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sábado, 5 de agosto de 2017

MEIO AMBIENTE

Falta de dinheiro agravou desmate, afirma Sarney Filho
Mata derrubada para formação de pasto em Novo Progresso (PA)
Mata derrubada para formação de pasto em Novo Progresso (PA)  FOTO:Divulgação/Ibama

Em aviso enviado ao Ministério do Planejamento no último dia 31, ao qual a Folha teve acesso, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV-MA), reconhece que a falta de dinheiro para ações da fiscalização ambiental federal agravou o desmate na Amazônia no período 2015-2016.O ministro admitiu que o desmatamento teve "um aumento significativo" no biênio e solicitou mais recursos para 2018. No ofício direcionado ao ministro Dyogo Oliveira, Sarney Filho pediu um aumento de R$ 104 milhões na previsão orçamentária de 2018 do Ibama, tendo em vista a "limitação nas atividades", notadamente no combate ao desmatamento.O valor solicitado representa 39% do total previsto para o Ibama em 2018 (R$ 266 milhões).

"No período de 2015 e 2016, o desmatamento no Brasil apresentou aumento significativo, agravado principalmente pela impossibilidade de envio de equipes de fiscalização às áreas afetadas, visando à contenção dos ilícitos ambientais. É importante destacar que a estratégia de fiscalização do desmatamento da Amazônia depende significativamente da presença física dos fiscais", diz o ofício.Para as ações de fiscalização contra o desmatamento, o ministro pediu mais R$ 64,2 milhões. Isso representa quase o dobro do que está previsto na proposta para 2018 (R$ 66,8 milhões).Segundo o aviso de Sarney Filho, as reduções orçamentárias e de poder de ação das equipes de fiscalização tiveram impacto sobre os compromissos internacionais de redução do desmatamento e do controle das emissões de gases do efeito estufa.A falta de dinheiro, segundo o ministro, também atingiu os 24 Cetas (Centros de Triagem de Animais Silvestres) do Ibama, que atendem cerca de 50 mil animais por ano. Para esses centros, foram pedidos mais R$ 6 milhões –estão previstos R$ 4,3 milhões.Sarney Filho também advertiu o colega do Planejamento que "é muito temeroso" manter o atual contingente do programa de prevenção e combate a incêndios.Em nota, o Ministério do Planejamento informou que o pedido de Sarney Filho" ainda está em análise" e que existem demandas semelhantes de outras pastas que estão sendo "analisadas tendo em vista a atual restrição orçamentária e diante das obrigações existentes por conta do novo regime fiscal".À Folha, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que "observando os dados relativos à execução orçamentária do Ibama e do ICMBio de 2012 a 2016 e ao desmatamento no mesmo período, constata-se uma relação inversa. Quanto maior foi a execução, menor foi o desmatamento". 

FOLHA DE S. PAULO


segunda-feira, 17 de julho de 2017

MEIO AMBIENTE

Para monitorar praga, 

pesquisador faz mapeamento de 

javalis em MS





Javalis flagrados em lavoura de milho. (Foto: Matam/Divulgação)
Javalis flagrados em lavoura de milho. (Foto: Matam/Divulgação)
Considerada uma poderosa praga invasora, os javalis selvagens em Mato Grosso do Sul são tema de pesquisa do biólogo Wagner Fischer, que pretende traçar um panorama da estrutura e hábitos populacionais destes animais no Estado.

O estudo visa identificar as regiões onde mais ocorrem populações do animal, os motivos da sua presença na região, e as possíveis rotas de deslocamento, caso a invasão de javalis e outras linhagens de porcos-do-mato continuem avançando.
Fischer defende que sua pesquisa pode contribuir para o monitoramento dos animais em território sul-mato-grossense. “Descobri que havia estudos sobre essas ocorrências no território nacional, e pensei que uma pesquisa específica sobre o assunto em MS poderia ser bem relevante para o manejo e controle da espécie no estado, cuja gestão envolve questões bastante complexas”.
Segundo o pesquisador, o Javali foi trazido ao Brasil por criadores para exploração comercial da carne. Entretanto, livre na natureza, o animal se tornou uma praga.
Atualmente, javalis e outras espécies híbridas dominam amplas áreas em diversos estados do País, trazendo consigo danos e prejuízos não apenas a produtores rurais, mas também ao meio ambiente, à saúde e segurança públicas.

