Lobista preso pela PF
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, deixar de declarar bens e negócios no exterior pode caracterizar omissão patrimonial e evasão de divisas, especialmente quando há movimentações financeiras internacionais associadas. A legislação brasileira exige que todo contribuinte relacione à Receita Federal os bens adquiridos, no Brasil ou fora dele, até 31 de dezembro do ano-base.
Em depoimento à CPMI, Antunes admitiu ser dono do imóvel. “Imóveis na Flórida, tenho – tenho, sim. Tenho um apartamento em Sunny Isles. Vendi um imóvel em Vicente Pires, no valor de R$ 3,5 milhões, quantia correspondente ao que usei na compra lá”, disse o lobista.
O empresário foi preso em setembro, durante a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, por risco de fuga e ocultação de patrimônio. Ele é apontado como uma das figuras centrais da Farra do INSS, esquema que desviou milhões de reais em descontos indevidos de beneficiários do sistema previdenciário.
Na declaração enviada ao Fisco, o lobista afirmou possuir R$ 2,5 milhões em espécie, além de 30 mil dólares e 28,5 mil euros em dinheiro vivo — mas não listou o imóvel nos EUA. Também declarou uma mansão em Brasília, cinco carros de luxo, aplicações financeiras e empresas registradas no Brasil.
Documentos obtidos pela CPMI mostram que o patrimônio de Antunes cresceu 5.884% em três anos, saltando de R$ 159 mil em 2021 para R$ 9,5 milhões em 2024 — justamente durante o auge das fraudes investigadas pelo Ministério Público e pela PF.
MEON
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