quinta-feira, 13 de julho de 2017

POLITICA





MP que reformula o Fies está em análise no Congresso

Com a MP, o governo pretende garantir 310 mil vagas no ensino superior privado, das quais 100 mil a juro zero para estudantes com renda mensal familiar per capita de até três salários mínimos
Divulgação/The Chopras Global Education
Educação - geral - formandos universidades faculdades formaturas carreiras profissão
A Medida Provisória 785/17 estabelece três modalidades para o Fundo de Financiamento Estudantil
Está em análise no Congresso Nacional a Medida Provisória 785/17, que reformula o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
De acordo com o Ministério da Educação, o texto faz uma transição entre o velho e o novo Fies, ao evitar a descontinuidade, o risco fiscal e operacional, e garantir a preparação para adesão dos bancos, a constituição de um novo fundo garantidor e novos sistemas de tecnologia de informação para a seleção e o financiamento.
O Novo Fies será dividido em três modalidades e começa em 2018. Na primeira modalidade, o Fies funcionará com um fundo garantidor com recursos da União e ofertará 100 mil vagas por ano, com juros zero para os estudantes que tiverem renda per capita mensal familiar de até três salários mínimos. Nessa modalidade, o governo vai compartilhar o risco do financiamento com as universidades privadas, o que não ocorre atualmente.
Na segunda modalidade, o Fies terá como fonte de recursos fundos constitucionais regionais, para alunos com renda familiar per capita de até cinco salários mínimos, com juros baixos e risco de crédito dos bancos. Serão ofertadas 150 mil vagas em 2018 para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
E, na terceira modalidade, o Fies terá como fontes de recursos o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os fundos regionais de desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com juros baixos para estudantes com renda familiar per capita mensal de até cinco salários mínimos. O risco de crédito também será dos bancos. Serão ofertadas 60 mil vagas no próximo ano. Nessa modalidade, o MEC discute com o Ministério do Trabalho uma nova linha de financiamento que pode garantir 20 mil vagas adicionais em 2018.
Economia
O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que o Novo Fies economizará aos cofres públicos cerca de R$ 300 milhões ao ano somente em taxas bancárias. “Isso significa que, em dez anos, o Tesouro Nacional estará poupando de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões, que serão revertidos para a educação brasileira, atendendo a população mais pobre do nosso país”, completou.
A MP 785 altera seis leis que tratam do Fundo de Financiamento Estudantil. A medida foi editada no último dia 6 pelo presidente da República, Michel Temer, e aguarda análise no Congresso Nacional por uma comissão mista. Posteriormente, será votada pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Da Redação
Com informações da Agência Senado

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POLITICA





Relatório da PEC do reajuste salarial de agentes comunitários de saúde satisfaz a categoria

Cleia Viana / Câmara dos Deputados
Reunião ordinária  para apresentação do Parecer do relator, dep. Raimundo Gomes de Matos (PSDB/CE)
Agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias lotaram auditório da Câmara para discutir PEC que ajusta os salários desses profissionais
Os agentes comunitários de saúde e de combate às endemias ficaram satisfeitos com uma proposta da Câmara para reajuste dos salários da categoria.
O relator da comissão especial que analisa a questão, deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), apresentou um texto alternativo à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 22/11, que trata dos salários e das responsabilidades da União na política remuneratória da categoria, garantindo piso salarial de R$ 1.600,00 e critérios para a atualização desse valor.
Ao menos seiscentos agentes comunitários de saúde e endemias vieram à Câmara para a apresentação do relatório. Eles têm como principal pleito o reajuste do piso salarial, que não é atualizado há quase 4 anos.
Pelo texto do relator, o reajuste será de acordo com a variação do INPC, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, somado à variação do PIB mais 20% ao ano. A data-base fica fixada para primeiro de janeiro de cada ano.
Gomes de Matos disse que é incompreensível que uma categoria tão importante esteja sem reajuste. "Eu creio que com isso, tanto a área econômica como o Ministério do Planejamento irá dar sinal positivo, porque nós não estamos ferindo a Constituição, e é inconcebível nós termos cerca de 400 mil servidores no Brasil sem ter o direito de ter um reajuste.” Segundo ele, colocar essa disposição na legislação “é o caminho mais viável em termo regimental e constitucional”.
Sanar dificuldadesO relatório agradou a categoria, como explica Hilda Correia, Presidente da CONACS, a Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes de Combate às Endemias. "Um relatório que traz realmente essa correção e vem de encontro sim à nossa necessidade. Diante de toda a situação difícil vivida no nosso País, de recessão, de contenção, enfim, é um relatório que vai ser viável para aprovação”, avaliou Hilda Correia.

