Governo
espera parecer favorável
à denúncia contra Temer, dizem
jornais
Presidente Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília. 26/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
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Líderes da base aliada avaliaram, em reunião de quase cinco horas no
Palácio do Alvorada com Temer na noite de domingo, que o relatório de
Zveiter será "duro" contra o presidente, de acordo com a Folha de
S.Paulo.
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O Estado de S. Paulo também afirma que o Planalto espera um relatório
pró-denúncia, e acrescenta que Temer demonstrou preocupação e pediu
empenho dos aliados para que a CCJ rejeite a admissibilidade da denúncia
por corrupção passiva apresentada pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot.
Para barrar a denúncia, uma das estratégias do governo é substituir
integrantes da CCJ que tendem a votar contra o presidente. Até
sexta-feira, três titulares da comissão haviam sido trocados -- Carlos
Marun (PMDB-MS) e Evandro Roman (PSD-PR) devem ser efetivados nesta
segunda-feira.
"Após reunião de avaliação realizada ontem, concluímos que temos o
apoio partidário e os votos necessários para vencermos na CCJ e no
Plenário. A fragilidade da denúncia e a correção das medidas tomadas na
área econômica ajudam muito nisto", disse Marun em mensagem de texto
enviada a repórteres nesta segunda-feira.
"Resta à oposição protelar a decisão para prolongar a crise. Atitude
nefasta de quem é raquítico em argumentos, votos e patriotismo",
acrescentou o deputado, um dos integrantes da tropa de choque do
governo.
Zveiter apresentará na tarde desta segunda-feira seu parecer sobre a
denúncia. O texto posteriormente será votado no colegiado, que conta com
66 deputados e terá resultado por maioria simples.
Independentemente do resultado na CCJ, a denúncia também será votada
pelo plenário, onde são necessários os votos de 342 dos 513 deputados
(dois terços) para a Câmara autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a
examinar a denúncia contra Temer.
Se a Câmara autorizar e o Supremo aceitar a denúncia, Temer será
afastado do cargo por um período de até 180 dias, sendo substituído pelo
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo
crime de corrupção passiva, com base nas delações de executivos da JBS,
como suposto beneficiário de uma mala de 500 mil reais recebida pelo
ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures, que chegou a ser preso
pela Polícia Federal.

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