Polícia Federal prende
presidente da Confederação de Natação em operação contra desvio
de verbas
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Foto:Rafael Nascimento - O Globo
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A Polícia Federal realiza, na manhã desta quinta-feira, a
operação Águas Claras, que apura esquema de desvio de recursos públicos
na Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Cinco pessoas
foram presas, entre elas o presidente afastado da CBDA, Coaracy Nunes, e
quatro foram conduzidas coercitivamente a unidades da PF em São Paulo e
no Rio. Braço direito de Coaracy, Ricardo de Moura negou que esteja foragido. Coaracy estava à frente da CBDA desde 1988.
Outros
16 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. As medidas
foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. As
investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à
CBDA.
O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia
Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da
Controladoria-Geral da União e iniciou-se após denúncias de atletas,
ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro.
No
Rio, um dos locais visitados pela PF foi a agência de turismo Roxy, no
centro. Ninguém foi encontrado no local, e os agentes entraram na
agência com o auxílio de um chaveiro da região.
Há indícios de um esquema de desvios de recursos
públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte,
sem a devida aplicação - conforme previsto em lei e nos contratos
assinados. Segundo o inquérito policial, ao invés dos valores recebidos
serem aplicados corretamente, os recursos eram mal geridos ou desviados
para proveito pessoal dos investigados.
Antes da operação deflagrada pela PF nesta
quinta-feira, a CBDA comemorou a vitória na justiça na noite de
quarta-feira. A entidade ganhou, por unanimidade, o recurso no Tribunal
Regional Federal da 3ª Região, que confirmou a decisão anterior do
Desembargador Nery da Costa Junior, contra denúncia de fraude no órgão.
Em
setembro do ano passado, o Ministério Público Federal, de São Paulo
(MPF-SP), protocolou uma ação de improbidade administrativa contra a
Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), três de seus
diretores e dois coordenadores de modalidades esportivas.
Segundo
a procuradoria, teria havido fraude na compra de equipamentos para
treinamento de atletas para os Jogos Rio-2016. A verba teria sido
repassada a uma empresa “fantasma” em cujo endereço funcionaria uma pet
shop. Na defesa, o advogado Marcelo Franklin alegou que a justiça de São
Paulo não poderia julgar aquela ação e que todos os equipamentos
comprados foram utilizados nos treinamentos dos atletas. Além disso, a
mudança de endereço da fornecedora, sem o registro na Junta Comercial,
não configuraria ilegalidade.
Fonte: Extra