BRASIL
Ministro Carlos Lupi não é investigado no caso, mas pode ser ouvido como testemunha; investigação da PF apura esquema de repasse de valores não autorizados de aposentadorias e pensões
A Polícia Federal (PF) avalia ouvir, nos próximos dias, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), no âmbito da investigação sobre um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
Descontos associativos são valores pagos mensalmente a entidades e sindicatos que representam os aposentados e pensionistas.Qualquer desconto precisa ter autorização prévia do beneficiário para acontecer. A única exceção é para casos envolvendo decisão judicial.
Lupi não é investigado na operação da PF, mas poderá ser ouvido como testemunha. Segundo apurou a CNN, um depoimento só deve ser marcado após a análise do material apreendido nesta quarta-feira (23).
Foi Lupi quem indicou o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afastado por determinação judicial. Fontes relataram à CNN que os dois se conheceram em 2022, durante a transição de governo.
Stefanutto chegou a assumir uma diretoria do órgão antes de se tornar presidente, em 2023, no lugar de Glauco Wamburg – exonerado por suposto uso irregular de passagens e diárias pagas pelo governo. Stefanutto é servidor de carreira e filiado ao PSB.
Operação
Além do presidente, outros cinco servidores do órgão foram afastados por determinação judicial. Segundo a PF, entidades que representavam aposentados e pensionistas descontaram irregularmente parte de mensalidades associativas aplicadas sobre benefícios previdenciários.
As entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024, pelos cálculos dos investigadores.
Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
FONTE: CNN
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