Cerimônia de entrega do Boeing 737 Max 8 para operação na China — Foto: Thomas Peter/Reuters
O Ministério Público de Paris abriu investigação sobre o acidente da Ethiopian Airlines, porque há cidadãos franceses entre os 157 mortos. O MP fez o anúncio da decisão neste domingo sem muitos detalhes. Trata-se de procedimento padrão quando cidadãos franceses morrem em outros países.
O governo da França anunciou que oito franceses estão entre as vítimas e abriu um centro de crise para familiares, mas não divulgou identidades. A companhia aérea diz que sete cidadãos franceses estão entre as vitimas. O motivo para a discrepância não ficou claro.
Separadamente, a autoridade de acidentes aéreos da França, conhecida como BEA, disse que provavelmente se envolveria na investigação liderada pela Etiópia, porque a companhia francesa Safran foi uma das fabricantes dos motores do jato da Boeing, junto com a General Electric.
O avião de transporte militar russo An-26, sofreu o acidente no momento em que efetuava a aterrissagem no aeródromo sírio de Hmeymim. Segundo dados preliminares, a abordo estavam 26 passageiros e 6 tripulantes e todos morreram, de acordo com Ministério da Defesa da Rússia."Em 6 de março, aproximadamente às 15h (9h, no horário de Brasília), um avião de transporte russo sofreu acidente no momento em que efetuava a aterrissagem no aeródromo sírio de Hmeymim. Segundo dados preliminares, a bordo estavam 26 passageiros e 6 tripulantes. Todos morreram", diz a nota do Ministério da Defesa russo. O avião colidiu com a terra a uma distância de 500 metros da pista de aterrissagem.Conforme o Ministério da Defesa russo, o acidente poderia ser provocado por uma falha técnica. De acordo com relatos locais, o avião não foi atingido por fogo. O Ministério da Defesa considerará todas as versões do acidente aéreo possíveis. O avião de transporte militar russo An-26 é capaz de transportar até 38 pessoas e cerca de 500 kg de carga, e é usado para o transporte de cargas de curtas e médias distâncias. Com informações do Sputnik Brasil.
O personagem central de um episódio marcante na história da
diplomacia brasileira — que resultou na queda do chanceler brasileiro
Antônio Patriota, em 26 agosto de 2013 — será cremado para que as cinzas
voltem ao país natal. Ontem, Daniela, filha do político boliviano Roger
Pinto Molina, asilado no Brasil há quatro anos, declarou ao jornal Los
Tiempos, de Santa Cruz de La Sierra, que os restos mortais do pai serão
levados para a cidade de Cobija.
Molina,
de 58 anos, morreu na madrugada de ontem, quatro dias depois de sofrer
um acidente aéreo em Luziânia. De acordo com a Secretaria de Saúde do
DF, o ex-senador — que em 2015 conseguiu o status de refugiado e vivia
em Brasília — foi vítima de parada cardiorrespiratória.
Após suposta pane no motor quando começava a ganhar altura, o
pequeno avião pilotado pelo boliviano fez pouso de emergência que
terminou em batida frontal contra o solo. Cabeça e tronco foram as
partes mais afetadas pelo impacto.
Molina era
um produtor rural que se elegeu deputado aos 38 anos. Antes do primeiro
mandato de Evo Morales como presidente da Bolívia, elegeu-se senador e
apoiou o governo. Bastou tornar-se opositor para virar alvo de denúncias
de corrupção por venda de terras públicas que teria rendido US$ 18 mil.
Alegou perseguição política e pediu abrigo na embaixada brasileira. E
lá ficou por mais de um ano. Mas, na madrugada de 23 de agosto de 2013,
ele e funcionários da embaixada, entre os quais fuzileiros navais e o
embaixador interino, Eduardo Saboia, saíram da capital boliviana, numa
viagem de 22 horas de carro, até Corumbá, no Mato Grosso do Sul.
A
escapada ocorreu, supostamente, à revelia do governo da então
presidente Dilma Rousseff. “Foi uma decisão que tomei e não me
arrependi, uma circunstância extrema. Eu era a autoridade máxima do
Brasil na Bolívia, tinha latitude para isso”, justifica Saboia. “Como se
concede o asilo na embaixada e se esquece do senador, sem nenhum
esforço para tirá-lo de lá?”
Três dias depois
da aventura, movida sob alegação humanitária, chegaram ao fim os 32
meses de Antônio Patriota como ministro das Relações Exteriores do
primeiro mandato de Dilma. “É um episódio ainda não completamente
esquecido, que mostra que o comando não estava unificado”, comenta o
professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de
Brasília (UnB) Roberto Goulart Menezes. “Houve apoio no Brasil, o Saboia
não fez sozinho. Houve uma ordem, e tenho certeza de que, se fosse um
país mais forte, o Brasil não teria feito isso.”
À
época, Saboia foi condenado em processo administrativo e sofreu
suspensão por 30 dias. Promovido a embaixador em dezembro passado, ele
hoje é o chefe de gabinete do Ministério das Relações Exteriores.
Molina se dizia perseguido na Bolíva e por isso pediu asilo no Brasil
Amizade
A relação
nascida do convívio forçado com Molina na embaixada de La Paz persistiu
em Brasília. “Foi uma amizade forjada na adversidade e, aqui, nos
encontrávamos em almoços, ocasiões de convivência a cada mês, mês e
meio”, conta Saboia. Ele diz que esteve no apart-hotel onde o boliviano
vivia e também visitou a residência da família, no interior do Acre.
“Uma casinha; eu conheci.” Para se sustentar, segundo o diplomata
brasileiro, o ex-parlamentar vendia gado. “Foi dilapidando o que era
dele”, diz.
O MRE publicou nota com
manifestação do titular da pasta, Aloysio Nunes Ferreira, para
manifestar consternação pela morte de Molina. “Líder da oposição,
denunciava no senado boliviano o crescimento da influência do
narcotráfico”, declarou o chanceler. “Conciliador, propôs anistia que
permitisse a reconciliação política em seu país, com o retorno de
centenas de exilados.” Molina era sogro de Miguel Guiroga, piloto do
avião que caiu na Colômbia com a equipe da Chapecoense, em novembro
passado.