marcelo Macintyre estava na linha de frente da equipe de agentes da Divisão de Operações Especiais (DOE) que estourou o cativeiro da empresária mantida refém havia 13 dias. Por volta das 4h de ontem, quando arrombava a porta dos fundos da casa localizada em Águas Lindas, enquanto outro grupo avançava pela frente do local, Marcelo teve a participação no resgate encerrada prematuramente. Um sequestrador atirou em direção ao acesso da residência. E o projétil de um revólver calibre .38 atingiu o lado esquerdo do rosto do policial. Após uma cirurgia no Hospital de Base do DF, ele passa bem e, por pouco, não sofreu danos à visão. Deve ter alta hoje.

O autor do disparo foi identificado como Luan da Silva Ferreira, 23 anos, o único dos três criminosos presos que estava no cativeiro. Outros dois acusados foram presos nas respectivas residências, simultaneamente. Os próprios agentes socorreram o colega ferido. Marcelo chegou ao Hospital de Base com a face bastante inchada e a bala ainda alojada. Inicialmente, suspeitou-se de que o tiro tivesse atingido o olho esquerdo, mas exames descartaram essa possibilidade. O projétil entrou próximo à maçã esquerda e mudou de trajetória, ficando parado na parte anterior ao globo ocular da vítima. O impacto provocou a fratura de alguns ossos do rosto, mas não atingiu o olho. ...
O policial brasiliense Marcelo Macintyre participou de curso especial no Rio de Janeiro: aluno de destaque
Curiosos cercam a casa de Águas Lindas usada como cativeiro da empresária: duas equipes de policiais invadiram o local, pela frente e pelos fundos
Bravura
Uma equipe médica removeu a bala e reconstruiu os tecidos danificados. A cirurgia terminou por volta das 11h30. Em seguida, Marcelo foi transferido para uma sala de recuperação. A notícia sobre o sucesso da intervenção foi comemorada por amigos e colegas de trabalho do agente, que se reuniram em frente à emergência da unidade de saúde. “Ele é um policial brilhante”, comentou um deles. Um dos médicos responsáveis pela operação foi pessoalmente tranquilizar o grupo, afirmando que o paciente passava muito bem e que se recuperaria rapidamente. Segundo informações de amigos, o agente é casado e a mulher estava fora de Brasília, tendo retornado às pressas após ser informada sobre o ferimento.

Três acusados de envolvimento no crime foram apresentados ontem pela Divisão de Repressão a Sequestros (DRS)
 
Com eles, os investigadores recolheram uma arma, algemas e a corrente usada para prender a vítima no cativeiro

O diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Xavier, e o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, estiveram no Hospital de Base, mas não puderam se encontrar com Marcelo, pois ele ainda não havia sido transferido para um quarto até o início da tarde. Ainda assim, Avelar parabenizou a atuação das forças especiais na ação de resgate em Águas Lindas. “Foi um trabalho feito no limite da segurança da vítima e dos policiais. Apesar de o agente ter sido ferido, a equipe se manteve equilibrada, nem sequer atingiu o bandido”, afirmou. O chefe da pasta exaltou, ainda, as qualidades de Marcelo. “É extremamente qualificado, um dos melhores da DOE”, elogiou.

Xavier adiantou ao Correio Braziliense que o policial será homenageado pela corporação. “É um policial que já se destacou em um curso de operações especiais no Rio de Janeiro, ficando em primeiro lugar. Ele cumpriu com o dever e, com certeza, será condecorado por bravura pela Polícia Civil”, afirmou o diretor-geral.

Memória
Sequestros na capital


Em 9 de julho de 1991, Wagner Canhedo Filho, então com 34 anos, reapareceu em Brasília após um suposto sequestro. Ele teria sido capturado seis dias antes na garagem de casa, no Lago Sul. Menos de 15 horas depois, os sequestradores ligaram para os familiares exigindo US$ 5 milhões. O irmão chegou a declarar que queria provas de que ele realmente estava sob o poder dos criminosos. Depois de reaparecer, o empresário disse que conseguiu fugir pela janela do cativeiro, localizado em Anápolis.

Em 20 de fevereiro de 1996, uma malsucedida tentativa de resgate surpreendeu o extinto Grupo de Repressão a Sequestro (GRS). O então vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários do DF, Manoel Fernandes Malaquias, 40 anos, foi sequestrado com a mulher, Vera Lúcia, na chácara do casal, no Pedregal. Um dia depois de capturado, Manoel foi solto para conseguir os R$ 5 mil exigidos pelos bandidos. A polícia o orientou a voltar ao cativeiro vestido com colete à prova de balas e com o dinheiro. Ele simularia o pagamento. Porém, os bandidos o revistaram e o ameaçaram ao perceberem o colete. O plano frustrado fez a polícia invadir o local. Durante a troca de tiros, Malaquias foi atingido e morreu.

Outro caso que gerou repercussão, o sequestro de Cleucy Meirelles de Oliveira, então com 12 anos, durou sete dias. Em 1997, a filha do empresário e ex-senador Luiz Estevão ia para a escola com o motorista, quando foi abordada por quatro homens. Eles a levaram para uma casa, em Samambaia, e pediram resgate de US$ 4,5 milhões e R$ 500 mil. A polícia invadiu o local. Na troca de tiros, um sequestrador foi preso. O agente Marcelo Toledo, recentemente envolvido em supostos esquemas de desvio de dinheiro público, estava na equipe policial e foi baleado no confronto.

