Temer se reúne com Tasso em SP e pede apoio do PSDB a reformas
Presidente precisa do apoio de pelo menos 308 dos 513 deputados que compõem a Câmara
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© Adriano Machado/Reuters
O presidente Michel
Temer se reuniu nesta sexta-feira (11) em São Paulo com o presidente
interino do PSDB, Tasso Jereissati (CE), para pedir o voto dos
tucanos na aprovação da agenda de reformas do governo. Temer
precisa do apoio de pelo menos 308 dos 513 deputados que compõem a
Câmara para fazer avançar a principal bandeira de sua gestão: as
mudanças no sistema previdenciário.
Com baixíssima
popularidade e alvo de denúncia por corrupção passiva -barrada
pela Câmara na semana passada-, Temer tenta retomar as discussões
para aprovar a reforma da Previdência no Congresso e manter o apoio
do mercado e do empresariado.
A reunião com
Tasso, que já defendeu publicamente o desembarque dos tucanos da
base do governo, aconteceu na casa do empresário Abílio Diniz.
Segundo aliados do presidente, Tasso afirmou que o PSDB vai apoiar as
reformas do presidente.
A aposta do Planalto
é conquistar o apoio da ala dissidente do PSDB. A bancada do partido
na Câmara, com 47 deputados, dividiu-se na votação que barrou a
denúncia contra Temer: foram 21 votos contra e 22 a favor do
presidente, além de quatro abstenções.
Agora, Temer tenta
angariar todos os votos para as reformas, que ainda sofrem
resistência mesmo entre integrantes da base do governo.
Parlamentares não querem arcar com o ônus de aprovar medidas
impopulares às vésperas do ano eleitoral.
Nas últimas
semanas, Temer tem conversado frequentemente com Aécio Neves (MG),
presidente licenciado do PSDB e que defende a manutenção da sigla
na base do governo -o partido tem quatro ministérios. O segundo
movimento do peemedebista, portanto, foi se aproximar do grupo de
tucanos, ligado a Tasso, que está descontente com o apoio da legenda
ao Planalto.
ACORDO TUCANO
Após um mal estar
entre as principais lideranças do PSDB, Tasso e Aécio conversaram
na semana passada e decidiram diminuir o tom de crítica ao governo
em um acordo costurado com chancela do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin.
Com a tratativa,
todos ganharam. Aécio conseguiu adiar para o fim do ano a escolha da
nova direção nacional do partido, enquanto Tasso se manteve na
presidência da sigla, com o compromisso de baixar o tom contra
Temer. Alckmin, por sua vez, de olho na candidatura presidencial de
2018, ganhou a promessa de que o pré-candidato tucano ao Planalto
será anunciado no fim do ano.
A data é importante
para Alckmin porque seu principal rival -e afilhado político- dentro
do PSDB é o prefeito da capital paulista, João Doria, que teria que
anunciar o desejo de concorrer à Presidência em seu primeiro ano de
mandato como prefeito.
Com informações da Folhapress.
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