quinta-feira, 10 de agosto de 2017

BRASIL

Estudantes e movimentos sociais 

ocupam Câmara Municipal de São 

Paulo

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Estudantes na Câmara Municipal de São Paulo Gustavo Basso/09.08.2017/R7





Estudantes e movimentos sociais ocuparam, por volta das 13h desta quarta-feira (9), o plenário da Câmara Municipal de São Paulo, na Bela Vista, região central da capital.
Manifestantes querem que o corte no passe livre estudantil seja revogado. Outro pedido é que haja consultas públicas e plebiscito sobre o pacote de privatizações proprosto pela Prefeitura.
"Acabamos de ocupar, com os movimentos sociais em unidade, a Câmara Municipal da cidade de São Paulo, contra o pacote de privatizações que vendem a nossa cidade e pela defesa do Passe Livre Estudantil!” , afirma nota assinada pela Ueesp (União Estadual dos Estudantes de São Paulo), Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas) e UJS (União da Juventude Socialista).
“Nós queremos a suspensão das votações dos Projetos de Lei 364, 367 e 404; um Plebiscito; 32 audiências públicas nas sub prefeituras e a revogação das medidas que cortam o Passe Livre Estudantil”, prossegue o texto. O trecho final da nota é direcionada ao prefeito João Doria: “Ei, Dória: A cidade é nossa! Tira o bico do meu Passe Livre!”
Os manifestantes fizeram uma reunião com o presidente da Casa, Milton Leite (DEM). Sem acordo, o grupo fez barricadas nas portas do plenário. Na confusão, uma estudante disse ter sido agredida.
“A gente tava fazendo uma barricada para que outras pessoas, além das pessoas que ocuparam aqui a Câmara não entrassem. Porque essa ocupação é nossa. É das entidades estudantis e das entidades sociais. O que aconteceu? Esse segurança que estava aqui dentro, não estava fardado, mas ele é segurança da Câmara, inclusive ele estava com rádio, ele me segurou pelos dois braços, ele me apertou e ele me jogou para fora da barricada”, disse ela, que não quis se identificar.
A Polícia Militar foi chamada e se concentra no local.
Após a ocupação, o presidente da Câmara voltou-se a se reunir com representantes do movimento. Além dele, os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e Sâmia Bomfim (PSOL) participaram do encontro. A comissão de estudantes foi formada por Naiara Souza (presidente da UEESP), Alessandro Azevedo (da Frente Única de Cultura), Jesus dos Santos (também da Frente Única de Cultura), Vivian Mendes, presidente estadual da União Popular pelo Socialismo. Os manifestantes pedem fornecimento de água e saída da GCM no plenário.
"Isso aqui não é camping", afirmou Milton Leite após a reunião. Segundo ele, os estudantes não têm acesso ao banheiro, mas podem deixar o local para usar o sanitário em outro ponto do prédio. Quem deixar o plenário, não poderá retornar — as entradas estão cercadas. "Não cedemos nada. Se alguém quiser sair, tem total liberdade para sair, mas não retornará", afirmou o vereador. O presidente da Câmara Municipal disse ainda que já há um pedido de reintegração de posse na Justiça.
Milton Leite também questionou o motivo da ocupação. "Nós já convocamos 18 assembleias públicas e estão sendo realizadas, mas o que eles querem é a não votação do projeto [De privatização]. A questão não é falta de debate." Os manifestantes que participaram da reunião com o presidente da Casa ainda disseram ter relatado a ele o uso de gás lacrimogêneo por agentes da GCM. Minutos antes Milton Leite havia afirmado não ter conhecimento do uso do armamento.
Jesus dos Santos, da Frente Única de Cultura, reclamou da postura do presidente da Casa. "Há 70 pessoas lá embaixo no plenário desde as 11h da manhã, sem beber água e sem se alimentar", disse. "Não estamos aqui porque é férias, porque é camping. Queremos que entre na pauta dessa casa urgentemente um plebiscito sobre as possíveis privatizações"
Com a ocupação, a sessão da Câmara foi transferida para o salão nobre da Casa. Os trabalhos são transmitidos pela internet, mas jornalistas que estavam no local foram impedidos de acompanhar.
No mês passado, a Prefeitura modificou as regras do bilhete gratuito estudantil. Antes da mudança, o aluno podia fazer até oito viagens durante as 24h do dia. Depois da decisão, o estudante pode fazer quatro viagens durante duas horas e, em outro momento do dia, mais quatro viagens durante duas horas.
A Prefeitura estima economia de R$ 70 milhões com a alteração. Estudantes reclamam que nova regra faz do bilhete apenas um instrumento para ir e voltar das aulas, dificultando a circulação deles pela cidade por lazer e outros motivos.

R7

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