domingo, 5 de maio de 2019

Brasil goleia Uruguai por 10 a 1 e é campeão das Eliminatórias da Copa do Mundo de futebol de areia pela 8ª vez

ESPORTES
Na disputa pelo terceiro lugar, o Paraguai, classificado, venceu a Argentina, já eliminada, por 6 a 5

Reprodução
A seleção brasileira deu show, neste domingo, nas areias do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O Brasil goleou o Uruguai por 10 a 1 e venceu pela oitava vez as Eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo de futebol de areia. Destaque para Rodrigo, que marcou 3 gols, e Filipe, que fechou a goleada com uma linda bicicleta. Por serem finalistas das Eliminatórias, tanto brasileiros quanto uruguaios garantiram vaga no Mundial, que será disputado de 21 de novembro a 1 de dezembro em Assunção, no Paraguai.
- Foi a melhor e pior preparação que nós fizemos. Foram quase 30 dias sem folga. Esse grupo é fantástico, muito concentrado, é um grupo pra cima. Foram quase 50 gols em 6 jogos - disse Bruno, que completou 200 gols pela Seleção.
O Brasil vai em busca do hexacampeonato mundial. A última conquista foi em 2017, após goleada sobre o Taiti por 6 a 0 na Copa do Mundo das Bahamas.
- Estar junto desses caras é gratificante. Muita expectativa para a Copa do Mundo. Agora é deixar na mão do professor para escolher - disse Nelito, há 3 anos na Seleção.

O jogo

Na primeira fase, o Brasil já tinha vencido o Uruguai por 9 a 1 na disputa pelo primeiro lugar da chave. Desta vez, o placar foi quase o mesmo. O jogo começou com um golaço de bicicleta do Rodrigo. Mauricinho pegou de primeira e marcou 2 a 0. O terceiro gol veio com Rodrigo, de cabeça, fechando o primeiro tempo em 3 a 0. No segundo tempo, Lucão marcou o quarto gol. E Bokinha, aproveitando um vacilo do Uruguai na saída de bola, fez 5 a 0.
No terceiro tempo, a velocidade da goleada aumentou. Bruno Xavier cruzou e Nelito fez 6 a 0 pro Brasil. O capitão Bruno Xavier também marcou, completando 200 gols pela Seleção - 7 a 0. Rodrigo fez o terceiro dele, com direito a dancinha ensaiada com Catarino - 8 a 0. Foi aí que o Uruguai descontou com Quinta, já no fim do terceiro tempo, marcando 8 a 1. Mas a resposta foi imediata. Na saída de bola, Filipe fez 9 a 1. E para terminar o show de habilidades, o próprio Filipe marcou um golaço de bicicleta, definindo o jogo com o placar de 10 a 1 para o Brasil.

Disputa do 3º lugar

Antes da final, o Paraguai venceu de virada a Argentina por 6 a 5 e ficou com o terceiro lugar das Eliminatórias. Por ser sede, o Paraguai já tem a vaga garantida na Copa do Mundo. E a Argentina já tinha sido eliminada neste sábado pelo Brasil e, pela segunda vez seguida, não vai à Copa.
A Argentina abriu 2 a 1 no primeiro tempo, com gols e Hilaire e Benaducci. Pelo Paraguai, quem marcou foi Benitez, que foi destaque no segundo tempo, responsável por 3 gols da reação paraguaia, empatando o jogo em 4 a 4. Depois de um golaço de Moran, o Paraguai fez 5 a 4. Bordon pisou na canela de Moran e foi expulso. Mas mesmo com um a menos, a Argentina empatou. E, nos segundos finais, Medina desempatou o jogo de cabeça: 6 a 5 para o Paraguai.