“Vai sanar nossa dificuldade e, com certeza, vai corrigir essa grande injustiça com os agentes de saúde e com os agentes de endemias do Brasil, que é a falta do reajuste do nosso piso salarial nacional", acrescentou.
Veto presidencial
Os parlamentares buscaram novas formas de estabelecer o reajuste na Lei Federal. A atualização do valor ainda não é feita por causa de um veto presidencial de 2014, sob alegação de inconstitucionalidade, como explica o deputado Mandetta (DEM-MS), que é presidente da comissão especial
"Na época em que houve o piso salarial, infelizmente a presidente vetou, então eles conquistaram o piso mas com o veto a qualquer reajuste ele ficaram quatro anos sem reajuste e o que era uma conquista no passado, virou um problemão por que não tinha como sair desse impasse”, observou Mandetta. “Acho que é um bom caminho, um caminho constitucional, um caminho que preserva o equilíbrio e não penaliza os municípios, já que o texto deixa expresso que os eventuais impactos serão alocados pela União".
Tramitação
A votação do relatório sobre a proposta que prevê diretrizes para os planos de carreira dos agentes de saúde e de combate às endemias, piso salarial para esses profissionais e seu índice de reajuste, está prevista para 16 de agosto. Depois, a proposta ainda será analisada pelo Plenário da Câmara.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Leilane Gama
Edição – Newton Araújo

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POLITICA






Setor cultural pede liberação de recursos orçamentários

Contingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Cultura também foi alvo de críticas
Cleia Viana / Câmara dos Deputados
4º Encontro Denominado
Thiago Peixoto: "Talvez nenhum setor viva crise tão grave quanto a cultura"
Integrantes do setor de cultura reclamaram, em audiência pública na Câmara, da não liberação de recursos para o Ministério da Cultura e do contingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC). Eles participaram de debate promovido nesta quinta-feira (13) pela Comissão de Cultura.
O FNC foi criado pela Lei Rouanet (8.313/91), para financiar atividades culturais no País.
“Temos R$ 1,5 bilhão contingenciado nesse fundo”, afirmou o presidente da comissão, deputado Thiago Peixoto (PSD-GO), que propôs o encontro. Ele observou ainda que o governo liberou recursos esta semana para alguns ministérios – R$ 11,7 bilhões para o Ministério das Cidades, por exemplo –, mas a Cultura não foi atendida. Segundo Peixoto, falta força política ao Ministério da Cultura para exigir mais recursos. “Talvez nenhum setor viva uma crise tão grave quanto a cultura”, avaliou.
O subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério da Cultura, Felipe Caldeira Marron, ressaltou que a pasta já pediu aos ministérios da Fazenda e do Planejamento descontigenciamento de R$ 239 milhões, mas ainda não foi atendida. Sem esses recursos, a Cultura trabalha com orçamento de apenas R$ 412 milhões.
De acordo com Marron o ministério prioriza a manutenção dos espaços culturais abertos, tendo cortado diversos contratos administrativos. “O ministério não consegue atender nenhum edital, nenhum prêmio, conferência, produção científica, ação de preservação e todas as demais de ação de fomento a políticas culturais, que são consideradas imprescindíveis à população”, disse.
Museus fechados
O secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, José Paulo Martins, vislumbra um cenário, no segundo semestre, de museus fechados por falta de recursos. Segundo ele, os recursos do ministério serão suficientes apenas para pagar despesas correntes do ministério, sem se “colocar um centavo para o público”, beneficiário da cultura.
Martins disse que é preciso trabalhar a “real importância” que a cultura tem para a sociedade brasileira. “Talvez, se a cultura tivesse conseguido o mesmo status da educação e da saúde, ela tivesse conseguido recursos.”
Meta fiscal
O secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Bruno Grossi, salientou que houve contingenciamento de R$ 42 bilhões em todos os ministérios, porque o País não conseguiu atingir a meta fiscal, que já era deficitária. “Nossa capacidade de arrecadação não foi suficiente nem para cumprir a meta deficitária”, completou.
Grossi disse que o Ministério do Planejamento está em diálogo com o Ministério da Cultura para buscar solução até o final do ano, mas não é “tarefa fácil”. Ele acrescentou que a vinculação de recursos das loterias ao FNC significa que esses recursos não podem ser gastos com outras finalidades, como para custeio das despesas do Ministério da Cultura. Segundo Grossi, R$ 560 milhões dos recursos do fundo não foram contingenciados e foram destinados para financiamento de projetos – os chamados “investimentos retornáveis”.
Ação contra a União
O diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, destacou que a cultura representa apenas 0,015% do orçamento federal. Para ele, existe uma negligência não apenas deste governo, mas de governos anteriores em relação à cultura, tendo sido agravada nesta gestão.
Saron destacou que, como resultado de mobilização de entidades culturais, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai entrar com ação civil pública contra a União para que haja descontigenciamento imediato dos recursos acumulados, e para os recursos das loterias irem de fato paro FNC.
A legislação hoje determina que seja destinado ao FNC 3% da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais, deduzido o montante destinado aos prêmios.
Reportagem – Lara Haje
Edição - Sandra Crespo

