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terça-feira, 9 de outubro de 2018

‘Perdas’ de água na agricultura chegam aos 35%

AGRONEGÓCIOS


Ligação entre barragens nos planos do Governo
As perdas reais de água nos sistemas de transporte e distribuição de água para rega podem chegar aos 35%. A pensar na resolução deste problema, e dada a existência de uma matriz comum de avaliação da eficiência do uso da água desenvolvida pelo LNEC, a FENAREG juntou-se a esta instituição e a outros investigadores para desenvolver uma matriz de aplicação aos usos agrícolas que permita avaliar de forma uniforme os sistemas das redes primária e secundária de distribuição de água para a agricultura.
“Esperamos que no futuro esta matriz possa ser aplicada a todos os Aproveitamentos Hidroagrícolas a nível nacional”, revelou José Núncio, presidente da FENAREG, resumindo o objetivo do projeto AGIR- Avaliação da Eficiência do Uso da Água e da Energia em Aproveitamentos Hidroagrícolas, apresentado publicamente no passado dia 3 de outubro.
O projeto AGIR visa apoiar a tomada de decisão planeada e sustentada das Associações de Regantes para melhorar a eficiência do uso da água e da energia e já são conhecidas as métricas do balanço hídrico e do balanço energético em três associações de regantes: ABORO – Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas; ARBVS – Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia e ABOVIGIA – Associação de Beneficiários da Obra da Vigia. Os resultados preliminares indicam que as perdas físicas ou reais de água (devidas a fugas e roturas nas condutas em pressão ou por repassos e descargas em canais e reservatórios) podem atingir os 35% do total das perdas nos sistemas de transporte e distribuição de água para rega: “Em geral as perdas de água nas redes de distribuição de água para agricultura estão muito relacionadas com a antiguidade de alguns sistemas. Há necessidade urgente de reabilitar as infraestruturas antigas e de melhorar a sua eficiência operacional, o que deve começar com uma melhor monitorização de caudais e dos níveis para otimização do controlo de toda a operação do sistema”, explica Dália Loureiro, técnica do LNEC.
“Na Vigia uma parte do perímetro tem equipamentos antigos, com imensas perdas de água. Fazemos algum registo de perdas, mas com esta ferramenta vamos tornar esse registo mais detalhado e abrangente. O projeto AGIR vai munir as Associações de Regantes de uma ferramenta muito importante”, afirma Manuel Matos, técnico da ABOVIGIA. Na barragem Odivelas, em 2017 foram registadas 20% de perdas de água devido a fugas e roturas em condutas. “Vamos agora avaliar de forma mais rigorosa a sua origem e adotar medidas de correção, com substituição de troços de condutas, que possam reduzir o volume de água perdida”, adiantou Carlos Chibeles, técnico da ABORO.
Recomendações de melhoria a caminho
Os agricultores regantes vão beneficiar do sistema de avaliação criado no âmbito do AGIR, estando prevista a criação de um Manual de Boas Práticas de uso eficiente da água e da energia ao nível da parcela regada, ou seja, da rede terciária. “Serão identificados fatores críticos de intervenção ao nível da parcela regada e feitas recomendações de melhoria dos sistemas de rega, seja para dimensionamento de sistemas novos ou intervenções em sistemas já instalados”, explica Gonçalo Rodrigues, coordenador executivo do Centro Operativo e Tecnológico do Regadio.
O Projeto AGIR vai fazer o balanço energético dos sistemas de distribuição de água para agricultura, olhando para o global da eficiência do sistema e não apenas para as perdas de energia ocorridas nos equipamentos de bombagem. Será ainda contabilizada a energia dissipada por perdas de água e por perdas de carga hidráulica na rede, entre outras componentes. “Embora existam em Portugal algumas estações elevatórias antigas com rendimentos muito baixos, o principal problema é a energia que estas infraestruturas gastam a mais na bombagem, porque existe um elevado volume de perdas de água no sistema. Medindo e identificando as perdas de água, podemos atuar para corrigir e com isso reduzir os gastos energéticos”, explica Dália Loureiro, técnica do LNEC.
“A nossa intenção é alargar este trabalho a outros perímetros hidroagrícolas, ajudando-os a ser mais eficientes no uso da água e da energia e com isso reduzir o peso do custo do serviço de distribuição de água aos agricultores”, resume Carina Arranja, secretária-geral da FENAREG.

VIDA RURAL

quarta-feira, 26 de julho de 2017

DF

Ligação irregular causou 

consumo excessivo de água no 

Mané Garrincha 


O grupo de trabalho criado para investigar a milionária conta de água do Estádio Nacional Mané Garrincha concluiu que uma ligação indevida, ainda na época da construção da arena, resultou no consumo excessivo no mês de junho.
Em entrevista coletiva, equipe do governo de Brasília explica fatores que levaram ao consumo excessivo de água no Mané Garrincha. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília.
Acredita-se que, na fase de edificação do estádio, os responsáveis pela obra ficaram receosos de que as chuvas não fossem suficientes para encher os quatro reservatórios de água bruta. Cada um deles tem capacidade para armazenar 350 mil litros, destinados à irrigação do gramado e ao combate a incêndios.
Uma ligação e um registro não previstos na planta hidráulica do estádio foram instalados excepcionalmente para fazer o bombeamento do reservatório de água potável para os quatro de água bruta.
A adaptação deveria ter sido removida logo após o enchimento dos quatro tanques, o que não ocorreu.
"É um episódio grave e lamentável, sobretudo neste momento de escassez hídrica. Vamos apurar com todo rigor"Sérgio Sampaio, chefe da Casa Civil
Em fevereiro deste ano, o registro foi aberto por alguém indevidamente, o que levou ao transporte de água potável para os quatro reservatórios superiores não tratados, situados no segundo andar do Mané Garrincha.
Os equipamentos transbordaram, e a água passou a escorrer por três meses pela rede pluvial.
Em coletiva na tarde desta terça-feira (25), no Palácio do Buriti, o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, disse ter determinado a abertura de uma sindicância para apurar de quem foi a responsabilidade pelo dano.
A investigação será conduzida pela Controladoria-Geral do DF. “É um episódio grave e lamentável, sobretudo neste momento de escassez hídrica na nossa cidade. Não descartamos nenhuma hipótese e vamos apurar com todo rigor”, disse Sampaio.
Uma comissão foi criada pelo governo na quarta-feira (19) para apurar o que fez a conta de água e esgoto da arena chegar a R$ 2,2 milhões em junho, valor 67 vezes superior à média dos meses de março, abril e maio de 2017: R$ 37 mil.
Integraram sua composição técnicos da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).
Conta caiu pela metade porque só parte da água desperdiçada era tratada
O consumo apurado pela Caesb, responsável pela emissão da fatura, foi calculado em 94 milhões de litros.
Como nem toda água perdida recebeu tratamento da Caesb, a empresa retirou a taxa de esgoto, o que fez a conta a ser paga pela Terracap — administradora do estádio — cair pela metade: R$ 1,15 milhão.
O gasto excessivo só não foi identificado antes porque os servidores da Caesb, por três vezes, não conseguiram acessar o estádio para fazer a leitura do hidrômetro.
Um protocolo estabelece que, quando isso ocorre, a Caesb pode emitir a fatura baseando-se na média dos últimos meses.
A Terracap e a Caesb se comprometeram a melhorar a comunicação com relação aos portões usados para o acesso de servidores ao estádio.

Fonte: Agência Brasília