FONTE: GLOBO ESPORTE.COM
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Brasil vive maior crise de sua história em fornecimento de medicamentos com Bolsonaro

SAÚDE


O Conass diz que dois milhões de pacientes dependem de remédios que estão em falta ou que vão acabar nos próximos dias. Dentre os já esgotados, estão drogas para tratamento de doenças como câncer de mama, leucemia em crianças e inflamações diversas

Foto: Divulgação

Um ofício do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), endereçado no dia 12 de março de 2019 ao gabinete do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, avisava: a situação dos estoques públicos de medicamentos em todos os estados da federação é crítica.
De um total de 134 remédios que são distribuídos obrigatoriamente pelo Ministério da Saúde, 25 estão com estoques zerados em todos os estados do país e outros 18 devem se esgotar nos próximos 30 dias.
De acordo com outro documento do Conass encaminhado ao governo federal cobrando providências para o problema, o país vive a maior crise de sua História na oferta de medicamentos para o sistema público de saúde.
O documento traçava um panorama do desabastecimento, problema que se arrasta há anos, mas se agravou nos primeiros meses do governo Jair Bolsonaro.
O Conass diz ainda que dois milhões de pacientes dependem de remédios que estão em falta ou que vão acabar nos próximos dias. Dentre os já esgotados, estão drogas para tratamento de doenças como câncer de mama, leucemia em crianças e inflamações diversas.
Também falta medicação para pessoas que receberam transplantes recentes de rins e de fígado. Sem isso, é possível que órgãos transplantados precisem ser removidos e descartados, já que as drogas servem para que o corpo do receptor consiga se adaptar. Em apenas dez estados, incluindo Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco, mais de 20 mil transplantados dependem dos medicamentos fornecidos pelo governo federal.
O Ministério da Saúde afirma que, desde janeiro, tenta regularizar o abastecimento de medicamentos adquiridos. Ao todo, 12 processos de aquisição foram finalizados e 52 estão em andamento. “Assim, a expectativa é de assinatura dos contratos de compra para regularização do abastecimento de grande parte dos fármacos ainda no mês de maio”, diz a nota.
O Ministério da Saúde, no entanto, já foi alertado diversas vezes sobre a escassez em que se encontram os estados. O documento mais recente, do Conass, diz que o desabastecimento atinge principalmente “portadores de doenças crônicas” e que causa “consequências sociais, clínicas, e não menos importante, econômicas”.
“Isso configura uma grande preocupação para os gestores estaduais no que diz respeito ao planejamento das ações de acesso e, principalmente, na qualidade e segurança do tratamento do paciente”, diz o texto do conselho, que solicita ainda que a pasta dê prioridade ao tema.
Com informações do Globo

FONTE: REVISTA FÓRUM

França vai proibir patinetes elétricos em calçadas

MUNDO
Foto: AFP Photo
Foto: AFP Photo
O governo da França anunciou que vai impedir circulação de patinetes elétricos nas calçadas do país a partir de setembro. Quem violar a regra estará sujeito a multa de 135 euros, o equivalente a R$ 596.

Em entrevista, a ministra dos Transportes, Elisabeth Borne, defendeu que a evolução da circulação de patinetes elétricos, que invadiram as ruas das grandes cidades francesas nos últimos meses, foi muito rápida e anárquica.

O desenvolvimento "se fez muito rapidamente e um pouco anarquicamente", e "tornou-se a lei da selva", disse.

Regras

Para que "os pedestres não precisem mais raspar os muros", a ministra informou que, a partir de setembro próximo, uma bateria de regras regulará a circulação dos chamados "dispositivos motorizados de movimentação pessoal" (EDPM, sigla em francês), como patinetes e monociclos elétricos, segways ou hoverboards.

Com as novas regras, os utilizadores desses veículos alternativos deverão circular nas cidades nas ciclovias ou nas estradas, enquanto nas calçadas o veículo deve ser levado à mão com o motor desligado.

Fora das cidades, a circulação desse tipo de veículo será proibida na estrada e limitada às vias verdes e ciclovias.

Quanto ao limite de idade, será necessário ter um mínimo de oito anos e o transporte de passageiros será proibido, bem como a utilização de fones de ouvido. Os usuários com menos de 12 anos vão ter de usar capacetes como para andar de bicicleta.

As regras também impõem que esses veículos estejam equipados com luzes dianteiras e traseira, dois freios e uma buzina.


