Preso pela Lava Jato, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras chega a Curitiba
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Aldemir Bendine foi preso na 42ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira (27) (Foto: Sergio Moraes/Reuters/Arquivo |
O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine
chegou à Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, pouco
antes das 14h desta quinta-feira (27). Ele foi preso nesta manhã, na deflagração da 42ª fase da Operação Lava Jato.
Suspeito de receber R$ 3 milhões da Odebrecht, Bendine foi detido na
casa da filha, em Sorocaba (SP). Esta nova etapa da Lava Jato foi
batizada de Cobra.
Bendine tinha uma passagem de ida para Portugal.
A viagem estava marcada para esta sexta-feira (28), descobriu o
Ministério Público Federal (MPF) após quebra do sigilo telefônico do
suspeito.
"É importante destacar que o MPF encontrou apenas a passagem de ida,
não significa que não havia a passagem de volta", afirmou Athayde
Ribeiro Costa, procurador da República, em entrevista à imprensa em
Curitiba.
O procurador afirmou que vários fatores justificaram a prisão
temporária de Bendine. Entre eles, está o fato de haver indícios de
cometimento de crimes após a deflagração da Lava Jato e também o fato de
Bendine ter nacionalidade italiana. "Todos esses fatos foram levados em
conta. [...] É concreto o risco à ordem pública", disse Costa.
O MPF afirma que, quando comandava o Banco do Brasil, Bendine pediu R$
17 milhões à Odebrecht para rolar uma dívida da empresa com a
instituição, mas não recebeu o valor. Na véspera de assumir a Petrobras,
teria pedido mais R$ 3 milhões para não prejudicar os contratos da
estatal com a empreiteira, segundo delação de ex-executivos. O valor foi
pago em 2015.
Braço direito de Dilma
Em 2015, Bendine era braço direito da então presidente Dilma Rousseff.
Ele havia deixado o banco com a missão de acabar com a corrupção na
petroleira, alvo da Lava Jato. Mas, segundo delatores da Odebrecht,
Bendine já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou cobrando na
Petrobras.
Segundo as investigações, Bendine usava o nome de Dilma em negociações,
mas a polícia não encontrou nenhum indício de envolvimento da
ex-presidente nesse esquema.
Outras prisões
Outras duas pessoas foram presas temporariamente nesta nova fase da Lava Jato.
Segundo o procurador, também há evidências de que os outros dois alvos
dessa operação tentaram apagar provas e obstruir a Justiça. Um deles,
André Gustavo Vieira da Silva, foi detido em um aeroporto no Recife. Ele viajaria para Brasília.
Foi preso ainda o irmão dele, Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior. Os
dois são sócios em uma agência de publicidade, chamada Arcos, e são
apontados como operadores da propina.
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