Para saber mais
Treino pesado

O Curso de Operações Táticas Especiais (Cote) é o treinamento mais avançado da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Corresponde ao famoso Curso de Operações Especiais Policiais (Coesp) do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar carioca. Para ser admitido no Cote, os candidatos passam por rigoroso processo seletivo, que, por si só, é de fazer muitos desistirem.

A prova física inclui uma corrida de 7,5km em 41 minutos; oito repetições de barra; cinco repetições de barra com 10kg presos ao corpo; 30 flexões em um minuto; 30 abdominais em um minuto; 800 metros de natação em 26 minutos no mar; 100 metros de natação em 2min10seg; e flutuação equipada (vestido, operacionalmente, com farda tática, calças e coturno), por 15 minutos.

Na edição da qual Marcelo participou, durante oito semanas, os agentes frequentam ainda aulas teóricas e práticas, como rapel, resgate no mar, defesa pessoal, treinamento de tiro, progressão em áreas de risco, além de sobrevivência em mata fechada, operações aéreas, entre outras.

Terror em 13 dias de cativeiro

Mulher é sequestrada no estacionamento de um supermercado da Asa Norte e passa quase duas semanas acorrentada em Águas Lindas (GO). Em ação bem-sucedida, a polícia do DF prende três bandidos e liberta a vítima


Um caso clássico de sequestro chegou ao fim, na madrugada de ontem, após 13 dias de cativeiro. A vítima, uma mulher de 45 anos moradora de Sobradinho, foi abordada no estacionamento de um supermercado da Asa Norte, em 20 de setembro, e levada para Águas Lindas, município goiano distante 40km do Plano Piloto. A representante comercial Maria Helena Dantas Spillari ficou acorrentada durante o tempo em que permaneceu em poder dos bandidos, que exigiam R$ 200 mil. Esse é o sequestro mais longo registrado na capital. Com o resultado, a Polícia Civil do DF mantém o índice de 100% de casos solucionados no DF. A média é de um por ano.



Três homens acabaram presos durante a ação de resgate, que envolveu cerca de 50 policiais da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) e da Seção de Operação de Resgate da Divisão de Operações Especiais (DOE), ambas da Polícia Civil do DF. Um agente da DOE foi baleado na altura do olho, mas não corre o risco de perder a visão (leia na página ao lado). No fim, os investigadores prenderam Marcos das Mercês Farias, 39 anos, Luan da Silva Ferreira, 23, e José André Pereira, 26. A polícia ainda apura a participação de mais dois suspeitos.


Marcos é, segundo a polícia, o idealizador do crime, além de líder do bando. Ele trabalhou no supermercado onde houve o sequestro da vítima, entre 2000 e 2008. José André é acusado de ajudar a organizar o ataque, por cerca de dois meses. Luan seria o responsável por abordar Maria Helena no estabelecimento e vigiá-la no cativeiro. Segundo a vítima contou aos investigadores, ele usou vários tipos de drogas na casa e teve alucinações. Em uma delas, abriu todas as janelas afirmando que a Interpol (polícia internacional) havia cercado tudo. Em depoimento, apenas Marcos e Luan confessaram o crime.

Para a polícia, Marcos sabia dos pontos cegos no sistema de câmeras da garagem coberta do estabelecimento e, por isso, escolheu o local para abordar a vítima, escolhida de forma aleatória e por ter um veículo caro (Renault Fluence). Ele utilizou um Celta prata para sequestrar a mulher, obrigada a deitar no banco traseiro para que os equipamentos não flagrassem a saída (leia Storyboard). O trio pretendia queimar o carro depois de receber o resgate. A escolha das casas teria sido feita por Marcos, ex-corretor de imóveis em Águas Lindas.

“Socorro”

Familiares de Maria Helena registraram a ocorrência seis horas após o desaparecimento. Ela havia sido vista, pela última vez, no condomínio onde mora, no Grande Colorado. Ao sair de casa, por volta das 12h30, disse que tinha um compromisso em Águas Claras, mas não compareceu nem entrou em contato com os parentes durante a tarde. Quando estava na DRS, o marido dela recebeu uma ligação dos sequestradores, que pediram R$ 200 mil. Ele atendeu a ligação e, em seguida, passou informações para os investigadores. Recebeu a orientação de não pagar o resgate. Só após terem certeza do local onde a vítima era mantida refém, os policiais estouraram o cativeiro. Maria Helena passou por dois endereços em Águas Lindas. No primeiro, permaneceu nove dias. No segundo, quatro.

A última casa onde a representante comercial esteve tem quatro quartos e fica às margens da BR-070, no Setor Recreio da Barragem. Foi alugada na última segunda-feira, mas o contrato de seis meses tinha sido assinado havia dois dias. O diretor da DRS, Leandro Ritt, acredita que o grupo usaria o imóvel para manter outras vítimas, em caso de sucesso.

Durante esse cativeiro, os vizinhos não desconfiaram de nada. Apenas observaram que, de dia, não havia movimentação, mas as lâmpadas ficavam acesas na madrugada. O primeiro pedido de ajuda só foi ouvido ontem, durante a invasão da casa pela polícia. “Eu escutei muitos tiros e uma mulher gritando: ‘Socorro, socorro, me ajude!’ Foram gritos de desespero. Pensei que era assalto”, disse um morador. A ação policial deixou muitas marcas de tiro na casa e um rastro de sangue, resultado do ferimento de tiro provocado no agente da DOE Marcelo Macintyre.

