quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Quem são e o que dizem os bolsonaristas do Senado contrários à intervenção de Lula?

 POLÍTICO

Oito parlamentares se posicionaram contra o decreto do presidente; veja


Votação no Senado Federal aprovando o decreto de Lula sobre a intervenção no DF aconteceu na manhã desta terça (10). Ao todo, oito senadores votaram contra. (Foto: Getty Images)

Oito senadores votaram, nesta terça-feira (10), contra a intervenção no Distrito Federal decretada pelo presidente Lula (PT) em função dos ataques realizados às sedes dos Três Poderes no último domingo (8).

Os parlamentares são dos partidos Podemos, PSDB, PL e PP e um deles é Flávio Bolsonaro, filho ‘01’ do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Quem votou contra a intervenção federal no DF:

  • Flávio Bolsonaro (PL-RJ)

  • Carlos Portinho (PL-RJ)

  • Eduardo Girão (Podemos-CE)

  • Carlos Viana (PL-MG)

  • Luis Carlos Heinze (PP-RS)

  • Zequinha Marinho (PL-PA)

  • Styvenson Valentim (Podemos-RN)

  • Plinio Valério (PSDB-AM)

O decreto tem força de lei a partir da assinatura do presidente, mas ainda assim precisa da aprovação do Congresso em caráter de urgência. Ontem à noite, a Câmara dos Deputados aprovou a medida, o que fez com que a votação seguisse para o Senado. Participaram da votação 73 dos 81 senadores.

Quais foram os principais motivos?

 A maioria dos senadores contrários ao decreto criticou:

Obras de arte foram destruídas, itens roubados e o prejuízo ainda é calculado pelas autoridades. Veja a lista completa de obras destruídas nos ataques. Até o fim da segunda (10), pelo 1.500 envolvidos no episódio já haviam sido presos.

Quem são e o que dizem os bolsonaristas do Senado contrários à intervenção?

Flávio Bolsonaro (PL-RJ)

O senador manifestou desconforto com o nomeado por Lula para o cargo de interventor e disse que não está descartada a hipótese de haver infiltrados nos atos de vandalismo realizados no DF.

“O interventor, que é um jornalista, portanto não entende absolutamente nada de segurança pública [...] Não sei se essa pessoa, ao identificar pessoas que estariam infiltradas e teriam vínculos com partido à esquerda, vai ter isenção suficiente para promover a justiça que nós queremos”.

Carlos Portinho (PL-RJ)

Em discurso, Portinho criticou o fato da área dos Três Poderes estar desguarnecida e disse que “não fará como os colegas do PT” ao apontar de quem é a culpa.

"Se houve omissão, foi uma omissão generalizada. Um próprio colega nosso, em seu tuíte disse que já era sabido. Se já era sabido, o que fizeram as forças nacionais, o que fez o governo? Vocês são governo agora!”, exclamou. “A situação está normalizada. Por mais 15 dias, não vejo a necessidade de se manter um decreto de intervenção federal”.

Eduardo Girão (Podemos-CE)

Girão descreveu a situação no Brasil como uma “verdadeira caçada implacável a opositores” e defendeu que o Senado deve tomar ações para ouvir a “insatisfação da população”, em referência aos manifestantes que não aceitam o resultado das urnas.

“Vejo que o interventor é um jornalista, com todo respeito a sua história, mas qual a capacidade que tem para enfrentar uma situação dessa que já está controlada, inclusive? Eu não vejo efetividade com relação a esse decreto porque a gente tem que avaliar a própria responsabilidade do governo federal”.

Carlos Viana (PL-MG)

O senador disse que “nenhuma tragédia tem apenas uma causa” e que existe hoje um “discurso de hipocrisia contra um determinado lado”. Segundo ele, não é a primeira vez que atos de vandalismo acontecem no DF.

“Prender as pessoas que estavam nos ônibus, nas portas dos quartéis e tratá-las todas como culpadas, isso não é democracia. Eu proponho que façamos uma reflexão sobre todas as causas que levaram a essa tragédia, especialmente a nossa falta de representação popular e melhoremos a nossa imagem diante dos brasileiros com equilíbrio entre os Poderes”, concluiu, em crítica ao ministro Alexandre de Moraes.

Luis Carlos Heinze (PP-RS)

Assim como os demais colegas, Heinze critica a atuação de “ministros do STF” e destaca a insatisfação dos brasileiros e de parte dos senadores com a Casa.

“Eu não estou satisfeito e o povo brasileiro não está satisfeito”, apontou. “Não concordo com o que foi feito, mas quando o MST invadiu em 2013 o Congresso e depredaram, eu vi declarações do ministro Flavio Dino que aquilo eram movimentos democráticos, agora são terroristas. São dois pesos e duas medidas”.

Zequinha Marinho (PL-PA)

O parlamentar relembra que a situação aconteceu em outros momentos no Brasil, mas nunca foi tratada como “terrorismo”.

“Quem são os culpados, é só o governo do DF? Com certeza não. Se a ABIN se manifestou 48h antes, todo mundo já sabia, o governo sabia, o gabinete de segurança sabia, os ministros sabiam, assim como o governo do DF sabia. Por que só um tem que ficar suspenso do mandato e tem que haver intervenção federal? Vamos ter que dividir essa culpa com todos”.

Plinio Valério (PSDB-AM)

Nas redes sociais, o senador afirmou que votou contra a intervenção por ser “inconstitucional”, apesar da medida estar prevista na Constituição.

“E colocaram como interventor pessoa sem nenhuma experiência em segurança. Abomino os atos de violência, mas sou contra perseguição de inocentes que estão sem água e comida”.

Styvenson Valentim (Podemos-RN)

Também nas redes sociais, Valentim afirmou que há “estados em situação pior de desordem pública, como o Rio Grande do Norte” e que merecem mais a intervenção do que o DF.

“Aqui sim deveria [ter] uma atenção especial do Governo Federal para combater a criminalidade, que assola nosso estado, atrapalha o turismo, desvaloriza os imóveis, desvaloriza bairros, que tiram empregos e vidas. Isso sim deveria ter uma intervenção, porque o governo é totalmente inoperante”, afirmou.


FONTE: YAHOO NOTÍCIAS



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