O chanceler Mauro Vieira pediu, em ofício enviado para Fazenda, Casa Civil e Planejamento, um crédito extra de R$ 352 milhões para honrar compromissos de novembro e dezembro, sob risco de faltar dinheiro para pagamento de aluguéis de imóveis oficiais e apoio logístico a missões do presidente Lula (PT) no exterior.
No documento, Vieira aponta a “urgente necessidade de crédito suplementar” para evitar que o ministério interrompa atividades essenciais em novembro e dezembro. O orçamento atual, segundo ele, cobre apenas as despesas até o fim de outubro.
Entre os compromissos ameaçados estão pagamentos trabalhistas de contratados no exterior, aluguéis de imóveis diplomáticos e auxílio-moradia de servidores lotados fora do país.
“As parcelas de aluguel dos imóveis no exterior referentes a novembro têm, em regra, vencimentos nos primeiros cinco dias do mês. Se descumprido esse prazo, o MRE estará sujeito ao pagamento de multas e a ações de despejo”, alertou o chanceler no ofício.
Risco de impacto nas viagens de Lula e no atendimento consular
Mauro Vieira também mencionou o risco de interrupção dos serviços consulares e do apoio logístico às viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o reforço orçamentário não seja concedido.
O ministro argumenta que a falta de recursos pode resultar em sanções legais e até em ações judiciais no exterior contra representações diplomáticas brasileiras. Além disso, o Itamaraty precisa garantir a realização de eventos multilaterais importantes, como a cúpula de chefes de Estado do Mercosul e os encontros preparatórios da COP30, que será sediada pelo Brasil em 2025.