POLITICA





Câmara e INSS assinam acordo para aumentar controles sobre benefícios previdenciários

Luis Macedo
Assinatura Acordo DG-INSS
O presidente do INSS, Leonardo Gadelha, discursa durante a solenidade de assinatura do acordo com a Câmara; ao fundo, o diretor-geral Lúcio Lopes
A Câmara dos Deputados e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) assinaram, nesta quinta-feira (13), convênio com objetivo de melhorar o controle sobre concessão e pagamento de benefícios previdenciários. Formalizaram o acordo o diretor-geral da Câmara, Lúcio Lopes, e o presidente do INSS, Leonardo Gadelha.
O acordo de cooperação técnica não tem custos para a Câmara e permite que a área administrativa tenha acesso a dados do Sistema Informatizado de Controle de Óbitos (Sisobi). O cruzamento da relação de aposentados e pensionistas da Câmara com os registros de óbitos permite identificar benefícios pagos indevidamente. As informações são confidenciais.
Até setembro de 2015, esse trabalho era feito por meio de um contrato com a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev). Segundo Lopes, nesse intervalo sem a coleta de dados sobre óbitos, foram detectados benefícios pagos indevidamente no montante total de R$ 400 mil.
A Câmara registra atualmente cerca de 3.300 aposentados e 1.200 pensionistas. Somados os efetivos, os ocupantes de Cargos de Natureza Especial e os secretários parlamentares, são cerca de 20 mil servidores ativos.
Caráter pedagógicoPara Leonardo Gadelha, do INSS, o convênio aprimora controles, otimizando o gasto do dinheiro público. “Além do caráter prático, tem caráter pedagógico. Outras instituições devem mirar o exemplo da Câmara e procurar o INSS para compartilhar as bases de dados e evitar fraudes”, disse.
Há um convênio semelhante ao da Câmara em elaboração com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. No ano passado, acordo com o Tribunal Superior Eleitoral permitiu identificar indícios de doações ilegais em campanhas políticas.
Reportagem - Cláudio Ferreira 
Edição - Ralph Machado

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Câmara e INSS assinam acordo para aumentar controles sobre benefícios previdenciários

Luis Macedo
Assinatura Acordo DG-INSS
O presidente do INSS, Leonardo Gadelha, discursa durante a solenidade de assinatura do acordo com a Câmara; ao fundo, o diretor-geral Lúcio Lopes
A Câmara dos Deputados e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) assinaram, nesta quinta-feira (13), convênio com objetivo de melhorar o controle sobre concessão e pagamento de benefícios previdenciários. Formalizaram o acordo o diretor-geral da Câmara, Lúcio Lopes, e o presidente do INSS, Leonardo Gadelha.
O acordo de cooperação técnica não tem custos para a Câmara e permite que a área administrativa tenha acesso a dados do Sistema Informatizado de Controle de Óbitos (Sisobi). O cruzamento da relação de aposentados e pensionistas da Câmara com os registros de óbitos permite identificar benefícios pagos indevidamente. As informações são confidenciais.
Até setembro de 2015, esse trabalho era feito por meio de um contrato com a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev). Segundo Lopes, nesse intervalo sem a coleta de dados sobre óbitos, foram detectados benefícios pagos indevidamente no montante total de R$ 400 mil.
A Câmara registra atualmente cerca de 3.300 aposentados e 1.200 pensionistas. Somados os efetivos, os ocupantes de Cargos de Natureza Especial e os secretários parlamentares, são cerca de 20 mil servidores ativos.
Caráter pedagógicoPara Leonardo Gadelha, do INSS, o convênio aprimora controles, otimizando o gasto do dinheiro público. “Além do caráter prático, tem caráter pedagógico. Outras instituições devem mirar o exemplo da Câmara e procurar o INSS para compartilhar as bases de dados e evitar fraudes”, disse.
Há um convênio semelhante ao da Câmara em elaboração com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. No ano passado, acordo com o Tribunal Superior Eleitoral permitiu identificar indícios de doações ilegais em campanhas políticas.
Reportagem - Cláudio Ferreira 
Edição - Ralph Machado

