Para secretário do ES, é 'difícil' negociar com grupo 'sem liderança'
As mulheres dos policiais militares do Espírito Santo amanheceram nas portas dos batalhões da Grande Vitória, ainda que no interior a situação comece a normalizar.
Representantes dos policiais militares e do governo estadual haviam anunciado um acordo, na noite desta sexta-feira (10), em uma reunião sem a participação das mulheres dos PMs que ocuparam a frente dos batalhões no estado.
Ao Blog, o secretário de Segurança do Espírito Santo, André Garcia, afirmou que a dificuldade maior é negociar com um movimento "heterogêneo, sem liderança e que solicitam o que não se pode dar". O impasse capixaba continua e 3.500 efetivos das Forças Armadas já estão no estado.
Para Garcia, não é tão rara a situação em que o comando da segurança de um estado passe para as Forças Armadas, como aconteceu agora no Espírito Santo.
Blog - Qual é a sua avaliação do quadro atual?
André Garcia - A expectativa nossa é que a gente consiga, aos poucos, retomar a normalidade e a vida seguir normalmente aqui no estado, depois daquelas cenas tristes e lamentáveis que a gente viveu no final de semana passado, especialmente, até segunda-feira. Em termos de segurança pública, está melhorando. Com a presença das forças federais, o efetivo subiu para 3.500 militares e vai aumentar ainda com os policiais rodoviários federais.
Blog - Houve algum erro do governo, em algum momento, nessa negociação com os policiais?
Garcia - Não. O perfil é muito heterogêneo, um movimento sem liderança, que não consegue se articular bem. Se você está diante de um movimento em que a polícia não sai dos quartéis e têm, supostamente, mulheres impedindo a saída, solicitando algo que não podemos dar, você não pode pensar num cenário pior possível. É um movimento que fere a Constituição, que impede que um serviço público essencial funcione.
Blog - Quando o movimento começou, o senhor esperava que tomasse uma dimensão tão grande?
Garcia - As cenas foram tão grotescas, tão chocantes que chamam a atenção em qualquer lugar do mundo. E aconteceram, como eu disse, com muita intensidade num primeiro momento. Nós temos sim traumas que geraram na sociedade. Hoje, aos poucos, a sociedade está voltando ao normal, e vamos seguir a normalidade e tentar controlar as questões relacionadas. Reestabelecendo e respeitando os interesses individuais, mas fazendo prevalecer o princípio da autoridade.
Blog - Como secretário de segurança, o senhor perdeu o controle operacional com o decreto que deu poderes ao Exército? É algo raro no Brasil?
Garcia - Se você observar que, em outros estados, em coisa de 30 dias você teve a participação das forças federais em Pernambuco, no Rio Grande Norte, depois em São Luiz, anteriormente no Maranhão, antes das eleições... Infelizmente, essa situação não é tão rara assim. Teve a situação na Bahia, em 2013, quando houve uma greve da Polícia Militar e houve a necessidade do emprego de forças federais… infelizmente isso tem se multiplicado e não é uma novidade tão grande assim no cenário nacional.
Blog - Pensando no futuro, como é que o senhor avalia a situação do Estado no próximo mês? Qual é a perspectiva? Tem algum plano estratégico?
Garcia - Trabalhamos com a presença das forças federais por prazo indeterminado e vamos, certamente, realizar um processo de reestruturação da Polícia Militar, que precisa passar por mudanças radicais para se garantir que os pilares básicos da disciplina e da hierarquia sejam respeitados. Disso nós não vamos abrir mão. É preciso, sim, como diz o governador Paulo Hartung, refundar a Polícia Militar.
Blog - Qual a lição da crise que passou?
