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As primeiras sanções americana aconteceram com a suspensão dos vistos de ministros do STF e da tarifa de 50%, mas os Estados Unidos devem anunciar novas sanções ao Brasil na próxima semana
A suspensão dos vistos americanos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foi anunciada no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de ação da Polícia Federal (PF), acusado de atentar contra a soberania do Brasil. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio.
“Ordenei a revogação de visto para Moraes e seus aliados na corte, assim como para familiares diretos, imediatamente”, escreveu Rubio.
O secretário também disse que a administração Trump vai responsabilizar estrangeiros que censurarem a liberdade de expressão nos Estados Unidos.
Nos bastidores, há a expectativa de que apenas os ministros Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça consigam manter o visto ativo. O governo americano não confirmou se o procurador-geral, Paulo Gonet, também está na lista.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, a política de restrição de visto usada contra Moraes está de acordo com a Lei de Imigração e Nacionalidade do país.
A proibição da entrada dos ministros nos Estados Unidos, principalmente de Moraes, era discutida desde o ano passado, quando o congresso começou a analisar uma lei cujo objetivo era cassar vistos de autoridades estrangeiras que violassem a liberdade de expressão. Para o governo Trump, as ações contra redes sociais e big techs no Brasil justificariam isso.
Com deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Bolsonaro, vivendo nos Estados Unidos, a pressão aumentou. O parlamentar contou com a ajuda de Steve Bannon e do ex-assessor de Trump, Jason Miller, para atuar dentro do Departamento de Estado, liderado por Rubio.
Integrantes do Departamento de Estado dizem que novas sanções contra o Brasil devem ser adotadas na próxima semana. Uma das possibilidades seria aumentar ainda mais a tarifa já anunciada de 50% aos produtos importados do Brasil./ Outra seria a punição de membros do Supremo com a chamada Lei Magnitsky.
Trata-se de um dispositivo da legislação americana que permite que os Estados Unidos imponham sanções econômicas a acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos. Rubio já disse que o ministro Alexandre de Moraes poderia ser alvo da ação.
Desde 9 de julho, quando o presidente Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre o Brasil, o governo dos Estados Unidos tem criticado, de forma constante, o Judiciário e o governo brasileiro.
Em cartas e entrevistas, Trump repete que o governo brasileiro pratica uma "caça às bruxas" contra Bolsonaro na Justiça brasileira.
FONTE: BAND