GOIÁS
José Eliton (PSDB) é alvo de buscas — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
São cumpridos mandados de busca e apreensão na 2ª fase da Operação Decantação, que mira desvios na Companhia de Saneamento de Goiás. Justiça também determinou o sequestro de 65 imóveis avaliados em R$ 35 milhões.
Por Camila Bomfim e Paula Resende, TV Globo e G1 GO
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A Polícia Federal prendeu cinco pessoas e cumpriu oito mandados de busca e apreensão na Operação Decantação 2, que investiga fraude em licitações e desvio de dinheiro na Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). O ex-governador José Eliton (PSDB) é alvo de mandados de busca.
O G1 pediu um posicionamento às assessorias de José Eliton e da Saneago e aguarda retorno.
De acordo com a Polícia Federal, empresários, dirigentes da empresa e agentes públicos são investigados pelos desvios, cometidos entre os anos de 2012 e 2016. As buscas são feitas, conforme a polícia, em endereços de investigados e pessoas ligadas ao ex-governador, em Goiânia e Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
Durante as buscas, os policiais acharam uma mala de dinheiro e armas na casa de uma das mulheres presas. Segundo a PF, há R$ 800 mil.
Os mandados judiciais também envolvem sequestro de 65 imóveis, avaliados em R$ 35 milhões.
Desvio de dinheiro
A polícia informou que os desvios investigados na operação realizada nesta manhã ocorreram na gestão de José Eliton, que ficou no lugar de Marconi Perillo (PSDB) quando ele renunciou para concorrer à eleição de 2017.
De acordo com a PF, foi constatado que três empresas, de um único dono, foram beneficiadas em contratos com a Saneago, mesmo com impedimentos fiscais e não sendo especialistas na prestação dos serviços demandados, o que indica direcionamento de licitação.
Segundo as investigações, parte dos recursos recebidos pela prestação de serviços à Saneago era repassada para o chefe de gabinete do então governador do estado. Também há indícios de que as empresas eram utilizadas para lavagem de dinheiro, pois conforme a PF, ficou comprovada transferência de valores na ordem de R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete do ex-governador e a conta de uma das empresas.
A investigação apontou ainda que José Eliton teria utilizado, por várias vezes, um avião de propriedade de uma das empresas beneficiadas pelos contratos.
De acordo com a PF, os envolvidos devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro.