Controladoria começa a apurar fatura de água milionária do Mané Garrincha
A Controladoria-Geral do Distrito Federal abriu sindicância para apurar
quem foi o responsável pela abertura incorreta de um registro de água
no estádio Mané Garrincha, no primeiro semestre. O procedimento levou a
arena a desperdiçar 24,9 milhões de litros de água potável da Caesb, e gerou uma fatura de R$ 1,1 milhão.
Segundo o órgão, a apuração tem prazo inicial de 30 dias, que pode ser
renovado. Se necessário, a Controladoria-Geral pode acionar peritos da
própria Caesb e da Polícia Civil. Até o momento, o governo não informou
como poderá punir os responsáveis, caso eles sejam identificados.
Na última quarta (28), o G1 mostrou que a gastança de água no Mané Garrincha foi resultado de uma sucessão de erros, cometidos ao longo dos últimos anos.
A fatura inicial foi calculada em R$ 2,2 milhões, porque também
considerava a taxa de esgoto. O valor foi descontado quando os técnicos
descobriram que a água foi para reservatórios, e não para o esgoto
comum.
A comissão criada pelo Palácio do Buriti para apurar o caso apontou pelo menos quatro erros:
- A ligação entre a tubulação que recebe água da Caesb e os reservatórios que armazenam água da chuva não deveria existir;
- O registro de interligação entre os sistemas não deveria ter sido acionado;
- As faturas de água em fevereiro, março, abril e maio foram calculadas pela média do consumo;
- Os reservatórios da água de reuso não eram vistoriados.
Investigação e providências
Além da sindicância, o GDF afirmou que vai eliminar a interligação que
gerou o desperdício de água e providenciar um poço artesiano. A outorga
já foi concedida pela Adasa, e a água deverá ser usada para irrigação do
gramado e combate a incêndio – hoje, essas funções dependem das chuvas.
O grupo de investigação foi coordenado pelo chefe da Casa Civil, Sérgio
Sampaio, e envolveu representantes da Companhia de Saneamento Ambiental
(Caesb), da Novacap – que cuida da manutenção do Mané – e da Terracap –
que paga as contas do estádio.
Ao G1 e
à TV Globo, a Caesb informou que o hidrômetro do Estádio Nacional de
Brasília estava funcionando normalmente no período, ou seja, a água
realmente passou pelos canos.
O volume de água consumido seria suficiente para abastecer por um mês
toda a população da Candangolândia, região do DF com cerca de 20 mil
habitantes. Foram 3 milhões de litros de água por dia, ou 2.110 litros
por minuto – vazão equivalente a 140 chuveiros domésticos de potência
média.
G1
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