quinta-feira, 6 de abril de 2017

ESPORTES

Fluminense estreia na Sul-Americana com vitória sobre o Liverpool-URU

Richarlison é abraçado ao marcar o segundo gol do Flu Foto: Marcelo Theobald
Richarlison é abraçado ao marcar o segundo gol do Flu - Marcelo Theobald



Não há aspecto positivo na situação de desgoverno que cerca o Maracanã no momento, assim como os enredos novelescos que precedem a realização de cada jogo no estádio que simboliza o futebol do Rio. Menos mal que as longas separações forçadas acabam gerando noites como a desta quarta-feira: a distância gera uma espécie de abstinência, uma ansiedade e, no dia do reencontro, uma experiência especial. Mais de 37 mil tricolores coloriram o Maracanã e fizeram uma bonita festa após quase cinco meses sem frequentá-lo.
Após o mosaico com a inscrição “Força, Glória, Tradição”, a torcida viu o time praticar um exercício de ataque contra defesa, vibrou com os gols e, possivelmente, tenha saído com a sensação de que era possível, talvez necessário, produzir mais. Os 2 a 0 fazem o Fluminense levar para Montevidéu uma ótima vantagem, mas não definitiva para passar à segunda fase da Copa Sul-Americana. A volta será no dia 10 de maio.
Há dois aspectos que merecem avaliação na vitória tricolor sobre o humilde Liverpool, do Uruguai. Um deles, é a atuação coletiva do Fluminense, com várias virtudes, mas também equívocos. O outro, é individual e atende pelo nome de Wendel, meia de 19 anos.
Surge como um daqueles meio-campistas que fazem um time funcionar. Apresenta-se o tempo todo como opção de passe, move-se com naturalidade por diferentes faixas do campo, tem mobilidade e dinâmica, virtudes hoje essenciais no setor. Nesta quarta, desarmou, passou, driblou, chutou. Promissor.


Torcida do Fluminense no Maracanã - Marcelo Theobald
Nesta quarta-feira, era com Wendel que o Fluminense tirava a bola da defesa com mais acerto. Era a movimentação do jovem o retrato de um time que tentava confundir a retranca uruguaia à base de trocas de posições. E aí entra a parte coletiva do jogo.
O meio-campo do Fluminense fazia o jogo fluir com Wendel, Sornoza e Orejuela. O tempo todo, a equipe sobrou quando se tratava de gerar volume de jogo, algo natural diante de um rival com muito menos estrutura e recursos técnicos. A partida acontecia, quase o tempo todo, no campo defensivo do Liverpool. Mas nos metros finais de campo, perto da área adversária, faltava a solução diante do emaranhado de defensores que se apresentava. Com um time que gosta da transição rápida rumo ao gol, o tricolor sentia falta do espaço. O número de chances reais não correspondia ao tamanho do domínio da bola.
ÚLTIMA CHANCE NO FIM
Um pouco porque, no 4-3-3 de Abel, era comum ver Richarlison e Wellington, em tese os pontas, buscarem uma faixa mais central. Por vezes, Lucas os acompanhava. O Fluminense afunilava muito o jogo, faltando o homem aberto que espaçasse a linha defensiva do rival. Após levar um susto em rebatida de bola de Diego Cavalieri, o Fluminense começou a exercer uma pressão com poucas finalizações realmente perigosas. O jogo tricolor funcionava até a entrada da área.
Acabou sendo uma solução individual a mudar o rumo da partida. Wellington, que enfrentava a marcação pelo meio, esbarrou num muro e mudou de direção. Buscou a ponta, achou o cruzamento e o gol de Henrique Dourado, aos 23 minutos. E após um cruzamento e uma rebatida errada, Richarlison contou com desvio da zaga para fazer 2 a 0, aos 38.
Era para ser outro jogo, com mais espaços. Ainda mais depois da expulsão de Gonzalo Freitas, logo no início da segunda etapa. Mas foi aí que, de fato, o Fluminense produziu menos do que deveria. Continuou com a bola, tinha o mérito d e matar na fonte tentativas de contragolpe dos uruguaios, mas não era contundente. A entrada de Marquinhos Calazas no lugar do hesitante Léo deu mais profundidade ao time. Um cruzamento dele ofereceu a Renato Chaves a melhor chance de ampliar. A bola passou rente à trave.


FLUMINENSE 2X0 LIVERPOOL-URUMaracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

Árbitro: Eber Aquino (PAR)

Assistentes: Juan Zorrilla (PAR) e Dario Gaona (PAR)

Renda/Público: R$ 1.030.970,000 / 34.017 pagantes (37.145 presentes)

Cartão amarelo: Wellington Silva, Richarlison e Henrique Dourado (FLU); Christian Almeida e Royón (LIV)

Cartão vermelho: Gonzalo Freitas (LIV)

GOLS: Henrique Dourado (23'/1ºT) e Richarlison (38'/1ºT)

FLUMINENSE: Diego Cavalieri; Lucas, Renato Chaves, Henrique e Léo (Marquinhos Calazans, 37'/2ºT); Wendel, Orejuela e Sornoza; Wellington Silva (Lucas Fernandes, 26'/2ºT), Richarlison e Henrique Dourado (Pedro, 26'/2ºT) - T: Abel Braga.

LIVERPOOL: Guillermo De Amores; Andrés Rodales, Platero, Martín Díaz e Christian Almeida; Gonzalo Freitas, Latorre, Santiago Vieira e De La Cruz (Gustavo Viera, 45'/2ºT); Gustavo Aprile (Federico Martinez, 36'/2T) e Royón - T: Alejandro Bertoldi. 


Fonte: O Globo

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