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Especialistas pedem mais investimento em ciência e tecnologia

Em seminário na Câmara dos Deputados, parlamentares e especialistas defenderam investimento regular e de valor fixo no setor de ciência e tecnologia. Eles alertaram que o País já teve avanços na área, mas tem perdido pesquisadores e regredido em pesquisa e inovação quando comparado a outras nações.
O seminário, promovido pela Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, teve como objetivo discutir a situação orçamentária do setor. Segundo o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), com a crise econômica no Brasil e por não ter uma política de investimento fixo, as verbas de ciência e tecnologia sofreram um corte "drástico".
"A saúde e a educação têm um índice constitucional. O ideal é que nós tivéssemos algo nesse estilo para a área de P&D [pesquisa e desenvolvimento] e ciência. Que tivesse um índice, um valor, uma proporção do PIB[Produto Interno Bruto], que não se mexesse. Se você já tem o orçamento, já separa ele para o setor”, disse o deputado.
Celso Pansera ressaltou que, atualmente, é difícil fazer o planejamento orçamentário para pesquisas que, em sua maioria, necessitam de vários anos para serem concluídas. “Não dá para fazer o investimento e não ter certeza de que daqui a dois, três anos, você vai ter o dinheiro, muito menos daqui a dez anos”, declarou.
Ainda segundo o deputado, há perspectiva de que, em setembro, institutos de pesquisa ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia não tenham orçamento para o restante do ano. Dados do Índice Global de Inovação indicam que o Brasil já perdeu 22 posições entre 127 países, nos últimos 7 anos.
Perda de recursos
O presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Mariano Laplane, destacou que a falta de investimento pode comprometer o que foi construído. Para ele, agora é o momento de tirar proveito dos investimentos já realizados. “Nós fizemos um esforço de décadas, mas devemos continuar. Porque é isso que os países com os quais nós concorremos no mercado mundial estão fazendo”, afirmou.
Laplane criticou a situação atual do setor. “Nós já estamos perdendo recursos humanos, jovens cientistas estão indo para o exterior. Estamos perdendo capacidade de infraestrutura laboratorial porque não há recursos para a manutenção dos equipamentos que quebram. Estamos desinvestindo”, lamentou.
Estratégia de desenvolvimento
A diretora de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gianna Sagazio, ressaltou que países mais competitivos têm elegido a inovação como estratégia principal para o desenvolvimento econômico. Segundo ela, o Brasil pode se destacar e crescer no setor. Para isso, precisa priorizar esse tipo de investimento.
“Nós somos um país grande, um país rico, temos um setor empresarial sofisticado, uma produção acadêmica de excelente nível se comparada a outros países, mas precisamos canalizar tudo isso de forma a alavancar a ciência, a tecnologia e a inovação. Como fazer isso? Através de políticas públicas e de investimentos públicos e privados”, afirmou.
Para o representante da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Wanderley de Souza, além dos pesquisadores, as próprias agências estão desmotivadas.
Já o presidente substituto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales, ressaltou que é preciso investimento, se não o País estará fadado ao fracasso.
Para chamar atenção sobre o tema e sensibilizar as pessoas da necessidade de mais investimentos no setor, será realizada uma comissão geral na Câmara nesta quarta-feira (12).
Reportagem – Leilane Gama
Edição – Pierre Triboli

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Teto de gastos vai afetar setor de ciência e tecnologia, dizem debatedores