Sem predadores naturais, estes animais estão no topo da a lista das 100 piores espécies invasoras do Planeta, elaborada pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
Em 2013, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) publicou uma instrução normativa regulamentando o manejo do javali com autorização do abate para controle. Sendo proibido vender, comercializar e distribuir a carne do animal.
Em três anos, produtores de Mato Grosso do Sul abateram 672 animais, sendo que o maior número registrado foi em Dourados.
Contribuição - Na reta final da coleta de dados, quem tiver interesse pode ajudar na pesquisa de Wagner Fischer. Para tanto, basta responder um questionário online, disponível aqui.
“O questionário é rápido e não costuma levar mais do que 15 minutos para ser concluído. A participação da sociedade é imprescindível para ampliar, checar e aprimorar o mapeamento, dando mais precisão ao geoprocessamento da distribuição espacial das populações de javali no estado”, reforça Wagner.
Aumento da população de javalis - Conforme o bolsista de Desenvolvimento Regional da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), Fernando Ibanez, os javalis chegaram em Mato Grosso do Sul em 1990 trazidos do Uruguai, pelos homens e entraram pela região Sul do Estado. As matrizes trazidas para cá, cruzaram com porcos domésticos, gerando os javaporcos. Este cruzamento apresenta elevada capacidade reprodutiva, pois a genética do porco doméstico é selecionada para um alto desempenho reprodutivo.
Segundo Martins, não houve controle populacional destes animais e os prejuízos começaram a ficar críticos a partir de 2005. "Os relatos de produtores do Estado devido aos ataques de javalis vem piorando a cada ano, mas o problema cresceu mesmo de 2005 a 2010. Não há um número certo de quantos animais têm no Estado".

 Fonte: Campo Grande News

quinta-feira, 13 de julho de 2017

MEIO AMBIENTE

Ministro do Meio Ambiente 

Sarney Filho nomeia chefe de 

fiscais e causa mal-estar no Ibama


O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, foi responsável pela nomeação do chefe de fiscais do Ibama - Elza Fiuza/Agência Brasil/Divulgação/ND
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, foi responsável pela nomeação do chefe de fiscais do Ibama - Elza Fiuza/Agência Brasil/Divulgação/ND


Rompendo uma tradição no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV-MA), decidiu nomear diretamente nesta terça-feira (11) o chefe do setor técnico de fiscalização do órgão no Rio Grande do Norte. Normalmente os ocupantes dos cargos desse nível são nomeados pela presidente do Ibama, Suely Araújo, que desta vez não participou da escolha.A decisão do ministro, interpretada como uma intervenção branca nas atribuições da presidente, causou mal-estar entre os servidores do órgão, pelo precedente e porque o servidor, Claudius Monte de Sena, é alvo de um pedido de afastamento do cargo que ele ocupava até esta segunda, o de coordenador do gabinete do superintendente local, um indicado do deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN). 

A nomeação ocorre no momento em que o presidente Michel Temer (PMDB-SP) luta para ampliar sua maioria na base aliada do Congresso e foi vista como mais um passo no loteamento político das superintendências estaduais do Ibama, processo que começou no ano passado e atingiu várias unidades da região amazônica. É a primeira vez, no entanto, que o governo atua sobre a área mais sensível do órgão, que é a da linha de frente da repressão aos crimes contra o meio ambiente.O superintendente do órgão no Rio Grande do Norte, Clécio Antônio Ferreira dos Santos, nomeado em julho do ano passado, trabalhou até o ano passado como secretário parlamentar no gabinete do deputado Rogério Marinho, que na Câmara foi, até abril, o relator da reforma trabalhista, uma das prioridades de Temer.


O superintendente é descrito pela imprensa de Natal como "líder político" em Ceará-Mirim (RN) e foi diretor do departamento estadual de trânsito. Seu filho, Clécio Júnior, foi candidato a vereador na cidade pelo PSDB em 2016.Em março passado, durante uma reunião gravada na Fiern, a federação das indústrias do Estado, Santos disse que não queria "um Ibama policialesco". "Eu quero um Ibama sereno, suave com um bom relacionamento e parceiro do empreendedor, parceiro do desenvolvimento, parceiro do emprego.

