'Kim
Kardashian do
Afeganistão' promete fazer
show beneficente apesar de
ameaças
Local é mantido em segredo por ameaças de conservadores que se opõem a mulheres cantando em público. Cantora diz que mais de 4 mil ingressos já foram vendidos e renda será doada a famílias deslocadas após atentado.
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A cantora afegã Aryana Sayeed (Foto: Reprodução/Facebook/Aryana Sayeed)
Ariana Saeed, uma das artistas pop mais polêmicas do Afeganistão e
famosa por suas roupas justas, prometeu que fará uma apresentação
beneficente na capital Cabul no sábado (19) apesar das ameaças feitas
por conservadores que se opõem a mulheres que cantam em público.
O local do show está sendo mantido em segredo devido aos ataques
militantes fatais cometidos em Cabul, como aquele de 2014 durante uma
peça de teatro no centro cultural da França, e ao surgimento de críticas
ao evento no Facebook.
"Eu o farei sejam quais forem as consequências", disse Ariana à Thomson Reuters Foundation por telefone da capital.
"Já vendemos mais de 4 mil ingressos, o que mostra como as pessoas amam a música, a dança e a felicidade".
A data é significativa para as mulheres por ser o aniversário da
independência afegã em 1919 sob o comando do rei Amanullah Khan, um
modernizador que fez campanha conta o véu e a poligamia.
As apresentações de mulheres em público são consideradas impróprias na nação conservadora.
"Não permitiremos tais danças e atos de descrença em nossa sociedade",
afirmou Ataullah Faizani, membro do conselho provincial de Cabul em uma
entrevista por telefone.
Os fãs de Ariana estão determinados a comparecer, apesar dos riscos.
"Impedir o show de Ariana Saeed é um ataque à identidade e à liberdade
de todas as mulheres", opinou Bahar Sohaili em sua página de Facebook.
"Não permitiremos que isso nos aconteça. Eu irei a esse show".
Ariana doará a renda da apresentação a famílias deslocadas pelo ataque
militante da semana passada no vilarejo de Mirza Olang, no norte do
país, que matou ao menos 62 pessoas, número que deve aumentar.
Tanto o Taliban quanto o Estado Islâmico assumiram a autoria do atentado, cujas vítimas foram enterradas em valas coletivas.
FONTE: REUTERS
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