quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Saúde




Onze unidades de saúde na Zona Oeste que atendem mais de 350 mil pessoas serão fechadas. Prefeitura nega

 

Clínica Tiúba

Flávia Junqueira 
 
 
Mais de 350 mil cariocas vão perder a assistência médica de equipes de saúde da família. A Prefeitura do Rio apresentou na noite da última segunda-feira uma redução no contrato que tem com a Organização Social Iabas, responsável por Clínicas de Saúde da Família (CSF) e Centros Municipais de Saúde (CMS) na Zona Oeste do Rio. Em função do corte no valor do contrato de prestação de serviço, que venceu nesta segunda-feira, 11 unidades na região 4.0 (Barra da Tijuca) serão fechadas. Apenas duas clínicas que ficam na comunidade Rio das Pedras continuarão funcionando. A prefeitura, no entanto, nega a informação de que haverá fechamento das unidades, e afirma que o município está fazendo "todo o esforço para desatar o nó do orçamento".


Ao todo, 89 equipes formadas por oito profissionais, entre médico, enfermeiros e agentes de saúde, serão demitidas. No total, serão 712 profissionais dispensados. Os gestores das unidades já estão avisando suas equipes. Cada equipe da Clínica de Saúde da Família é responsável pelo atendimento de um grupo de cerca de 4 mil pessoas.

Segundo informação divulgada pelo blog do colunista Ancelmo Gois, do Globo, mais 300 equipes de Saúde da Família devem ser demitidas pela prefeitura, 30 em cada uma das 10 regiões do Rio. "Com isso, pode chegar a 40 o número de unidades - entre Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde - que serão fechadas. A medida de Crivella afetará cerca de um milhão de pessoas. A informação é do ex-secretário de saúde da cidade, Daniel Soranz", disse o blog.

Confira a lista das clínicas que vão fechar:
Clínica da Família Padre José de Azevedo Tiúba (Gardênia Azul)
CF Maicon Siqueira
CF Maury Alves Pinho
CF Bárbara Mosley de Souza (Anil)
CF José de Souza Herdy
CF Gerson Bergher
Centro Municipal de Saúde Santa Maria
CMS Rafael de Paula Pontes
CMS Novo Palmares
CMS Itanhanga
CMS Álvaro Ramos
Para vereador, é o início do colapso da rede
O vereador Paulo Pinheiro (PSOL), membro da comissão de Saúde da Câmara, afirma que o fechamento das unidades de saúde da Zona Oeste é o início de um colapso na rede municipal de Saúde. Nesta terça-feira, foi confirmada ainda o fechamento da emergência do Instituto Philippe Pinel, em Botafogo, por falta de médicos.
— Há um colapso na rede de saúde do município. Não tem orçamento e o dinheiro acabou. A prefeitura atingiu o teto da Lei de Responsabilidade Fiscal e a arrecadação de receitas caiu. A Saúde tem quase R$ 400 milhões de empenhos não pagos pela gestão de Eduardo Paes que o atual governo terá que pagar. Foram inauguradas na época da campanha eleitoral 35 Clínicas de Saúde da Família que não estavam previstas para o orçamento deste ano. A receita que foi planejada não está sendo cumprida. Temos problema de arrecadação, mas não podemos fechar unidades. O prefeito precisa remanejar recursos de outras secretarias — afirmou Pinheiro.
O vereador alerta que a Secretaria de Fazenda tirou R$ 523 milhões do orçamento da Saúde.
— Chegaram ao teto de responsabilidade fiscal e não podem mais empenhar nada, porque acabaram os recursos. Os hospitais não poderao mais fazer compras nem renovar contratos. Isso já está acontecendo no Hospital Salgado Filho, que está sem poder renovar o contrato de engenharia clínica. Os hospitais terão que começar a economizar material e, nesses casos, logo suspendem as cirurgias eletivas. Só vi uma situação como esta quando Saturnino Braga faliu a prefeitura (em 1988) — disse o vereador.
 
 
G1


 

 

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