" Na mesma reunião, Santos disse que não era ambientalista e não conhecia "patavina de meio ambiente, nem vou conhecer porque a minha idade não permite mais".Meses após tomar posse no cargo no RN, Clécio escolheu como seu coordenador de gabinete o analista ambiental Claudius Monte de Sena, que agora se tornou o chefe da Divisão Técnico-Ambiental, em lugar de Cláudia Ramos Zagaglia, bióloga com experiência em ações de fiscalização e no tema da pesca, assunto que ocupa o centro das preocupações do Ibama em Natal.

Em fevereiro, 13 servidores do Ibama entregaram um abaixo-assinado contra a gestão de Santos. A presidência do Ibama determinou a criação de uma comissão para investigar uma série de denúncias sobre o Ibama em Natal "relativas a ingerência no contrato de terceirização, insubordinação grave, utilização indevida de veículo oficial, alteração de lotação de servidores com caráter punitivo, embaraço às atividades finalísticas do Ibama e outros fatos conexos, com atenção para atuação ilegal em processos sancionadores".Após ouvir 27 servidores do órgão e colher diversos documentos, num total de dez volumes com mais de 1,7 mil páginas, a comissão concluiu pelo indiciamento de Santo por seis condutas diversas, incluindo desembargo de material apreendido que levaram à devolução, para empresas autuadas, de seis toneladas de lagostas apreendidas e o "cancelamento irregular dos autos de infração lavrados em desfavor" de um empreendimento hoteleiro.A apuração apontou ainda que ele "interferiu nas composições de equipe de fiscalização, excluindo servidores e indicando outros nomes a substituí-los", agindo "de forma centralizadora"; provocou a substituição de cinco funcionários de uma empresa terceirizada e indicou "nomes de sua confiança para a contratação"; utilizou veículos oficiais do órgão "como transporte pessoal no trajeto residência à repartição e vice-versa", entre outros pontos.



No último dia 3, a comissão encaminhou cópias dos autos para diversos órgãos, como Ministério Público Federal, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União. A comissão sugeriu o afastamento de Claudius Sena do cargo de assessor direto do superintendente e a designação de um interventor do Ibama no Estado do Rio Grande do Norte.Outro ladoProcurada pela reportagem nesta terça-feira, a assessoria do Ministério do Meio Ambiente informou que "as nomeações de DAS (Direção e Assessoramento Superior) nos Estados são indicadas pela Secretaria de Governo".Em depoimento à comissão, Clécio Santos afirmou que "denunciantes e testemunhas se tratam ou demonstram serem inimigos declarados" dele.


 Disse que a substituição de empregados terceirizados "deu-se por mau desempenho destes e não por imposição impessoal do indiciado trabalhou em outros órgãos" e afirmou que havia ocupado outros cargos em comissão em órgãos públicos que "nestes havia veículo de representação, do qual fazia uso para o trajeto casa/trabalho/casa".Sobre a nomeação de Sena como seu assessor, o superintendente escreveu ao Ibama que ele "preenche todos pré-requisitos, e com excelente perfil de bom gestor, pois já ocupou as mais diversas chefias ao longo dos 38 anos aqui trabalhados, sempre com desempenho muito bom". 

No depoimento que prestou à comissão, Claudius Sena disse que trabalha desde 1986 no Ibama, então chamado de IBDF, ocupou diversos cargos no órgão e foi superintendente do Ibama de 2002 a 2004. Afirmou que já completou o tempo para aposentadoria e "seu sonho é sair" do Ibama, mas decidiu ajudar na gestão de Santos, que entrou no órgão "cru, sem conhecimento das coisas".Sena disse que que "o devido processo legal não era mais seguido" no Ibama, que "defesa administrativa, quando era feita, era um mero documento, que não tinha o rebatimento necessário para que se dissesse que o infrator estava errado; simplesmente se dizia que a alegação era improcedente e era só isso".O deputado Rogério Marinho, procurado, não foi localizado. 



Fonte:ND