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sábado, 5 de agosto de 2017

PISCICULTURA

“Nelore das águas”, Tilápia gera 400 novos empregos no Paraná

Abatedouro de peixes da cooperativa C.Vale vai movimentar a economia do Oeste do Paraná com investimento de R$ 110 milhões

Um dos desafio s ainda é o preço da tilápia: de R$ 25 a R$ 28 o quilo do filé | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Um dos desafio s ainda é o preço da tilápia: de R$ 25 a R$ 28 o quilo do filé


Nesse momento milhares de tilápias estão sendo criadas em tanques e açudes do Oeste do Paraná sob encomenda de um novo cliente: o primeiro abatedouro de peixes da cooperativa C.Vale, que ainda está em obras e só será inaugurado em outubro, após investimento de R$ 110 milhões.
O empreendimento vai gerar 400 empregos diretos na primeira etapa, do nível operacional ao gerencial. A maior parte dos trabalhadores já foi contratada e está sendo treinada para fazer a filetagem do peixe.
A entrada da C.Vale no mercado de peixes, inicialmente com 300 criadores em sistema de integração (a cooperativa fornece os alevinos, a ração e a assistência técnica) e capacidade de abate de 75 mil tilápias por dia, vai ajudar a impulsionar ainda mais uma atividade que cresce aceleradamente no Oeste do Paraná.
A Emater estima que 50 municípios da região produzem diariamente 200 toneladas de tilápia, o peixe que mais apetece aos brasileiros. No Paraná, a tilápia do Nilo (sim, ela tem origem na África), responde por 84% do total de peixes de criadouro, deixando a milhas náuticas de distância as carpas, com 7% de participação, e o pacu, com 5%. Outras espécies, como bagres, piauçu, tambacu e traíra representam juntas os 4% restantes.
A chegada da C.Vale à piscicultura é saudada pela cooperativa concorrente, a Copacol, maior empresa do país no abate de tilápias, que processa 110 mil peixes por dia.
“A oportunidade existe para todos. É uma carne saudável, todos os anos temos perspectiva de aumento de consumo, então não vejo problema. Pelo contrário, havendo aumento da oferta, poderemos ter um equilíbrio melhor dos preços, vamos produzir com custos menores e tornar o filé mais atraente para consumidor”, diz Valter Pitol, presidente da Copacol.

Investimento em tilápias

A própria Copacol está investindo neste ano R$ 50 milhões para aumentar a capacidade de abate para 140 mil tilápias por dia. Hoje a cooperativa conta com 570 hectares de lâmina d’água dedicados ao peixe, o que garante um faturamento de R$ 16 milhões por mês, ou 7% do total da cooperativa.
Para ganhar apelo de consumo, o desafio da tilápia é sair da faixa de preços ainda salgada - de R$ 25 a R$ 28 o quilo do filé - , o que só poderá ser feito com diminuição de custos, melhoria genética e avanços no manejo.
O veterinário Gelson Hen, coordenador da área de pecuária da Emater para a região de Toledo, diz que o que a tilápia mais precisa hoje é oxigênio.
“Aeração é tudo. O peixe precisa de oxigênio, quase como a gente. Não é porque você coloca o peixe na água que o oxigênio vai surgir naturalmente”, diz o especialista. Segundo Hen, o uso de bombas de incorporação de oxigênio à água podem fazer a produção de tilápia saltar de menos de 1kg por metro cúbico para até 5 ou 6kg no mesmo espaço. “A indústria nacional entrou forte na produção desses aeradores, o que está garantindo uma condição melhor da qualidade da água e, em consequência, uma maior produção”, afirma o veterinário.
A adoção de comedouros automáticos é outra prática que deve garantir ganhos significativos de produtividade nos próximos anos, segundo o técnico da Emater. “É complicado depender de mão de obra para alimentar o peixe até oito vezes por dia, a tecnificação está aí para isso”, afirma Hen.
Dados da Emater indicam que a piscicultura está entre as atividades econômicas que hoje dão mais retorno ao produtor da região Oeste, crescendo a taxas de 20% ao ano. A renda líquida pode chegar a R$ 1,20 por quilo. Por ser um peixe de fácil reprodução, rústico e susceptível ao melhoramento genético, a tilápia é comparada à raça bovina predominante no Brasil, e ganhou o apelido de o “Nelore das águas”.

Tanques-rede para tilápias

O pulo do gato (ou da tilápia) seria o uso do lago de Itaipu para criação de peixes no modelo de tanques-redes ou gaiolas. A prática ainda acontece apenas de forma experimental, já que, por precauções ambientais, não está autorizada no tratado entre Brasil e Paraguai para peixes exóticos como a tilápia.
A produtividade da tilápia em um tanque-rede pode se multiplicar em até dez vezes, garante o técnico da Emater, chegando a 50 kg por m3 de água. “O uso de até 1% da área do lago de Itaipu para esse sistema de criação será o grande avanço da piscicultura paranaense no futuro. Na hora em que conseguirmos o licenciamento ambiental, e com todo cuidado de cumprir a legislação, haverá um salto na cadeia produtiva”, arremata Gelson Hen.