AFP



Avião de passageiros pega fogo em Moscou

MUNDO


FONTE: AFP

Reprodução/ Twitter


Um avião de passageiros russo pegou fogo neste domingo (5) e teve que fazer um pouso de emergência no aeroporto de Moscou em Cheremetievo, de onde havia decolado com direção a Mursmank, no extremo norte da Rússia. Segundo as agências de notícias russas, o incidente teria deixado ao menos um morto e vários feridos.

O Sukhoi Superjet 100 "enviou um sinal de emergência logo após a decolagem, fez uma primeira tentativa fracassada de pouso de emergência e depois, no segundo, atingiu o solo com a fuselagem", disse uma fonte do aeroporto citada pela agência de notícias Interfax. 
De acordo com a agência Ria Novosti, um problema elétrico teria causado um incêndio no meio do vôo. Imagens de televisão mostraram chamas saindo do avião durante a tentativa de pouso. Outra fonte, citada pela agência estatal de notícias TASS, relatou "várias pessoas feridas". 
Todos os passageiros foram evacuados do avião.


Vídeo incorporado

Macedônia do Norte vota no 2º turno da eleição presidencial

MUNDO
Cerca de 1,8 milhão vão às urnas para escolher o(a) sucessor(a) do atual presidente, Gjorge Ivanov. Social-democrata e conservadora empataram com 42% dos votos no 1º turno.
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Stevo Pendarovski e Gordana Siljanovska irão disputar o segundo turno da eleição presidencial na Macedônia do Norte em 5 de maio — Foto: Robert Atanasovski/AFP
Cerca de 1,8 milhão de cidadãos da Macedônia do Norte vão neste domingo (5) às urnas para decidir quem sucederá o atual presidente, Gjorge Ivanov.
Os eleitores poderão optar entre o social-democrata Stevo Pendarovski e a conservadora Gordana Siljanovska Davkova, que chegaram praticamente empatados ao segundo turno.
Ambos tiveram 42% dos votos há duas semanas, com uma diferença de 4.000 votos a favor do social-democrata.
Os colégios eleitorais abriram às 7h (horário local, 2h em Brasília).
A votação acontece em 3.480 sessões eleitorais dentro e fora do país, e os cidadãos poderão votar até as 19h (14h em Brasília).


FONTE: AGÊNCIA EFE

Protesto convocado por Guaidó tem baixa adesão; Maduro elogia tropas

MUNDO
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REPRODUÇÃO  EXAME ABRIL

Esvaziadas. Assim foram as manifestações na frente de quartéis venezuelanos convocadas para este sábado, 4, pelo autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, cujo objetivo era atrair apoio das tropas ainda leais ao presidente Nicolás Maduro para o projeto de tirá-lo do Palácio de Miraflores.

Não houve marchas pelas ruas como as ocorridas nos últimos dias, que derivaram em confrontos com a polícia, e o líder opositor não apareceu em nenhuma das concentrações. Em entrevista ao jornal americano The Washington Post, no entanto, Guaidó admitiu ter cometido erros em sua tentativa de derrubar Maduro e não descartou uma ação militar dos EUA.

“(O plano falhou) talvez porque ainda precisemos de mais soldados, e, talvez, precisemos de mais funcionários do regime dispostos a nos apoiar, a apoiar a Constituição”, disse. “Acho que as variáveis são óbvias nesse momento.”

Em Caracas, pela manhã, um pequeno grupo de mulheres foi ao quartel da Guarda Nacional, no bairro de Paraíso, entregar panfletos, mas foi rechaçado. Um militar, que recebeu o documento, o queimou instantes depois. “Sob nenhum conceito, nem pretexto, a Força Armada, nem qualquer outro organismo de segurança, será chantageada, comprada ou trairá a pátria”, disse.

Também na capital, em Altamira, palco do principal conflito no 1.º de Maio, um grupo de jovens protestou por algumas horas antes de se dispersar. Segundo a funcionária pública Maria Lagos de 56 anos, que trabalha em um hospital público, a crise política atinge o tratamento dos doentes e impede o atendimento. No começo da tarde, ela acompanhava o grupo de jovens que estava na Praça França, município de Chacao, região das embaixadas.

