Agnelo
Queiroz e advogado são condenados por improbidade no DF
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Agnelo
Queiroz, ex-governador de Brasília e ex-senador, é condenado pro
improbidade administrativa pela Justiça do DF (Foto: José
Cruz/Agência Senado/Divulgação)
O ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) foi
condenado por improbidade administrativa ao permitir a reintegração
do ex-deputado distrital Marco Lima à Polícia Militar em 2012. Ele
havia sido expulso da corporação há mais de dez anos.
O prejuízo aos cofres públicos estimado pelo Ministério Público
do DF, que fez a denúncia em 2013, é de cerca de R$ 1 milhão. O
advogado de Agnelo, Paulo Machado Guimarães – que era consultor
jurídico do DF na época – também foi condenado no processo. Ele
disse ao G1 que vai recorrer das condenações, dele e do
ex-governador.
"Confiamos no discernimento dos desembargadores do Tribunal
de Justiça do DF, para rever a sentença, que considerou terem sido
pagos ao ex-policial militar Marco Lima R$ 1 milhão, quando no
processo consta prova documental de que esta quantia jamais foi paga,
como jamais seria", afirmou em nota.
As sentenças foram proferidas pelo juiz Paulo Afonso Carmona, da
7ª Vara da Fazenda do DF, que determinou para o ex-governador o
ressarcimento integral dos valores recebidos retroativamente pelo
policial, a suspensão dos direitos políticos por oito anos, a
proibição de contratar ou receber benefícios – direta ou
indiretamente – do governo pelo prazo de cinco anos, pagamento de
multa correspondente a duas vezes o valor do dano e a perda da função
pública, se houver.
Ainda cabe recurso à decisão. Esta é a quinta condenação de
Agnelo pela Justiça do DF e o petista ainda é alvo de outros dois
processos por improbidade que seguem em análise na primeira
instância.
Já o advogado Paulo Guimarães foi condenado por tentar
reestabelecer a legalidade dos atos cometidos pelo ex-governador,
entendeu a Justiça. Na decisão, o juiz afirma que ele impediu que
documentos do processo administrativo que investigava a reintegração
do policial militar fossem enviados à Procuradoria Geral do DF para
análise.
Guimarães também teria contestado ilegalidades levantadas pela
PM, gerando "perda patrimonial para o Distrito Federal,
afrontando os preceitos da legalidade, da supremacia do interesse
público, da segurança jurídica, da imparcialidade e legalidade".
O juiz determinou a suspensão dos direitos políticos por cinco
anos, a proibição de contratar ou receber benefícios – direta ou
indiretamente – do governo pelo prazo de três anos, e a perda de
função pública, se houver.
O advogado afirmou ao G1, por meio de nota, que a Justiça
desconsiderou que a Consultoria Jurídica do DF "tem
legitimidade para assessorar o governador para emitir pareceres
jurídicos, inclusive com entendimento eventualmente divergente da
Procuradoria Geral, como tem ocorrido em diversos processos
administrativos, já tendo esta situação sido apreciada e
considerada regular pelo Tribunal de Justiça".
Reintegração à PM
De acordo com o Tribunal de Justiça do DF, Marco Lima ingressou
na Polícia Militar em 1987 e foi afastado da corporação por
motivos disciplinares em 1992. Dois anos depois, ele se candidatou a
deputado distrital, cargo para o qual tomou posse em janeiro de 1995.
Em agosto do mesmo ano, um decreto distrital foi editado para
anular o afastamento de Lima e de outros oito ex-policiais. Em 2000,
a PM emitiu documento, com amparo jurídico da Procuradoria-Geral do
DF, para afastar novamente Marco Lima, a partir do registro da
candidatura, em 1994.
No entanto, em 2012, ele foi nomeado pelo então governador,
Agnelo Queiroz, para assumir o cargo de assessor técnico da Casa
Militar do DF, função exclusiva para militares.
No ano seguinte, o Ministério Público do DF entrou com ação
civil pública na Justiça para pedir a nulidade do decreto de Agnelo
que possibilitou a reintegração de Lima. Em 2015, o juiz Paulo
Carmona decidiu em favor do MP e proibiu a manutenção de Lima dos
quadros da Polícia Militar, obrigando a devolução dos pagamentos
retroativos.
Como ainda cabia recurso, Marco Lima entrou com recurso para poder
voltar ao quadro da PM, mas o pedido foi rejeitado pela Justiça. Os
juízes mantiveram o entendimento de que o decreto de 2012 do GDF e a
portaria da PM que garantiram o retorno de Lima à corporação são
ilegais.
Fonte: G1 DF
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