Janot vai ao STF para barrar serviço de mototáxi no DF
No entendimento da PGR, liberação deveria ter sido discutida em âmbito federal, e não na esfera local. Lei que autoriza serviço foi publicada em fevereiro de 2014, mas segue sem regulamentação. Foto:Divulgação/Detran |
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a lei que libera o serviço de mototáxi no Distrito Federal.
No entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), a autorização
para a nova modalidade de transporte – aprovada por deputados
distritais e sancionada pelo governo do DF – é inconstitucional porque
deveria ter sido discutida na esfera federal.
Para Janot, cabe ao governo federal decidir sobre trânsito e transporte
de passageiros, incluindo mototáxi. “A autonomia dos Estados e Distrito
Federal não pode, na atividade legislativa, sobrepor-se à competência
legislativa constitucionalmente repartida entre os entes federados nem
usurpar aquela atribuída à União”, argumentou Janot em ofício da última
sexta-feira (27).
A ação pede que a lei seja suspensa “o quanto antes”, por decisão do
STF. Isso porque, de acordo com a PGR, a norma pode gerar “conflitos de
atribuição entre órgãos de trânsito locais e federais e gerar
insegurança jurídica para os próprios cidadãos dedicados ao serviço de
mototáxi e para os consumidores”.
A lei que libera o serviço de mototáxis no DF foi publicada em
fevereiro de 2014, na gestão do ex-governador Agnelo Queiroz. Em teoria,
ela passaria a valer um ano depois, mas não chegou a ser regulamentada –
mesmo após o prazo fixado para isso, de 90 dias. O G1 não recebeu retorno do governo do DF para saber se iria recorrer do pedido de Janot.
Veja as regras
Pela legislação, o governo local iria selecionar até 2,5 mil
profissionais para prestar serviço nas regiões administrativas. A regra
estabelece que os mototaxistas façam o transporte dos passageiros apenas
nas regiões em que forem autorizados, e não entre uma área e outra,
mesmo que próximas.
Segundo a norma, eles também seriam obrigados a levar os clientes com o
motocímetro ligado; seguir o itinerário mais curto e fornecer touca
descartável do tipo "balaclava", com abertura para os olhos, para os
usuários. Também ficaria proibido lavar o veículo no ponto e transportar
bagagem.
Fonte: G1 DF
Nenhum comentário:
Postar um comentário