Cientistas esperam que carboidratos presentes no leite materno ajudem
na produção de novos medicamentos antibacterianos (Foto: Reprodução/TV
TEM)
Há muito tempo, a ciência já sabe sobre o papel benéfico do leite
materno na imunidade do bebê. Na amamentação, por exemplo, sabe-se que
há transferência de anticorpos e de importantes proteínas de ação
antibacteriana.
Mas agora, cientistas da Universidade de Vanderbilt, nos Estados
Unidos, perceberam que também os açúcares presentes no leite humano
aumentam a proteção passada de mãe para filho.
Segundo pesquisadores, trata-se do primeiro mapeamento sobre a
atividade antibacteriana de carboidratos presentes no leite humano. O
estudo é particularmente importante porque esses açúcares, ao contrário
da maioria dos antibióticos, não são tóxicos.
Os resultados da pesquisa foram apresentados no domingo (20) em reunião
anual da ‘American Chemical Society’. O estudo foi coordenado por
Steven Townsend, professor-assistente da Universidade de Vanderbilt.
Cientistas estavam procurando diferentes métodos para combater
bactérias causadoras de doenças. Toda a ciência, na verdade, está em
busca de novas estratégias porque há um problema crescente de saúde
pública com o fenômeno da resistência bacteriana a medicamentos.
Pesquisadores, então, decidiram se concentrar sobre os açúcares – que
até agora, por serem muito mais difíceis de estudar, foram alvos de
poucos estudos.
Como foi o estudo
Primeiro, cientistas coletaram carboidratos de leite humano, também
chamados de oligossacarídeos, de várias amostras de doadoras diferentes.
Depois, com uma técnica de espectrometria de massa -- que ajuda a
identificar moléculas por meio da análise de sua estrutura química –
foram identificadas milhares de biomoléculas.
Em seguida, eles adicionaram essas moléculas em cultura de bactérias e
observaram o resultado com um microscópio. Eles descobriram que os
açúcares de uma amostra quase mataram uma colônia de estreptococo –
bactéria comum que costuma ser a causa de diversas infecções em
recém-nascidos. Nas demais amostras, houve pelo menos alguma
efetividade.
Agora, com demais estudos, a ideia é identificar o que faz com que
alguns açúcares sejam mais efetivos que outros e, com isso, desenvolver
medicamentos a partir desse benefício do leite materno humano.
Mais de 100 mães se reúnem para 'mamaço' coletivo, em Belém
Mães participam de "mamaço" coletivo, em Belém (Foto: Ascom/Prefeitura de Belém)
Mais de 100 mães se reuniram na manhã deste domingo (6), na
praça do Horto Municipal, em Belém. Elas participaram do "mamaço"
coletivo, uma ação para incentivar imprtância da alimentação. A
iniciativa é parte da 25ª Semana Mundial do Aleitamento Materno
(SMAM) e ainda promoveu o compartilhamento de informações e
experiências visando à ampliação das redes de apoio.
É por meio do leite materno que a criança adquire nutrientes necessários para uma vida mais saudável. De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Luciana Silva, essa é mais uma forma de reafirmar para a sociedade sobre a importância da criança ter o alimento natural.
“Por meio desse projeto nós estimulamos não só a mãe, mas também a sociedade de modo geral a apoiar a amamentação. O gesto é significativo e deve ocorrer em qualquer espaço e a qualquer hora. É natural e não existe nenhum outro alimento que possa substituir o leite materno nos seis primeiros meses de vida”, declarou.
Acompanhamento
Na rede municipal, o aleitamento materno é incentivado desde o pré-natal. Após o nascimento, os bebês são assistidos pelo Programa de Aleitamento Materno Exclusivo (Proame), que é conduzido por porfissionais que ensinam a melhor posição para o aleitamento e orientam sobre o consumo exclusivo do leite materno até a criança completar seis meses de vida.
Belém conta ainda com uma sala de coleta de leite humano na Unidade Municipal de Saúde (UMS) do Benguí II, que desde a implantação já coletou mais de 13 litros de leite humano, além de duas salas de amamentação na UMS Benguí e na UMS Providência.
No posto de coleta, as mulheres podem ordenhar e deixar o leite para doação. Podem ainda entregar o pote já com o leite para armazenamento até a coleta, que é feita por agentes do projeto “Bombeiros Pela Vida”, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, para a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará.
As salas de amamentação estão abertas diariamente para que qualquer mulher tenha um espaço confortável, com boa iluminação e refrigeração para amamentar seu bebê.
Assembleia de Deus de Belém incentiva doação de leite materno FOTO: Reprodução Internet
A igreja Assembleia de Deus de Belém do Pará está conscientizando as
mulheres da cidade sobre a importância do ato de doar leite materno. Na
maternidade Santa Casa de Misericórdia, mais de 30% dos bebês nascem
prematuros, e as mamães não conseguem amamentá-los, dai vem à
necessidade das doações voluntárias.
Atualmente,
são dois postos de atendimento, mas até o final de 2017, a coordenação
da campanha espera ter mais 68 postos de coleta para atender todos os
bairros de Belém.
A campanha da igreja se originou com uma
experiência marcante do pastor Eléry Bogo, coordenador da campanha
Missão Mais Puro Leite. “Tudo começou há cinco anos,
quando minha primeira esposa morreu e eu fiquei com um bebê pra amamentar sem saber como”.
A igreja Assembleia de Deus de Belém do Pará está conscientizando as
mulheres da cidade sobre a importância do ato de doar leite materno. Na
maternidade Santa Casa de Misericórdia, mais de 30% dos bebês nascem
prematuros, e as mamães não conseguem amamentá-los, dai vem à
necessidade das doações voluntárias.
Com o tempo Bogo observou que existiam outras crianças com necessidades até maiores que de sua filha. “Foi assim que levamos essa campanha pra além da minha casa, para nossa comunidade e igreja”, explicou o pastor.
A organização do projeto ressalta que doar leite não é prejudicial às doadoras e nem aos seus filhos. “Cada vez que ela estimula a produção de leite, mais ela produz”, esclarece Jaqueline Bogo, coordenadora da campanha.No projeto Missão Mais Puro Leite, os agentes do Corpo de Bombeiros que fazem as coletas auxiliam em todo o processo. “A coordenadora responsável cadastra as interessadas. A gente vem aqui, verifica os cadastros, deixa os kits de coleta e em uma semana a gente pega a coleta e leva pra Santa Casa”, comenta a Cabo dos Bombeiros Carlena Figueiredo.
Para quem deseja ajudar
Pelo menos 160 bebês precisam de leite, mas a Santa Casa só consegue suprir 50% da demanda. O número de doações ainda é baixo.O leite materno deve ser o alimento exclusivo do bebê até o sexto mês de vida. Mas nem todos os recém-nascidos têm essa chance. “A necessidade se dá pela incidência de prematuros, que são 35%. Além disso tem os bebês que nascem com as doenças, fenda, palatina, lábio leporino. Todos eles não conseguem fazer a sucção do leite na mãe então precisam de doação“, revela Rosangela Monteiro, presidente da Santa Casa.