sexta-feira, 4 de agosto de 2017

BRASIL

Terras mais valorizadas do estado estão na região de Maringá, aponta pesquisa 

Maringá está situada entre as áreas de solos férteis que vão desde Foz do Iguaçu, passando por todo o oeste até a região norte do estado. (Foto: Agência Estadual de Notícias/Divulgação)

As terras mais valorizadas do Paraná estão na região de Maringá, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), divulgado nesta sexta-feira (4).
Conforme a pesquisa, o hectare foi avaliado em até R$ 75,8 mil nos municípios da região, enquanto o valor médio das terras no estado é de R$ 61,8 mil o hectare, considerando as áreas mais planas e de boa fertilidade.
De acordo com o Deral, Maringá está situada entre as áreas de solos férteis que vão desde Foz do Iguaçu, passando por todo o oeste até a região norte do estado, onde as terras são mais planas e permitem o uso intensivo do solo – por isso, mais disputadas e valorizadas no mercado.
Romoaldo Carlos Faccin, chefe regional da Seab em Maringá, explica que o município e outros da região têm terras derivadas do basalto – solo de melhor qualidade para agricultura – e, em geral, são planas. "Além disso, esses municípios têm áreas agricultáveis bem próximas das sedes das cidades", afirma.
Segundo ele, os municípios com solo de melhor qualidade da região são Maringá, Sarandi, Marialva, Floresta, Itambé, Ivatuba, Paiçandu, Doutor Camargo, Ourizona, Mandaguari – com a ressalva de ter partes mais acidentadas –, e as cidades da região do Vale do Ivaí. "Em termos médios, normalmente as terras de basalto valem o dobro do arenito, por exemplo", diz Romoaldo.
A pesquisa levantou também as terras de uso mais restrito, que têm valores médios de R$ 5,3 mil o hectare, geralmente locais de morro. As áreas de menor valor no estado localizam-se no município de Coronel Domingos Soares, no sudoeste do Paraná, onde a média por hectare foi de R$ 1,3 mil.
Avaliação
De acordo com o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, a Seab está disponibilizando um produto, com base em uma nova metodologia, que visa dar um referencial de preços de terras agrícolas no Paraná, e que reflita a realidade. Os estudos duraram cerca de 12 meses e os valores médios foram calculados para que tenham validade institucional e técnica, segundo ele.
“Entretanto, os preços poderão ser alterados nas próximas pesquisas, de acordo com a evolução de vários fatores, como preços de commodities (a principal é a soja), maior ou menor de disponibilidade de áreas para vendas em determinada região, desenvolvimento local, entre outras, considerando ainda que cada propriedade tem suas características e valor específico”, aponta Simioni.
O coordenador da Divisão de Estatística Básica do Deral, Carlos Hugo Godinho, explica que o mercado ainda atrela o valor da terra ao preço da soja, embora esse indicador tenha mais valor para negociação do que para determinar o valor da terra.
O técnico destaca que a metodologia antiga tinha classificações mais genéricas, em torno de áreas mecanizáveis ou não, e o resultado da pesquisa nem sempre refletia a realidade do mercado.
Nova metodologia
Como o Deral introduziu neste ano nova metodologia para avaliação das terras no Paraná, não há base de comparação com anos anteriores, explica Godinho. Segundo ele, de uma forma geral os valores estão semelhantes aos do ano passado porque o preço da soja caiu.
Para Godinho, o produtor não reduz o preço da terra porque o da soja caiu no mercado. “Ele acrescenta um número maior de sacas de soja ao valor da terra. E isso acontece principalmente porque o produtor está capitalizado, nesse momento, depois de quatro anos seguidos de boas safras”, indica.
A nova metodologia é mais detalhada que as anteriores, e tem como novidade a introdução da classificação de terras no sistema de capacidade de uso publicado pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS).
Essa classificação vai desde a classe 1, que são as terras cultiváveis, aparentemente sem problemas de conservação de solos, com amplo aproveitamento econômico, até as áreas mais restritas ocupadas com vegetação natural, impróprias para culturas.






G1 PR








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