BRASIL
Ao optar por recorrer ao Supremo contra a derrubada do reajuste do IOF no Congresso, Lula sinalizou aos rivais que não se deixará fritar. Salta da frigideira num instante em que os chefs do centrão apressam o preparo do menu do conservadorismo para 2026.
A revogação do aumento do IOF, com os votos de partidos que controlam ministérios, deixou Lula bem passado. A adição de fermento na articulação pró-Tarcísio de Freitas inflou um bololô que reúne a direita patrimonialista e as viúvas de Bolsonaro.
Com a impopularidade a pino, Lula faz uma guinada à esquerda. Tirou da mochila a mistificação do “nós contra eles”. “Acabará governando contra todos”, ironizou o chefe da Câmara, Hugo Motta, antes de jantar na casa de João Doria com mais de 50 empresários.
No gogó, o ministro Fernando Haddad diz que ainda aposta num entendimento para aprovar no Congresso medidas que ajudem a fechar as contas de 2025 e 2026. Mas o que há na praça é uma campanha eleitoral prematura, não um ajuste fiscal tardio.
A única certeza disponível é que o próximo presidente da República, seja quem for, será o gerente de um orçamento federal inviável. A dúvida é se o apagão orçamentário virá antes ou depois da posse.
UOl