“Ardilosos”

A residência de Águas Lindas não tinha móveis. Havia só uma televisão, cobertores e um colchão de ar, usado por Maria Helena. Ela foi encontrada presa por uma corrente ao chão. Em depoimento, disse que passou todo o tempo trancada no quarto. Os sequestradores a amordaçaram algumas vezes. Também a pressionaram e fizeram ameaças. Na primeira semana de sequestro, teve a chance de tomar um banho.

Os bandidos fizeram quatro ligações para o marido da vítima. Um dos fatores que contribuiu para as investigações foi a paralisação bancária. Por causa disso, a família teve dificuldade de sacar o dinheiro, o que prolongou o tempo no cárcere e permitiu a polícia encontrar os suspeitos. “Se não fosse a greve, talvez não conseguíssemos localizá-los antes do pagamento do resgate. É um grupo perigoso, que demonstrou conhecimento das técnicas de sequestro. Eles planejaram tudo e foram muito ardilosos”, afirmou o delegado Ritt.

Os acusados responderão por sequestro, roubo — subtraíram R$ 480 da mulher — e extorsão qualificada. Pelos três crimes, podem ser presos por até 30 anos. Luan Ferreira também foi indiciado por tentativa de homicídio, por ter baleado o policial civil.

FONTE: Blog do Sombra

Política

Após derrota, ex-senadora decide hoje se concorre por outra legenda


Para aliado, decisão do plenário do TSE já era previsível

Logo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar a concessão de registro para a REDE Sustentabilidade, Marina Silva informou que anunciará nesta sexta-feira, em entrevista coletiva, se poderá ou não concorrer nas eleições presidenciais de 2014 por outra legenda. A ex-senadora reforçou que não só aguardava uma decisão favorável da Corte eleitoral como também não pensou sobre a possibilidade de recorrer a outra sigla para participar da disputa.

— Esse partido agora vai decidir qual é sua posição. O Plano A já é vitorioso e amanhã eu vou dar uma coletiva dizendo qual é meu posicionamento em relação a pergunta que vocês estão fazendo (se será candidata por outro partido), porque não discuti absolutamente nada de outros planos com ninguém — afirmou Marina, logo após a decisão do TSE. ...

A presidenciável, que obteve quase 20 milhões de votos nas eleições de 2010, ainda criticou duramente o trabalho dos cartórios eleitorais, ao sustentar que mais da metade deles atrasaram e anularam assinaturas indevidamente.

— Isso será um case para a História do Brasil. Um caso para jovens advogados se debruçarem sobre a história de um movimento político que desde 2011 tem trabalhado para ter uma representação social, para ter um programa coerente entre fins e meios. Mas infelizmente, em função de uma ação deliberada de mais de 53% dos cartórios, que atrasaram e anularam assinaturas indevidamente, não conseguimos nosso registro — lamentou Marina.

Antes mesmo do final do julgamento, o deputado Alfredo Sirkis, um dos principais aliados da Rede, lamentou a decisão, mas disse não ter se surpreendido. Segundo ele, agora cabe à Marina decidir se disputará a eleição de 2014 por outra legenda, para que cada um dos que apoiaram o projeto também se posicione.

— Para mim não foi nenhuma surpresa. Eu já imaginava esse resultado. Há anos acompanho a forma cartorial como o tribunal atua, faz parte da nossa cultura. O passo seguinte é a Marina dizer se pretende disputar a eleição presidencial por outro partido. E cada um tomará sua decisão — afirmou Sirkis.

Aécio lamenta decisão

Em nota, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lamentou o resultado no TSE, porém disse que é preciso “aceitar e respeitar a decisão da Justiça”.

“Acompanhamos desde o início o esforço de Marina Silva para formação da Rede, e fomos solidários a ela, inclusive, quando a truculência do PT se fez mais presente na tentativa de impedi-la de alcançar seu objetivo no Congresso”, disse Aécio.

O pré-candidato tucano à Presidência ainda defendeu que a ex-senadora continue presente no cenário político.

“Mantemos a posição que já externamos em outras oportunidades: a presença de Marina Silva engrandece o debate democrático de ideias. De nossa parte, o PSDB continuará trabalhando para apresentar um projeto alternativo ao que está aí, com a permanente preocupação com algo extremamente caro a ex- senadora e a todos nós brasileiros, assegurar ao Brasil um desenvolvimento sustentável”, completa a nota.

FONTE: Blog do Sombra

Operação Miquéias

Agenda de doleiro expõe políticos e empresários


Anotações foram encontradas em um dos carros de luxo de Fayed
A agenda pessoal de Fayed Antoine Traboulsi é a chave para a Polícia Federal e o Ministério Público abrirem novas frentes na investigação que resultou na Operação Miquéias. As anotações apreendidas em março deste ano, num dos carros de luxo do doleiro, contêm informações que sugerem o repasse de dinheiro sujo a políticos e empresários de todo o país. O caderno cita, por exemplo, o nome do deputado federal Eduardo Gomes (PSDB-TO), atualmente licenciado, como suposto beneficiado do esquema administrado por Fayed.