“Estamos aqui com este grupo, talvez poucos ainda, porque o governo bloqueia as comunicações. Viemos por vontade própria”, disse Maria. Ela contou que os hospitais não têm medicamentos e há crianças com câncer sem atendimento médico. 

Pelo Twitter, o líder opositor Leopoldo López - refugiado na embaixada da Espanha - afirmou que mantém conversas com militares para o “cessar da usurpação”, como se refere ao governo Maduro. “Continuamos avançando na Operação Liberdade”, postou, ao mencionar uma conversa por telefone com o presidente do Chile, Sebastián Piñera.

Mobilização governista

Na tentativa de demonstrar que mantém comando sobre as Forças Armadas, Maduro foi a uma escola de formação de cadetes em Cojedes, no interior, onde caminhou com a tropa, assistiu a exercícios e defendeu a resistência dos militares ao que chama de “tentativa de golpe de Estado” comandado por López e Guaidó.

Pelo menos quatro centros militares de Caracas passaram o dia fortemente guarnecidos. O Forte Tiuna, onde fica a Academia Militar, e residência de seu líder, que Maduro usou no início da semana para desfilar demonstrando apoio das forças armadas, além do Comando da Guarda Nacional, e outros dois destacamentos na região de San Bernardino. Mas não houve confrontos.

Em Cojedes, para os mais de 5 mil soldados, Maduro pediu apoio e se disse “orgulhoso” pela lealdade da tropa. “Recordem o juramento de serem leais a Chávez”, disse, em cerimônia transmitida por emissoras oficiais. O líder chavista pediu aos cadetes para “estarem prontos para defender a pátria contra uma eventual invasão se algum dia o império americano ousar tocar esta terra”. 

Mais tarde, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, dirigiu-se aos venezuelanos no Twitter para afirmar que “o momento da transição é agora” e que seu país os apoia em sua luta.

Enterro de estudante

O jovem Yhoifer Jesús Hernández, de 14 anos, baleado durante os protestos de 1.º de maio em Caracas, foi enterrado num cemitério da capital venezuelana. Ele foi atingido por um tiro no abdome quando estava em Altamira e morreu no hospital no dia seguinte. 

Yhoifer é uma das cinco vítimas da onda de protestos contra Maduro. Amigos do jovem disseram que ele estudava e sonhava em ser policial. O enterro do estudante marcou o dia tenso depois da fracassada convocação de passeatas da oposição.

Além disso, levantamento do Colégio Nacional de Jornalistas de Caracas contabilizou que pelo menos 52 profissionais de imprensa foram detidos ou presos desde janeiro. Destes, 16 são de veículos de comunicação do exterior e 11 já foram deportados. 

Ação contra Maduro em tribunal trava deserções

A negociada deserção da cúpula chavista que dá suporte ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela encontra entraves nos próprios instrumentos da pressão adotada pela comunidade internacional. Um deles é a investigação que corre no Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, Holanda. 

A oposição a Maduro, liderada pelo autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, negocia com militares chavistas uma anistia que convença os atuais apoiadores do regime a deixarem de dar proteção ao ditador.

A oferta de anistia tem sido estimulada pelos EUA. Durante a última semana, o assessor de Segurança Nacional, John Bolton, sugeriu que os apoiadores de Maduro aceitem as ofertas da oposição e o aceno americano de que as sanções econômicas e diplomáticas serão retiradas para aqueles que apoiarem Guaidó. Mas uma anistia interna e o fim das sanções americanas não são suficientes para garantir proteção aos que se envolveram em atos do governo Maduro que o TPI venha a classificar como crimes contra a humanidade.

Segundo fontes envolvidas nas tratativas diplomáticas da pressão sobre Maduro, a situação no TPI é uma das garantias mais delicadas para se negociar, pois conforme o caso avança na Corte passa a ter autonomia. Dependeriam do entendimento da procuradora-geral do Tribunal, Fatou Bensouda, as decisões sobre o andamento de uma investigação criminal.

