Secretário
de Segurança diz que
estaria em casa se soubesse que
ocorreriam
tantas tragédias
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Em entrevista ao “Fantástico”, da Rede Globo, o secretário de Segurança, Roberto Sá, disse que o caos financeiro do estado, a crise moral pela qual o país passa e a legislação atual agravam a violência no Rio.
— Estou pagando um preço caro enfrentando o que estou enfrentando. Se eu
soubesse que essas tragédias se sucederiam com essa crueldade e
frequência, e que hoje eu estaria dessa forma, tentando explicar o que a
polícia pode melhorar, com tamanha escassez de recursos e o Brasil
vivendo essa tragédia moral, eu acho que estaria em casa vendo o
programa de vocês (Fantástico) e torcendo, rezando muito para que quem
estivesse ali (no comando da Secretaria de Segurança) tivesse um
equilíbrio para aguentar essa pressão toda — disse Sá, na entrevista.
Ele ressaltou que tem cobrado da polícia “uma ação humana e profissional”, que diminua a possibilidade de confrontos. Além disso, tem defendido mudanças na legislação, principalmente para aumentar as penas e reduzir a impunidade: — Nós somos um país da lei que não pega, um país do jeitinho, da impunidade, campeão de linchamento. Somos um país onde o preso não é preso; é preso, mas responde em liberdade. Fiz uma proposta ao Ministério da Justiça para dobrar todas as penas de quem possui, porta, comercializa ilegalmente e trafica armas de fogo. Além disso, propus, também, o cumprimento de uma pena maior para a pessoa ter o beneficio de progressão de regime quando comete um crime violento contra a vida. Hoje, a nossa legislação não cumpre o seu papel social. Segundo o secretário, cerca de nove mil armas de fogo são apreendidas por ano no Rio, o que, na sua opinião, é como enxugar gelo:
‘Nós somos um país da lei que não
pega, um país do jeitinho, da impunidade, campeão de linchamento. Somos
um país onde o preso não é preso’
Perguntado se tem conseguido dormir diante da situação atual, o secretário respondeu que muito pouco:
- Roberto SáSecretário de Segurança do Rio
— Às vezes sim, não é muito comum, mas uma das coisas que tem me permitido dormir um pouco é a certeza de que estou me doando como jamais fiz na minha carreira. Tenho uma carreira policial muito digna, longa e com muitas experiências. Sá criticou ainda a banalização da violência. — A sociedade está sem freios. Vou morrer com essa indignação, da crueldade do ser humano com outro ser humano. O animal mata para se alimentar, nós matamos por desprezo à vida. — Eu não consigo colocar um policial extra, hoje, para pagar o RAS, que é o nosso regime adicional de serviço. Em 2015, 2016, jorrava dinheiro no estado. O secretário (José Mariano) Beltrame (que esteve no comando da secretaria até outubro do ano passado), botava 500 policiais, mil policiais porque tinha dinheiro sobrando. POLICIAL É ENTERRADO EM MESQUITA Um dos problemas enfrentados por Sá é o grande número de policiais mortos este ano. Neste domingo, foi enterrado no Jardim da Saudade, em Mesquita, o corpo do 87º PM assassinado no estado, o soldado Cleber de Castro Xavier Junior, de 28 anos. Ele reagiu a um roubo no Grajaú, na noite de sexta-feira. O militar completaria 29 anos ontem. Cerca de 800 colegas e parentes participaram do velório. Fonte: O Globo |
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