Os investigadores se debruçam sobre as anotações de Fayed a fim de desvendar outras ramificações de uma organização criminosa influente em todas as esferas de poder. A agenda foi apreendida dentro de uma mochila, no banco traseiro de uma BMW, durante a Operação Infiltrados, que apurou a interferência de Fayed em ações da Polícia Civil. Na ocasião, a ação do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc), do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), prendeu os delegados Paulo César Barongeno e Sandra Maria Silveira. Eles são acusados de tentar mudar os rumos de uma investigação de lavagem de dinheiro, cujo alvo era Fayed. ...

Além de Eduardo Gomes, o deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA) foi flagrado conversando, por telefone, com Fayed. O suposto envolvimento dos políticos levou a Justiça Federal a determinar o envio do processo para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para a Procuradoria-Geral da República. Todos os grampos telefônicos da PF foram feitos com autorização judicial.

Na decisão de encaminhar o inquérito ao STF, o desembargador Cândido Ribeiro citou a agenda como uma prova importante na apuração do suposto esquema. “A existência de lançamento de valores registrados na agenda pessoal daquele investigado aponta para o possível envolvimento desses parlamentares federais com objetivos na organização investigada”, destacou o magistrado, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.

Prefeituras envolvidas

No último dia 19, Fayed, os dois delegados e o policial civil aposentado Marcelo Toledo foram detidos durante a Operação Elementar do Ncoc e da Polícia Federal — deflagrada no mesmo dia da Operação Miquéias. Outras 18 pessoas foram presas acusadas de participação em suspostos desvios de recursos públicos de prefeituras municipais para fundos previdenciários criados e a empresas de fachada.

Por Saulo Araújo

FONTE: Blog do Sombra

Eleições 2014

PSB usa escola pivada como se fosse pública


Peça de TV que tem Campos como estrela trata de ensino em Pernambuco

O PSB do governador Eduardo Campos usou imagens de uma escola privada para exaltar o ensino público em Pernambuco em propaganda do partido divulgada nacionalmente na

TV esta semana. No vídeo, uma estudante passa em frente a uma escola e depois aparece numa sala de aula com outros jovens. Todos estão vestidos com uniformes do ensino estadual. Enquanto isso, a apresentadora da peça afirma que "o PSB está mostrando que a escola pública pode mais". Em seguida, Campos, presidente da legenda e provável candidato à Presidência em 2014, diz que "só há respeito quando existem serviços públicos de qualidade". A escola mostrada não é um dos 1.089 colégios públicas estaduais de Pernambuco. Trata-se do centro

universitário Maurício de Nassau, instituição particular do empresário Janguiê Diniz que fica no centro do Recife. ...

Protagonista da série de inserções do partido que está sendo exibida na TV, o governador de Pernambuco foi duramente criticado nas redes sociais ontem por causa da utilização das imagens de uma escola privada para falar do ensino público local.

O PSB afirmou que as imagens eram apenas "ilustrativas". Não havia intenção, disse o partido, de mascarar ou mostrar que se tratava de uma escola pública. aA escola foi usada simbolicamente", afirmou a as-sessoria de imprensa da legenda. "Foi alocado um local que simbolizava a ideia de escola pública e de alunos em geral".

Ainda segundo representantes do partido de Campos, as equipes do PSB não obtiveram autorização para fazer a filmagem em uma escola pública.

O governador atribuiu à legislação brasileira a opção por usar uma instituição particular. "Estamos pagando pelo excesso de zelo", disse Campos, segundo quem a empresa que produziu o material preferiu usar a Maurício de Nassau para evitar questionamentos jurídicos. "O entendimento da produtora que foi contratada pelo partido para fazer o programa é que deveria fazer uma produção e não ir a uma escola pública para amanhã não estar se dizendo que foi utilizada uma escola pública."

O governador alegou que, para fazer as filmagens em prédios públicos, seria necessário "fazer um requerimento e tramitar o requerimento" e não haveria "tempo hábil" para providenciar a documentação. "Poderia ser num estúdio", disse.


"Pusemos uma escola como representação, para evitar problema jurídico de dizer que estávamos fazendo propaganda eleitoral em prédio público. Qual o problema que tem nisso?", questionou o provável candidato à Presidência. "Tem (escola estadual) mais bonita, melhor que aquela. O importante é o conteúdo do programa, o compromisso com a educação pública", afirmou Campos, em sua passagem ontem por Belo Horizonte.

A assessoría de imprensa do centro universitário não se pronunciou sobre o tema.

"O PSB expôs Pernambuco a um vexame nacional", disse a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB), uma das poucas vozes de oposição a Campos na Assembleia Legislativa de Pernambuco.



Por Ângela Lacerda

FONTE: Blog do Sombra

Operação Regin

A arma que condenou Fraga


A 1ª Vara Criminal determina que o presidente regional do DEM cumpra quatro anos de reclusão, em regime aberto, por porte ilegal de uma pistola e munições de uso restrito. Ex-deputado considera decisão %u201Cabusiva%u201D e promete recorrer

Operação Regin: em 2011, policiais civis recolheram documentos que estavam de posse de ex-diretores da Secretaria de Transportes
Contrário à Campanha do Desarmamento em 2005, quando a população votou referendo sobre o assunto, o ex-deputado federal Alberto Fraga, presidente regional do DEM no Distrito Federal, foi condenado a quatro anos de reclusão, em regime aberto, e ao pagamento de R$ 25.500 pelo porte ilegal de arma e munições de uso restrito. A decisão é do juiz Almir Andrade de Freitas, da 1ª Vara Criminal de Brasília.