Em comissão geral no Plenário da Câmara, a fusão do Ministério da Ciência e Tecnologia com o das Comunicações, definida pelo governo Temer, também foi criticada
Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Sessão solene em homenagem aos 27 Anos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) . Dep. Izalci (PSDB-DF)
O deputado Izalci Lucas, presidente da frente parlamentar de C&T
A Emenda do Teto dos Gastos Públicos (95/16) vai impactar o setor de ciência e tecnologia nos próximos anos, avaliaram parlamentares, em comissão geral no Plenário da Câmara nesta quarta-feira (12).
Para a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), a emenda do teto vai ser “avassaladora”, porque vai inviabilizar diversas políticas públicas na área de ciência e tecnologia. Ela também defendeu que a lei orçamentária (LOA) para 2018 proíba o contingenciamento de recursos para o setor.
“O teto dos gastos inseriu o setor de ciência e tecnologia numa camisa de força”, concordou Marcelo Morales, representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O presidente da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), defendeu que as entidades do setor tentem atuar na Comissão Mista de Orçamento, justamente porque a Lei Orçamentária Anual de 2018 será parâmetro para os próximos anos, por conta do teto dos gastos públicos. Izalci afirmou que pretende promover na Câmara mais debates sobre ciência e tecnologia, a fim de sensibilizar os parlamentares sobre a situação do setor.
Marco legalIzalci disse também que a fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia com o de Comunicações, ocorrida na gestão Michel Temer, foi um erro. Além disso, defendeu a regulamentação, pelo governo, do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/16).
A fusão dos ministérios também foi criticada por outros debatedores, como o ex-ministro do governo Lula Roberto Amaral e o reitor da Universidade do Pará, Emmanuel Zagury Tourinho.
Na visão do coordenador de Gestão e Integração Estratégica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o novo marco legal não pode ser usado para trocar financiamento público por orçamento privado.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) também disse acreditar que não existe evolução científica e tecnológica sem recursos públicos, já que o capital privado tem objetivos apenas no curto prazo.
Incentivo fiscal
Já o deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB) defendeu projeto de lei que tramita na Câmara, apresentado por ele, que permite a dedução, no Imposto de Renda, de valores doados a programas e projetos de ciência, tecnologia e inovação (PL 5425/16). Segundo Gouveia, a ideia é buscar mais uma fonte de financiamento para a área.

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Teto de gastos vai afetar setor de ciência e tecnologia, dizem debatedores

Em comissão geral no Plenário da Câmara, a fusão do Ministério da Ciência e Tecnologia com o das Comunicações, definida pelo governo Temer, também foi criticada
Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Sessão solene em homenagem aos 27 Anos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) . Dep. Izalci (PSDB-DF)
O deputado Izalci Lucas, presidente da frente parlamentar de C&T
A Emenda do Teto dos Gastos Públicos (95/16) vai impactar o setor de ciência e tecnologia nos próximos anos, avaliaram parlamentares, em comissão geral no Plenário da Câmara nesta quarta-feira (12).
Para a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), a emenda do teto vai ser “avassaladora”, porque vai inviabilizar diversas políticas públicas na área de ciência e tecnologia. Ela também defendeu que a lei orçamentária (LOA) para 2018 proíba o contingenciamento de recursos para o setor.
“O teto dos gastos inseriu o setor de ciência e tecnologia numa camisa de força”, concordou Marcelo Morales, representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O presidente da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), defendeu que as entidades do setor tentem atuar na Comissão Mista de Orçamento, justamente porque a Lei Orçamentária Anual de 2018 será parâmetro para os próximos anos, por conta do teto dos gastos públicos. Izalci afirmou que pretende promover na Câmara mais debates sobre ciência e tecnologia, a fim de sensibilizar os parlamentares sobre a situação do setor.
Marco legalIzalci disse também que a fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia com o de Comunicações, ocorrida na gestão Michel Temer, foi um erro. Além disso, defendeu a regulamentação, pelo governo, do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/16).
A fusão dos ministérios também foi criticada por outros debatedores, como o ex-ministro do governo Lula Roberto Amaral e o reitor da Universidade do Pará, Emmanuel Zagury Tourinho.
Na visão do coordenador de Gestão e Integração Estratégica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o novo marco legal não pode ser usado para trocar financiamento público por orçamento privado.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) também disse acreditar que não existe evolução científica e tecnológica sem recursos públicos, já que o capital privado tem objetivos apenas no curto prazo.
Incentivo fiscal
Já o deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB) defendeu projeto de lei que tramita na Câmara, apresentado por ele, que permite a dedução, no Imposto de Renda, de valores doados a programas e projetos de ciência, tecnologia e inovação (PL 5425/16). Segundo Gouveia, a ideia é buscar mais uma fonte de financiamento para a área.

