Estratégia
Saúde da Família tem apoio unânime após sessão na CLDF
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o secretário da pasta, Humberto Fonseca, (Sindicatos, profissionais, servidores e especialistas concordam que esta é a melhor maneira de se fazer atenção primária) Foto: Divulgação
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Na
presença de servidores, sindicatos, parlamentares e gestores da
Secretaria de Saúde, o secretário da pasta, Humberto Fonseca, apresentou
os benefícios da conversão do modelo de atenção primária e desmentiu
boatos sobre o assunto, durante comissão geral na Câmara Legislativa,
nesta quinta-feira (9).
"O
que está faltando nesse processo é informação. Quero agradecer a todos
por esse espaço para dar informações, porque tem muita coisa sendo
falada e usada para deturpar o projeto, que é estruturante para a nossa
cidade. O projeto tem apoio de diversas entidades que sabem o que é
fazer saúde pública", disse o secretário.
Ele
apresentou a todos como será feita a conversão, levando dados da
efetividade do sistema em cidades onde a cobertura é totalmente de
Estratégia Saúde da Família. Também mostrou como exemplo a região de
Ceilândia. "Hoje temos quatro UBS com Estratégia de Saúde da Família e
11 mistas, com cobertura de 23,48% da população de Ceilândia. Ao final
da conversão, teremos 18 UBS com Saúde da Família e uma cobertura de
74,47%", explicou.
Humberto
Fonseca ainda esclareceu alguns pontos que têm gerado desconforto em
usuários da rede pública de saúde e também em servidores. "Não haverá
fechamento de centros de saúde. Muito pelo contrário. Teremos
atendimento estendido. Ninguém mais precisará dormir na fila para
conseguir uma consulta", destacou.
O
secretário disse aos servidores que ninguém será obrigado a atuar no
novo modelo e que aqueles que optarem por fazer parte, serão devidamente
capacitados. "Os que não quiserem, poderão optar por prestar seus
serviços em outro local na rede. Mas nada será imposto, tudo será
conversado", frisou Humberto.
Ele
disse, ainda, que a proposta de conversão não engloba apenas a formação
de equipes de Saúde da Família. "Nosso plano envolve gestão de pessoas,
capacitação, suporte tecnológico", elencou.
EXPERIÊNCIA –
Durante a comissão, Allan Nuno Alves, do Departamento de Atenção Básica
do Ministério da Saúde, citou que o modelo Estratégia de Saúde da
Família é o preconizado pelo ministério e já tem sido adotado, com
resultados positivos, em outros estados do país.
"Não
é possível um sistema sustentável se ele não for organizado a partir da
atenção básica, que tem como premissas a prevenção à doença e a
promoção à saúde. Sabe-se, por estudos, que a Estratégia Saúde da
Família é a mais apropriada para dar conta de atender a uma atenção
básica de qualidade", ressaltou Nuno.
Em todo o país, são mais de 40 mil equipes de Saúde da Família, cobrindo mais de 121 milhões de brasileiros.
APOIO –
Durante a comissão geral, representantes de sindicatos, parlamentares,
servidores e usuários tiveram a oportunidade de falar sobre a proposta
do governo. E o apoio às mudanças foi unânime.
"Precisamos,
enquanto agentes públicos e servidores públicos, fazer uma reflexão.
Fui convencido de que essa é a saída para a melhora da saúde pública do
DF", destacou o deputado distrital, Rodrigo Delmasso, parabenizando a
coragem do secretário de Saúde em defender a proposta.
O
presidente do Conselho de Saúde do DF, Helvécio Ferreira, recordou os
passos até que as portarias 77 e 78 – que regulamentam a conversão do
modelo de atenção primária – fossem publicadas, apontando a legitimidade
da proposta e apontando que elas foram aprovadas em todos os fóruns:
trabalhadores, gestores e usuários.
"Precisamos
afastar o terrorismo. A posição unânime do Conselho de Saúde, formado
em boa parte por usuários do sistema público de saúde, é de que este é o
caminho. E nós não permitiremos prejuízos ao servidor, inclusive,
financeiros", destacou.
Ao
final do encontro, o secretário adjunto Daniel Seabra avaliou que com
os esclarecimentos feitos durante a comissão, foi possível sair com
maior aproximação entre a secretaria e os sindicatos e servidores.
"Propomos que a gente trabalhe em conjunto para que a gente consiga
avançar. Todo mundo junto para entregar algo melhor para a população",
disse.
"A
Portaria 78 mexe um pouco com a situação atual das pessoas, com relação
ao que estão acostumadas a fazer e a gente já esperava que isso fosse
causar certo desconforto mesmo. Mas esse desconforto está pronto para
ser resolvido durante a capacitação, durante o processo de trabalho",
lembrou Daniel Seabra. "Mas temos certeza absoluta de que esses
servidores vão se achar dentro do processo, vão se sentir felizes dentro
do processo", finalizou.
GRATIFICAÇÕES –
A maior preocupação dos servidores foi com relação a gratificações que
poderiam ser cortadas para alguns profissionais. "A Gecet, por exemplo,
foi criada para a Saúde da Família. A legislação diz que tem de ser paga
onde tem Estratégia de Saúde da Família. Mas me comprometo a conversar
com os sindicatos e a buscar uma solução jurídica para isso", disse o
secretário de Saúde, Humberto Fonseca.
Veja aqui a apresentação do secretário Humberto Fonseca
Fonte: Secretaria de Saúde do DF