O material sem registro foi encontrado em um flat do Setor Hoteleiro Norte, durante operação policial em outubro de 2011. O imóvel tinha sido comprado pelo coronel aposentado da Polícia Militar do DF e transferido para o nome de terceiros, mas investigações apontaram que o apartamento era utilizado pessoalmente por Fraga. Procurado pelo Correio, o político considerou a decisão abusiva e garantiu que vai recorrer. Como ainda cabe recurso a uma instância superior, ele não está inelegível. ...

A Operação Regin, deflagrada em parceria entre a Polícia Civil do DF e o Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc) do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), no fim de 2011, investigou a existência de supostas irregularidades na Secretaria de Transportes do DF, que tinha sido chefiada por Fraga. Um dos endereços usados por ele, no SHN, foi então alvo de busca e apreensão. No local, os policiais encontraram vários objetos de uso pessoal do ex-deputado e uma pistola calibre .357 Magnum, da marca Smith e Wesson, além de 283 munições de uso restrito e 1.112 de utilização autorizada. O material não estava registrado, o que caracteriza crime inafiançável. Fraga foi denunciado pelo MP em março do ano passado.

Durante o andamento do processo, Fraga defendeu-se em juízo alegando que o imóvel não era de sua propriedade, tendo sido repassado a outras duas pessoas. No entanto, confirmou que tinha comprado o flat no passado e registrado no nome de Júlio Urnau, que foi seu adjunto na Secretaria de Transportes do DF. O apartamento teria sido vendido então para um homem chamado Luís Horácio. Fraga reconheceu objetos encontrados no endereço e que parte da munição pertencia a ele, mas que não soube dizer de quem era o material sem registro. A Justiça, no entanto, não acreditou na tese da defesa de Fraga. “Todas as evidências apontam que houve, sim, a simulação de um negócio. O acusado era e continua sendo o proprietário do imóvel”, diz trecho da decisão.

O juiz considerou “condenável” a atitude de Fraga. “(De) um líder e representante da coletividade, é exigida postura consentânea com o direito e a legalidade, cabendo-lhe, inclusive, pelo nível de cultura e conhecimento, zelar pelo cumprimento das leis que outrora, como ex-parlamentar federal, participou do processo legislativo. Assim, com muito mais razão, era esperado do acusado o combate a estes tipos de condutas e não a prática delas. Entendo que a conduta do agente, ora acusado, que mantinha imóvel ocultado em nome de ‘laranja’, fazendo dele verdadeiro depósito de arma e munições de uso restrito e permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal, merece, sim, maior reprovação (...)”, destaca a sentença.

Substituição

O magistrado atendeu parcialmente o pedido do MP. Ele condenou Fraga a quatro anos de reclusão em regime aberto. A pena privativa de liberdade foi substituída por duas restritivas de direito a serem definidas pelo juízo da vara de execução penal. Ainda foi estipulada multa de 50 salários mínimos à época do fato (R$ 510), que totaliza R$ 25,5 mil. “Ainda não tive conhecimento da decisão. Eu a considero abusiva. Nunca fui criminoso. Nunca cometi nenhum crime. O cofre do flat foi violado e essa arma, plantada. Eu vou recorrer”, disse Fraga.

Personagem da notícia


Contrário ao desarmamento
Atual presidente regional do DEM, João Alberto Fraga tem 57 anos e é coronel aposentado da Polícia Militar do DF. Sergipano, mudou-se para Brasília aos 10 anos. Entrou para a Câmara dos Deputados em 2002, como suplente. Ao longo da carreira política, Fraga teve representantes da indústria bélica entre doadores de campanha. Em 2005, como um dos membros da chamada “bancada da bala”, tornou-se um dos principais nomes contrários à Campanha do Desarmamento. Foi responsável por criar a frente parlamentar e o comitê suprapartidário Pró-Legítima Defesa. A população foi consultada em outubro de 2005 e disse “não” ao desarmamento (64%). Fraga foi reeleito em 2006 para a Câmara dos Deputados. Quatro anos depois, tentou uma vaga no Senado Federal, mas não conseguiu. Teve mais de 500 mil votos e ficou em terceiro lugar. Durante a gestão de José Roberto Arruda, em 2011, assumiu a Secretaria de Transportes. A operação da Polícia Civil, que apreendeu arma e munições em flat usado por Fraga, investigou supostas irregularidades na pasta que fora comandada por ele.

Por Almiro Marcos
FONTE: Blog do Sombra

Aos 53 anos, deficiente visual realiza sonho de entrar na universidade

Jorge Neris completou o ensino médio já adulto e conquistou uma vaga na Universidade Federal da Bahia (UFBA)


A professora Adriana da Paixão Santos, na foto ajudando na análise de um mapa especial, incentivou muito Jorge a não desistir de estudar Foto: Colégio Antônio Vieira / Divulgação]