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Debatedores defendem proibição de contingenciamento de recursos para ciência no Orçamento de 2018

Deputados e representantes de entidades afirmam, em comissão geral no Plenário, que o setor é estratégico para desenvolvimento do País e merece mais recursos e atenção do governo
Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Comissão geral para debater a situação do Setor de Ciência e Tecnologia no Brasil, diante dos recentes cortes orçamentários, bem como sua relevância para o desenvolvimento do país – Marcha pela Ciência. Dep. Celso Pansera (PMDB-RJ)
O deputado Celso Pansera, ex-ministro de Ciência e Tecnologia, propôs a comissão geral na Câmara
Debatedores criticaram os cortes orçamentários na área de ciência e tecnologia e defenderam a proibição de contingenciamento de recursos para o setor, em comissão geralno Plenário da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (12).
Ex-ministro de Ciência e Tecnologia, o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), que propôs o debate, foi um dos que defenderam a aprovação de dispositivo na Lei Orçamentária Anual de 2018 que proíba o governo de contingenciar verbas para o setor.
Segundo Pansera, ciência e tecnologia são tão estratégicas para o Brasil quanto educação e saúde, já que representam o futuro do País. Ele lembrou que estados e municípios já são obrigados a investir parte das verbas públicas em educação e saúde.
Pansera afirmou ainda que neste ano o governo fez um corte linear de 40% no Orçamento, afetando todos os ministérios, o que, na avaliação do deputado, demonstra que não há prioridades ou visão estratégica.
Gerações futuras 
O presidente da Academia Brasileira de Ciências, o físico Luiz Davidovich, disse que os cortes orçamentários neste ano foram uma “bomba atômica” que afetará gerações futuras.
“Laboratórios estão sendo fechados, pesquisadores estão saindo do País e jovens estão desistindo da carreira científica em função dos cortes realizados e da paralisação de laboratórios em vários estados”, disse.
Ele destacou que o orçamento para ciência e tecnologia neste ano, de R$ 2,5 bilhões, representa metade do valor destinado em 2005 e um quarto do montante em 2010. “Isso explica a situação atual”, observou.
O deputado Hildo Rocha (PMDB-MA) foi o único a defender os cortes orçamentários. Para ele, “foi uma medida dura, mas não restava outra saída” para o governo, já que o País era “doente terminal” na área econômica. “Não se pode culpar o médico por dar remédio ao paciente”, opinou.
Rocha disse acreditar que o cenário atual pode ser oportunidade de aproximação de pesquisadores e cientistas com o setor privado e de ter menos dependência de recursos estatais.
Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Comissão geral para debater a situação do Setor de Ciência e Tecnologia no Brasil, diante dos recentes cortes orçamentários, bem como sua relevância para o desenvolvimento do país – Marcha pela Ciência. Helena Nader, presidente da SBPC
Helena Nader, presidente da SBPC, criticou, durante o debate, os cortes orçamentários feitos neste ano
Desenvolvimento
A maior parte dos debatedores defendeu que o País promova estratégia de desenvolvimento baseada em ciência e tecnologia e inovação. “Os países mais desenvolvidos elegeram a ciência e tecnologia como ‘a’ estratégia”, disse Gianna Cardoso Sagazio, diretora da Confederação Nacional da Indústria. Ela pediu que o setor de fato se torne prioridade para o Brasil.
O deputado Alex Canziani (PTB-PR) também avaliou que o setor é estratégico e não está recebendo o tratamento adequado do governo. “A despeito da crise, há áreas fundamentais para que o País possa dar um salto fundamental de desenvolvimento”, disse. Para ele, o Brasil precisa investir na formação de pessoal.
Verbas para ciência
“Não podemos permitir que esse corte orçamentário nocivo nos coloque a reboque do resto do mundo”, afirmou a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader. “Soberania é educação e ciência. Sem isso vamos ser realmente importadores de tecnologias”, completou.
Presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Maurício Antônio Lopes chamou atenção para o exemplo da Coréia do Sul, onde o investimento em educação e ciência desde a década de 1960 levou a crescimento exponencial do Produto Interno Bruto (PIB).
Conforme ele, o Brasil fez caminho semelhante na área de agricultura: o investimento em ciência e inovação ajudou a “fazer uma grande revolução” no setor, levando-o a ocupar papel central na economia. “Temos que continuar apoiando a pesquisa pública no País e lutar pela ressalva de contingenciamento na lei orçamentária”, opinou.
Reportagem - Lara Haje
Edição - Ralph Machado

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias

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Nova taxa de juros para empréstimos do BNDES divide opiniões

