terça-feira, 14 de julho de 2020

Porto Nacional chega aos 282 anos de história em pleno desenvolvimento


13/07/2020 - Seleucia Fontes/Governo do Tocantins
Em 1931, o brigadeiro Lysias Augusto Rodrigues realizou uma viagem épica de exploração pelo sertão brasileiro, com o objetivo de traçar uma rota aérea que serviria aos interesses do Correio Aéreo Militar, criado pelo governo federal naquele ano, para integrar as diversas regiões do país.
Àquela época, aeroportos eram erguidos somente nas cidades litorâneas. Sobre a Amazônia e a região central, apenas mata fechada. Daí a importância da missão que foi atribuída a Lysias Rodrigues e seus companheiros de viagem, sendo que aventura seria registrada, mais tarde, em dois livros, Roteiro do Tocantins e O Rio dos Tocantins, escritos pelo próprio aviador.
A abertura de pistas de pouso em várias das pequenas cidades visitadas tirou a região do isolamento, reduziu o tempo de entrega de cartas e encomendas pelo Correio Aéreo e ainda estimulou a criação do Aeroclube de Porto Nacional. Mesmo nos dias atuais, segue sendo a única escola de aviação credenciada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no Estado do Tocantins.
Esta é apenas uma das boas histórias que envolvem Porto Nacional, que, nesta segunda-feira, 13, comemora 282 anos de história e 159 de emancipação política. Conhecida como Capital Cultural do antigo Norte Goiano – e consequentemente do Tocantins -, o município já foi muito maior em território, incluindo a área hoje pertencente à Capital tocantinense, Palmas, distante 52 km, e outros municípios de seu entorno. Também foi pioneira na imprensa regional e a primeira localidade a receber um veículo motorizado.
Outra particularidade é a Catedral Nossa Senhora das Mercês, única no Estado projetada em pedras e tijolos, no estilo românico de Toulouse, França (região de origem dos freis construtores, da Ordem Dominicana).
A Catedral domina a paisagem do centro histórico portuense que, em 2008, foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional. Ao todo, a área delimitada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) abrange cerca de 250 edificações, incluindo o Seminário São José, a Prefeitura Velha, o Colégio Sagrado Coração de Jesus, o Prédio do Abrigo João XXIII, casarões particulares, conjuntos de ruas, largos e praças.
Origens
Os historiadores acreditam que a navegação pelo Rio Tocantins deu origem à vila, que ligava dois centros de mineração. Seu primeiro morador foi o português Felix Camôa, barqueiro que, no final do século XVIII, dedicava-se à travessia de mineiros entre as minas de ouro de Bom Jesus do Pontal, populosa vila situada a 12 km à margem esquerda do rio, para as minas do Arraial do Carmo, distante 42 km à margem direita do Tocantins.
Por volta de 1805, os índios Xerente, revoltados com a exploração a que eram submetidos, atacaram e dizimaram o garimpo do Pontal. Os sobreviventes do massacre fugiram e fixaram residência em Porto Real. Os nomes atribuídos à cidade estão relacionados com a situação política vigente no país: Porto Real, quando era Brasil-reino; Porto Imperial, na época do Império; e finalmente Porto Nacional, após a proclamação da república.
Turismo e cultura
Além de ser reconhecida pelo patrimônio material e imaterial, Porto Nacional também é um dos destinos turísticos de praia e sol do Tocantins. Integra a Região Turística das Serras de Lago, sendo que sua praia original deu origem a duas praias artificiais e permanentes, em Porto e Luzimangues, criadas a partir do enchimento do Lago de Palmas.
Neste ano, em função das medidas de contenção do novo Coronavírus, causador da Covid-19, dois tradicionais eventos que ocorrem nesta época do ano, 9ª Semana da Cultura e a 3ª Feira Literária Portuense (Flip), bem como a programação do Projeto Porto Verão 2020, ocorrem em formato 100% digital. Os eventos acontecem na plataforma http://verao.portonacional.to.gov.br/.
“Porto Nacional é uma das nossas referências culturais, além de se destacar no turismo e na geração de emprego e renda, em função de seu parque industrial em crescimento. O município é um orgulho para nós, tocantinenses”, afirma o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (Sics) e presidente da Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), Tom Lyra.

Edição: Lenna Borges
Revisão Textual: Marynne Juliate


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