Aos 36 anos, o baiano Jorge Neris foi diagnosticado com glaucoma. Era a primeira vez que ia ao oftalmologista. Jorge passou por diversos exames, um tratamento doloroso e uma cirurgia para tentar conter a pressão do olho, primeiro em um deles, depois nos dois, até que perdeu totalmente a visão em 2010, pouco depois de ter retornado à sala de aula para completar o ensino médio.
O diagnóstico não o impediu de seguir os estudos, e três anos depois, passou no vestibular. A boa notícia chegou agora em setembro, com a lista de aprovados em primeira chamada para o segundo semestre de Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Assim que apareceram os primeiros sintomas da doença, Jorge procurou o Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP/SSA) de Salvador, por meio da Associação Baiana de Cegos (ABC). Foi no centro que decidiu voltar a estudar. De família humilde - a mãe não se alfabetizou -, Jorge deixou a escola aos 20 anos, em 1980, quando cursava o 1º ano do ensino básico, que corresponde atualmente ao 1º do ensino médio. “Sempre foi o sonho de minha mãe que eu continuasse estudando. Com o incentivo do pessoal do CAP, resolvi que tentaria realizar o sonho em memória dela, já falecida”, conta.
Na época da decisão, Jorge tinha deficiência visual parcial. No CAP, aprendeu o sistema de leitura braile, a caminhar usando a bengala e até o Soroban, técnica de cálculo que utiliza esferas.
Passados 25 anos desde que deixou a escola, e determinado a concluir os estudos, ele ingressou no curso gratuito de Educação de Jovens e Adultos do Colégio Antônio Vieira (Ejacav), na fase correspondente à 7ª série do ensino fundamental regular. Foi em meio a esse processo, em 2010, que ficou cego. Mas continuou firme na busca do sonho pela vaga na universidade. “Quando perdi totalmente a visão, foi fundamental o apoio de professores e colegas. Muitas vezes, colegas me esperavam no ponto de ônibus para ajudar, quando marcávamos grupos de estudos aos finais de semana”, lembra.
Jorge recorda com muito carinho os anos de estudo no Colégio Antônio Vieira. Na comemoração dos 100 anos da instituição, foi convidado a representar todos os alunos do EJACAV. “Percebi que todos os colegas eram exemplos de superação, cada um com sua história, o que se transformou em um ótimo incentivo para que eu nunca desistisse”, completa.
Paizão da turma
Após completar o ensino médio, não quis encerrar a busca por conhecimento e passou a frequentar o cursinho Pré-Vestibular Social da ONG Pierre Bourdieu. Na turma, adolescentes que partilhavam do mesmo sonho: entrar para a universidade. A diferença de idade e a deficiência de Jorge o fizeram sentir deslocado no início, mas logo a receptividade dos novos colegas fizeram sentir-se à vontade. “Quando percebi o respeito com que aqueles adolescentes me tratavam e o quanto queriam me ajudar, acabei virando o paizão da turma. Ao passar no vestibular, alguns prometeram me encontrar na universidade. Como poderia desistir depois dessa promessa?”, conta orgulhoso.
Quanto à escolha do curso, o estudante diz que foi no Ejacav que sua paixão pela área começou, em trabalhos feitos para a aula de sociologia. Aprender sobre o contexto histórico da sociedade e o desenvolvimento e comportamento da sociedade como um todo o fascina. “As relações sociais sempre me ajudaram e são importantíssimas para minha inserção no mundo acadêmico. Quero aumentar meu conhecimento nessa área”, diz o calouro.
O desafio do braile
A leitura braile é uma ferramenta importante na viabilização dos estudos a deficientes visuais. Cerca de 170 vezes mais lenta do que a leitura regular, demanda uma concentração grande. O estudante admite que se saía melhor quando liam para ele. “O braile foi, para mim, o início de tudo. Se não fosse ele, eu não teria a perspectiva de entrar nos meios escolar e acadêmico. Mas como é preciso uma concentração maior, eu assimilava melhor os conteúdos quando os escutava”, conta.
Atualmente, com o avanço da tecnologia, os estudos para deficientes visuais ficaram mais rápidos e fáceis, especialmente com a ajuda da plataforma NDVA (Non-visual Desktop Access), que possibilita a leitura de tela para cegos.
Adaptação
Para Jorge, a ajuda de colegas e professores foi essencial para sua reinserção na escola. “No dia a dia, preciso da ajuda das pessoas o tempo inteiro. Para atravessar a rua, para pegar um ônibus. Não é diferente na hora de estudar. Os grupos de estudo com meus colegas eram essenciais para que eu entendesse melhor a matéria”, conta.
O processo de adaptação à sua nova condição começou quando ainda possuía baixa visão, o que facilitou sua aceitação. Com a perda total da visão, sua maior dificuldade, conta, foi a utilização da bengala, pois tinha vergonha dos vizinhos o verem com ela. “Ralei muito a canela para aprender a usar a bengala. Tinha um pouco de resistência, mas precisei vencer essa barreira para ganhar mais independência na mobilidade, para não perder as atividades do CAP.”
Jorge vê os estudos como uma alavanca para que o deficiente visual se adapte à nova realidade com maior facilidade. “A melhor forma de conquistar objetivos é através dos estudos. A ciência avança surpreendentemente, mas precisa que alguém estude. Podemos descobrir instrumentos que facilitem a vida de deficientes visuais”, sonha. Determinado, Jorge combate a ideia de que a inclusão seja apenas uma forma assistencial de reinserção. Afirma que o deficiente tem de estar no meio acadêmico por querer adquirir o conhecimento com esforço e capacidade, não só porque é deficiente.
Preconceito
Jorge acredita que não existe preconceito pior do que o do próprio deficiente visual. “Quando o deficiente acredita que não pode levar uma vida normal, ele perde o estímulo. Esse preconceito é o primeiro que deve ser combatido. Independentemente de ser cego, sou vivo. Posso viver, posso estudar. Como homem e cidadão, contribuo para o desenvolvimento do país no qual nasci”, afirma.
Garante que prestou a prova como qualquer outro aluno. A única diferença é que tinha direito a um ledor, pessoa que lia a prova para que ele respondesse. Jorge faz questão de ressaltar que respondeu à mesma prova dos outros candidatos. A transcrição das respostas é feita exatamente como o candidato as fala. Se os acentos ou pontuação não forem falados, o ledor não os transcreve.
Para Jorge, ainda faltam cuidado e sensibilidade com os cegos de boa parte da sociedade. “Às vezes me pergunto se eu que estou cego ou as pessoas em geral. Uma vez estava subindo em um ônibus com a bengala e um moço me atropelou, quebrou minha bengala e nem sequer pediu desculpas. Por outro lado, já encontrei pessoas maravilhosas que chegavam a atravessar a rua para me ajudar”, cita.
Ávido de conhecimento, o novo universitário baiano não contém a alegria e ansiedade para que se iniciem logo as aulas. “Os desafios estão aí para ser encarados e superados. Terei de acordar às 4 da manhã para conseguir chegar na faculdade no horário da aula. Mas não me sinto no direito de desistir, pois muita gente não consegue chegar onde cheguei”.