A MP 777/17 cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), que será usada como referência para o custo de captação e para os contratos firmados a partir de 2018 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Edilson Rodrigues/Agência Senado
Comissão Mista MP 777 2017
Reunião, no Senado, da comissão mista que analisa a MP 777/17
Debatedores se revezaram nas críticas e no apoio à Medida Provisória 777/17, que cria uma nova taxa de juros para empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Eles foram ouvidos nesta quarta-feira (12) em audiência pública na comissão mista que analisa o texto.
A MP cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), que será usada como referência para o custo de captação e para os contratos firmados pelo BNDES a partir de 2018. A TLP deverá refletir a variação da inflação (IPCA) e uma taxa de juros prefixada, equivalente ao rendimento real, no prazo de cinco anos, de um tipo de título público, a Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B). A metodologia de cálculo será definida posteriormente.
A TLP substituirá a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nos empréstimos do BNDES que utilizam recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Fundo de Participação PIS-Pasep e do Fundo da Marinha Mercante (FMM). Desde 1994, a TJLP é o custo básico dos financiamentos concedidos pelo BNDES e pelos seus agentes operadores.
O governo afirma que, na prática, que a troca vai corrigir uma forma de subsídio vinculado atualmente existente nos empréstimos do BNDES. Hoje, o banco oferece às empresas taxas inferiores àquelas que o Tesouro paga ao mercado para captar recursos.
TransparênciaO diretor de Assuntos Internacionais do BNDES, Tiago Couto Berriel, disse que a TLP não exclui o crédito subsidiado, mas vai condicioná-lo à previsão orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional.
“Não será por meio de artimanhas ou fora do Orçamento, o que é uma maneira não democrática e não transparente de escolher eleitos ao financiamento”, disse. “Isso não quer dizer que a TLP não será subsidiada, porque as empresas, em nenhum momento, terão acesso a financiamento a custo do Tesouro. O que a gente está fazendo é diminuir os custos do subsídio explícito.”
Berriel afirmou ainda que a MP incentiva um “exame crítico” sobre as empresas contemplados por financiamentos do BNDES. “Estamos subsidiando setores que geram benefícios para a sociedade ou estamos aumentando artificialmente o lucro de determinados setores?”
Na mesma linha, o chefe da Assessoria de Reformas Microeconômicas do Ministério da Fazenda, Manuel Pinho de Mello, disse que a medida provisória deve gerar juros mais baixos para todo o mercado, acabando com os chamados “guichês privilegiados”.
Cuidados
O relator da MP na comissão mista, deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), adiantou que o relatório deve ser votado em 2 de agosto, mas não informou se vai sugerir mudanças ao texto original. A ideia dele é “tratar o assunto com cuidado e ouvir todos os segmentos”.
O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) cobrou equilíbrio na concessão de empréstimos pelo BNDES. “Há uma distorção na geopolítica do Brasil quando temos no Sul e Sudeste mais de 50% dos empréstimos; no Nordeste, 13%; no Centro-Oeste, 12%; e no Norte, apenas 7%”, afirmou.
Ele observou que 30% dos recursos são oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador e 50% de títulos do Tesouro. “Temos [com a MP] a oportunidade de ter mais cuidado com o dinheiro público”, concluiu.
Dívida públicaPara o superintendente de Planejamento e Pesquisa do BNDES, Fabio Giambiagi, um dos efeitos da MP é o de aumentar a eficácia do ajuste fiscal. Segundo ele, a proposta interrompe um ciclo de má alocação de recursos públicos por subsídios que vigorou de 2008 a 2014.
“Emprestando a taxa de juros muito inferiores às que vigoravam para o restante da economia, [o BNDES] acabou indiretamente pressionando as contas públicas”, ressaltou.
Críticas Contrário à MP, o professor Antônio Correia Lacerda, da PUC-SP, disse acreditar que a competitividade da indústria pode ser afetada. Segundo ele, a taxa atual (TJLP) é “uma muleta necessária para sustentar financiamentos na ausência de um mercado ajustado às necessidades da produção e da infraestrutura”.
Lacerda argumentou ainda que, apesar de oferecer custo inferior no mercado doméstico, as operações do BNDES são caras quando se observa o mercado internacional.
Já o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química, Abiquim Figueiredo, classificou a MP de “ato de insanidade e má-fé”. Ele reforçou que setores competitivos da indústria nacional dependem do BNDES.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem - Emanuelle Brasil
Edição - Ralph Machado

