sábado, 10 de abril de 2021

UnB pede que governo do DF decrete isolamento rigoroso para melhorar 'situação de colapso' causada pela Covid-19

 PANDEMIA

A reitora da UnB Márcia Abrahão — Foto: Wilson Dias/Agência Brasil



A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, enviou uma carta ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), pedindo a adoção imediata de restrições rigorosas na capital para melhorar a "situação de colapso" vivida na capital devido à pandemia de Covid-19.No documento, enviado na quinta-feira (8), a reitora afirma que "é nossa responsabilidade recomendar à Vossa Excelência, respeitosamente, a adoção de isolamento social rígido (lockdown), até que os indicadores baixem a níveis que permitam flexibilização".

A carta traz dados que apontam para a gravidade da pandemia no DF. Segundo o documento, a taxa atual de transmissão do novo coronavírus na capital é 1,31. Ou seja, de acordo com o levantamento, cada 100 pessoas infectam outras 131.O dado é diferente e mais alarmante que o apresentado pelo governo do DF que, desde semana passada, afirma que a taxa de transmissão está abaixo de 1 na capital. Questionado sobre a carta, o GDF não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

O documento afirma que, para fazer o pedido, os pesquisadores da UnB se basearam nas seguintes informações:

  • O histórico do número de casos e óbitos confirmados por Covid-19;
  • O número reprodutivo de casos acima de 1,31, de forma que podemos interpretar que a cada 100 casos de Covid-19 identificados possam transmitir para 131 pessoas;
  • O histórico de uso dos leitos de UTI por pacientes com Covid-19, seja na rede pública ou privada, do Distrito Federal;
  • Previsão de necessidade de leitos de UTI, com a baixa cobertura de vacinas (apenas 60 anos ou mais), utilizando-se de modelos dinâmicos por equações diferenciais;
  • Redução da oferta de testagem no Distrito Federal por técnicas de RT-PCR;
  • Indisponibilidade de um programa de monitoramento e estabelecimento de quarentena de contatos pela atenção primária;
  • Ausência de uma campanha educacional consistente, com coordenação central, para estimular o uso das medidas como lavagem das mãos, uso de máscaras, uso de álcool em gel e distanciamento social;
  • Ritmo lento da vacinação com uma baixa proporção (4%) da população imunizada.

"A análise da situação epidemiológica atual associada à limitada capacidade de expansão da oferta de atenção na rede pública e privada, corroborados pelas estimativas de casos e de óbitos obtidas pelos modelos de predição, impõe a necessidade de alertar os órgãos do Governo do DF para a aplicação imediata de medidas restritivas rigorosas, o que reduzirá a transmissão de SARS-CoV-2 e, consequentemente, possibilitará a melhora da situação atual de colapso do sistema de saúde local", diz o texto.

Ainda de acordo com a UnB, "essa medida deverá ser acompanhada de suporte financeiro para população vulnerável e microempresários, e ainda, de forte campanha centralizada de conscientização da sociedade quanto à manutenção das medidas sanitárias e de distanciamento".


FONTE: G1

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