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quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Prisão de Vorcaro levanta perguntas sobre BRB

 BRASIL

Por que um banco estatal do Distrito Federal tinha interesse em uma instituição privada, que oito meses depois foi liquidada?

REPRODUÇÃO ECONOMIC NEWS


A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, na segunda, 17, quando ele estava no aeroporto de Guarulhos, preparando-se para fugir do país em um avião particular para a ilha de Malta, no Mediterrâneo.

O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master nesta terça, 18.

Esses acontecimentos recentes não surpreenderam o mercado, pois a trajetória do Banco Master era vista com desconfiança desde o começo.

A instituição passou quatro anos captando dinheiro de milhões de brasileiros oferecendo juros irreais e usando os valores em operações suspeitas ou extremamente arriscadas. Nunca teve como dar certo.

Agora que a história entra em seu capítulo final, é hora de fazer algumas perguntas indigestas.

Por que o BRB queria comprar o Banco Master?

O BRB é um banco estatal do Distrito Federal, que sofre a influência política do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

Foi Ibaneis quem indicou Paulo Henrique Costa (foto) para a presidência do BRB, em 2019.

Paulo Henrique Costa foi afastado do cargo por decisão judicial nesta terça. Ele está nos Estados Unidos.

O interesse de compra do Master pelo BRB foi divulgado em março deste ano. A aquisição foi aprovada pelo conselho de administração do BRB.

Oito meses depois, a liquidação do banco foi decretada e o seu presidente foi preso.

Os problemas do Master já não estavam evidentes desde março? 

O que motivou os executivos do BRB e autoridades do Distrito Federal a seguirem adiante com a compra do Master?

Congresso

A negociação para a compra também movimentou vários políticos graúdos em Brasília.

Como o Banco Central ameaçava não aprovar a operação, parlamentares do Centrão subscreveram um requerimento de urgência para pressionar o BC, em setembro.

O projeto de lei permitiria ao Congresso destituir presidentes e diretores do BC.

Mais de 300 deputados do PP, MDB, PL, PSB e Republicanos assinaram o requerimento, relatado por Cláudio Cajado, do PP.

Como explicar tamanha movimentação parlamentar em nome dessa causa?

As perguntas são muitas, e a investigação da Polícia Federal poderá responder muitas delas ao longo do tempo.

Mas há outra questão, que não tem a ver com condução do Banco Master, e sim com o funcionamento dos escritórios de advocacia em Brasília.

Quando estava negociando a compra do Master, o BRB contratou o escritório de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A questão aí é por que, entre os mais de 100 mil escritórios de advocacia do Brasil, o Banco Master foi escolher justamente o da esposa de Alexandre de Moraes?

Essa é uma indagação para ser feita não só para esse caso específico, mas para qualquer caso de direito privado no Brasil.

Afinal, em que situação uma empresa decide contratar o escritório da esposa de um ministro do STF?  O caso do Banco Master é um suquinho azedo de Brasil.


FONTE: Crusoé

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Ex-diretor nega envolvimento em fraudes durante depoimento à CPMI do INSS

BRASIL
Foto: Carlos Moura/Agência Senado


A CPMI do INSS ouviu nesta segunda-feira (27) o ex-diretor de governança do instituto, Alexandre Guimarães. Segundo Guimarães, ele só tomou conhecimento das fraudes no INSS a partir da divulgação da CPMI. Ele destacou que desconhece irregularidades que tenham ocorrido enquanto esteve no instituto. Segundo as investigações, Guimarães recebeu R$ 2 milhões de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “careca do INSS“, preso pela Polícia Federal.


A CPMI do INSS ouviu o ex-diretor de Governança do instituto Alexandre Guimarães. O advogado integrou o órgão entre 2021 e 2023 e foi alvo da Polícia Federal nas investigações sobre o esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios de aposentados. Segundo Guimarães, ele só tomou conhecimento das fraudes a partir da divulgação da CPMI. Ele destacou que desconhece irregularidades que tenham ocorrido enquanto esteve no instituto. Segundo as investigações, Guimarães recebeu R$ 2 milhões de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “careca do INSS“, preso pela Polícia Federal. O pagamento foi feito por meio das empresas de cada um: a Brasília Consultoria, que tem Antunes e o filho, Romeu, no quadro societário e da empresa Vênus Consultoria, da qual Guimarães é dono. Ele afirmou que abriu a Vênus Consultoria para atender a demanda da empresa do Careca do INSS. (Alexandre Guimarães) "Eu não recebi do doutor do senhor Antônio, recebi da empresa que eu prestava serviço. assim que saiu a operação sem desconto, eu ainda prestei serviço em maio desse ano e depois encerrei e pedimos, é lógico, a empresa com a imagem negativa que eu prestava e meu nome também, nós optamos por encerrar a empresa." O depoente também informou que a diretoria que ocupava não era responsável nem pelo pagamento de benefícios nem pelos acordos de cooperação técnica. O relator, deputado Alfredo Gaspar, do União de Alagoas, considerou suspeitas as relações de Alexandre Guimarães com o Careca do INSS. (deputado Alfredo Gaspa)
"O que eu estou vendo aqui é um vínculo que não deveria ter existido entre um diretor do INSS e um chefe de organização criminosa. Mas o senhor não está aqui com habeas corpus, não vou me aproveitar dessa situação, mas infelizmente me parece que o senhor foi cooptado também pelo senhor careca do INSS." A CPMI ouve nesta terça-feira o empresário Domingos Sávio de Castro, que tem relações financeiras com uma entidade associativa que teria enviado valores ao Careca do INSS, e o piloto Henrique Galvão, que fez voos em aeronaves ligadas a Silas da Costa Vaz, vinculado à Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais, a Conafer.

 Da Rádio Senado, Pedro Pincer

AGÊNCIA SENADO