Massa elogia o carro, mas mantém cautela sobre desempenho na corrida


O brasileiro Felipe Massa se mostrou satisfeito com o desempenho de sua Ferrari após a segunda sessão de treinos livres para o GP da Coreia do Sul, que aconteceu nesta madrugada (horário de Brasília). Admitindo a superioridade de Mercedes e Red Bull, que ocuparam as quatro primeiras colocações, Massa, que foi o quinto, preferiu manter a cautela quando perguntado sobre a corrida.
"O dia não foi ruim. Tudo funcionou como deveria e eu tive uma boa sensação do carro. Mas é só sexta-feira, e ainda precisamos compreender onde nós estamos em comparação aos nossos adversários. Ainda que Mercedes e Red Bull estejam muito fortes, espero ter um carro mais competitivo do que em corridas recentes, o que vai me permitir brigar", declarou o brasileiro.
O piloto da Ferrari lamentou a perda de tempo na primeira sessão do dia, quando o pneu dianteiro de seu carro furou, mas destacou a recuperação na parte da tarde.Massa ainda elogiou o comportamento com os pneus médios e supermacios, mas considerou que houve desgaste excessivo dos compostos mais macios. "Na primeira volta, você ganha muito no começo, mas vai perdendo bastante ao longo de um long-run. Talvez se formem mais macarrõezinhos do que com os (pneus) médios".
O brasileiro volta à pista do circuito de Yeongam nesta sexta-feira, às 23 horas (de Brasília), para mais uma sessão de treinos livres. O treino classificatório será às 2 horas deste sábado.

Igreja no Quênia é incendiada após morte de pregador muçulmano


Integrantes das forças de segurança quenianas se posicionam durante um tumulto, causado pela morte de um clérigo muçulmano em Mombasa

Uma igreja do Exército da Salvação foi incendiada nesta sexta-feira em Mombasa, a segunda cidade do Quênia de maioria muçulmana, por pessoas que protestavam contra o assassinato na madrugada de um pregador muçulmano radical, constatou a AFP.
O pregador assassinado, o xeque Ibrahim Ismail, era o sucessor de Abud Rogo Mohamed, um polêmico clérigo cujo assassinato em circunstâncias similares em 2012 desencadeou distúrbios sangrentos em Mombasa.
Um manifestante ficou ferido por um tiro no estômago, afirmou à AFP uma testemunha, Salim Abdullah.
Segundo a polícia, a violência começou depois da oração muçulmana das sextas-feiras. Os manifestantes "queimaram a igreja do Exército da Salvação, mas tentamos dispersá-los com bombas de gás lacrimogêneo", declarou um funcionário policial em Mombaça.
Vários veículos do corpo de bombeiros tentavam apagar as chamas, informou o jornalista da AFP.
Uma espessa fumaça, que parecia ter sido causada por pneus incendiados, se elevava ao redor da mesquita Masjid Mussa, onde pregava o xeque Ibrahim Ismail, e as unidades paramilitares da polícia entravam no bairro.
Os desordeiros respondiam com pedras às bombas de gás lacrimogêneo da polícia, informou um jornalista da AFP. Também eram ouvidas várias explosões de origem desconhecida.
O xeque Ibrahim Ismail morreu junto com outras três pessoas quando o carro no qual viajavam foi alvo de disparos.
Outro pregador radical, Abubaker Sharif Ahmed, conhecido como "Makaburi", acusou a polícia de ter realizado uma nova execução pura e simples do xeque Ibrahim Ismail e de seus colegas.

Fifa não pode intervir no direito trabalhista do Catar


O presidente da Fifa, Joseph Blatter, em uma coletiva de imprensa na sede da entidade, em Zurique, na Suíça

"A Fifa não pode interferir no direito trabalhista de um país, mas tampouco pode ignorá-lo", escreveu em sua conta do Twitter o presidente da entidade, Joseph Blatter, sobre as acusações de escravidão contra o Catar, sede da Copa do Mundo-2022.
Blatter publicou a mensagem após uma reunião do comitê executivo da Fifa, que discutiu as denúncias contra o Catar pelas condições de trabalho dos imigrantes nas obras do Mundial-2022.
O jornal britânico The Guardian informou no fim da semana passado a morte de 44 trabalhadores nepaleses, entre 4 de junho e 8 de agosto, em obras de infraestruturas para a Copa de 2022, com base em dados da embaixada britânica em Doha.
Várias organizações internacionais denunciaram as condições de escravidão dos imigrantes no país do Golfo.
O Catar negou de maneira veemente as acusações.
"Não há escravidão ou trabalhos forçados em Catar", declarou Ali al-Marri, presidente do Comitê Nacional dos Direitos Humanos (organismo governamental).
"As informações do jornal The Guardian são falsas e os números são exagerados", completou.
Uma delegação sindical internacional viajará na segunda-feira ao Catar para "constatar as condições de trabalho dos imigrantes".