Desde o início de 2018 há uma investigação preliminar aberta contra Maduro e Rodrigo Duterte, das Filipinas, por crimes de lesa-humanidade. Essa etapa antecede a abertura formal de uma investigação. Essa primeira etapa apura o abuso da força nas manifestações de 2017 no país, que deixaram mais de 100 mortos, e foi apresentada pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, e pela ex-procuradora-geral venezuelana Luisa Ortega Díaz.

Em setembro, seis países enviaram à procuradora do TPI um pedido para que o governo de Maduro seja investigado por crimes contra a humanidade. Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru lideraram o movimento, sob argumento de que há prisões arbitrárias, assassinatos e desrespeito ao devido processo legal no regime chavista. O pedido é para que a investigação abarque crimes cometidos por Maduro e seus aliados desde fevereiro de 2014. Apesar de qualquer pessoa poder protocolar uma denúncia junto ao TPI, aquelas feitas por governos de países têm mais peso dentro da Corte.

Na época, o Brasil ficou de fora da iniciativa. O governo brasileiro pesou o fato de o TPI já estar conduzindo investigação sobre o caso. Também foi considerado o risco de a carta soar como uma pressão à procuradora-geral. Por fim, concluiu-se que era preciso deixar alguma margem para a oposição negociar a saída de Maduro. 

“A investigação de Maduro pelo Tribunal Penal Internacional tem como objetivo impedir mais abusos de direitos humanos, e abre uma possibilidade de responsabilizá-lo por seus crimes. Isso pode complicar as negociações sobre sua renúncia, já que uma oferta de anistia da oposição não poderia garantir a impunidade perante promotores internacionais”, avalia Benjamin Gedan, ex-diretor para América do Sul no Conselho de Segurança Nacional dos EUA e atual integrante do programa de América Latina do Wilson Center.

Recuo possível

O ex-assessor da Casa Branca Fernando Cutz avalia que a existência do processo no TPI é um fator que pode estimular positivamente as negociações. Ele argumenta que enquanto o processo ainda vive seus estágios iniciais é possível que o grupo de países que levou o caso à Corte retire o pedido de investigação da cúpula chavista. “No momento é fácil parar com as investigações. O grupo de países pode retirar seu pedido. Ainda está em uma fase em que é possível resolver, mas ficará mais complicado se chegar ao momento em que a Corte tenha chegado a conclusões”, avalia Cutz, integrante da consultoria Cohen Group. 

Cutz estimula o uso de pressão jurídica internacional sobre o núcleo de Maduro. “É um fator positivo para a negociação, bota pressão e faz com que eles (cúpula chavista) tentem chegar a uma conclusão mais rápida, enquanto é possível mudar o cenário”, afirma ele.

EUA e Colômbia trabalhavam, no início do ano, com a perspectiva de que até junho Maduro estivesse fora do poder. Com isso em consideração, a Colômbia ofereceu Medellín para sediar a 49.ª Assembleia-Geral da OEA. A previsão de colombianos e americanos era de que, até a reunião, em 26 de junho, a região já vivesse uma nova situação.

A avaliação de diplomatas brasileiros e americanos é que a situação de Maduro é insustentável, mas uma precipitação de movimentos por Guaidó pode ter prejudicado a deposição do venezuelano nesta semana. Antes, os EUA já apostaram que o reconhecimento do opositor como presidente interino, em janeiro, e a entrada de ajuda humanitária, em fevereiro, fariam com que a situação de Maduro ficasse insustentável. Em nenhum dos casos, a transição de governo foi feita. 

Apesar disso, a avaliação em Washington é a de que a estratégia continua sendo manter pressão máxima sobre Maduro e aliados chavistas, para criar um ambiente de constrangimento e afetar a credibilidade do venezuelano, sem tratar de opção militar. Apesar das ameaças do time de Trump, as autoridades americanas e os assessores do presidente têm se concentrado nas opções de confronto diplomático e pacífico. 

