ECONOMIA
A produção industrial contraiu 0,5% em maio
A indústria brasileira registrou queda em maio pelo segundo mês seguido, intensificando o ritmo de perda de força em meio a uma política monetária restritiva.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (2) mostraram que, em maio, a produção industrial contraiu 0,5% na comparação com o mês anterior e avançou 3,3% ante o mesmo mês de 2024.
Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de recuo de 0,5% na comparação mensal e de avanço de 3,5% na anual.
O desempenho negativo de maio vem após queda de 0,2% em abril e altas nos três primeiros meses do ano, deixando a atividade industrial 15,0% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, de acordo com o IBGE.
“O resultado negativo deste mês não apenas intensifica o ritmo de perda em relação ao mês anterior, mas também elimina parte do ganho de 1,5% acumulado nos três primeiros meses do ano, comparado ao patamar de dezembro de 2024”, destacou André Macedo, gerente da pesquisa.
A indústria brasileira enfrenta um ambiente de juros elevados por período prolongado e a perspectiva de desaceleração da economia, além de incertezas fiscais no lado doméstico e tarifárias no exterior. Por outro lado, o mercado de trabalho segue sólido, com aumento de renda.
A taxa básica Selic de juros está atualmente em 15% ao ano, com o Banco Central antecipando uma interrupção no ciclo de alta de juros e considerando que a taxa deve permanecer inalterada por “período bastante prolongado”.
Os dados da pesquisa sobre a indústria mostraram que 13 das 25 atividades industriais pesquisadas apresentaram recuo na produção. As principais influências negativas foram exercidas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%).
Entre as categorias econômicas, tiveram quedas bens de consumo duráveis (-2,9%), bens de capital (-2,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,0%).
O único resultado positivo foi de bens intermediários (0,1%), marcando a quarto alta consecutiva. Segundo Macedo, isso se explica “principalmente, pelo comportamento positivo do setor extrativo, por conta da maior extração de minérios de ferro.”
Fonte: Reuters