Corregedoria de SP cria grupo para investigar policiais ligados à facção
Equipe Corregedora de Combate a Facções Criminosas apura cooptações.
Policiais civis são investigados; portaria foi publicada no Diário Oficial de SP.
A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulocriou nesta terça-feira (22) uma equipe especializada para investigar policiais civis suspeitos de envolvimento com a facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas. Portaria com a criação da Equipe Corregedora de Combate a Facções Criminosas (Ecofac) foi publicada na edição do site do Diário Oficial do Estado de São Paulo.
O governo de São Paulo já havia anunciado, na quarta-feira (15), a criação de uma força-tarefa. No mesmo dia, A Corregedoria da Polícia Militar (PM) prendeu administrativamente o 1° tenente Guilherme William Pacheco da Silva, de 36 anos, por suspeita de associação e envolvimento com a facção que atua dentro e fora dos presídios paulistas.
“Posso dizer que já estamos investigando policiais envolvidos com facção”, disse ao G1delegado Nestor Sampaio Penteado Filho, corregedor-geral da Polícia Civil. Ele, no entanto, alegou questões de segurança para não divulgar quantos inquéritos ou policiais suspeitos estão sendo investigados.
De acordo com o corregedor, a sugestão para a criação do Ecofac foi do secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira. “A ideia principal, conforme orientação do secretário, é a de investigar policiais civis envolvidos com facção ou cooptados por facção criminosa”, afirmou Penteado Filho. "A equipe especializada vai centralizar essas apurações".
Megainvestigação realizada durante três anos pelo Ministério Público Estadual denunciou recentemente 175 pessoas suspeitas de integrarem a facção criminosa. A Justiça, porém, negou os pedidos de prisão imediata.
Segundo a Promotoria, escutas telefônicas revelaram ainda que policiais civis estão envolvidos diretamente com os criminosos. Numa das interceptações, traficantes disseram ter pago R$ 100 mil a policiais de Santo André, no ABC, para terem a droga liberada e não serem presos.
Ecofac
Segundo o DO, a finalidade da Ecofac, que terá aproximadamente 20 profissionais, será a de “implementar, de forma especializada ao controle interno da Policia Civil, medidas preventivas e repressivas em face do crime organizado e sua atuação por meio de facção criminosa”.
Ecofac
Segundo o DO, a finalidade da Ecofac, que terá aproximadamente 20 profissionais, será a de “implementar, de forma especializada ao controle interno da Policia Civil, medidas preventivas e repressivas em face do crime organizado e sua atuação por meio de facção criminosa”.
A partir do documento, a “facção criminosa tem buscado, dentre outras infrações penais, corromper as forças de segurança e comprometer atividade de prevenção especializada e de investigação criminal do Estado.”
Além disso, há a “necessidade de serem estabelecidos melhores mecanismos para prevenir e combater a possibilidade de cooptação de agentes públicos dos órgãos de segurança por facção criminosa, em face do poder econômico e da violência de sua atuação”, de acordo com a publicação.
Além disso, há a “necessidade de serem estabelecidos melhores mecanismos para prevenir e combater a possibilidade de cooptação de agentes públicos dos órgãos de segurança por facção criminosa, em face do poder econômico e da violência de sua atuação”, de acordo com a publicação.
O texto a respeito do Ecofac informa ainda que “a atuação de facção criminosa contra os órgãos de segurança do Estado demanda ser combatida no âmbito do controle interno, também, com o uso da inteligência nos níveis estratégico, tático e operacional, incluindo medidas de contrainteligência para prevenção e identificação de eventuais infiltrações criminosas”.
A megainvestigação
Escutas obtidas após três anos de investigações sobre a quadrilha apontam que o a facção controla 90% dos presídios de São Paulo . No mês passado, os promotores denunciaram 175 acusados à Justiça e pediram o isolamento dos 35 principais chefes do bando no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Todos os pedidos foram negados. O Ministério Público já entrou com recurso.
Além da denúncia enviada à Justiça, os promotores prepararam dois volumes de documentos para o governo do estado sobre a corrupção de agentes públicos. Um dos volumes contém os casos de corrupção envolvendo policiais civis e outro os casos de policiais militares.
Policiais se associam ao tráfico
As gravações telefônicas autorizadas pela Justiça mostram policiais colaborando com traficantes de drogas da facção em troca de propina. Em uma das interceptações telefônicas feitas em celulares, um criminoso que está nas ruas pergunta a um policial militar qual o valor da propina para soltar uma traficante presa na capital. Em outra conversa, um PM oferece ajuda para transportar a droga usando motos da própria corporação.
A megainvestigação
Escutas obtidas após três anos de investigações sobre a quadrilha apontam que o a facção controla 90% dos presídios de São Paulo . No mês passado, os promotores denunciaram 175 acusados à Justiça e pediram o isolamento dos 35 principais chefes do bando no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Todos os pedidos foram negados. O Ministério Público já entrou com recurso.
Além da denúncia enviada à Justiça, os promotores prepararam dois volumes de documentos para o governo do estado sobre a corrupção de agentes públicos. Um dos volumes contém os casos de corrupção envolvendo policiais civis e outro os casos de policiais militares.
Policiais se associam ao tráfico
As gravações telefônicas autorizadas pela Justiça mostram policiais colaborando com traficantes de drogas da facção em troca de propina. Em uma das interceptações telefônicas feitas em celulares, um criminoso que está nas ruas pergunta a um policial militar qual o valor da propina para soltar uma traficante presa na capital. Em outra conversa, um PM oferece ajuda para transportar a droga usando motos da própria corporação.
Em outra ligação, dois criminosos falam sobre subornar policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) para se livrar do registro de crimes em boletins de ocorrência.
Há ainda outra gravação que revela como os criminosos fazem para manter os policiais militares longe do ponto de venda de drogas, como mostrou o Jornal da Globo na segunda-feira (14). "O cara não entra na loja [ponto de venda] não, irmão, porque as ideia [acerto] que tem aqui é antiga, é com o tenente mesmo direto", afirma um traficante conhecido como Boy. No relatório da investigação do MP, não há referências à identidade do tenente citado.
Fonte: G1 DF