Protestos na Índia pela criação de um novo Estado


Manifestantes indianos protestam no estado de Andhra Pradesh, bloqueando estradas com barricadas em chamas
Indian supporters of united Andhra Pradesh shout slogans as they block the road with burning barricades during a protest in Ananthapuram, on October 4, 2013

A decisão do governo indiano de criar um 29º Estado, o Telangana, desencadeou nesta sexta-feira protestos e manifestações no sudeste da Índia.
Os manifestantes bloquearam estradas e invadiram as ruas nas regiões costeiras do Estado de Andhra Pradesh, um dia depois de o governo aprovar a divisão deste Estado em dois.
Telangana, cuja criação deve ainda ser aprovada pelo Parlamento, se estenderá pela superfície de uma região pobre e que sofre frequentemente com secas que, segundo os partidários do projeto, estava até então descuidada pelo governo de Estado.
A capital da região, Hyderabad, especializada em tecnologias da informação, será comum aos dois Estados por ao menos os próximos dez anos, anunciou o governo.
No distrito de Ananthapuram, a 400 km de Hyderabad, os manifestantes rasgaram cartazes do governante Partido do Congresso e gritaram palavras hostis.
Segundo os opositores, a criação deste novo Estado, o governo abriu "caixa de Pandora" ao dar razão aos outros grupos minoritários que reclamsam a criação de novos Estados.
Andhra Pradesh, criado em 1956, é o quinto maior Estado da Índia.
Em 2009, o Partido do Congresso havia obtido a maioria das 42 cadeiras de parlamentares atribuídos a esta região. O parlamento indiano conta com 543 membros.

Suspeito de estupro na Rocinha já foi preso por violentar menina de 4 anos

Elder Marinho, de 22 anos, foi encontrado com marcas de arranhão.
Segundo a polícia, ele estava de posse do celular da menina Rebeca.




O suspeito de estuprar e matar a menina Rebeca Miranda de Carvalho, de 9 anos, na Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro, já foi preso por violentar uma menina de quatro anos em Juazeiro do Norte, no Ceará, conforme mostrou o Bom Dia Rio desta sexta-feira (4). Elder Marinho, de 22 anos, foi detido na comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, Zona Oeste, na noite desta quinta-feira (3).
Segundo a polícia, o crime no Ceará foi em 2008, quando Elder trabalhava em um parque de diversões. Ainda segundo a Divisão de Homicídios, o suspeito, no momento da prisão nesta quinta (3), tinha marcas de arranhão no rosto e detinha o celular de Rebeca, que foi encontrada morta no dia 29.
Parentes de Rebeca chegam à Divisão de Homicídios, na Zona Oeste do Rio (Foto: Gabriel Barreira/G1)Parentes de Rebeca chegam à Divisão de
Homicídios, na Zona Oeste do Rio
(Foto: Gabriel Barreira/G1)
“Para mim é um alívio. Foi feita justiça. Ligaram para um amigo que nos passou a notícia. Sempre tive a esperança na solução do caso. Agora o que tenho a dizer é agradecer o trabalho deles”, disse a mãe da menina, Maria Miranda, emocionada.
A DH pediu a prisão temporária de 30 dias para Elder, segundo a polícia. O suspeito, que confessou o crime, passará ainda por exames no Instituto Médico Legal.
Manifestação
Moradores da favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, fizeram por volta das 18h desta quinta-feira um protesto contra a morte da menina e comemoraram ao receber a notícia, interrompendo o ato. A criança foi vítima de abuso sexual de acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML).
“Nos reunimos com o Freixo [deputado estadual] e a comissão de Direitos Humanos da Alerj ficou de ajudar tanto quanto no caso do Amarildo. Esse protesto vai causar um pouco de transtorno mas é pra chamar a atenção da sociedade pra Rocinha”, disse William de Oliveira, membro conselho estadual de Direitos Humanos.
Carregando diversas faixas, os manifestantes chegaram a fechar a Autoestrada Lagoa-Barra, sentido Barra da Tijuca. “É a primeira. Faremos protestos até que achem o culpado. Ou cairá no esquecimento e acontecem outras vezes”, afirmou João Bosco Barros, primo da menina Rebeca.
Rebeca foi encontrada morta na manhã deste domingo (29). (Foto: Lívia Torres/G1)Rebeca foi encontrada morta na manhã de
domingo (29). (Foto: Lívia Torres/G1)
Como foi o crime
Rebeca foi encontrada morta em um barranco, a 50 metros da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Os moradores dizem que os policiais da UPP não fazem mais patrulhamento nos becos da favela desde o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo, há pouco mais de dois meses. Segundo a polícia, o caso do pedreiro deve ser concluído nos próximos dias, mas o governador Sérgio Cabral nega que a tropa tenha recebido orientação para não policiar os becos.
A vizinha que encontrou o corpo de Rebeca disse que ela estava coberta com telhas e que reconheceu o chinelo que a menina estava usando.