“Nenhum dos lados está forte. No fim das contas, Maduro ainda está controlando o país, mas não diria que tem força neste momento, tanto que não prendeu Guaidó”, avalia Cutz. Segundo ele os EUA estão pressionados pela própria estratégia adotada. A repetição da ameaça militar, para o ex-conselheiro da Casa Branca, começa a levar os americanos ao limite. “Quanto mais se fala em voz alta, mas se leva ao ponto que ou os EUA agem ou perdem credibilidade. É um momento crítico e desnecessário: os EUA cumprirão a palavra e entrarão numa guerra que não querem entrar ou começam a ter afetada a credibilidade”, afirma Cutz. 



FONTE: AE

Panamá vota em eleições gerais marcadas pela corrupção política

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O Panamá realiza neste domingo suas eleições gerais, uma votação com resultados incertos devido à entrada de um candidato independente entre os favoritos, e em meio à crescente rejeição dos cidadãos aos partidos tradicionais e à corrupção.

Cerca de 2,7 milhões de panamenhos devem eleger o sucessor do presidente Juan Carlos Varela, que registra popularidade muito baixa devido à desaceleração econônica, os escândalos de corrupção e a crise em setores como saúde e justiça.

Sete candidatos aspiram à Presidência, mas as pesquisas de intenção de voto apontam como favoritos o empresário pecuarista Laurentino Cortizo (Partido Revolucionário Democrático, social-democrata) e o ex-chanceler e advogado Rómulo Roux (Mudança Democrática, direita).

Em terceiro lugar, aparece o independente Ricardo Lombana, que capitalizou a insatisfação com a corrupção da classe política.

Na pesquisa do instituto espanhol GAD3, publicada há algumas semanas pelo jornal La Prensa, Cortizo tinha intenção de voto de 27,9%, Roux de 16,9% e Lombana de 15,3% (com 2,9 pontos de margem de erro), enquanto indecisos somavam 15,2%.

"Acho que a poucos dias das eleições ainda há muita gente indecisa e, portanto, em 5 de maio qualquer coisa pode acontecer", disse à AFP Rita Vásquez, diretora do jornal La Prensa.

Cortizo, de 66 anos, foi ministro do ex-presidente Martín Torrijos (2004-2009), mas renunciou por controvérsias com o Acordo de Livre-Comércio entre Panamá e Estados Unidos.

Seu plano de governo é focado principalmente em melhorar a educação, reformar o Estado, impulsionar a economia, combater a pobreza e a desigualdade e melhorar a transparência governamental.

Roux, de 54 anos, ex-chanceler e ex-ministro do Canal do governo do hoje preso ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), focou sua campanha na reativação econômica, na criação de empregos e na redução de impostos.

O Panamá foi afetado nos últimos anos por escândalos como os chamados "Panama Papers", ou propinas da empreiteira brasileira Odebrecht, o que leva a população a um desinteresse total pela política.

Esse tédio favorece um aumento nas chances de Lombana, que alcançou o terceiro lugar na corrida presidencial com um discurso feroz contra a corrupção e a liderança partidária.

Advogado e jornalista de 45 anos, Lombana propõe convocar um referendo para uma nova Constituição que subtrai o poder do presidente, limita o uso de fundos públicos e reforma da justiça. Também quer aumentar as penalidades por corrupção e evitar a prescrição deste tipo de crime.

- Campanha enfadonha -

Após o golpe militar de 1968, que colocou no poder o general Omar Torrijos, e durante o governo de fato do ditador já falecido Manuel Antonio Noriega, o debate político no Panamá se concentrou em defender ou criticar o governo militar.

Depois da invasão americana de 1989, que pôs fim à ditadura de Noriega, as eleições também foram protagonizadas por partidos representativos dessas antigas rivalidades, até a vitória do ex-presidente Ricardo Martinelli en 2009.

Agora, a realidade é muito diferente, afirmam analistas.

"É a campanha mais enfadonha, mais sem graça, mais controlada e mais amarrada", disse à AFP o diretor do jornal Metro Libre, James Aparicio, que cobre as eleições panamenhas desde os anos 1980.

Para o diretor dos serviços de informação da Rádio Panamá, Edwin Cabrera "esta campanha é absolutamente atípica em comparação a tudo o que vimos antes".

AFP