GAZETA DO POVO

segunda-feira, 24 de julho de 2017

ESPORTE

Guto balança após ultimato, e 

nome mais experiente ganha força 

interna no Inter

Treinador corre riscos mesmo em caso de vitória sobre o Oeste e vê nomes como Dunga, Winck e Carpegiani reverberar internamente no clube; diretoria de futebol respalda o técnico
Guto trabalha sob pressão no Inter (Foto: Wesley Santos / Agência PressDigital)
Guto trabalha sob pressão no Inter (Foto: Wesley Santos / Agência PressDigital)



A derrota por 2 a 1 para o Vila Nova, no último sábado, teve desfecho mais severo para alimentar a crise no Inter com um ultimato a Guto Ferreira. O treinador tem sua permanência condicionada, ao menos publicamente, a um triunfo sobre o Oeste, nesta terça-feira, às 21h30, no Beira-Rio, pela 17ª rodada da Série B. Mas a falta de evolução apresentada pela equipe desde a chegada ao treinador pode abreviar sua passagem pelo comando do clube mesmo em caso de um triunfo vital na partida. 

A possibilidade de queda em um cenário de vitória sobre o rival paulista, porém, é reduzida. Há a expectativa de que os discursos fortes que marcaram o vestiário colorado em Goiânia surtam efeito positivo por uma remobilização do elenco para a para partida contra o Oeste. Até lá, ao menos, Guto segue como comandante da equipe, até pelo tempo escasso disponível para encontrar um eventual substituto ao treinador e para trabalhos e ajustes imediatos. Espera-se uma resposta à altura tanto pelo resultado em campo quanto pelo espírito de entrega do time, com uma espécie de respaldo do plantel ao técnico. 

A diretoria de futebol, aliás, dera um "último voto de confiança" ao treinador para a sequência de jogos em casa contra Oeste e Goiás, mesmo com a pressão interna por uma troca no comando. O GloboEsporte.com apurou com pessoas que têm trânsito no vestiário e nos bastidores do dia a dia colorado, porém, que um nome de maior experiência é ventilado internamente como saída mais viável por uma recuperação na tabela. Dunga é o nome com mais força, mas Paulo César Carpegiani também ganha sugestões e é citado em conversas, assim como Luiz Carlos Winck, hoje no Criciúma. Não há contato firmado por nenhum comandante.
Até porque ainda há respaldo a Guto Ferreira. O assunto "troca de treinador" é evitado para garantir a remobilização total do elenco. A diretoria aguarda que o treinador enfim dê a resposta esperada e faça a equipe evoluir, com seis pontos somados dentro de casa por uma retomada e para ter regularidade numa temporada mais do que atribulada. Além disso, o trauma de trocas sucessivas no comando, que culminaram com o fracasso e a queda no ano passado, também é levado em conta. Aliás, o consenso interno indica que é necessário melhorar em todos os setores do departamento de futebol.– A equipe não consegue engrenar porque não consegue jogar bem. Se conseguisse ter duas, três vitórias, teria ingressado há tempos no G-4. Não estamos fazendo por merecer. Não conseguimos ter regularidade para engrenar. O principal foi a reformulação, e a mudança da comissão não surtiu efeito. Está demorando. O Guto continua. Vai seguir, porque entendemos, como a direção, os jogadores, ele também pode dar um pouco mais, tirar mais da equipe. Não vejo como correta a mudança de treinadores. Com as chegadas, algumas carências que a gente tinha, terá condições de treinara equipe. Temos obrigação de evoluir nos dois jogos em casa para sair no jogo fora e terminar o turno no G-4 – avalia Roberto Melo.


Direção respalda Guto para a partida contra o Oeste (Foto: Tomás Hammes)
Direção respalda Guto para a partida contra o Oeste (Foto: Tomás Hammes)


A diretoria de futebol, aliás, dera um "último voto de confiança" ao treinador para a sequência de jogos em casa contra Oeste e Goiás, mesmo com a pressão interna por uma troca no comando. O GloboEsporte.com apurou com pessoas que têm trânsito no vestiário e nos bastidores do dia a dia colorado, porém, que um nome de maior experiência é ventilado internamente como saída mais viável por uma recuperação na tabela. Dunga é o nome com mais força, mas Paulo César Carpegiani também ganha sugestões e é citado em conversas, assim como Luiz Carlos Winck, hoje no Criciúma. Não há contato firmado por nenhum comandante.

– Estamos sempre trabalhando nessa corda bamba. É a vida do treinador, especialmente no Brasileiro. Para andar nessa velocidade, o Inter talvez tivesse que vir pronto durante o estadual e embalado na competição nacional. Não aconteceu. O Inter teve dificuldades no estadual. Não era equipe totalmente pronta. Ainda não é. É isso que vem fazendo dificuldade. Dentro dos clubes que caíram, a remontagem da equipe foi bastante rápida, até com aproveitamento de boa parte dos jogadores que caíram. Dos que caíram do ano passado, tem dois. Passa por isso, também – avalia Guto.

Entre tanta pressão e incerteza, o treinador ainda precisa remodelar seu sistema defensivo, com Cláudio Winck, Víctor Cuesta e Rodrigo Dourado suspensos, ao passo que conta com o retorno de Edenílson. O Inter volta a campo nesta terça-feira, às 21h30, no Beira-Rio, pela 17ª rodada da Série B. O Colorado ocupa a atual 6ª colocação, com 24 pontos, a dois do G-4.


GLOBO ESPORTE