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POLITICA




Nova taxa de juros para empréstimos do BNDES divide opiniões

A MP 777/17 cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), que será usada como referência para o custo de captação e para os contratos firmados a partir de 2018 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Edilson Rodrigues/Agência Senado
Comissão Mista MP 777 2017
Reunião, no Senado, da comissão mista que analisa a MP 777/17
Debatedores se revezaram nas críticas e no apoio à Medida Provisória 777/17, que cria uma nova taxa de juros para empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Eles foram ouvidos nesta quarta-feira (12) em audiência pública na comissão mista que analisa o texto.
A MP cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), que será usada como referência para o custo de captação e para os contratos firmados pelo BNDES a partir de 2018. A TLP deverá refletir a variação da inflação (IPCA) e uma taxa de juros prefixada, equivalente ao rendimento real, no prazo de cinco anos, de um tipo de título público, a Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B). A metodologia de cálculo será definida posteriormente.
A TLP substituirá a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nos empréstimos do BNDES que utilizam recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Fundo de Participação PIS-Pasep e do Fundo da Marinha Mercante (FMM). Desde 1994, a TJLP é o custo básico dos financiamentos concedidos pelo BNDES e pelos seus agentes operadores.
O governo afirma que, na prática, que a troca vai corrigir uma forma de subsídio vinculado atualmente existente nos empréstimos do BNDES. Hoje, o banco oferece às empresas taxas inferiores àquelas que o Tesouro paga ao mercado para captar recursos.
TransparênciaO diretor de Assuntos Internacionais do BNDES, Tiago Couto Berriel, disse que a TLP não exclui o crédito subsidiado, mas vai condicioná-lo à previsão orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional.
“Não será por meio de artimanhas ou fora do Orçamento, o que é uma maneira não democrática e não transparente de escolher eleitos ao financiamento”, disse. “Isso não quer dizer que a TLP não será subsidiada, porque as empresas, em nenhum momento, terão acesso a financiamento a custo do Tesouro. O que a gente está fazendo é diminuir os custos do subsídio explícito.”
Berriel afirmou ainda que a MP incentiva um “exame crítico” sobre as empresas contemplados por financiamentos do BNDES. “Estamos subsidiando setores que geram benefícios para a sociedade ou estamos aumentando artificialmente o lucro de determinados setores?”
Na mesma linha, o chefe da Assessoria de Reformas Microeconômicas do Ministério da Fazenda, Manuel Pinho de Mello, disse que a medida provisória deve gerar juros mais baixos para todo o mercado, acabando com os chamados “guichês privilegiados”.
Cuidados
O relator da MP na comissão mista, deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), adiantou que o relatório deve ser votado em 2 de agosto, mas não informou se vai sugerir mudanças ao texto original. A ideia dele é “tratar o assunto com cuidado e ouvir todos os segmentos”.
O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) cobrou equilíbrio na concessão de empréstimos pelo BNDES. “Há uma distorção na geopolítica do Brasil quando temos no Sul e Sudeste mais de 50% dos empréstimos; no Nordeste, 13%; no Centro-Oeste, 12%; e no Norte, apenas 7%”, afirmou.
Ele observou que 30% dos recursos são oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador e 50% de títulos do Tesouro. “Temos [com a MP] a oportunidade de ter mais cuidado com o dinheiro público”, concluiu.
Dívida públicaPara o superintendente de Planejamento e Pesquisa do BNDES, Fabio Giambiagi, um dos efeitos da MP é o de aumentar a eficácia do ajuste fiscal. Segundo ele, a proposta interrompe um ciclo de má alocação de recursos públicos por subsídios que vigorou de 2008 a 2014.
“Emprestando a taxa de juros muito inferiores às que vigoravam para o restante da economia, [o BNDES] acabou indiretamente pressionando as contas públicas”, ressaltou.
Críticas Contrário à MP, o professor Antônio Correia Lacerda, da PUC-SP, disse acreditar que a competitividade da indústria pode ser afetada. Segundo ele, a taxa atual (TJLP) é “uma muleta necessária para sustentar financiamentos na ausência de um mercado ajustado às necessidades da produção e da infraestrutura”.
Lacerda argumentou ainda que, apesar de oferecer custo inferior no mercado doméstico, as operações do BNDES são caras quando se observa o mercado internacional.
Já o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química, Abiquim Figueiredo, classificou a MP de “ato de insanidade e má-fé”. Ele reforçou que setores competitivos da indústria nacional dependem do BNDES.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem - Emanuelle Brasil
Edição - Ralph Machado

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