Garcia - Temos muita responsabilidade no Espírito Santo. Precisamos encontrar a melhor saída possível para evitar que movimentos como esses se repitam em outros estados. A saída é fazer o certo, muitas vezes é mais traumática, do que fazer o mais simpático. Então, nós temos um longo caminho pela frente, mas vamos fazer o que tem que ser feito
Representantes dos policiais militares e do governo estadual haviam anunciado um acordo, na noite desta sexta-feira (10), em uma reunião sem a participação das mulheres dos PMs que ocuparam a frente dos batalhões no estado.
Ao Blog, o secretário de Segurança do Espírito Santo, André Garcia, afirmou que a dificuldade maior é negociar com um movimento "heterogêneo, sem liderança e que solicitam o que não se pode dar". O impasse capixaba continua e 3.500 efetivos das Forças Armadas já estão no estado.
Para Garcia, não é tão rara a situação em que o comando da segurança de um estado passe para as Forças Armadas, como aconteceu agora no Espírito Santo.
Blog - Qual é a sua avaliação do quadro atual?
André Garcia - A expectativa nossa é que a gente consiga, aos poucos, retomar a normalidade e a vida seguir normalmente aqui no estado, depois daquelas cenas tristes e lamentáveis que a gente viveu no final de semana passado, especialmente, até segunda-feira. Em termos de segurança pública, está melhorando. Com a presença das forças federais, o efetivo subiu para 3.500 militares e vai aumentar ainda com os policiais rodoviários federais.
Blog - Houve algum erro do governo, em algum momento, nessa negociação com os policiais?
Garcia - Não. O perfil é muito heterogêneo, um movimento sem liderança, que não consegue se articular bem. Se você está diante de um movimento em que a polícia não sai dos quartéis e têm, supostamente, mulheres impedindo a saída, solicitando algo que não podemos dar, você não pode pensar num cenário pior possível. É um movimento que fere a Constituição, que impede que um serviço público essencial funcione.
Blog - Quando o movimento começou, o senhor esperava que tomasse uma dimensão tão grande?
Garcia - As cenas foram tão grotescas, tão chocantes que chamam a atenção em qualquer lugar do mundo. E aconteceram, como eu disse, com muita intensidade num primeiro momento. Nós temos sim traumas que geraram na sociedade. Hoje, aos poucos, a sociedade está voltando ao normal, e vamos seguir a normalidade e tentar controlar as questões relacionadas. Reestabelecendo e respeitando os interesses individuais, mas fazendo prevalecer o princípio da autoridade.
Blog - Como secretário de segurança, o senhor perdeu o controle operacional com o decreto que deu poderes ao Exército? É algo raro no Brasil?
Garcia - Se você observar que, em outros estados, em coisa de 30 dias você teve a participação das forças federais em Pernambuco, no Rio Grande Norte, depois em São Luiz, anteriormente no Maranhão, antes das eleições... Infelizmente, essa situação não é tão rara assim. Teve a situação na Bahia, em 2013, quando houve uma greve da Polícia Militar e houve a necessidade do emprego de forças federais… infelizmente isso tem se multiplicado e não é uma novidade tão grande assim no cenário nacional.
Blog - Pensando no futuro, como é que o senhor avalia a situação do Estado no próximo mês? Qual é a perspectiva? Tem algum plano estratégico?
Garcia - Trabalhamos com a presença das forças federais por prazo indeterminado e vamos, certamente, realizar um processo de reestruturação da Polícia Militar, que precisa passar por mudanças radicais para se garantir que os pilares básicos da disciplina e da hierarquia sejam respeitados. Disso nós não vamos abrir mão. É preciso, sim, como diz o governador Paulo Hartung, refundar a Polícia Militar.
Blog - Qual a lição da crise que passou?
Garcia - Temos muita responsabilidade no Espírito Santo. Precisamos encontrar a melhor saída possível para evitar que movimentos como esses se repitam em outros estados. A saída é fazer o certo, muitas vezes é mais traumática, do que fazer o mais simpático. Então, nós temos um longo caminho pela frente, mas vamos fazer o que tem que ser feito
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